Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Espero que gostem. Obrigada.
Amanhã acho que consigo postar em A Exceção, tive uns problemas lá, mas já resolvi e vou tentar escrever um capitulo amanhã.



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   Pov – Hannah

   A pancada na cabeça o deixa confuso, não o sangue. Não foi tanto assim, eu não sou nenhuma expert mas não acho que aquele sangue foi o bastante para enfraquece-lo tanto. Abro as gavetas da sala do dentista, tem que ter qualquer coisa. Vou derrubando tudo a minha volta numa pressa desesperada.

   Gaze, álcool, algodão. Vou depositando tudo sobre o balcão. Agulhas, linha cirúrgica. Minha mão treme com a ideia. Encontro mais remédios, anestésico, eu posso fazer.

   Corro de volta para a sala. Assim que entro Daryl está apagado. Me ajoelho diante dele.

   ─Daryl! Daryl. -Eu o balanço, ele está atordoado, abre os olhos, mas logo volta a fecha-los. – Vou dar jeito nisso.

   Espalho tudo que consegui. A primeira coisa que faço é olhar o ferimento. É um longo corte, meus dedos tremem quando pego a tesoura para abrir um pouco o jeans. Encaro a agulha. Não é nada comum. Com atenção eu enfio a linha. Não é nem mesmo parecida com uma agulha comum.

   Olho para o torniquete feito com o cinto. Me dá medo soltar e o sangue jorrar. Decido deixar o cinto e costurar o ferimento.

   ─Eu não sei direito o que estou fazendo Daryl, mas eu preciso arriscar. ─ Abro um vidro com soro, jogo sobre o ferimento para lavar. Uso algodão para limpar. Minha mão treme tanto que não sei como vou costurar aquilo.

   Meus olhos úmidos pelas lágrimas me embaçam a visão. Respiro fundo. Puxo o ar com toda força para conter a tremedeira. Depois pego a agulha com a linha. Vou juntado a pele e passando a linha, tento pensar que é como costurar uma roupa.

   Dou graças por ele estar apagado. Com minha imperícia ele estaria urrando de dor. A cada vez que a agulha entra por sua pele e puxo a linha meu coração dói.

   São muitos pontos, não conto quantas vezes faço o trabalho. Quando acaba eu dou um nó na ponta. Cubro com gaze e fecho com esparadrapo. É o melhor que consegui. Quando chegarmos em Alexandria o médico pode dar uma olhada naquilo.

   Juntando coragem eu solto o torniquete e fico um momento a espera do sangue jorrar passando pelos pontos mal feitos. Não acontece. Suspiro aliviada. Fico de pé. Me aproximo dele em busca de olhar a cabeça, tem um pequeno corte superficial no topo da cabeça e um inchaço leve.

   ─Daryl. – Ele me olha atordoado ainda. – Me entende? Está me vendo bem?

   ─Sim. Só estou um pouco... Não sei. – Ele me empurra tentando sentar. Eu o impeço.

   ─Espera. Fica quieto um pouco. Tenta não dormir. Costurei sua perna. – Ele se move para olhar a perna e a bagunça a sua volta. Algodão sujo de sangue, linha, agulha, gaze.

   ─Fez uma cirurgia cerebral?

   ─Não, estava nervosa. Está com dor?

   ─Acho que não. Só minha cabeça. – Ele volta a se encostar. ─ Fiquei enjoado.

   ─Tem muita coisa boa na sala do dentista. Eu vou te deixar aqui e voltar lá para juntar tudo. Fica calmo. Vamos embora logo.

   ─Hannah. – Ele segura meu braço. – Acho que não consigo andar agora, matar zumbis, estou meio zonzo. Vai ter que aguentar aqui.

   Um fio de sangue começa a escorrer pelo lugar onde costurei. Não foi um bom trabalho. Engulo em seco. Não podemos esperar.

   ─Fica quietinho eu não demoro. Toma. – Entrego a ele um copo com água. – Bebe e descansa.

   Junto tudo que encontro espalhado pelo chão. Jogo na mochila. Volto a sala do dentista e faço o mesmo. Preciso de um saco de lixo preto para ajudar a juntar o restante. Encontro alguns em uma gaveta na cozinha. Volto para o consultório e termino o trabalho.

   Deixo a sala e caminho em direção a Daryl. Olho da porta sem fazer barulho. Ele está um tanto pálido, os olhos fechados, mas a respiração parece compassada. Desço as escadas por onde subimos com pressa. O saco preto e a mochila ficam ao lado da porta. Confiro a pistola e a munição. Coloco na cintura.

   O facão fica em minha mão quando a outra segue para a maçaneta. Um arrepio de medo percorre todo meu corpo, sinto tudo estremecer dos pés à cabeça. O que estou fazendo?

   A mão se afasta da maçaneta e olho para a escada. Devia subir e me sentar ao lado dele, esperar até que ele se recupere e então voltarmos para casa.

   Daryl pode piorar, o sangue ainda corre, mesmo sendo pouco. Além disso ele bateu a cabeça. Penso em Brook. No desespero que vai ficar quando se der conta que não chegamos. A noite vai cair e tudo vai ficar ainda mais difícil.

   Olho para a porta. É hora de ser forte. Aperto o facão, tem alguns carros pela rua. Basta que um funcione. Então posso pegar Daryl e voltar. Eu consigo. São poucos os zumbis. Meia dúzia deles, pelo menos era o que tinha pelas redondezas quando chegamos.

   Aprendi alguma coisa, fui treinada por ele e agora preciso usar isso para salva-lo. Tomo coragem. Minha mão treme quando toco a maçaneta mais uma vez, me proíbo de tremer. Abro com cuidado, primeiro uma pequena fresta.

   O que consigo ver é um zumbi parado do outro lado da rua, seu estado de decomposição é avançado e o deixa frágil, eu posso detê-lo. Abro a porta e antes de sair olho para todos os lados.

   O zumbi se volta em minha direção. Na esquina dois deles caminham, estão distantes. Fecho a porta e caminho para o primeiro carro. Chego junto com o zumbi. Passo o facão em sua cabeça com força, uma parte do cérebro voa para longe.

   Abro a porta de carro depois de me certificar que tudo está bem. Tem um corpo caído no banco do motorista. É quase um esqueleto. No topo da cabeça uma perfuração de bala.

   Puxo pelo tecido destruído da camisa. A roupa rasga e o corpo continua ali. Pendendo de um lado para outro. Respiro fundo, e toco aquela coisa retirando do carro.

   Quando ele cai no chão seus membros se separam. É nojento. A chave está no contato. Giro sem sucesso. Ergo a cabeça. Os dois zumbis agora muito mais perto. Tento outra vez. Nada.

   ─Droga! – Me afasto. Tem um carro uns metros à frente. Desvio dos dois zumbis. Mais de uma vez Daryl me disse para não gastar energia sem necessidade. Passo o braço pelo vidro sujo do carro. Está vazio. Abro a porta. Assim que me abaixo vejo os fios soltos.

   Alguém já tentou uma ligação direta sem sucesso. Tremo com a ideia de que não vou conseguir nada. Fico de pé. Um dos zumbis está quase ao meu lado. Enfio o facão do queixo ao topo da cabeça, empurro com a mão o corpo agora inerte libertando minha faca. Ele despenca num som abafado.

   Tem um carro no outro quarteirão. Está impecavelmente estacionado. Talvez esteja em bom estado. Quem sabe tenho sorte. Olho para os dois lados da rua. Conto os zumbis. Três apenas. Um muito perto. Os outros vindo distantes.

   ─Você consegue Hannah. – Me ponho a correr pelo centro da rua. Desviando de lixo, restos humanos e objetos pelo chão.

   Quando paro na esquina vejo um grupo de zumbis um quarteirão a distância. Dez, talvez mais. Titubeio um momento. Vou adiante e tento o carro ou volto e me escondo até Daryl ter condições de me ajudar.

   O rosto de Brook me toma a mente e sinto sua dor e saudade. Não vou parar agora. Eu consigo, tenho uns minutos até ser alcançada por eles.

   Quando chego ao carro um zumbi está no chão. Tem uma perna presa a roda. Eu me movo com cuidado e com o facão acerto o centro de sua testa. Não tem mais o asco dos primeiros zumbis a derrubar. Agora é só pressa de acabar logo com tudo.

   A porta está trancada. Forço duas vezes antes de me afastar. O tempo correndo, eu sei que logo os zumbis vão virar a rua. Fechar minha passagem de volta a Daryl. Um pouco a frente um pedaço de paralelepípedo solto da calçada me chama atenção. Eu corro até ele. Uso toda força que tenho para atira-lo no vidro, mesmo com medo do barulho trazer mais deles.

   O vidro estilhaça. Abro a porta. O carro vazio e praticamente limpo. Dou mais uma olhada para todos os lados. Tenho alguns minutos ainda. Me ajoelho no assoalho do carro, meio torta entre o banco e o volante. Puxo os fios. Uso a faca para solta-los mais. Começo a encostar um no outro tentando descobrir qual pode fazer o carro funcionar.

   Ainda ergo a cabeça. Os zumbis começam a virar a rua. Do outro lado mais três surgem. Minha respiração está pesada como se tivesse corrido uma maratona. Gotas de suor surgem em minha testa.

   Meus dedos tremem quando continuo a tentar. Como que milagroso o carro responde. O painel se acende e o motor ronca baixo. Me ergo. O primeiro zumbi surgia na porta, eu o empurro e me fecho no carro. Dois deles estão na frente do carro.

   Uma mão surge no vidro quebrado quando dou partida, atropelo sem piedade os corpos a frente. Tento ter sangue frio de não acelerar e sumir de uma vez. É bom afasta-los mais antes de correr para Daryl.

   Eles vão me seguindo. O número parece começar a aumentar conforme o carro vai seguindo pela rua. O marcador de combustível está pela metade. Acho que consigo afastá-los e voltar para pegar Daryl.

   Não estamos longe de Alexandria. Se o carro não falhar chegamos em segurança. Com o sangue fervendo e meu coração acelerado eu mantenho os zumbis em meu encalço por dois quarteirões.

   Quando me sinto mais segura acelero virando a direita. As ruas não estão tão vazias como Daryl acreditou. Vou dirigindo o mais rápido que posso e quando finalmente estaciono em frente ao prédio de escritórios meu coração começa a acalmar.

   Não tem zumbis a minha volta. Deixo o motor ligado. Salto do carro e corro para a porta. Quando a empurro apressada dou de cara com a besta de Daryl quase em minha testa.

   ─Daryl. – Dou quase um grito. Ele baixa a arma ainda pálido. Se apoia na parede sem forças.

   ─Que droga Hannah. – Eu o apoio. – Acordei e não estava... Hannah o que você fez?

   ─Vem. Achei um carro. Consegue andar?

   ─Como acha que cheguei aqui em baixo? – Ele esbraveja quando vamos saindo para a calçada. Eu o ajudo a sentar no banco do passageiro. Volto para pegar a mochila e o saco. – Onde vai Hannah? – Ele grita assombrado, eu estou frenética. Num surto de coragem que sei vai me deixar sem forças assim que tudo acabar. Quando volto carregando tudo ele tentava descer do carro. Atiro tudo sobre ele que fica atrapalhado, fecho a porta e dou a volta. Desvio de um zumbi que não sei de onde surgiu e fecho a porta. A mão da coisa ainda fica com os dedos presos na porta.

   O som dos ossos fracos se quebrando me causa asco. Um pequeno jato de sangue se espalha pelo vidro e meu rosto. Digo uma dúzia de palavrões mentalmente antes de acelerar mais uma vez.

   Depois de fazer o retorno e pegar o caminho da estrada começo a relaxar. Me dou ao luxo de olhar para Daryl. Ele me encara surpreso.

   ─O que diabos fez?

   ─Eu te deixei e fui em busca de um carro. Juntou uns zumbis e eu os despistei, então voltei para te pegar.

   ─De onde tirou que podia sair por aí sozinha? Tem ideia da tolice que fez? – Sinto sua raiva pulsar. Os olhos cintilam.

   ─Estou bem. Estamos indo para Alexandria. Como está?

   ─Irresponsável! – Ele me acusa. Me sinto tão feliz. Vitoriosa e forte que sorrio com seu pequeno ataque.

   ─Daryl estamos indo para casa. Eu consegui. Com o que me ensinou eu consegui.

   ─Brooklyn está lá. Se algo tivesse te acontecido. – Ele coloca a mão na cabeça. Deve estar com uma bela dor de cabeça e não para de gritar. – Acordei e pensei no pior. Saí correndo.

   ─Desculpe. Não teria me deixado sair Daryl. Eu precisava disso. Como está a perna? – Ele ergue a perna. Vê o curativo e me olha surpreso.

   ─Sei lá. O que fez? – Agora é a hora de admitir que costurei sua perna muito mal e que provavelmente alguém vai ter que refazer o trabalho e vai doer muito.

   ─Sabe Daryl eu estava bem apavorada com todo aquele sangue. Se lembra da sala do dentista?

   ─ O que fez Hannah?

   ─Costurei o corte. Eu sei que ainda está sangrando um pouco, mas foi o melhor que pude pensar.

   ─Costurou? Já fez isso antes?

   ─Muitas vezes. – Olho de lado para ele. Volto a atenção para a estrada limpa. – Costurei as roupas da Brook, ela é bem arteira.

   ─Podia ser pior. – Ele responde não muito confiante. – Olha para a estrada. Acendo o farol baixo.

   Reviro os olhos. O céu começa a escurecer. Daryl acha que não sei dirigir. Sempre tive carros grandes.

   Acendo o farol baixo e diminuo um pouco a velocidade, uns minutos depois pego uma estradinha de terra batida que vai nos levar aos portões de Alexandria.

   Daryl fecha os olhos. Se recosta no banco. Coloca a mão na cabeça, retira rápido.

   ─Doendo?

   ─Muito.

   ─Estamos chegando. – Ele me olha. Do nada sorri. Meu coração se expande com todo aquele carinho.

   ─É forte. Corajosa e linda. – A batida foi mesmo forte. Mexeu com seus miolos. Sorrio de volta. Meus olhos marejados.

   ─Obrigada.

   ─Obrigado por me salvar. – Ele coloca a mão no meu joelho. Sinto até vergonha de como isso me afeta. Acabamos de passar por toda essa tensão e um simples toque me deixa completamente consciente de nossos corpos.

   ─Sempre que precisar. Sabe como sou poderosa agora. Praticamente uma ninja matadora de zumbis.

   ─Está me dando medo. – Daryl diz surpreso, mas tem um ar divertido. A escuridão recai completa sobre nós quando paro em frente ao portão.

   ─O que eu faço? Buzino?

   ─Chega de zumbis por hoje Hannah, só dá farol.

   Logo o portão se abre e passo apressada. Spencer acena com um meio sorriso assustado antes de começar a fechar o portão. Só eu respondo, Daryl bufa irritado.

   ─Beth achou ele muito interessante, então não precisa bufar.

   ─Você está bem animada.

   Como não estaria? O que fiz hoje foi grande, ao menos para mim, pode ser que seja rotina para ele uma aventura como essa, mas eu passei a vida apocalíptica me escondendo, submetendo. Agora pela primeira vez me sinto dona de mim mesma.

   Estaciono em frente a enfermaria. Logo um burburinho começa e quando ajudo Daryl a descer apesar da sua resistência ficamos cercados.

   ─Daryl. O que aconteceu? – Rick questiona quando Daryl se solta de mim decidido a caminhar sozinho.

   ─Uma merda de armadilha imbecil atrás de uma porta.

   ─Eu disse para não abrir. – Aviso a ele que suspira.

   ─Pressentimento feminino não se ignora. – Carol sorri.

   ─Caçador! Tia! – A voz assustada de Brook surge em meio ao grupo. Ela empurra as pessoas e me dobro para recebe-la. Aos soluços Brook me abraça. Aspiro seu cheiro e tudo fica acomodado dentro de mim. – Pensei que tinha morrido.

   ─Estou bem meu amor.

   ─Caçador. – Ela se solta de mim. Daryl se dobra um pouco para afagar seu cabelo. Ela abraça suas pernas e sinto quando ele empalidece de dor.

   ─Estou bem Brooklyn. – Ele diz atrapalhado. – O doutor...

   ─Aqui. – O marido de Jessie surge na porta da enfermaria. Rick ajuda Daryl a subir alguns degraus, eu entro carregando Brook no colo. Os olhinhos dela estão inchados de tanto chorar.

   ─Tia Hannah ficou de noite e chorei. Não pode mais sair. A Beth disse que você estava chegando e chegando e nada. Eu fiz biscoitos com a Carol e o Sam. Sabe quem é o Sam?

   ─Sei. O filho do doutor. – O doutor ergue o olhar um momento, depois volta sua atenção para o trabalho de tirar o curativo. Quando olha a costura faz uma careta.

   ─Isso está bem mal feito.

   ─Sou melhor com roupas furadas doutor.

   ─Não posso discordar. Vamos ter que refazer isso. Se ficar assim a cicatriz não vai ser muito discreta.

   ─Esse é o único problema? – Daryl questiona. O médico confirma. – Então deixa assim.

   ─Ele bateu a cabeça doutor.

   ─Estou ótimo. Podemos ir. – Daryl tenta ficar de pé. O médico segura seu ombro.

   ─Calma. Vamos ver isso. – Ele examina a cabeça, os reflexos e por fim nos libera. Brook corre para ajudar Daryl a ficar de pé. Ele fica emocionado. Não consegue disfarçar muito que se emociona.

   ─Vamos pequenina?

   ─Sim caçador. Você está bem machucado coitado.

   Daryl segue direto para o quarto. Brook o tempo todo o ajudando, fico preparando algo para ele comer. Carol me ajuda.

   ─Hannah amanhã vamos conversar sobre o arsenal. Rick vai querer que o ouça. – Afirmo. – Precisamos estar prontos para qualquer coisa por aqui.

   ─Tudo bem Carol. Amanhã falamos. Vou levar essa bandeja para ele.

   ─Foi forte e fez o que tinha que fazer. – Ela segura meu pulso. – É o único meio de sobreviver Hannah.

   ─Eu sei. – Me afasto sem saber se toda aquela ânsia por viver e dominar é bom ou ruim. Por hoje o que me importa é estarmos sob um teto, seguros e juntos.

   Quando entro Brook está empenhada em ajudar Daryl. Puxa seus sapatos enquanto ele parece bem confuso com a ajuda sentado na cama.

   ─Prontinho. – Ela diz tirando também as meias. Daryl a observa com todo aquele carinho. Brook me vê com a bandeja. – Eu dou para ele tia. – Ela se apressa.

  Coloco sobre a cama. Brook o ajuda do jeito dela. Atrapalha mais que qualquer coisa. Depois de comer ele vai para o chuveiro. Aproveito para colocá-la na cama. Ela está falante e ansiosa. Depois do susto ficou elétrica. Assim que se ajeita abraçada a boneca Daryl sai do banho mancando um pouco.

   ─Vou fechar os pontos com gaze para dormir bem.

   Ele aceita o cuidado um tanto incomodado. Daryl não entende nada de carinho ele sempre cuida. Ser cuidado é algo que não o deixa confortável.

   Quando ele se deita eu vou tomar um banho e limpar o sangue seco de zumbi espalhado por meu corpo. Na volta do chuveiro Brook já dormia. Ele me observa escovar os cabelos e me deitar a seu lado.

   ─Beth disse que o closet daria um bom quarto para Brook.

   ─Disse Brook. – Sorrio ele nega com um movimento de cabeça. – Acho que seria bom ela ter um cantinho para ela. Posso pedir ajuda as senhoras para organizar isso. Você se importa? Seria só nós dois aqui. – Pergunto sem esconder o rubor.

    ─Quero isso. – Ele responde sem me olhar. O meu corpo mais uma vez reage. Seus olhos buscam os meus. – Acordar, procurar você por todas aquelas salas. Algo em mim morreu um pouco. Não brinque mais assim comigo Hannah. Não suporto a ideia.

   ─Me treina para ficar sozinha lá fora e agora me quer aqui dentro?

   ─Não tinha ideia do que estava fazendo. Estou orgulhoso, mas apavorado.

   Sua mão toca meu rosto. É um carinho desengonçado, mesmo assim me faz tão feliz. Seus lábios cobrem os meus. O beijo é longo e demorado. Tudo em mim vibra. Minhas mãos descem por seu peito. Sinto seu coração fora do ritmo como o meu.

   ─Brook precisa mesmo de um quarto. – Digo quando nos afastamos um momento. Ele afirma. Volta a me beijar e eu a corresponder.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS