Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 36
Capitulo 36


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Todos bem? Espero que sim. Então sobre o BÔNUS. eu conversei aqui e ali e pensei um pouco e decidi. Tem muita gente que não acompanha o Bônus, só lê mesmo com os zumbis. então para não correr com o bônus e não contar com detalhes como eu gosto deixei para o fim, assim nao fico presa escrevendo rápido e posso fazer um bônus bem caprichado para quem gosta. Por isso vamos direto para a história que pretendo contar a partir de agora. É como um novo arco. Vamos ver se gostam.



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   Pov – Hannah

   Me sento diante de Maggie, encaramos o relatório de tudo que temos para comer. Com o número de moradores e a plantação ainda no inicio isso não dura mais que uma semana. Ela suspira tocando a barriga. Se encosta na cadeira e me encara séria.

   ─Não dá mais para fugir Hannah. Um grupo precisa ir em busca de suprimentos.

   ─Eu sei. A verdade é que mesmo que encontrem algo, não vai ser o bastante. Acho que é preciso duas frentes. Direções opostos, precisamos de muito. Não vamos produzir nada em pelo menos um mês.

   ─Sem a besta Daryl perdeu o interesse em caçar, além disso não tem muitos animais por aí. Esses malditos estão destruindo tudo. Essa fome sem fim deles.

   ─Não é menor que a nossa. – Maggie concorda. – Mas Alexandria fica desprotegida se grupos grandes saírem.

   ─Grupos pequenos então. Distâncias menores. – Balanço a cabeça concordando. – Acho que Rick e Daryl podem coordenar isso.

   ─Vou pedir ao Daryl. Sem isso não podemos montar a escala de vigia da semana.

   Maggie me sorri. Não sei como fomos assumindo mais e mais responsabilidades e no fim cuidamos de tudo em Alexandria. As pessoas nos procuram sobre tudo que acontece aqui. Como se dependessem de nossas decisões sobre todas as coisas.

   ─Sempre me pergunto como acabamos com tanta responsabilidade.

   ─Maggie eu acho que é sobre a nossa diplomacia. Rick anda impaciente, Carol nem se fala e Daryl jamais soube o que é isso. – Ela ri. – Como você está?

   ─Bem. Tento fazer as contas para saber quanto tempo, mas não consigo. Denise acha que não tem dois meses ainda. Por que não tenho barriga e os enjoos acabam comigo pela manhã. Glenn é que sofre coitado. Beth está se desdobrando para me ajudar. Ter minha irmã comigo foi o maior de todos os presentes que podia receber e devo isso ao Daryl.

   ─Ele fez por ela Maggie. Eu sinto o quanto gosta dela. Não deve nada a ele. Agora que conheço Beth entendo por que ele arriscou tanto.

   ─Hannah acho que não pode ir com Daryl. Eu tenho medo de ficar sozinha em Alexandria. Não dou conta de coordenar tudo enquanto estiver fora.

   ─Maggie. – Eu quase gemo. Me recosto também em minha cadeira. – Não sei como se acostuma a se separar do Glenn eu morro de medo de me perder de novo do Daryl.

   ─Não me acostumo Hannah. Não me acostumo com nada nessa droga de fim do mundo, eu apenas aceito e me adapto. Que outro jeito existe de viver?

   ─Nenhum outro. Talvez ele possa ir e voltar no mesmo dia. Temos combustível, uma viagem curta de carro. Uma noite sem ele me apavora. Brook também sofreria.

   ─Acho que todos deviam tentar uma primeira vez assim. Ir e voltar. Se nada for encontrado então algo mais distante.

   ─Temos inimigos Maggie. Tenho sentido isso.

   ─Eu penso que deve ter havido um grupo, esses lobos ou além deles, não sei, mas se contabilizarmos as mortes acho que se extinguiram.

   ─Sinto o perigo, como nunca senti antes, agora que aprendemos a lidar com os mortos eu acho que os vivos são nosso maior desafio. Somos pouco mais de trinta sobreviventes, todos capazes de sobreviver aos zumbis. Muito mais gente como nós conseguiu. Então meu medo é onde estão e que tipo de pessoas se tornaram.

   ─Hannah talvez esteja muito pessimista. Não estamos exatamente escondidos, se alguém, um grupo estivesse nas redondezas já teria nos encontrado.

   ─Tomara que tenha razão Maggie. Odeio sentir tanto medo. – Fico de pé. – Vou procurar o Rick e o Daryl. Ver o que eles conseguem organizar.

   ─Está certo. Hoje não dá mais tempo, mas podem ir pela manhã.

   Aceno deixando a sala. Maggie se mudou para casa de Deanna, usamos o escritório dela como nosso posto. É onde nos procuram, onde nos reunimos. A administração de Alexandria acontece ali.

   Passo por padre Gabriel. Ele me acena com um sorriso simples, está aí um homem que mudou. Ele se colocou a disposição do caos, depois de tudo que fez, depois do modo como se escondeu e sofreu com seus dilemas Padre Gabriel simplesmente entendeu e está disposto. Podemos contar com ele.

   Morgan treina com seu bastão num pequeno jardim. Com ele as coisas são diferentes. Morgan não aceita o apocalipse, não conversei com ele o bastante, sei das conversas que ele tem aqui e ali. De sua pregação por paz e dialogo.

   Entendo sua busca por humanidade, só não acho que de algum resultado. Ele deixou que os lobos saíssem vivos daqui e eles quase mataram Rick lá fora. Um deles ficou e manteve Denise como refém, se sacrificou por ela, mas isso foi depois de coloca-la em risco.

   Esse ciclo é confuso e se parar para pensar não chegamos a qualquer decisão. As coisas são como são. Cada decisão que tomamos nos trouxeram nesse ponto, se estaríamos melhor ou pior nunca vamos saber.

   Rick caminha em minha direção com Mich ao seu lado, ela carrega Judith no colo e os dois sorriem. Me pergunto quando vão assumir os sentimentos que tem um pelo outro.

   Jessie se foi há algumas semanas, o que Rick e ela começaram não era assim especial, não tinha a cumplicidade que Mich e Rick tem, não era baseada no respeito, acho que era apenas desejo.

  Me sinto um tanto ridícula confabulando sobre os sentimentos alheios, sorrio com a ideia. O futuro casal para diante de mim.

   ─Rindo sozinha. As coisas vão muito bem! – Mich brinca e balanço a cabeça negando.

   ─A última coisa que devia estar fazendo é rir. As coisas não vão bem. – Os dois trocam um olhar. – Nem tão mal assim. – Aviso quando sinto a preocupação dos dois.

   ─O que? – Rick questiona.

   ─Suprimentos Rick. Precisa se reunir com Daryl, não dura mais que uma semana. Mesmo economizando como estamos. Temos crianças, uma gravida, idosos, não podemos diminuir tanto assim a alimentação.

   ─Carol tem criado receitas maravilhosas. – Mich me lembra.

   ─Acredite, sem isso já estaríamos sem comida há dias, ela distribui, ensina as mulheres, mas não é o bastante.

   ─Daryl acaba de ir para sua casa. Vou com você e montamos um esquema.

   Odeio ter que concordar com isso, mas que outra escolha temos? Isso é sobre Brook também, sobre as necessidades dela.

   ─Vou pegar a Brook e encontro vocês lá. – Estico o mapa enrolado em forma de canudo que carrego na mão. – Leve o mapa da região.

   Nos separamos. Brook está com a senhora Riggs, ela foi professora primaria por quase trinta anos e está ensinando um pouco as crianças todas as tardes, é bom que minha menina aprenda, além disso ela fica ocupada e eu com tempo de me envolver mais no trabalho de manter Alexandria de pé.

   Brook caminha para mim carregando uma folha verde em forma de copo. Aceno para a senhora Riggs em gratidão. Depois começamos a caminhar.

   ─Olha tia Hannah. Sabe o que é isso?

   ─Uma folha?

   ─Sim tia. – Ela ri. – Mas sabe para que serve? Hoje a senhora Riggs nos ensinou a fazer isso. É um copo, e se ficarmos na floresta dá para usar para juntas agua de chuva ou pegar agua no rio. É importante, não é?

   ─Muito. Aprendemos sobre fotossíntese e ela também ensinou umas coisas sobre a floresta. Ela junta todas as coisas e aprendemos bem fácil.

   ─Que bom.

   ─Carol levou biscoitos para a gente e a senhor Riggs fez chá. Sabe que se precisar eu aprendi direitinho uma planta que faz chá?

   ─Parabéns.

   ─Água ferve a cem graus. Aprendi isso também.

   Gosto do jeito que a senhora Riggs os ensina, com exemplos de coisas praticas, coisas que eles podem e vão usar em seu dia a dia no apocalipse.

   ─Estou com uma saudade de abraçar a Lyn. – Ela até suspira enquanto subimos os degraus de casa.

   ─Já disse que pode leva-la.

   ─Vão me chamar de criancinha tia Hannah.

   ─Ah! Claro e já é adulta! – Ela faz careta enquanto abre a porta, vê Daryl e corre para ele. Abraça e beija seu rosto, sorri para Rick.

   ─Oi tio. Oi Rick.

   ─Olá pequena!

   ─Vou lá no meu quarto ver a Lyn, depois eu volto. – Ela corre escada acima, olho para Daryl.

   ─A casa está segura. Olhei tudo quando cheguei.

   ─Ainda fazem isso? – Rick questiona.

   ─Você não faz? – Ele ri. Balança a cabeça.

   ─Faço, mas tento ser discreto para não parecer paranoico.

   ─Somos paranoicos Rick, não tem como não ser. – Daryl o lembra e ele afirma, os dois se dobram mais uma vez sobre o mapa aberto na mesinha de centro.

   ─O que decidiram? Eu não quero que fiquem fora muito tempo.

   ─Sim senhora presidente! – Rick brinca.

   ─É sério. Maggie está gravida e tenho medo de precisar de vocês e estarem fora. Glenn acho que deve ficar, mas Abe pode sair com Sasha. Quem sabe fazem dois grupos.

   ─Aqueles dois estão sempre prontos. Posso ir com o Daryl e eles juntos. Voltamos ao anoitecer com ou sem suprimentos.

   ─Isso Rick. Com ou sem. Ouviu Daryl?

   ─Ouvi. Entende que se não encontrarmos nada vamos ter que arriscar mais longe?

   Daryl me questiona. Eu respiro fundo um momento, eu sei que sim, mas isso não faz parecer melhor.

   ─Se tiver que ir mais longe então vamos num grupo definido, com tudo preparado.

   ─Bom. Então saímos quando clarear. Fico com o mapa, vou atrás do Abe e combinar tudo com ele.

   Rick enrola o mapa e caminha para porta. Quando ficamos sozinhos Daryl me abraça.

   ─Hannah. Precisa controlar um pouco esse medo.

   ─É difícil. Eu odeio a ideia que está lá fora sem mim, não ligo para os riscos, só que queria enfrenta-los com você.

   ─Acha que não sei disso? Só que precisam de você aqui e eu sei que entende isso, essas pessoas precisam da sua força e determinação. Por você elas estão seguindo em frente Hannah.

   ─Promete que vai se proteger, que não vai arriscar nada. Promete?

   ─Prometo ser tão atento quanto sempre fui e um pouco menos imprudente, mas é essa imprudência que me salva vez por outra, meus instintos. – Ele sorri e me puxa para me beija. Não quero fazer mais nada, só ficar ali beijando ele até a hora de vê-lo partir.

   ─Brook deve estar com fome Hannah.

   ─Carol fez biscoitos para ela. Quero ficar nos seus braços Daryl. Para sempre. Tenho medo.

   ─Essa é a mulher forte que dirige Alexandria?

   ─Shiu! Ninguém precisa saber que sou uma boba covarde, eu finjo bem. Aqui sou a sua mulher e tenho medo de perder você.

   Daryl ri, me puxa com ele me deitando em seu peito no sofá. Ficamos ali trocando beijos, rindo, sussurrando, sendo carinhosos um com o outro. Os passinhos de Brook na escada nos fazem sorrir, esperamos que se aproxime.

   ─Já começaram. Só ficam beijando toda hora em? Ninguém vai me mandar tomar banho não? Nem mandar eu jantar?

   ─Culpa da sua tia, ela que está em cima de mim! – Daryl se defende.

   ─Nada disso Brook, olha os braços dele me prendendo. Ele que está me segurando aqui. – Ela balança a cabeça em negação, caminha até nós dois. Tira as mãos de Daryl de minha cintura.

   ─Ajudo vocês. Vem tia. – Ela me segura a mão e finjo fazer força para levantar. – Pronto.

   ─Obrigada meu amor. Agora cuida do seu tio enquanto acho algo para comermos, depois banho e dormir.

   Deixo os dois na sala, cozinhar nesse novo mundo requer mais que talento, é preciso imaginação. Faço um tipo de mexido, alguns temperos dão sabor a quase tudo e mesmo que parece sempre a mesma coisa o que importa é termos o que comer.

   Depois do jantar e de colocar Brook na cama eu e Daryl vamos para nosso cantinho. Os momentos que temos juntos fazem meus dias valerem a pena. Os braços de Daryl são o combustível que me alimenta quando estamos separados.

   Adormeço colada a ele. Com medo dele partir sem que eu perceba e odiaria não me despedir.

   Preparo dois sanduiches e coloco junto com duas maçãs na mochila que ele leva. Daryl beija Brook.

   ─Se comporta Brooklyn. Volto quando anoitecer.

   ─Tio você promete? Eu tenho saudade se demora muito, você lembra que eu fiquei um tempão sem tio? – Fico triste quando ela o lembra do tempo que estivemos sozinhas, sofremos tanto, as coisas são tão diferentes agora, ela liga as mudanças a chegada dele, o que é a mais pura verdade, então para Brook ficar sem o tio significa voltar ao tempo em que éramos nada além de peso morto.

   ─Eu volto, não se preocupe. – Ele fica chateado quando ela diz isso, por que se sente culpado por nunca ter nos procurado quando deixamos a cidade depois da morte de Charlie. Isso foi quase em outra vida, mas ele não esquece. – Te amo Hannah. Não faz loucura, não sai daqui de dentro. Me espera.

   ─Prometo! – Ele me beija e fico da varanda assistindo Daryl caminhar com sua mochila e um rifle no lugar da besta. Até eu sinto falta dela. Eles eram como uma coisa só.

   Pov – Daryl

   Vou procurar a bebida que Denise me pediu. Ela tem sido legal e está tentando cuidar de todos. A música me irrita. Está na cara que Rick faz de propósito, só pelo sorrisinho idiota que mantem no rosto eu já sei disso.

   A estrada está limpa. Sasha e Abe saíram ainda mais cedo, foram para o lado oposto. Vamos passando por fazendas abandonadas, estradas de terra que levantam poeira e o dia segue sem grandes problemas o que para mim já é sinal de confusão.

   ─O que acha? – Rick para o carro próximo a uma velha fazenda onde um deposito parece abandonado. Olho para ele dando de ombros.

   ─Vamos lá. – Digo abrindo a porta do carro. Descemos, depois de uma olhada pela região que parece livre de zumbis abrimos a porta. Um caminhão está parado lá. Troco um olhar com Rick.

   ─Esperança Daryl. – Ele brinca pegando a faca. Me aproximo das travas.

   ─Não está trancado. – O que deve significar que está vazio, ou é mais um tipo de armadilhas que aqueles lobos deixaram. Me arrepia lembrar. Morgan salvou minha vida e a de Aaron.

   Ergo a tampa e para minha total surpresa ele está carregado. Completamente carregado de tudo que se pode precisar. É como um milagre.

   ─Vamos deixar o carro e levar o caminhão, amanhã voltamos para pegar o carro.

   ─Acha que o caminhão vai funcionar Rick? – Ele sorri. Está que não cabe em si de esperança. Chega irrita um pouco e penso se essa coisa de Michonne que Hannah me disse não é a razão dessa leveza toda.

   ─Vai. Vou testar. – O cara está com sorte. O caminhão funciona. Pego uns chocolates antes de baixar a porta e travar o caminhão. Dou a volta e me sento ao lado dele. Seguimos de volta para casa. Vamos comendo chocolate, rindo feito dois idiotas, relaxados e tranquilos como se o apocalipse não fosse problema.

   ─Para ali um pouco Rick. – Peço num posto de gasolina. Lembro do pedido de Denise e decido tentar a máquina de refrigerante que está tombada no chão. Ela quer agradar Tara e não custa tentar. Devemos muito a ela.

   Uso uma corrente para tentar erguer quando vejo que não consigo. Rick não parece achar muito produtivo minha luta com a máquina e apenas assiste.

   ─Daryl isso é...

   ─Vou conseguir. – Aviso numa determinação estúpida. No meio do meu trabalho um homem salta entre nós, esbarra em Rick, apontamos nossas armas. Ele usa um lenço no rosto, ergue os braços em rendição. Não me convence.

   ─Melhor irem. Tem zumbis vindo. Estão a uns minutos daqui.

   ─Está sozinho? – Ele não parece estar nas ruas. Limpo e alimentado demais. Vem de algum lugar.

   ─Sim. Eu estou dizendo. Tem zumbis vindo. Melhor correrem.

   ─Como se chama? – Rick não pode simplesmente enfiar uma bala nesse maldito e seguir para casa?

   ─Paul, meus amigos me chamavam de Jesus. – Ele tira o lenço do rosto e os cabelos longos e a barba comprida dão sentido ao apelido.

   ─Está seguindo para onde?

   ─Só por aí. – Ele avisa.

   ─Já matou? – Não acredito que Rick vai tentar as três perguntas.

   ─Rick não! – Eu tentei e acabei ferrado.

   Um estrondo repetido de tiros nos chama atenção, nos viramos em busca do perigo, seguimos pela lateral do posto e quando nos damos conta são apenas festim explodindo em um latão.

   ─Maldito! – Quando nos voltamos o infeliz tinha levado o caminhão. Corremos. Feito dois idiotas seguindo as marcas dos pneus. Aquele infeliz não vai muito longe vamos pegar o carro e caça-lo. Não vou perder um caminhão de suprimentos para um maldito ladrãozinho.

   O caminhão está parado na estrada uns quilômetros depois. Estou sem fôlego, velho para isso, mas cheio de fúria. Arrancar o infeliz do carro e enfiar um soco naquela cara de santo é um grande prazer.

   Ele é bom, se envolve na briga e se não estivéssemos armados talvez até conseguisse fugir. Zumbis se aproximam. Disparamos e só então ele acredita que temos munição. Amarramos o babaca.

   ─Vai acabar se libertando em algum momento. Boa sorte.

   Devíamos ter atirado. Assim que ligamos o motor e ganhamos mais uma vez a estrada eu e Rick rimos. Que merda. Já fomos roubados e recuperamos o produto do roubo e estamos na metade do dia.

   No meio da estrada um barulho no teto do caminhão me chama atenção. O maldito está viajando no teto.

   ─Vou dar um jeito nisso. – Rick avisa antes de brecar num movimento brusco. O homem rola sobre o caminhão e cai na frente. Corre e não aguento deixa-lo ir. Odeio esse cara. Simples assim. Em mais uma imprudência eu salto e começo a persegui-lo.  – Daryl!

   Rick grita, mas não escuto, uns zumbis presos a um carro se libertam frenéticos com nossa presença. Rick vai cuidar deles enquanto corro atrás do idiota como se fossemos dois garotos brincando.

   Ele entra no caminhão eu o puxo pelo colarinho e o desgraçado aponta a minha arma para mim. É oficial, eu vou mata-lo.

   ─Abaixa! – Ele grita e me abaixo sem pensar muito, um zumbi cai logo atrás de mim. Pro inferno que não vou ser grato. O caminhão começa a descer quando com um soco eu o derrubo e ele solta o freio de mão.

   Puxo o infeliz do carro apagado e assisto sem alternativa o caminhão repleto de suprimentos afundar no lado. Rick para ao meu lado.

   ─Maldito. Vamos pegar o carro. Está perto.

   ─Não podemos deixa-lo aí.

   ─Podemos. Que se dane. Olhe o que ele fez? – Ok. Fui eu, fiquei maluco de raiva e acabei provocando isso, mas não vou admitir jamais.

   ─Ele vai morrer.

   ─Azar dele. – Rick me olha. – Certo. A gente coloca ele numa árvore.

   ─Daryl o cara é bom, se soltou eu não sei como, nos roubou e sei lá. Gente assim é melhor estar do nosso lado.

   ─Certo. Eu pego o carro e espera aqui. Por mim ele morre aí. – Saio reclamando enquanto caminho até o carro na fazendo uns quilômetros depois. Nunca mais essa merda de estrada vai acabar? O maldito queria nos roubar. Eu não consigo parar de reclamar e me sinto um velho.

   Pelo menos o carro está onde deixamos e dirijo de volta. Rick e eu o colocamos apagado no carro. Esse infeliz já devia ter acordado. Começo a acha-lo muito fraquinho.

   ─Vai atrás com ele. Se acordar ele vai tentar fugir.

   ─Rick se ele acordar e tentar fugir fique sabendo que mato ele. Estou sem paciência.

   ─Você sem paciência? Acho difícil. – Rick ri enquanto bato a porta me sentando ao lado do homem ainda apagado.

   É noite quando chegamos a Alexandria e nada dele acordar. Nem foi um soco assim tão forte. Colocamos ele em uma casa vazia, onde Rick ficou quando teve um ataque e Alexandria achou que ele era louco.

   Deixo dois homens de guarda e vou para casa ver Hannah. Que dia longo e infernal. Vê-la à minha espera na varanda faz tudo passar. Só de olhar para seu ar de alivio meu coração dança. Amo essa mulher. Subo os degraus e quando chego no ultimo ela me envolve o pescoço.

   ─Como foi?

   ─Não quero falar disso hoje. – Aviso antes de tomar seus lábios e beija-la para tudo voltar ao lugar e fazer sentido.


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Notas finais do capítulo

Na primeira fase, Hannah era uma garota frágil precisando ser salva e Daryl um cara cheio de traumas que precisa de amor.
Agora eles são um casal resolvido e forte que luta para sobreviver ao apocalipse e ajudar sua família a fazer o mesmo. Vamos ver que caminhos eles seguem.
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS