Te Esperaré escrita por BellaBlanco


Capítulo 18
Nosso Passado, Uma Canção


Notas iniciais do capítulo

Não me matem por causa desse capítulo, foi preciso para o desenrolar da história, além de estar meio na bad porque The Vampire Diares e Teen Wolf estão acabando. Chega de blá, blá, blá...

Boaaaaaa Leiturraaaaa, meus amoresssss!!!



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Leiam o capítulo ouvindo: Give Your Heart a Break, Demi Lovato

PDV Vilu

    Encaro-o esperando uma resposta de que ele vai me contar sobre o nosso passado. Pois, não posso suportar que o León carregue esse segredo e saber que nossa relação sempre terá uma ponta solta.

"Tem certeza que quer saber sobre isso?" - questiona.

"Óbvio que eu quero" - ele passa as mãos no cabelo.

"Eu quero te contar, mas..." - nego a cabeça.

"Quer saber? Esquece" - digo decepcionada indo na direção da janela.

"Vilu?" - ele segura meu braço, por um momento desisto em resistir, no entanto mudo de ideia.

"Não posso ficar no escuro, o que tem de tão assustador no nosso passado para você não me contar?" - ele fica em silêncio - "Ótimo".

    Solto-me dele, pulo a janela e volto para o meu quarto. Tranco a janela e deito na cama. Idiota!

[...]

   Acordo com humor do cão, provavelmente, pelo ocorrido de ontem à noite. Levanto preguiçosamente, faço minha rotina matinal e visto suéter rosa por cima de uma regata, calça branca e sapatilha preta. Deixo o cabelo solto e só passo uma base no rosto. Desço as escadas, tomo café com a Olga e o Ramalho, eles me avisaram que os meus pais chegariam na segunda, pois surgiu alguns problemas.

    Despeço-me deles e vou até a garagem, destravo o carro e entro. Sigo para o colégio e encontro a Francesca tentando chamar atenção do Diego. Passo por eles até que sinto alguém segurar o meu braço, me viro e encaro o meu ex.

"É assim, Vilu?" - respiro fundo - "Assim magoa, princesa".

"Fala sério, Diego, para de teatro".

"Humor do cão?" - dou de ombros e volto o meu caminho para sala, mas ele continua me seguindo - "Problemas no paraíso?".

"Cala a boca" - mando irritada.

"Tá bom, não está mais aqui quem falou" - fala se rendendo - "A festa ainda está de pé?".

"Sim" - digo curta e grossa - "Qual é a primeira aula?".

"Literatura" - revira os olhos.

"Ótimo" - falo.

     Fomos para aula e sentamos em nossos lugares quando o sinal bateu. O León se sentou lá trás, meu coração dizia para ir até ele e dizer que está tudo bem e que vamos superar cada obstáculo estando juntos, no entanto, minha razão dizia que se para construir uma relação duradoura temos que ser sinceros e sem segredos  senão vai que nem minha relação com o Diego. Amo o León, porém não posso ficar fingindo para mim mesma.

"Vamos começar com a aula" - fala o professor - "Se vocês tivessem vivido a história de Romeu & Julieta, o que teriam mudado?".

     Ninguém respondeu. O professor ficou impaciente e me olhou, merda! "Srta. Castillo?".

"Se eu fosse a Julieta ao invés de esconder meu amor em segredo por Romeu, eu falaria a verdade e as coisas poderiam terminar diferentes, pois cada um faz o seu destino e eles sabiam que ao esconder dos pais, alguma hora haveria uma consequência na qual foi a morte" - respondo.

"No entanto, os dois viram que não tinha como viver sem o outro, não é uma boa forma de partir?" - o professor pergunta retoricamente andando pela sala.

"Eles preferiram guardar o segredo com o medo de não poder mais se encontrar, às vezes, mentiras por omissão é a melhor forma" - disse León me fazendo me virar para ele.

"Sério? Então, melhor mentir do que falar a verdade sabendo que ser sincero pode desencadear menos estresse"

[...]

      Depois do "leve" debate que tive com o León. Passo minhas outras aulas me martirizando por ter sido dura com o meu namorado ou eu ainda acho que é, não sei. Mal consegui prestar atenção nas minhas aulas extracurriculares, vou para casa preparar as coisas para festa e encontro o León na sala.

"Podemos conversar" - pede.

"Fala" - cruzo os braços e me mantenho distância dele.

"Eu não quero que você saiba sobre o nosso passado, pois não quero que se lembre daquela noite e desmorone" - diz.

"Não pode ficar achando que sou uma boneca de porcelana, León, não poderá me proteger para sempre" - falo.

"Confia em mim, Vilu" - aproxima-se de mim.

"Confiança se conquista, não posso dar de mão beijada" - respiro fundo - "Ao mesmo tempo, que é difícil para ser conquistada é muito fácil em perdê-la".

"Violetta...?" - nego com a cabeça.

"Precisamos de um tempo, eu preciso" - digo.

    Ele foi embora. Deslizo na porta até o meu corpo estar no chão, por que é tão difícil? Todo relacionamento deveria ser fácil, mas por que complicamos? Para tornar interessante? 

   Limpo as lágrimas, peço para Olga começar preparar as coisas que eu já ia ajudar, subo para o meu quarto e deixo minha mochila na minha cama. Vou até o banheiro, tomo banho e visto uma roupa confortável.

   Ajudo a Olga com as coisas, coloco uma playlist para tocar e ouço a campainha tocar. Atendo e vejo a loirinha com muletas, abraço a mesma devagar e a ajudo ir até o sofá. "Como está?", pergunto.

"Bem, mas confusa".

"Vai ficar tudo bem, você vai ver" - asseguro.

"Você conhece o Federico e o Tomás, certo?" - assinto - "O que acha que devo fazer?".

"Não posso lhe dizer, loirinha, a única que lhe posso falar cada coisa tem seu tempo, vai descobrir quem mantém seu coração batendo loucamente".

"Espero" - ri.

"Quem está fazendo fila de rapazes, agora?" - rimos - "Está com fome?".

"Morrendo".

"Já volto".

   Pego umas coisas para loira, entrego para a mesma, volto ajudar a Olga colocar as coisas na mesa. Ouço a campainha tocar novamente, abro a porta e vejo toda a galera junta, os deixo passar e se me sinto incomodada com a Francesca aqui? Obvio, mas não posso deixar isso me chatear já tenho problemas demais.

   Conversamos, rimos, dançamos, cantamos e brincamos. Vejo o Fede fazer menção de ir até a Ludmi, vou até ele e nego com a cabeça. "Melhor não", aconselho.

"Fiz burrada, quero me acertar, percebi que a amo" - suspiro.

"Disso tudo mundo sabe, mas não é melhor momento para ela já que mal se lembra de você só sabe das coisas que tu disseste" - respiro fundo - "Se quer se aproximar dela, tenta ir como amigo e conquista amizade dela, mas não a confunda".

"Obrigado" - beija minha bochecha e vai até a loira.

"Você não para de ajudar os outros, né?" - viro-me e vejo o Diego com um sorriso no rosto.

"Inevitável" - respondo.

"Cadê o seu guarda-costas?" - reviro os olhos - "Brigaram?".

"Não é da sua conta, Hernandéz".

"Está me magoando" - dou ombros - "Dança comigo?".

"Não".

"Como amigos, nada mais" - estreito os olhos desconfiada, porém acabo aceitando.

    Começamos dançar uma música lenta, ele estava com as mãos na minha cintura e, as minhas no seu pescoço. Ficamos em silêncio, por um tempo. "Teríamos dado certo?", questiona me olhando nos olhos.

"Diego, não!" - nego com a cabeça.

"Teríamos dado certo se não houvesse mentiras e o León?" - insiste.

"Não sei, por um tempo acho que sim, mas não fomos feitos para ser um do o outro" - ele me gira.

"Quem sabe, éramos Diletta" - ri.

"Você vai vê o amor que sente por mim, vai passar" - busco a Francesca com olhar que conversava com a ruiva - "Por que não tenta algo com a Francesca?".

"Está tentando se livrar de mim?".

"Magina, meu querido Bad Boy" - beijo sua bochecha e me afasto indo a procura da loira que conversava com a Naty alegremente.

"Desculpa interromper, mas posso pega-la emprestada?" - peço.

"Claro, Vilu" - a Naty deu um sorriso para gente e foi até o Maxi.

     Sento ao lado da loira que arqueia a sobrancelha e fica esperando. "O que eu faço, loira?", pergunto.

"Em relação a quê, morena?" - respiro fundo.

"Ao León"

"Explica essa história".

   Conto superficialmente nunca revelando o segredo que guardo a sete chaves. Que ele está me escondendo algo e acabamos nos desentendendo.

"Não conheço o León direito, mas parece um cara legal e que te ama muito" - me olha - "Talvez, ele queira te proteger de algo, além disso, é difícil confiar em alguém, mas se o ama porque não dá uma chance, alguma hora irá te contar a verdade só tenha paciência".

"Você é um máximo" - a abraço de lado.

"Eu sei, agora vai atrás do homem da sua vida" 

     Pego minha bolsa e saio de casa. Logo, sinto alguém me seguir e percebo que é o Diego. "Vou com você", disse.

"Quero me acertar com o León e não causar mais problemas" - digo.

"Por isso mesmo estou indo, vou me desculpar e dizer que não irei mais perturbá-los como dar encima de você".

"Espero que seja isso".

   A Nancy me disse que tinha ido ao Motocross, agradeci e fomos para o meu carro. Dirijo até o local, o Diego disse que ia estacionar e os seguranças me deixam passar. Vejo-o correr e aceno para ele.

"Ele viu você, vai fazer mais uma volta e vem para cá" - ouço a mecânica do León dizer.

"Obrigada".

"Poderia ter me esperado" - fala o Diego.

"Desculpa, preferi ver ele".

"Ainda continua me magoando, Violetta" - reviro os olhos. 

"Ainda continuo não me importando".

   Volto a olhar o León, ele não parou e continuou dar voltas até que caiu. Pulo grade e corro até ele, seguro sua cabeça e mando chamar a ambulância. "Acabei de chamar, senhorita".

"Obrigada" - agradeço ainda focada no León.

   A ambulância havia chegado, colocou o meu namorado na maca e o paramédico perguntou quem iria com ele. "Eu vou!", disse Lara e eu juntas nos fazendo encarar uma a outra.

"Só pode ser uma pessoa" - fala o paramédico constrangido.

"É melhor a Violetta ir já que a namorada dele" - fala o Diego.

"Obrigada" - murmuro para o meu amigo que dá um sorriso de leve.

[...]

   Estava na sala de espera esperando notícias do León e vejo o Diego se aproximar. "E aí?", pergunta me estendendo um café.

"Nada, ainda" - suspiro pesadamente.

"Vai dar tudo certo, Vilu".

"E, se foi culpa minha porque ao invés de confiar nele, eu fiz ao contrário, e ele estiver pagando por isso" - coloco as mãos na cabeça.

"Hey, olha para mim" - o olho - "Você tem toda para desconfiar das coisas, eu fiz isso com você e te peço perdão por isso, o Vargas tem muita sorte de ter você, qualquer cara teria".

"Obrigada".

"Às ordens, melhor amiga" - sorri.

"Parentes de Leonárd Vargas?" - pergunta o médico.

"Sou namorada dele".

"Pode me acompanhar?" - assinto.

   O Diego me entrega uma mochila que só pode ser do León e disse que ia voltar para minha casa avisar que ninguém me sequestrou ou algo do gênero. Agradeço e sigo o médico até uma sala.

"Então?".

"Ele está fora de perigo, fisicamente".

"Como assim, fisicamente?" - pergunto tentando manter a voz controlada.

"Ele entrou em coma, senhorita, não sei quando irá acordar pode levar dias, semanas, meses ou até anos".

   Sinto o meu mundo desabar, olho para a paisagem lá fora pela janela estava o sol brilhando, pessoas passeando e parecia um dia feliz, mas o meu mundo estava cinzento sem sol, sem música só há escuridão e solidão.

"Posso ficar com ele?" - pergunto com a voz embargada.

"Terceiro andar, quarto 1267" - assinto - "Senhorita?".

"Hm?".

"Se tiver esperança, ele irá acordar".

"Espero que sim".

    Saio de sua sala e vou para o quarto do meu amor, mando uma mensagem para mãe dele avisando sobre a situação, respiro fundo e entro em seu quarto. A enfermeira me deu um sorriso reconfortante e saiu nos deixando sozinhos. Vou até o León, acaricio sua bochecha e deixo uma lágrima escorrer. "Tem que ficar tudo bem", beijo sua testa e coloco a mochila e a bolsa no sofá.

   Vejo uma carta escrita Violetta, eu sei que não deveria dar uma de curiosa, mas preciso saber o que tem conteúdo desta carta. Olho para ele, tomo coragem e abro a carta com delicadeza.

Minha Princesa,

    Você estava certa sobre confiança e eu não quero que nossa relação tenha segredos, tu és muito importante. Prefiro escrever o nosso passado do que contar, pois sei que não conseguiria. Crescemos juntos, brincamos juntos e viramos melhores amigos, você era aquela garotinha que eu protegia de tudo, que te protegia dos pesadelos e ficava com você até eles passarem. Pode rir agora, porém eu lhe considerava como uma irmã mais nova além de melhor amiga, acabamos crescendo e vários meninos vieram se engraçar com você e fazer uma fila, acabei os espantando, admito sou ciumento e um pouco possessivo em relação a você. Foi aí que percebi que não era mais amor de irmãos ou de amigos e, sim muito mais que isso. Guardei esses sentimentos para mim para não estragar nossa amizade de infância.

    Quando você completou 13 anos estava muito empolgada até que presenciou algo que não deveria. Nossos pais estavam interrogando um alemão de uma forma nada bonita, o Tomás e eu estávamos assistindo para aprender e ouvimos o seu grito, você estava horrorizada e é compreensível. Levei-a para o jardim, a abracei e disse que ficaria tudo bem, você me olhou e o que falou me fez repensar. Foi assim: "Não há pessoas ruins ou boas, sós pessoas que moldam seu caráter com base em suas escolhas, não me peça para entender, porque já demais, no entanto, é assim que você se vê León, daqui alguns anos? Estarei sempre com você, porém quero que saiba que há escolhas", você me tocou com as suas palavras.

     Comemoramos o seu aniversário. No dia seguinte, você descobriu que possuía uma irmã mais nova, mas, infelizmente, ela morreu por causa dos negócios dos nossos pais. Nunca tive com tanta raiva, tu gritaste com todos e saiu de casa, pediu ao chofer para dar uma volta e soubemos depois que o carro tinha capotado. O chofer morreu, mas você sobreviveu por um milagre. Encontraram-te com os olhos arregalados de pavor foi como se tivesse em choque. Quando você acordou não se lembrava de nada foi como se tivessem passado uma borracha nas suas lembranças, para te proteger, os seus pais te levaram embora para Argentina.

    Meu mundo perdeu sentido sem estar com você, no entanto, estava segura e isso me bastava, por enquanto. Prometi acabar com a pessoa que te fez mal, por isso entrei de vez nos negócios da família. Não me orgulho disso, porém faria de tudo para lhe proteger.

   Esse é o nosso passado, não conseguia contar cara-a-cara, porque não queria reviver todas as lembranças juntas e pensar que quase te perdi. Amo-te Violetta Castillo, como nunca amei alguém.

   Sempre Seu,

          León.

   Deixo algumas lágrimas caírem, como fui tola, ele só queria me proteger de tais lembranças. Guardo a carta, puxo uma cadeira para perto da sua cama e pego sua mão. "Não se atreva me deixar, você não pode, eu preciso pedir desculpas sobre hoje mais cedo e ontem, como sempre está me salvando até de mim mesma, na verdade sou eu que tenho sorte de ter você, meu príncipe", e começo cantar uma estrofe do que sinto.

Há amor no ar
Aproxima-te de mim
Aposte pelo que sinto
Há amor no ar
Tu confias em mim
Já vês que não existe o tempo  

"Só não me deixei, não sei mais viver minha vida sem você" - abraço minha cabeça em seu peito.


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Notas finais do capítulo

Doeu para escrever esse capítulo, mas vai ser importante para história. Acho que dessa vez o Diego desistiu da Vilu ou seja um truque de mestre, quem sabe? Tadinho do Fede, percebeu a burrada dele tarde demais, tomara que Fedemila se acertem.

Até o próximo capítulo,

Beijinhos, meus amores!!!