Bill

A cada dia a gravidez do Tom só estava ficando pior, ele variava muito entre desejos absurdos, bipolaridade e enjôos, e sei lá acho que a gravidez dele ta deixando ele mais alegre, ele estava até voltando a tocar, não entendo porque ele deixou de tocar guitarra, talvez ele gastasse muito tempo com garotas pelo menos a gravidez sossegou ele, ou quase, ás vezes ele ta normal outras vezes esta com ódio de tudo, outras vezes fica chorando sem parar, isso já ta me estressando. Não contei? ele já ta com 5 meses, ta gordo admito.

Mas ele nem ta ligando muito, no começo eu achei que ele iria surtar querer cortar os pulsos, mas não... ele tava ate conformado, sim conformado!

- Oun Bill, o medico ligou e disse que já passou da hora do Tom fazer um ultra-som. – Falou o Gustav de boca cheia, pra variar ele tava comendo e pra variar mais ainda, era chocolate.

- É nem pensei nisso, ele marcou alguma coisa?

- Ele só perguntou se dava pra ir amanhã.

- E o que você falou?

- Marquei.

- Quantas horas?

- Ás 6:00 da manhã. – Ele disse devorando o ultimo pedaço de chocolate.

- Porque você marcou as 6:00? – perguntei.

- Sei lá, deu vontade. – Suspirei fundo, eu já podia ter noção da reação do Tom, fui falar com o ele que estava no quarto, ate estranhei porque ele desde que acordou estava lá, quieto.

Mas logo que eu cheguei já dava para ouvir o som alto.

Rah-rah-ah-ah-ah-ah!
Rama-ramama-ah
GaGa-ooh-la-la!
Want your bad romance

Rah-rah-ah-ah-ah-ah!
Rama-ramama-ah
GaGa-ooh-la-la!
Want your bad romance

Eu estava ouvindo isso mesmo?

I want your ugly
I want your disease

Sim eu estava!

Abri um pouco a porta, não muito só abri o tanto que eu podia ver.

E o que eu vi? Nada mais, nada menos do que Tom Kaulitz dançando, ou ao menos tentando fazer a coreografia de Bad Romance, Lady Gaga estava no monitor do computador ela dançava, fazia umas coisas estranhas, e o Tom a imitava, mas ele estava parecendo mais um gato arranhando a parede. Comecei a rir baixo, eu não podia deixar esse momento passar em branco então peguei meu celular e comecei a filmar, estava tudo indo bem ate chegar à parte do “I want your psycho, Your vertigo stick” minha bateria descarregou, isso é hora pra descarregar? Maldita bateria, pelo menos deu para salvar o vídeo!

Resolvi esquecer bateria, coreografia mal feita, e Lady Gaga, e bati na porta.

- Quem é?

- É eu, o Bill.

- Ahhh Bill? Espera só um pouco – Deu pra imaginar ele desesperado desligando o computador o mais rápido possível, só ouvi barulho de tropeços e o barulho do computador desligando. – Oi! – ele atendeu a porta com um sorriso amarelo no rosto. – O que você quer?

- Só vim avisar, que amanhã você vai fazer o ultra-som. – Me segurei pra não rir, só de lembrar dele dançando me fazia ter crises.

- Ah ta... Quantas horas? – Ele perguntou.

- 6:00 da manhã.

- Porque você marcou 6:00? Não sou de acordar cedo. – Ele disse em um tom que parecia ser uma previa de bipolaridade .

- Não fui eu que marquei foi o Gust... – Antes que eu acabasse de falar ele me interrompeu.

- Já entendi, tchau. – Respondeu batendo a porta na minha cara mais precisamente no meu nariz.

- Filho de uma... boa mãe que não tem culpa do filho desgraçado que tem. – Falei passando a mão no meu nariz.

-x-

Tom

6:00 da manhã

Dia de ultra-som estávamos tão ansiosos que quase não nos falamos dentro do carro, Bill prestava atenção no transito, Georg prestava atenção no cabelo e se via alguma ponta dupla suas feições mudavam de tédio para horror, e Gustav só comia chocolate, nem eu grávido como tanto como ele.

E eu prestava atenção apenas na minha barriga mais propriamente na criança que estava la dentro, ate a senti ela chutando, coloquei a mão na barriga e senti-a chutando novamente.

Ah que lindo meu filho chutou... ah que horror eu pensei isso mesmo?

Chegamos ao hospital e a mesma enfermeira da primeira vez que eu fui para lá estava.

Ela chamou meu nome, e me olhou bem confusa.

Chegamos lá e estava o mesmo doutor com cara de papai Noel, nossa em quantas funções ele atua?

- Pronto mamãe Kaulitz? – Perguntou ele sorrindo.

- Se me chamar assim mas uma vez eu enfio sua cabeça dentro do seu rabo. – Falei sorrindo, e ele desfez o sorriso.

- Tom! – Bill chamou minha atenção. – Desculpa doutor, ele esta com os hormônios a flor da pele.

- Sim entendo...

-x-

- Esta ouvindo? – Perguntou o tiozinho com aquele negoço em cima da minha barriga.

- Sim, e dae? – Perguntei.

- É o barulho do coração do seu filho, ou melhor filha.

- Filha? Cadê o suspense? – Perguntou Gustav.

- Como? – O doutor olhou pra ele confuso.

- É, você devia fazer suspense, como diz logo de uma vez o sexo do filho alheio?

- Cala a boca Gustav. – Falei. – Então é uma garota?

- Já tem idéia pra nome? – Perguntou Bill que ate então não tinha dito nada.

- Não, depois eu dou um jeito. – Falei.

-x-

Entramos no carro em silêncio, estávamos felizes pelo menos eu estava, mas sei lá acho que todo mundo achou estranho comemorar isso, afinal não é todo dia que se vê um homem grávido.

Georg quebrou o silêncio.

- Pobre menininha. – Ele disse pensativo.

Todos nós olhamos pra ele com um olhar mortal.

- Desculpa. – Falou se encolhendo.