Hatiora gaertneri escrita por Jem Doe


Capítulo 2
Ii


Notas iniciais do capítulo

o próximo "capítulo" sai na segunda q vem mas em uma fanfic separada. obg por ler



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– Tudo bem, deixa eu ver se eu entendi. Essa aqui pode ser regada apenas uma vez por semana? - Izzy perguntou, unhas bem manicuradas apontando para o rascunho apressado de um cacto que Clary havia feito para ilustrar melhor. A garota ruiva estava jogando um jogo perigoso, porquê ela sabia que se Izzy voltasse algumas páginas, ela encontraria os rascunhos que Clary havia feito dela.

Clary apenas assentiu, tomando um gole de seu café, evitando notar como o vestido vermelho da garota de cabelos negros combinava bem com a pele dela e quão bom era o perfume dela. Aquilo seria lavanda que ela sentia?

– É, é por isso que a sua está meio marrom. Talvez as raízes apodreceram? - Clary se perguntou, e o olhar de horror escrito no rosto de Izzy respondeu tudo. - Certo, isso não é nada bom?

– Terrível. Ugh, o Alec vai arrastar isso até o túmulo. - Ela gemeu, e Clary podia entender. O melhor amigo dela havia feito graça da mesmíssima coisa, até o irmão dela decidir ensinar a Clary cuidado de plantas. -Eu sabia que tinha algo no meio quando ele me deu aquelas.

– Ainda tem uma chance de salvar elas. - Clary replicou, apontando para uma informação escrita em letra redonda. - Aparentemente, ainda deve ter um pouco de planta que se pode salvar ali. Você só precisa de outro vaso, melhor drenagem, e talvez não regar ela por um tempo. Daí, talvez ela não morra.

Os olhos de Izzy brilharam como estrelas, e a garota de cabelos negros colocou as mãos nos ombros de Clary, o cheiro de lavanda preenchendo os sentidos da garota ruiva.

– Eu juro, eu poderia te beijar agora! Muito obrigada, Clary! - Izzy falou, e Clary corou, se levantando e deixando Izzy confusa. Ela precisou de um momento par se lembrar que a garota em frente a ela era provavelmente hétero.

– Er, já venho. - Clary tentou, indo para o banheiro, mas Izzy pegou no pulso dela antes que ela pudesse se afastar.

– Posso olhar seu caderno? É um caderno de rascunhos, certo? - Clary apenas assentiu a pergunta, e Izzy sorriu, soltando o pulso de Clary e agradecendo.

Clary só se lembrou dos desenhos que ela havia feito de Izzy quando provavelmente era tarde demais, enquanto ela secava as mãos, e Clary entrou em absoluto pânico.

Ela provavelmente havia arruinado tudo, não? Talvez ela devesse viver o resto de seus dias no banheiro. Ela sempre podia dar escapadelas para ir comer algo e voltar.

Clary respirou fundo. Ela podia fazer aquilo. Talvez Izzy não tivesse visto. Talvez o sol se levantasse no oeste e se posse no leste. Ela talvez tivesse alguma chance minúscula de sair daquilo com a dignidade intacta.

Clary respirou fundo e se preparou para o que viria a seguir, saindo do banheiro como se não houvesse nada de errado. Ela podia sonhar.

No fim, ela encontrou Izzy olhando um dos desenhos do gato do vizinho, um sorriso nos lábios, e Clary mordeu um suspiro. Ela não havia visto. Ótimo.

– Então, o que você acha? - Clary perguntou, tomando um gole experimental de seu café. Izzy sorriu.

– É ótimo! Eu adorei como você desenhou o gato, mas devo admitir que eu acho que você deveria completar o desenho de mim. - Ela disse, e Clary engasgou em seu café morno, olhando para ela com olhos arregalados. - Então, já que você vai precisar da modelo para terminar, eu tomei a liberdade de escrever meu número na contracapa. Desculpa pela liberdade.

– Não, não, tudo bem. - Clary disse, voz rouca. Ela podia sentir o rosto esquentando. - Você não se importa que eu desenhei você?

Izzy simplesmente sorriu.

– É claro que eu me importo, mas é bonito, você é uma graça, e além disso, me ajudou com as minhas plantas, então sem problemas. Mas não faz mais isso, sim? Você tem meu número agora, não precisa ficar mais na varanda. - Izzy pausou, tomou um gole de seu café, e voltou a falar. - Mas talvez você devesse, eu gosto de ver o seu rostinho bonito. Agora, uma pergunta, você se importaria se eu te beijasse?

Isso era alguma pegadinha? O estúpido irmão mais velho dela estava pregando alguma peça nela junto de Simon? Aonde o chão havia ido? A cabeça dela deveria estar tão vazia?

– Não? - Ela começou, e piscou rapidamente, tentando elaborar. - Não, eu não me importaria.

Izzy sorriu de maneira predatória, e se inclinou para frente de Clary, indo beijar ela e provavelmente fazer as sete trombetas do apocalipse tocarem porque Clary ia efetivamente morrer.

Mas então ela não o fez, se levantando e arrumando seu vestido vermelho.

– Foi legal sair com você, Clary, mas eu tenho de ir. Eu tenho certeza que a gente pode continuar aonde paramos se você me ligar. - Izzy disse, beijando a bochecha de Clary levemente. - Me liga. Eu adoraria ver seu desenho completo.

E com aquilo, ela se foi em um furacão de tecido vermelho e lavanda, deixando Clary para trás. Ela foi olhar a contracapa do caderno, e de fato encontrou um número de telefone rabiscado ali.

Ela tocou no lugar aonde Izzy havia a beijado e sorriu.


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