Vampire Kiss - The Bloody Rose escrita por Milemeh Scarlet


Capítulo 2
1.




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-Acorde!Tanya!Por favor! – eu ouvia alguém gritar, mas parecia que era em minha mente. Não dei ouvidos à ela, nem ao menos conseguia ver direito, não conseguia nem ver a pessoa que gritava por mim. Apenas sentia que em torno de mim estava muito quente. Mesmo que eu quisesse, não poderia sair do meu transe, podia? Afinal, tinha matado muita gente. Eu era uma assassina, as pessoas deveriam correr de mim, só queria morrer, por favor, deixem que as chamas se alimentem do meu corpo! E poderia ser mais feliz.

            Mas a pessoa que gritava foi embora, e agradeci que estava finalmente sozinha. Por esses meros segundos me perguntei como seria a chama queimando e minha pele destruindo. Mas não deveria me preocupar, não? Estava preste de morrer, e estava feliz. Então Jack veio na minha mente, sorrindo com todos os seus dentes enfileirados e perfeitos, com os seus olhos verdes brilhando. Iria vê-lo de novo? Nós dois juntos novamente, felizes novamente? Eu queria que eu acreditasse nisto, e tivesse mesmo ter morrido nas chamas da morte.

 

Abri os olhos, olhando para o azulejo do banheiro bem iluminado e confortável e percebi que estava agachada com os meus cabelos negros em volta de mim. Isso não vai acabar? Eu pensei, e levantei meus olhos para o chuveiro, de qual saia uma grande quantidade de água, fria, que para mim, estava morna.

             Me levantei e passei meu corpo pela água, apenas tomava banho para tirar o cheiro humano. Peguei minha toalha preta e sequei um pouco o cabelo, depois me enrolei na toalha.

            Fui para frente do espelho pequeno mas elegante... E me admirei nele. Meus cabelos negros como o mar em noite de lua nova, estavam para trás; meus olhos azuis como o céu que destacavam em meu rosto, estavam sem emoção; e minha boca vermelha e perfeita, estava séria. Ouvi passos chegando perto de meu quarto, e percebi pelo jeito do andar e pelo cheiro doce que era Leticia. Quando ela estava perto da porta do banheiro, virei meu rosto em sua direção enquanto ela abria rapidamente.

            - Reunião na sala da Jane... – ela disse rapidamente, enquanto saia chamei ela novamente.

            - Preciso ir? – perguntei, estava cansada com o excesso de sangue que tinha tomado aquela noite e gostaria de descansar, e senti um peso em mim, totalmente com preguiça de ir para a sala de Jane.

            - Sim. – respondeu Leticia com os olhos urgentes – Ela disse que sim. – e então ela se virou fechando a porta cuidadosamente.

            Suspirei e olhei novamente para meu reflexo, que estava com a aparência cansada e velha. Ela é quem me transformou, ela é minha “guia” mas ela prefere como “mãe”, então tinha que ir.

            Coloquei uma roupa normal, uma blusa branca, uma jaqueta de couro, calça jeans e uma bota de couro preto. Desci as escadas, onde o segundo andar eram todos os quartos e ainda mais. No primeiro andar tinha o hall, que na direita tinha uma pequena cozinha para os humanos que nós visitavam, e alguns não saiam daqui.

            Na esquerda estava o escritório da Jane, e depois no lado tinha o escritório tem outras pessoas, um deles era o meu. E tinha muito mais coisas, mas era mais uma casa do que um parque de diversões.

            Quando passei pela porta do escritório, que era um lugar bem iluminado também, e o sol batia nas pessoas de lá. Todos olharam para mim, quando eu entrei, e Jane deu um sorriso largo, brilhando, e olhando para mim com os olhos verdes e brilhantes.

            - Minha filha! Sente-se. – ela me convidou. E eu sentei em qualquer cadeira. E percebi que apenas eu, o Frank e a Lucy, mas Guild não estava. Me mexi na cadeira pouco confortável, de verdade, preferia ficar de pé.

            Jane, olhou para todos com um sorriso brilhante e simpático, mas não se sentou. Quando ela abriu a boca para falar, as palavras foram calmas e fluíam em todos como música:

            - Olá queridos amigos, e colegas. Bem, espero que estejam bem. Hoje, não era necessário nenhuma reunião formal.. – disse ela com o olhar severo para Leticia, mas ainda gentil – eu só queria lhes dizer que teremos mais um membro em nossa família, e Guild já está trazendo-a para cá.

Ela fez uma pausa, enquanto a maioria das pessoas sorriam. Eu dei um sorriso fraco. Então, Jane retomou:

- Pelo que Guild me informou, ela é uma garota muito especial, e muito nova. – com essas palavras, eu arregalei os olhos para Jane, que encontrou o olhar dela e não desviou. Jane vai tirar a alma de uma pobre garota?, pensei – Mas, a menina esta muito revoltada, e cedo ou mais tarde, vai tentar se matar, e como ela é muito especial seria um desperdício.

“E eu quero que uma pessoa especial transforme ela, – mesmo com o despontamento com Jane naquele momento, eu estava relaxada novamente na cadeira. Eu sempre pedi para ela não me deixar transformar, um dia eu tentei fazer, mas eu não gosto de tirar a alma de uma garota que nem ao menos sabe sobre a vida,  então nem conseguiria dar conta da imortalidade. Prefiro matar, sem tortura. Mas Jane me olhava os olhos brilhantes o que fazia eu estremecer – Tanya... – ela me chamou e eu pulei levemente, não sabia por que ela estava me chamando... – Você, vai transformar esta garota... – ela disse lentamente, e minha boca ficou boquiaberta, eu fechava e abria, igual a um peixe, tentando falar. Todos olhavam para mim, na minha tentativa ridícula de falar, minha cabeça estava confusa, pois nunca estive em uma situação antes. Eu piscava meus olhos energeticamente. Tentava achar as palavras certas, mas não conseguia pensar, não iria discutir com Jane agora, mas teria que falar com ela. Eu?Transformar?Ela tá doida!, pensei. Depois de um minuto em meus pensamentos, finalmente soltei:”

- Eu... eu... – continuei piscando, depois franzi o rosto – O quê?

- Tanya... – ela soltou uma risada curta – O nome dela é Laura, e você, Tanya, vai transformá-la, tenho certeza que você vai amá-la. – antes de eu puder falar algo, ela disse – Então, todos podem lavar-se, ou descansar, ou caçar, o que vocês quiserem, mas estejam aqui quando eu der o sinal. – ela apontou para o colar – Podem ir!

Todos foram saindo em passos largos, mas e continuei sentada. Ursula passou na minha frente dando gargalhadas com o seu namorado Dick. Letícia ficou na minha frente tagarelando, mas não ouvi e fui seguir Jane para seu quarto.

 

Laura:

Estava no Hotel simples e barato, sentada em uma cama desconfortável, com as pernas cruzadas e olhando para o homem alto e corpulento que usava um sobretudo de couro e preto. Ele falava rapidamente no telefone, e eu não conseguia ouvir. Ele me disse que o nome de é Guild, e foi muito estranho quando eu o vi, estava tentando me vender como sempre, até que apareceu ele...

 

Eu andava com os passos lentos e cansados, mas continuava com a postura sexy. Estava muito calor aquela noite, e resolvi ir em um bar pequeno onde tudo era bem barato. Entrei no bar, sem olhar para ninguém, nem para os homens que assobiavam e me apalpavam. Sentei no banco, e pedi um refresco trincando, e veio uma bem gelada. Comecei a beber rapidamente, sentindo o liquido gelado aliviar minha garganta seca e quente. Me virei finalmente para a pessoa que me encarava. Era um homem bonito, e que estava em boa forma, tinha cabelos castanhos e ondulados, e os olhos azuis. Parei de beber, e tentei dar um sorriso sexy, mas estava realmente exausta, e senti minhas bochechas corarem.  

            - Você está cansada. – não era uma pergunta, e ele olhava fixamente para mim, como pudesse ver minha alma.

            - Me desculpe, mas sim. – ele tinha uma voz firme, e deliciosa, e queria mesmo tê-lo – Mas, posso cobrar 50 para você, mas vai ter que ser mais tarde.

            Eu dei uma risada curta e cansada, e quando olhei para ele, o rosto não havia mudado nada, continuava com os olhos azuis fixos nos meus, o que fez os pelos dos meus braços eriçarem.

            - Você sofre Laura, posso te ajudar. – ele disse suavemente, sustentando o olhar.

            Eu engoli em seco, depois falei um pouco mais dura, e pela primeira vez tinha sentido medo de um homem.

            - Eu não sei quem você é, e nem sei como sabe meu nome... – eu disse seca, sustentando o olhar.

            - Tem bastante coisa que você não sabe, mas eu sei, não tente se matar, seus parentes não vão voltar.

            Quem era ele? E como ele sabia tudo isso? Eu engoli em seco de novo, e senti uma sensação ruim subir pela minha garganta. Não falei nada, e coloquei o dinheiro no balcão e virei para a porta, mas ouvi a voz firme novamente:

            - Eu aceito, então, Laura, ou... Jessica? – eu estremeci novamente, mas ele falava com uma voz sedutora, e sai do bar ao lado de um desconhecido, como em todas as noites.

 

Pisquei e estava no Hotel pequeno e estranho novamente e percebi que Guild tinha saído finalmente do telefone, e olhava para mim com os olhos frios, os olhos verdadeiros dele, e eu me encolhi na cama.

            - Por que Laura? – ele perguntou, e eu ergui a sobrancelha.

            - Pensei que soubesse tudo sobre mim... – ele tinha me falado que podia ler mentes, mas quando perguntava o que ele era, ele apenas dizia que não era da minha conta. Ele não respondeu, apenas ficou olhando com aqueles olhos azuis e penetrantes e eu suspirei – Por que é o nome da minha avó, que morreu alguns dias depois de eu começar... – minha voz falhou.

            - Lamento. – ele disse, mas naquela voz não havia nenhum lamento – Vamos ter que sair... – ele olhou para seu relógio de pulso – Agora, pegue suas malas e vamos.

            Enquanto eu pegava minha mala e questionei;

            - Onde vamos?

            - Onde eu disse que iríamos, vamos terminar nosso trato. – respondeu ele e abriu a porta para mim, pensei em desistir, mas algo em mim queria muito isso e me perguntava “por que viver? Se tudo em sua vida é uma desgraça?”, e essas palavras me faziam querer isto de novo. Minha vida estava sendo apenas prostituição, eu queria ver meus parentes novamente mesmo sendo muito nova. Então, como Guild sabe tudo de mim, ele me disse que poderia me dar a morte, ele queria sem qualquer custo, mas eu o pedi uma noite com ele, foi muito bom, mas o dia chegou... minha morte.

            Passei pela porta ainda hesitante, mas continuei andando, para o carro e Guild. Dez que meus pais, e Jones se foi, eu tentei me matar de todas as maneiras, mas como estava com a minha avó, ela me levava imediatamente para o hospital, no começo. Quando as tentativas ficaram freqüentes, minha avó sabia que toda hora tentaria me matar, com qualquer objeto que visse na frente. Quando ela faleceu, fiquei toda hora atentada e olhando para pequena faca afiada, mas não tinha mais coragem. Eu não trabalhava, e precisava de dinheiro, tive que virar prostituta, e por algumas semanas fiquei neste trabalho horrendo, muitas vezes chegava em meu apartamento com o meu dinheiro sujo e chorava, até meu corpo tremer, e muitas vezes não parava.

            Quando caímos na estrada, cochilei um pouco, e quando acordei estávamos no aeroporto, e pegamos o avião para Inglaterra. Fique confusa por nós irmos tão longe, mas fiquei quieta.

            Depois de algumas horas, chegamos ao lugar destinado, ele me levou para outro carro, que leve tinha mais uma pessoa, uma mulher bonita, com cabelos dourados e lisos, na altura da cintura. Quando viu Guild ela sorriu para ele e disse:

            - Bem vindo de volta Guild!

            - Olá, Lucy. – disse ele abrindo a porta do carro – Entre, Laura. – e eu entrei, no caminho os dois conversavam alegremente, mas estava mirando a janela, então Lucy falou meu nome.

            - Então essa é Laura? Ela é jovem... – sabia que não estava falando comigo e, por educação, continuei mirando a janela e com os ouvidos atentos.

            - E Tany? Como ficou? – perguntou Guild sem emoção.

            - Bem, ela ficou em choque, e pareceu que queria matar Jane. Mas acho que ela está melhor...

 

Tanya:

 

-Por quê? Por que eu, Jane?! – eu gritei em direção da mulher de ombros curtos e cabelos ruivos como o sangue.

            - Por que ela é especial, Tanya. – ela disse calma, olhando para mim. Aquela calma estava me enlouquecendo.

            - Eu não quero fazer isto! – gritei e sacudi os braços no ar – Afinal, ela tem quantos anos?

            - 17. – e eu arreganhei os olhos – Mas ela é muito nova para suicidar – eu tentei interrompe-la mas não consegui – e então vamos dar uma morte melhor...

            - Morte melhor?! Ela tem uma vida!

            - Ela estava se prostituindo, ela é muito especial para fazer coisas do gênero.- percebi que ela estava quase perdendo o controle, e ela olhou para mim os os olhos ardendo. E o que eu tinha a ver com isto?, perguntei para mim mesma quase soltando. Cerrei o punho e falei pausadamente:

            - Ela é humana, e eu acabei de caçar, ainda estou cansada.

            - Vai precisar descansar depois... – disse ela retomando a paciência e eu explodi:

            - Que inferno! – eu gritei e joguei a primeira coisa que eu vi e joguei contra a parede que se espatifou em vários pedaços – Eu não quero fazer isto! Por que insiste? Por quê? Não importo que seja menos uma alma mas eu não quero! – senti meus olhos formigarem e minhas presas pinicarem, então respirei fundo – Eu não quero... não preciso... eu...eu.. preciso de sangue...

            Eu girei meu corpo para a porta e sai do lugar rapidamente, minha sede estava começando e eu estava com raiva de fazer as coisas forçada.

            Sai do cômodo e olhei para cima, estreitando os olhos- Leticia estava lá.

            Soltei um suspiro pesado e desviei dela, andando pelo corredor.

            - Acho que vai querer saber sobre sua nova humana! – disse ela empolgada.

            - Não, eu não quero...

            - Deixe-me falar um pouco dela... – ela disse pegando um papel – Bem, não tem nenhuma foto aqui, então vai ser surpresa. – ela quase deu um o pulinho – Ela perdeu os pais em um acidente... um incêndio! Nossa. – quando ela falou do acidente eu congelei, mas ela não percebeu, seus olhos estavam fixos e concentrados no papel – Bem, ela perdeu a família inteira nesse incêndio, e se acha culpada, ela foi morar com a avó e tentou se matar varias vezes...

            Leticia falava muito, mas eu já estava longe, suas palavras me trouxeram memórias dolorosas.

 

Estava quente, e eu continuava deitada. Estava caindo na subconsciência, estava tudo escuro, e o ar que eu inspirava arranhava minha garganta, me fazendo tossir algumas vezes. Às vezes, sentia uma agonia pela dor e a tortura em minha garganta. De repente pensei: Acho que não essa a morte que eu quero.    

            A pessoa que gritava, não sei onde estava mais. Mas, eu senti braços firmes levantarem meu corpo flácido e sujo do chão como se fosse uma pena, e saiu caminhando comigo, não sabia onde iria, mas quando ela saiu do fogo da morte, senti um ar limpo entrar pelos meus pulmões e tossi, levantando a cabeça freneticamente e tentando abrir os olhos para saber quem era a pessoa. Mas meus olhos se fecharam, e por um momento pensei naquela escuridão desconfortável: então, está é a morte?

             Depois de algum tempo, fiquei sabendo quem era aquela pessoa, era uma mulher, ela queria cuidar de mim, e quando chegasse a hora certa, poderia fazer uma coisa que eu nunca iria esquecer, e que eu ficaria com ela para sempre. Ela cuidou de mim como se fosse sua filha de oito anos, penteava meus cabelos suavemente, me dava banho, comprava brinquedos para mim, enfim, me tratava como sua filha. No começo, tentei me suicidar muitas vezes, mas ela me ajudava sempre. Aprendi a amá-la como mãe, e isso foi realmente bom para mim. Em mais ou menos 1925 ela me transformou, e vi a morte com os outros olhos...

Pisquei, e vi que estava na minha casa novamente.

            - Estava no passado? – perguntou Leticia que estava ainda no meu lado, e minhas feições ficaram cansativas.

            - Tenho que descansar, Leticia, quando ela chegar me avise, caso contrário, não entre no meu quarto.

            Antes que ela pudesse abrir a boca para falar, eu já estava no meu quarto. Olhei para a cama macia e vermelho vinho e preto nas bordas, com a estampa do nosso Clã tricoteada no lençol. Não precisava usar a cama, mas era boa para relaxar.

            Aquele dia estava sendo longo e cansativo, e quanto mais passava mais complicado ficava. Me joguei na cama e fiquei olhando para o tento, tentando pensar claramente. Não me importava de tirar a alma de uma infeliz que tinha quase o mesmo destino que o meu. Mas, era quase, pois eu não tentei me prostitui.  Mas eu tinha Jane ao meu lado, que era uma vampira e sempre queria este futuro para mim, pensei. Esta garota é muito nova, apenas 17 anos pelo que ouvi muito longe Leticia dizer. Não saberei se ela vai ter totalmente responsabilidade... ou se eu devo dar uma responsabilidade para uma garota nova, que não sabe controlar nem seus instintos humanos e não seria capaz de controlar os nossos. Não era à toa que Jane me transformou quando era maior de idade, mas... então por que ela esta fazendo isto? Para quê transformar uma garota nova, se comigo ela esperou um tempo? É claro, pensei, a resposta é óbvia, ela não vai querer esperar mais tempo para transformar a menina “especial”, uma menina que mal conhecemos e ela se diz “especial”. Fico pensando o que Guild disse a ela... não sei o que eu vou dizê-la. Que não vou matá-la e sim transformá-la em uma criatura da noite? Legal, gostaria deste incentivo. Eu lembro de como foi que Jane me transformou, mas acho que vou estar nervosa para usar meus poderes nela, e eu acho que não tenho responsabilidade de “adotar” uma menina, pois Jane quer que eu cuide desta garota, mas vampiros são impossíveis de cuidar, vou ajudá-la a ir para o caminho certo, mas depende dela se ela vai escolher ou não. Não sei como é um vampiro jovem, com uma vampira que não esta tão confiante.

            Fiquei muito tempo discutindo comigo mesma, falando coisas sem sentido, e acabei perdendo a noção do tempo. Não percebi que o crepúsculo se fora, e nem senti a brisa da noite silenciosa adentrando pela minha janela. Apenas percebi tudo isso, quando ouvi o som leve na minha porta, mas conseguia ouvir, pelo fato dos sentidos afiados...

            - Ela já esta aqui, desça em 2 minutos, no maximo. – ouvi alguém falar, e percebi que não era a voz de Leticia e sim de Lucy. Então realmente ela já estava aqui. Senti uma sensação estranha, ou era psicológica? Mas, senti um frio bater no meu estomago, de medo e ansiedade de ver a garota, que eu iria transformar. Não estava mais tão impaciente, com ódio ou com muito medo, uma hora, mais cedo ou mais tarde, teria que fazer isto, mas acho que não gostaria que fosse mais cedo...

            Levantei da cama macia, e não parei para pensar: fui direto para porta, e meio que corri graciosamente para onde estavam os outros, a menina estava lá, olhando admirada em volta e, é claro, não percebeu que eu já estava lá em menos de um segundo, e quando ela olhou para o lugar que estava vazio, os olhos delas ficaram espantados e ao mesmo tempo admirados, sua boca ficou levemente aberta quando me viu diante à ela.

            E eu olhei para ela – e paralisei.

            Ela era bonita, cabelos ruivos, olhos verdes e a pele pálida, a boca fina mas delicada, e sua pele era macia e eu conseguia ver suas veias por baixo da pele sem eu precisar me concentrar muito, e... Tirando isto, eu não estava paralisada pelo sangue e nem pela sua beleza física, e sim pela semelhança entre ela e a pequena Jasmine, minha irmã que morreu com os meus pais. Ela tinha a mesma coloração da pele, os mesmo olhos e a mesma delicadeza nos lábios. Mas, eram apenas semelhantes e não iguais. Ela era mais velha que ela, e os olhos eram mais audaciosa e aventureira, já em Jasmine era um olhar meigo e carinhoso, os cabelos dela eram mais claros do que de Jasmine e a pele era mais bronzeada do que dela também. Eu recuperei minha postura em cinco segundos, depois de analisar a humana, mas Jane havia percebido.

            - Esta é Laura, Tanya. – disse Jane, sorridente – Vocês tem trabalhos à fazer.

            Olhei para ela, mas tão cedo?, tentei mandar a informação mentalmente e vi que ela recebeu pois ela me olhou e me mandou de volta: Quanto antes, melhor. E eu concordava com ela, queria fazer aquilo logo.

            - Ok. – disse no meio de um suspiro e olhei para os olhos verdes da garota, que agora a expressão estava confusa, e pensei O que Guild disse à ela? – Me siga, Laura.

            Tive que me controlar para não aumentar o passo, tinha que dar passos leves mas lentos, com a habilidade vampiresca andava graciosamente até correndo. Quando chegamos no meu quarto depois de cinco minutos, eu abri a porta para ela e ela entrou pouco confiante.

            - Queria saber... – começou ela.

            - O que Guild disse à você? – eu perguntei, e sem me conter entrei na mente dela, e o final da pergunta estava para completar: ...como eu vou terminar o trato?, que trato?, perguntei a mim mesma.

            - Nada. – disse ela. Não sei realmente se eu posso falar, era nosso trato e não dessa louca, senti um rosnado subir pela minha garganta e parecia que a menina ouviu pois ela levantou a cabeça para mim, só queria saber quando vai começar, quero morrer, não agüento esta vida!Esta vida injusta, como seria que minha vida acabaria? Hmmm, então ele disse de morte, típico, pensei.

            - Bem, tenho que terminar o trato. – eu falei, e me virei, ficando de costas para ela e sentindo a confusão dela. O que eu faço agora, inferno?Ataco ela? Mais fácil. Percebi que ela iria falar então levantei a cabeça e disparei para ela, segurando-a em um abraço de ferro e levantando uma mão inclinei seu pescoço branco e vi suas veias verdes e azuis pulsando rápido, com o ritmo dos batimentos vi o sangue vermelho por baixo das veias e rápido de mais de ela fazer qual quer movimento, penetrei minhas presas afiadas na carne e encontrando a corrente sanguínea, o sangue dela estava quente e jorrou em minha boca, e eu engoli todo o liquido doce, comecei a sugar o sangue quando ela começou a ficar mais fraca e deixei o necessário para ela ficar viva, afastei o pescoço dela de minha boca e arrastei o corpo mole para a cama, o sangramento continuava aberto, e o sangue brilhava nos meus olhos demoníacos. Levantei o meu próprio pulso e mordi, duas pequenas cicatrizes apareceram, mas começaram a jorrar muito sangue, abri a boca da menina e coloquei meu pulso entre os lábios dela, ela piscou os olhos quando sentiu o sangue tocar a língua dela e agarrou meu pulso, sugando o meu sangue. Quando ela bebeu mais ou menos 3, quase 5 litros de sangue, ela largou meu pulso, que depois de alguns segundos, cicatrizou. Ela começou a se contorcer de dor, sua cicatriz no pescoço já se fora, ela começou a gritar e seu rosto se contorceu em pura dor física. Enquanto ela gritava, sentei-me em uma cadeira, não tinha sido tão difícil.

            Passei a língua entre os lábios e percebi que havia sangue seco, olhei para baixo e vi que o sangue tinha escorrido pelo meu queixo e parado em meu tórax. Pelo menos não chegou à roupa. Depois de ter me lavado, olhei para a menina, que tinha parado de se contorcer. Um minuto depois ela abriu os olhos, e não estavam verdes, bem, não só verde, sua íris estava em um verde escuro, frio e pequeno, a pupila estava contraída e em volta, a córnea, estavam vermelhos, as veias dos olhos vermelhas e tão juntas que faziam uma coloração só: sangue, vermelho sangue. Ela estava com a boca aberta e as presas afiadas e pequenas estavam quase expostas, os lábios dela estavam secos e trincados. Ela fitava a parede, depois olhou para mim com os olhos de demônio, famintos.

            - Estou faminta. – ela reclamou para mim.

            - Bem vinda ao Clube. – eu disse, irônica.

 


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