Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Tive um problemão no trabalho, perdemos um monte de arquivos e estou super atrapalhada agora. Um tecnico está resolvendo enquanto isso fico meio sumindo, mas vou postando devagar e sempre. Desculpe.



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Pov – Hannah

   Daryl passa muito tempo do lado de fora. Revezando a segurança com alguns dos membros do grupo. Carol fica com ele usando o rádio sempre para monitorar os passos do grupo. Os dois são muito ligados, fico pensando se já tiveram alguma coisa.

   Isso não é coisa para ficar martelando. Ele me beijou, queria me beijar, não tenho nada que me sentir ameaçada.

   Seria bom termos um lugar com muros para viver. Imagino Brook correndo por um quintal sem que eu tenha medo de algo ruim acontecer. Desde que o mundo acabou ela nunca mais pode ser uma criança.

   Rir e brincar, não sentir medo como antes. A porta se abre e Carol e Daryl entram. Não parecem nada animados.

   ─Estão voltando. Não tem nada lá. – Carol avisa.

   ─Droga! – Rosita reclama. Fico triste com a notícia, decepcionada. Não dá nem tempo se sonhar, o mundo parece querer nos lembrar a cada mínimo acontecimento que é o fim.

   ─Todos estão bem? Falou com meu irmão? – Sasha pergunta. Imagino a preocupação, por um tempo ela achou que Tyreese estava morto, agora que se reencontraram deve ser muito difícil ficarem assim separados.

   ─Rick não disse nada. O clima não está nada bom. – Carol diz assustando a todos. Meus olhos procuram Daryl. Aquelas pessoas são muito importantes para eles. Perde-los, qualquer um deles, vai machuca-lo. – Eles chegam antes de anoitecer.

   É tudo que Carol diz antes de passar por todos nós e ir se sentar na cozinha. Estamos de novo sem rumo. Não temos mais uma vez nenhum foco além de nos mantermos respirando e isso destrói um pouco as esperanças de todos.

   Manter alguma esperança parece ser a grande luta interna de todos. O não sucumbir a dureza do mundo sempre no limite.

   ─Sua irmã deve estar triste. – Comento com Maggie. Ela balança a cabeça confirmando.

   ─Nesse momento só quero que chegue viva. Já quis mais que isso, hoje, nesse momento eu só quero que estejam todos vivos. – Ela diz com um sorriso triste. Entendo. Se Daryl estivesse com eles eu estaria apavorada.

   ─Ela é muito querida. Eles vão cuidar dela.

   ─Hannah, sabe que as vezes isso não é bastante. – Sim, eu sei. Aconteceu com todas as poucas pessoas que me aproximei.- Ela é linda. – Maggie olha para Brook. – Ainda não fala com ninguém, mas não se esconde como antes. Logo vai estar mais solta. Você também.

   ─É difícil confiar. Você talvez não entenda, deu sorte. Viveu quase sempre cercada de boas pessoas.

   ─Sim, mas eu sei o que é estar nas mãos de alguém ruim. Sei até onde as pessoas podem ir com sua insanidade.

   ─A prisão que perderam? – Pergunto e Maggie afirma. Corro os olhos e Daryl está distante, ele e Sasha revisam as armas, munição. Acho que não vamos ficar aqui mais muito tempo. Me volto para Maggie. – Não sei direito como foi.

   ─Perdi meu pai. – Ela engole a tristeza. Me olha um momento. – Quer que te conte?

   ─Apenas se não te machucar demais. – Maggie afirma. Me olhando nos olhos enquanto conta toda história, admiro a personalidade forte. Sobre o governador, Merle e tudo que aconteceu até o homem voltar com um tanque e destruir tudo. – Fiquei sozinha. Vi meu pai morrer, minha irmã, Glenn, todos sumidos. Eu cacei eles. Não. ─ Ela se corrige. ─ No fundo eu procurei apenas pelo Glenn. Subestimei minha irmã. Decidi que ela estava morta. Que era fraca demais para sobreviver.

   ─Tenho certeza que ela não te culpa por isso. Acho que foi um tipo de defesa.

   ─Beth tem um coração puro. Herdou do meu pai. Ela simplesmente gosta de pessoas. Gostava ao menos. Depois de tudo que vivemos eu não sei se ainda conserva a mesma esperança.

   ─Tia Hannah. Vou ali com o caçador um pouquinho. – Brook nos deixa. Caminha pela sala passando pelas pessoas. Tropeça em Tara. – Desculpe Tara.

   Sorrio. Não esperava por isso. Nem pelo sorriso que dá, quando Tara afaga seus cabelos em sinal de que tudo está bem.

   ─Daryl é louco por ela. – Maggie diz olhando para Brook sentada ao lado dele falando daquele jeito baixinho dela. Aposto que está perguntando sobre as armas. Aponta uma ou outra, ele fala pouco, mas nunca deixa Brook sem resposta. – Nunca soube que ele tinha família, mas fiquei feliz de terem se encontrado.

   ─Estaríamos mortas sem ele.

   ─Se apaixonou por ele antes ou depois?

   ─Honestamente eu não sei. – No fundo algo em Daryl sempre mexeu com meu imaginário, nunca dei espaço para aquilo aflorar, nunca me deixei nem mesmo pensar a respeito. O fato é que jamais fui indiferente a ele, mas não era o que sinto hoje. Meus sentimentos ficam claros cada vez que cruzamos nossos olhares. – O que sei Maggie, é que estou apaixonada agora.

   Maggie abre a boca mostrando sua surpresa. Não tenho por que mentir e poder falar um pouco disso com alguém é bom.

  ─Nunca achei que fosse admitir. – Ela sorri. – Não deixa de lutar. Acho que ele gosta de você. – Ela não sabe que nos beijamos, não quero me abrir demais, não conheço Maggie, não conheço nenhum deles e não sei bem como agem, então apenas sorrio em resposta.

   ─Vou lá ver se a Brook não está atrapalhando. – Caminho para Daryl. Sinto em torno de mim um clima de tensão, algum receio e um pouco de tristeza. Alguns deles estavam confiantes demais na ideia de que Richmond era possível.

   ─E eu não posso nunca mexer nisso? – Brook perguntava a Daryl quando me aproximo.

   ─Nunca.

   ─Tia Hannah eu não posso mexer nessas coisas.

   ─E vai ser obediente, não é mesmo?

   Ela balança a cabeça compenetrada. Isso é algo que agradeço sempre. Brook sabe respeitar regras, as vezes até passa dos limites com isso, como falar quase cochichando o tempo todo.

   ─Está com medo? – Daryl me pergunta. Basta olhar para ele e tudo que sinto é segurança.

   ─Preocupada.

   ─Vamos resolver. – Ele tenta me acalmar. Sorrio. Nem acredito que consigo sorrir quando todos parecem tão deprimidos. O problema é que olho para ele e penso nos beijos, no jeito como ele tenta cuidar de mim e Brook e isso me emociona.

   Nunca pensei que algum dia, alguém cuidaria de nós e ele faz isso o tempo todo. De todos os modos. Só me deixa mais encantada, envolvida, me perguntando se vou estar mais uma vez em seus braços. Toda hora as lembranças me invadem. Sinto o calor de estar em seus braços me tomar.

    ─Hannah! – Pisco me dando conta que saí do ar um momento e não o ouvi.

   ─Eu... o que disse?

   ─Perguntei se Brooklyn tem o necessário para caminhar. Botas e um casaco.

   ─Ah! Desculpe. Sim. Ela tem um bom casaco e a bota está boa ainda.

   ─Vou dar uma volta em torno da casa. Vamos passar mais essa noite aqui. Quero ter certeza que vamos ficar bem.

   ─Vou ajudar a Maggie. – Ele balança a cabeça. – Estou tentando deixar a Brook mais confiante nas pessoas.

   ─Faça isso. – Ele diz num leve balançar de cabeça. Depois olha para Brook. Os olhinhos dela brilham assim que encontram os dele. É bonito ver como ela gosta dele e como ele reage sempre surpreso. – Volto logo Brooklyn.

    ─Vai caçar monstros um pouquinho? – Me arrepio com a ideia. Ele afirma.

    Assisto quando sai fechando a porta apenas com uma faca e sua inseparável besta. Me lembro de vê-la encostada na parede de sua velha casa. Nunca imaginei que um dia essa arma que me parecia estranha e desnecessária um dia me salvaria a vida.

   Maggie e Carol começam a organizar as coisas que vamos levar quando partirmos. Ajudo apenas obedecendo ordens, não consigo conversar com Carol. Sua força me intimida.

   Meus olhos não param de se voltar em direção a porta. Daryl está lá fora. Sasha está com ele. Escuto passos se aproximando, corro para olhar pela janela. Nem posso descrever o alivio de vê-lo chegando e nunca vou parar de sentir isso.

   ─Tem um carro se aproximando. Devem ser eles. Mesmo assim fiquem todos quietos. – Daryl pede enquanto observa pela janela atrás da cortina. Basta olhar para Brook e ela já vem segurar minha mão. – Rick! – Ele diz abrindo a porta. Saímos todos.

   Sinto algo errado no modo como Rick nos encara enquanto os outros não conseguem encarar ninguém. Beth tem os olhos vermelhos de chorar. Meus olhos percorrem o grupo. Tyreese não está ali.

   Sasha corre em direção ao carro. Rick a segura. Diz qualquer coisa. Ela fraqueja. Ele a ampara, meu coração dói só de ver a reação de todos.

   ─O corpo está no carro. – Glenn diz abraçando Maggie. – Foi mordido no braço, uma distração, cortamos, não foi o bastante.

   Daryl baixa a cabeça. A morte também me choca. Por alguma razão eu achei que esse tipo de coisa não acontecia com eles. Como se fossem imunes a morte. É um baque, a consciência de que estamos todos no mesmo basco.

   Ninguém está a salvo. Fortes ou não eles podem cair. Daryl pode, meu coração se aperta. Vejo como eles sentem aquela perda. Como a dor silenciosa de Sasha afeta a todos.

   Daryl e Abraham caminham em direção ao carro. Glenn os ajuda. Carol surge com um lençol. Brook me pede colo.

   ─Tia ele morreu. Eu não quero morrer. – Ela chora com o rosto escondido em meu ombro. – Estou com medo tia Hannah. O monstro vai pegar a gente.

   Levo minha pequena para dentro. Procuro manter a calma. Brook precisa disso. Se mostrar o quanto tudo isso me afeta só vou assusta-la.

   ─Não chora querida. Estamos com seu tio Daryl. Lembra que ele vai sempre cuidar de você?

   ─E por isso que o Tyreese morreu? Por que o caçador não estava lá para proteger ele?

   ─Brook, vamos ficar seguras. Logo a gente vai ter uma casa nova sabia? Não chora. – Ela se encosta em meu peito. Se acalma. É difícil jogar toda responsabilidade de sua segurança em Daryl, mas isso a deixa tão confiante que não sei o que mais usar se não isso.

   Beth entra acompanhada de Maggie. As duas vão para um dos quartos, o resto do grupo fica do lado de fora. Carl entre pouco depois com Judy nos braços. Se senta perto de mim. Brook ainda sentada em meu colo.

   ─Vai ter um enterro. Eles já vêm chamar. – Ele diz colocando a irmã adormecida no sofá. – A Sasha perdeu o Bob e agora o Ty. – É apenas um desabafo. Carl não espera que eu responda, não tenho o que dizer. Ninguém mais tem o que dizer sobre mortes, elas acontecem e você supera ou se rende. Dolorosamente simples.

   Tara vem avisar sobre o enterro. Eu não me aproximo muito. Brook está em meu colo, assustada, abatida e de olhos fechados. Vejo como Daryl fica triste. Ele é bem calado mesmo com a família, mas sofre tanto quanto os outros.

   ─Tyreese ficou muito próximo de Noah. – Rick começa a falar quando o enterro chega ao fim. – Ficou abalado quando chegamos lá e não havia nada, uma parte do muro caiu. Deve ter havido ataques. Pessoas, zumbis. O fato é que não restou nada, numa distração ele foi mordido. Um segundo é o bastante. Temos que estar sempre atentos. Assim que amanhecer vamos partir. Esse lugar não é seguro e demos sorte de não termos sido cercados.

   ─Que direção? – Eugene pergunta. – Não vamos aguentar muito.

   ─Só vamos deixar a floresta e pegar a estrada de novo. Vamos achar um lugar. Descansem essa noite.

   Já está escurecendo. Fechamos tudo como de costume. Portas e janelas. Todos dentro essa noite. Fazendo a guarda pelas janelas. Comemos no mais sepulcral silencio.

   Brook adormece em meu colo. Nosso cantinho de dormir está pronto, tudo que ilumina o ambiente é uma lanterna que Eugene segura. Me ergo com Brook.

   ─Deixa que eu levo ela. – Daryl a pega dos meus braços. Se aproxima do espaço que dormimos.

   ─Coloca ela no cantinho. – Peço a ele. Talvez eu esteja sendo muito atirada, querendo dormir ao lado dele, mas quero abraçar Daryl. Mostrar que se não sou forte fisicamente ao menos posso conforta-lo com um abraço. ─Ela não dormiu o dia todo, está cansada. Você também precisa descansar um pouco.

   Daryl balança a cabeça concordando comigo, me deito deixando espaço para ele ao meu lado. Fico olhando para ele ao meu lado. Centímetros nos separam, meu coração acelera.

   A luz se apaga. Não o vejo mais, apenas sinto sua presença. Aos poucos meus olhos se acostumam com a escuridão e já posso ver um pouco dele ali, imóvel me observando.

   ─Está triste?

   ─Não sei como classificar isso. – Ele responde baixinho. – É só... exaustivo.

   ─Sinto muito. – Ergo minha mão, toco seu rosto tão perto do meu, depois meus dedos mergulham em seus cabelos, talvez um carinho o ajude a se sentir melhor.

   ─O que está fazendo? – Ele me pergunta.

   ─Cafuné, carinho. Não gosta? – Tiro minha mão, me sinto decepcionada. – Eu paro.

   ─Não.  Eu só... – Ele puxa minha mão de volta. – Nunca... parece coisa que se faz em criança.

   ─É coisa que se faz em quem a gente gosta. Para acalmar.

   ─Acalma. – Daryl admite. Depois seu braço me envolve, é como voltar para casa, sem resistir me aproximo mais.

   ─Tenho medo de algo acontecer a você. -  Ele suspira. Me encolho em seus braços, me escondo em seu peito. Daryl não diz nada. Não pode me prometer sobreviver. Isso me machuca.

   Ergo meus olhos para investigar seu rosto. Seus lábios tocam os meus. Acho que sua intensão era um beijo leve, mas basta nos tocarmos e tudo fica intenso é como ser consumida pelo fogo. Ele é o primeiro a se afastar. Acho que sempre vai ser ele a impor distância.

   ─Isso... – Daryl tem dificuldade com as palavras. Seu braço ainda me envolve e isso é o bastante. Minha mão continua em seus cabelos. – Brooklyn ficou assustada, quis dizer alguma coisa, acalma-la. Não consegui.

   ─Ela vai superar. Acho que estava achando que tudo tinha acabado.

   ─Nem começou. – Estremeço e ele me envolve mais. – Tente dormir.

   ─Se importa se eu ficar aqui? Pertinho assim?

   ─Não. – Ele sorri. É bonito quando sorri. Me espanta o sorriso espontâneo, toco o contorno dos lábios quando o sorriso se desfaz, ele me beija mais uma vez. – Eu não sei direito falar as coisas que talvez queira ouvir Hannah.

   ─Só quero ter certeza que sente, não quero ser um incomodo.

   Ele toca meus cabelos, sei que custa para ele fazer isso. Não por que não quer, mas por que não sabe. Nunca recebeu um cafuné. Acha que é coisa de criança. Se tivéssemos um teto, um tempo, poderia aprender, o jeito que gosto dele, o que quero é enche-lo de tudo que sempre faltou, cuidados, afeto e verdade.

    ─Você e Brooklyn são... são minha família.

   Não chega a ser uma declaração de amor, mas é algo para me apegar. Além disso tem os beijos, o modo como ele me envolve, como sinto que me deseja. Isso significa algo. Tem que significar.

   ─Fiquei querendo estar assim com você. O dia todo. – Ele não responde, não esperava por um convite para pular em seu pescoço durante o dia. Só queria mesmo dividir o fato.

   Me aconchego, ele ainda me envolve e com isso adormeço. Abro os olhos assim que a luz do dia começa a invadir o ambiente. Estou na mesma posição, nos braços protetores de Daryl.

   Assim que olho para ele seus olhos estão abertos. Ele tem problemas com o sono, dorme muito pouco. Mesmo com medo de alguma rejeição eu o beijo. Ele acaricia minhas costas.

    ─Acorda a Brooklyn, fica pronta, as pessoas já vão acordar.

   Assim que nos afastamos ele fica de pé, acaricio os cabelos de Brook e logo ela abre os olhos, me abraça preguiçosa.

   ─Tia Hannah o Tyreese morreu.

   ─Eu sei querida. Vamos começar a procurar uma casa. Quer uma casa, não é? – Ela balança a cabeça. – Então vamos ficar de pé.

   Daryl deixava a casa quando levantamos, Rick com ele e acho que será algum tipo de deliberação de líderes. Não demora e estamos todos prontos. Mochilas nas costas, armas e coragem. Olho para Sasha. Ela está muda. O rosto encoberto por uma máscara de frieza que pretende esconder o reboliço que deve estar sentindo por dentro.

   ─Vamos caminhar. Não sei por quanto tempo, mas vamos achar algo, tem que haver algo além de nós. Nem que seja uma nova prisão. – Rick diz antes de começar a caminhada.

   Aperto a mão de Brook, Daryl me olha, seu olhar me aquece e me tranquiliza. Seja o que for que nos aguarda sua presença torna mais fácil.


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Notas finais do capítulo

O capitulo foi menor pela falta de tempo mesmo e por que queria muito vir dar um oi. As coisas devem se acertar aqui até o fim da semana.
BEIJOSSSSSSSSSSSS