Deviations escrita por Moonpierre


Capítulo 11
Lysandre....o que você diz?




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Sentado no porão, meu coração estava pulando do peito, o que Lysandre diria? Por que eu havia admitido? Não tinha que ter aberto a boca! Se ele não gostasse de mim as coisas iriam ficar estranhas por algum tempo... suspirei, não devia ter feito essa confissão.

–Mas agora entendo sua reação - ele sussurrou, chegando perto do meu ouvido.

–Entende? - gaguejo.

Parecia um adolescente apaixonado, exceto que era um adolescente apaixonado.

–Sim - Lysandre passou sua bochecha na minha - ainda bem que admitiu... - fitou meus olhos.

Não estava entendendo mais nada, ele gostava de mim? Acredito que ele percebeu meu olhar confuso.

–Sabe aquela garota... Castiel? Posso dizer que foi um experimento, igual aquele que você fez com aquele cara....- pude notar uma pontada de ciúmes na sua voz - só consigo beijar mulheres quando estou muito bêbado, do contrário...

Sorri.

–Sempre gostei de você - ele continuou, passando seus dedos pelo meu cabelo - só que nunca tive coragem de admitir.

Me lembrei de uma coisa.

–Por que escrevia no seu bloco de notas direcionado a mulheres?

–Porque... bem.... se eu escrevesse "ele" ao invés de "ela" você iria saber que eu sou gay, e naquele tempo achava que era homofóbico.

Por que ele achava isso? Acredito que percebeu meu olhar de curiosidade e respondeu:

–Titanic, você disse que era coisa de "viado", além de outra situações...-respondeu.

Silêncio, não tinha ideia que passava essa impressão.

–Todas aquelas poesias foram feitas para você. - ele corou.

–Sou sua musa inspiradora? - brinquei, eu não era eu se não fizesse uma zoaçãozinha básica.

–Eu te amo Castiel. - sorriu.

–Então por que ainda não me beijou?

–Esperava que você fizesse isso - maliciou - de língua.

–Por que não avisou antes Lysandre? Você é muito esquecido.

Me aproximei devagar o provocando, ele prendia a respiração, fui direto para o lóbulo da orelha, dando uma mordidinha, ouvi um gemido baixo e contido.

–Se você se excitar assim Lysandre, serei obrigado a fazer muito mais do que um beijo - respondi, sorrindo, deslizando uma mão por sua coxa.

Ele corou, e comecei a beijar sua bochecha indo para perto de seus lábios e queixo, simplesmente porquê gostava de provocá-lo, desci para seu pescoço, fiz um pouco de pressão e deixei por lá uma marca.

–Agora você é meu - semicerrei os olhos, subindo novamente.

–Me beija logo! - ele disse.

Minha mão subia e descia suas costas.

–Além de esquecido você é apressado Lysandre? Tudo a seu tempo.

Beijei perto de seus lábios novamente, e desta vez dei-lhe um selinho enquanto passava a língua pelos seus lábios, ele abriu a boca rapidamente e finalmente fiz o que ele me pediu: dei-lhe um beijo de língua.

Foi rápido, foi molhado, foi intenso, foi apaixonado.

Ouvi um sussurro no meu ouvido:

–Não pare!

–Não irei.

O sinal bateu, devíamos estar em sala de aula, não quero ir - Lysandre estava com muita vontade de me beijar, retribuindo o que eu havia feito.

Tenho a impressão errônea que passamos duas horas nos amassos lá no porão (ainda bem que ninguém entrou). Como seria agora, depois disso? Depois desse beijo?

–Estamos namorando - sussurrou no meu ouvido depois de um beijo espetacular.

–Sim.

Engoli em seco.

–Como vai ser...? - perguntei.

Ele olhou diretamente nos meus olhos.

–Como vai ser o que?

–Você sabe que não poderemos... expressar.... em público.... o que sentimos - dizia pausadamente, como medo de ofendê-lo ou parecer um covarde - eles... vão nos zoar... e tratar mal.

–Castiel! Estamos no século vinte e um! Por favor! Sei que aqui existem diversos imbecis e aqui incluo a Ambre, contudo, o amor é algo que deve ser expresso, do qual não devemos nos envergonhar. - respondeu um pouco irritado.

Observei os cadarços de meu tênis, chateado, eu não tinha vergonha dele nem nada, é que só, bem, só sentia medo.

–Você não tem que se preocupar - Lysandre afirmou, passando a mão em meu cabelo novamente - vou cuidar de você.

Sorri, eu não precisava que ninguém cuidasse de mim, entretanto gostava desse carinho.

–Daqui a um tempo ninguém vai ligar que estamos namorando, você vai ver, as pessoas sempre encontram coisas melhores para notar.

É, talvez, pousei meus lábios nos dele dando-lhe um selinho.

–Tudo bem, eu aceito seu pedido de namoro.

–Quem disse que eu pedi? Afirmei que estávamos namorando, já que você parece querer tanto quanto eu...

Nos abraçamos, felizes, e foi assim que nossa história começou, suspirei, acho que tive sorte, não acho, tenho certeza que tive.

Olhei para Lysandre novamente:

–Vamos sair daqui antes que o povo ache que estamos fazendo algo mais? - indaguei, caso não tenha entendido esse "algo mais" era sexo.

Vi as bochechas dele corarem.

–Claro. - sussurrou.

–Adoro te ver com vergonha - maliciei - você tem que se controlar Lysandre, esse teu descontrole me descontrola.

–Querendo fazer poesia agora?

–Você me acha poético? Posso criar uma letra de música para você - ri - ela vai ser bem romântica... e bem suja.

Corou novamente.

–Estou brincando! - beijei seus lábios - ou talvez não.

Assim saímos do porão, um sorriso transpareceu em meu rosto. Eu amo Lysandre. Eu beijei Lysandre. Eu namoro Lysandre - esses pensamentos não paravam de passar pela minha cabeça.

Eu amo Lysandre.


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