Como se eu fosse te perder escrita por AAhistórias


Capítulo 13
Cap 13 - O passado em grande futuro.


Notas iniciais do capítulo

Olá lindos! Mil perdões pela demora. Estou enfrentando problemas de comunicação com Amanda.
Ela adoeceu e bem, não tive como continuar sem ela.
Como havíamos combinado, o capitulo de hoje deveria ser duplo, porém, ficarei a desejar, pois a segunda parte ainda não foi enviada por ela, já que ela não estar muito bem. Quero pedir desculpas por toda demora que estamos tendo. Em nenhum momento queria que isso acontecesse. Porém, na próxima vez que postar, ele será duplo. Isso garanto!
Estou tentando resolver esses problemas, principalmente da comunicação.
Um grande beijo e aproveitem.



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9 a 18 de julho: Na região do Arras, os aliados efetuam uma investida infrutífera na Batalha do Artois.

POV Regina Mills.                                                           

Era estranho viajar de trem por tanto tempo. Nossa viagem tivera durado mais de um mês, o que me fez pensar freneticamente o quanto era cansativo, e até estressante. Contudo, estava feliz. Havia feito até amigos dentro dele, visto histórias interessantes e outras até infelizes. – Como a família que estava voltando a uma cidade vizinha a linha que passava por dentro da pacata cidade pra recomeçar a vida. Ou como senhora Trudes (Assim como gostava de ser chamada) iria rever a filha que já não via há tantos anos. Ou como as duas crianças do meu vagão iriam para Yorkshire com seus pais, porque acreditavam que ali existisse magia. E de fato, concordo com eles, pois tudo parecia realmente... mágico – O que me deixava ainda mais surpreendida com tantas histórias de superação e liberdade, era que, encontrara o meu lugar ali, dentro deles. Pela primeira vez não menti, não me emburrei ou fiquei quieta, o que fiz foi apenas foi dizer a verdade, e contar o quanto eu e Robin estávamos ali no meio daquela esplêndida bagunça. Enquanto isso, ele apenas me fitava quando falava com aquelas pessoas na hora do almoço ou quando brincava as escondidas com as duas únicas crianças do meu vagão. Fingia as vezes que não me observava, mas já o conhecia para saber o que ele fazia. Com o tempo, as atitudes de Robin pareceram previsíveis, mas não porque ele era, mas porque se deixava ser. Ele queria me encantar, e confesso que estava conseguindo.

Com o tempo ali, o que não passava muito, conheci algumas coisas em relação a Robin e, até, a mim mesma. Coisas que ele odiava: Como colocavam a geleia em sua torrada de forma desengonçada, ou como o senhor que não falava com ninguém fumava, ou quando diziam que a guerra era altamente favorável as finanças, e até mesmo quando o Sr. Oscar não parava de bater o pé no assoalho de péssima classe do vagão, fazendo um barulho que era realmente irritante. Mas também descobri de coisas que ele gostava: Como quando escutava as risadas das crianças, ou como quando a Sra. Oscar fazia tricô, e ele a observava até com certo fascínio – O que me fez interessa-me pelo passa tempo e ajuda-la –,quando o cheiro da grama e floresta exalava o “nosso quarto” e como ele gostava de me ver sorrindo toda manhã. Coisas que descobri e que fiquei encantada: Como Robin gostava muito de música clássica, tocada em pianos – Mesmo não tendo nenhuma ideia do que realmente é uma nota -, e como ele adorava escutar poesias do século XVIII e como estava cheio do realismo, o que para ele, seria um cúmulo contra o romantismo clássico. Também quando o ouvi confessar que amava me ouvi cantar no chuveiro. Apesar de nunca ter-me visto nua – O que seria um cúmulo antes do nosso casamento – ele ficava do lado de fora escutando como se fosse um concerto musical de alta qualidade.  E até coisas que comecei a gostar nele próprio: Como ele cantava desafinado, e como ele acordava-me com um beijo e como sorri para mim dizendo sempre a mesma frase:

            – Vou amá-la como se fosse perdê-la, porque para mim, é a única forma de ganhá-la.

E coisas que odiava: Como quando ele falava de boca cheia, ou quando me dava sustos que para mim eram desnecessários, quando me chamava de rainha do sarcasmo ou quando ria dos meus atos totalmente refinados.

            – Você não precisa, Regina, de talheres para comer um pão.  – Disse tomando o pão de meu prato – Pegue com a mão, e simplesmente, coma – Ele levava o meu pão até a boca, o que me fez dar alguns tapas até que ele largasse meu alimento.

            – Eu sou refinada...

            – Seja você mesma – Ele disse pegando mais um, o escondendo debaixo da mesa – E esse é para compensar a mordida que dei no seu – Falou apontando com os olhos o pão que estava debaixo da mesa.

            – Você nunca parará de ser um ladrão?

Robin era realmente incrível. Não por que ele era perfeito, mas porque ele era um homem normal, com qualidades e defeitos, e ao mesmo tempo, diferente, porque dentro dele havia uma essência maior, a essência que me completava. Isso era o bastante para amá-lo, o bastante até mesmo pela sua espera. Nunca ter cobrado nada de mim, mesmo nem ao menos termos tocado nisso. Ele era incrível e não havia palavras para dizer o tamanho de tudo isso, o tamanho dessa felicidade. No entanto, também não parava de pensar no que havia deixado pra trás. Meus pais poderiam está me procurando, o que parecia engraçado e assustador ao mesmo tempo. Depois do ataque a Londres, ela teria ficado devastada – Claro, protegendo os ricos, o que era óbvio – mas todas aquelas pessoas que morreram e não tiveram ninguém para socorrê-las. Deixar a minha terra tem sido libertador, mas extremamente culpável. Tinha vontade de saber o que minha mãe pensara todos esses dias, com todas essas confusões do país, talvez até poderia pensar que estava sendo sequestrada. Era errado deixá-los assim, como uma covarde, mas se estivesse ficado, jamais teria me libertado, jamais seria feliz... para se dizer a verdade.

17 de Julho de 1915 – Agora estou realmente dentro de Yorkshire. Quando amanheceu, Robin pulou em minha cama acordando-me com beijos e sorrisos. Ao saber da novidade, também pulei da cama, fiz uma higiene pessoal e peguei nossas coisas, que não eram muitas, e partimos ao desconhecido. Confesso que ali é tudo realmente perfeito. A cidade, as pessoas, até o sorriso dos mais mal-humorados eram perfeitos. Antes de descer, dei adeus aos que me acompanharam e todos nos desejavam sorte, mas antes de ir escutei Sra. Trudes dizer:

            – Regina, não se esqueça do que veio fazer aqui – Disse com um sorriso no rosto que me amoleceu – Você veio ser feliz. Mesmo com todas as dificuldades que encontrar aqui, enfrente-as. Você é uma menina muito corajosa e terá um futuro brilhante pela frente. Lembra-me minha filha até. Não se esqueça da sua felicidade. Demorei muito tempo para descobrir que tinha que ser feliz, e não quero que cometa o mesmo erro. – Apenas assenti com lágrimas nos olhos. Abracei aquela senhora como se abraçasse minha mãe. E como queria que minha mãe, por apenas um minuto, fosse como àquela senhora. – Tome Regina! – Disse dando-me um pacote enorme.

Ao olhar o que tinha dentro, fiquei abismada. Era encantador até mesmo pra uma rainha. Não poderia aceitar algo tão maravilhoso como aquele. Não merecia. Pegando o pacote entreguei-a e ela olhou-me em expressão confusa.

            – Não posso aceitar – Digo de imediato meio sem graça – Muita gentileza sua...

            – Tome! Não ouse em rejeitar. Presente de noivado. Creio que seja uma noiva ou que será pedida em casamento ainda, não? – Sorriu e retribui – Aqui dentro tem um presente que era para ter dado a minha filha, mas nunca dei. Agora é tarde demais para dá-la, mas a você não. Você aqui foi uma, então tome: De mãe para filha.

Aceitei o presente e fui embora deixando todos aqueles sonhos de liberdade para trás.

No meio daquele vasto pasto verde e frio, encontramos uma pensão modesta, que era de um grande amigo do pai de Robin. Ele apresentou-me como noiva dele, o que me deixou envergonhada e surpresa. Robin sorriu e levou-me ao quarto em que ficaria. Ele havia pegado dois quartos e deixado o maior para mim. Quando perguntei a ele o porquê da gentileza, ele apenas me encarou e disse:

            – A rainha tende a ter o melhor, não é mesmo, milady?!

Mesmo com o nosso amor florescendo, ele nunca deixava de me irritar, e isso, fazia com que as coisas entre nós ficassem até... interessantes. Agora, estava ali no quarto de pensão empoeirado e silencioso. Apesar de ter-me deixado ali, e bem, sermos não sei o que, porque nenhum de nós tocava em casamento, e até achava engraçado, porque já sentia-me casada, ele sempre estava cortês. Batia em minha porta e esperava que atendesse, em vez de entrar em meu quarto como fazia antes em minha casa. Parecia um ato ainda mais de respeito, e isso me deixava lisonjeada. Ele sempre me respeitava, e era a parte de que definitivamente mais gostava dele. Robin não me prendia como um cão. Ele diz: Faça o que quiser, Regina, você não é um animal doméstico ou uma escrava. Comigo você é livre!” — E realmente eu sou!

            – Regina? Você está ai? – E por falar nele, lá estava, chamando-me detrás da porta, enquanto batia com aquela meiga brutalidade.

            – E onde mais estaria? – Retruquei a fim de irritá-lo. Más, Robin apenas abriu a porta do meu quarto com cuidado com uma expressão malandra, a que ele sempre tinha, e deu-me outro sorriso. Retribui. Então, ele veio ao meu encontro e deu-me um beijo fazendo-me extasiar. É incrível como, mesmo depois de mais um mês, conseguia sentir como se fosse a primeira vez do nosso beijo. Todos os beijos e os abraços apertados, sua mão em volta da minha cintura ou como a forma que beijava minha testa e como dizia eu te amo sempre me deixava extasiada.

            – Você é sempre tão doce assim? – Perguntou a fim de desarmar-me – Você é irredutível.

            – Talvez deva ser porque não nasci para ser domada – Sorri e ele gargalhou. Franzi a testa em confusão tentando entender o motivo do sorriso, mas ele apenas me fitou por alguns segundos e começou a prestar atenção em meu olhar perdido – Disse alguma coisa insana?

            – Não, na verdade, foi a coisa mais racional que disse até hoje. Você nasceu para ser livre de fato. Você é... – Ele caçou por alguns segundos em sua mente até enfim achar o que procurava – Ártemis.

            – Ártemis? – Pergunto confusa ainda com um sorriso no rosto, e senti sua mão agarrar a minha cintura.

            – Sim, Ártemis, deusa da caça. Muito conhecida na Grécia...

            – Você nunca foi a Grécia... – Retruco antes de ser interrompida.

            – Não, de fato, mas li sobre ela. Gosto dela, você me faz lembra-la. – Disse apertando ainda mais a minha cintura e gargalho balançando a cabeça.

            – Quer dizer que sou uma divindade pagã para os caçadores?

            – Ela não é uma divindade pagã apenas, ela é um símbolo, Regina. Representa liberdade, porque decidiu escolher seu próprio destino, assim como você. Veja, – Robin falava com tanto fascínio quando estava ensinando, que juraria que Hood estivesse tido oportunidade, seria um ótimo professor – Ártemis, quando criança recebeu um desejo do pai, Zeus, e ela poderia escolher o que quisesse. Ela poderia ser até maior do que o próprio pai, mas escolheu ser livre, não queria casar-se e ter obrigações, ela queria está na mata com os animais e com o restante da natureza. Os animais ferozes que estão sempre junto a ela representam, por outro lado, os impulsos que precisam ser dominados. Fascinante, não?

            – Sim, é fascinante! – Disse sorrindo – Então, Ártemis é aceitada como sua forma de expressão, isso parece um pouco utópico, não? Bem, não acredito na ideia de toda uma sociedade pensar dessa mesma forma, a própria Grécia não era assim.

            – Aceitando-as ou não, o importante é que ela ficou lembrada, que ela fez sua escolha. Devia saber que quem se importa com liberdade, não se importa com que os outros pensam – Ele disse seriamente e depois me abraçou – Okay, Ártemis. Terei que sair, vou resolver algumas coisinhas para nós dois. – Assenti – Aproveite o dia e dê um passeio – Então, sua mão foi ao meu queixo o levantando, fazendo com que meus olhos encontrassem os seus – Eu amo você, como se estivesse te perdendo.

            – Isso é tão macabro, todas as vezes que diz isso – Falei soltando uma leve risada – Mas eu gosto e... Eu também amo você.

POV Robin Hood.

Depois que cheguei de viagem com Regina, ainda não havia parado quieto. Bem, havíamos chegado hoje, então, porque eu não descansei? Estou caçando a horas com Will, amigo de meu pai, a nossa casa. Era impossível não saber aonde ela estava. Uma casa não saia para dar uma volta, isso era realmente possível? E antes que pergunte, sim, nossa casa. Meu pai deu-me de presente antes de... bem... Falecer. Era difícil falar disso e também voltar aqui. Pensei que seria fácil, mas realmente não estava sendo. Pensei que estaria melhor se estivesse, e não que eu esteja, mas a minha sorte é que Regina está comigo, porque senão estivesse, não conseguiria encarar todo esse fim de mundo maravilhoso. Não tenho lembranças daqui, mas tudo parece altamente nostálgico. Poucas coisas me lembravam, como se fosse um sonho louco, como a vez que cai da árvore perto de uma mercearia ou quando minha mãe fazia biscoitos e me levava para ver as rochas da antiga igreja, que hoje é apenas uma capela, e que segundo Will, só tem missas as quintas e aos domingos. Para mim realmente é complicado, mas eu me esqueço disso tudo quando vejo o que fiz a Regina, e em como ela estar feliz agora, não estragaria dizendo coisas tristes sobre lembranças duvidosas que penso que tenho.

Em relação a casa? Bem, como já disse, meu pai a deixou pra mim. Quando meus pais foram para Londres, meu pai pensou em vender a casa, mas minha mãe insistia que não vendesse, porque ali eram as boas lembranças. Mesmo assim vendeu um pedacinho de chão que tinha, juntou algumas libras e nos fez partir para Londres. Más, muito tempo depois ele a recuperou quando voltou a Yorkshire... Claro, sem mim! Que Deus os tenha em seus átrios, graças a ele, Regina não será uma sem teto ou viverá em uma pensão de péssima classe – Não se ofenda, Will –. Quero apenas o melhor a Regina, o melhor a nós.

            – Nossa, Will, como se esqueceu de onde eu morava? – Perguntei meio irritado – Pensei que cuidasse da casa.

            – E cuidava, antes de meu velho bater as botas – Will era apenas quatro anos mais velho do que eu. Seu olhar era perdido e confuso, meio fundo. Usava um casaco pesado e desajeitado e tinha cabelos meio aloirados. Sua postura era sempre desconfiada e tímida, mas de tímido Will não tinha nada. Era a pessoa mais entrosada que meu pai já havia visto – e também depois com essa guerra, ninguém consegue muito lucro, não é? Então, pare de reclamar. Estou fazendo isso por meu pai e pelo meu padrinho, – Will se referi ao meu pai, que havia sido padrinho de batismo – então não tente tirar vantagem, garanhão.

            – Okay, acalme-se, está tudo bem – Ele gargalhou e acompanhei. – Obrigado, Will, de verdade, muito obrigado.

            – Agradeça não a mim, agradeça a seu pai, ele te amava muito – Então continuou andando sobre a trilha.

Permaneci calado, e andamos, viramos na trilha até chegarmos finalmente na casa. A que estava ela, como meu pai havia descrito: Simples, aconchegante e mágica. Sua cor azul com um pouco de branco, um assoalho refinado, meio século XVIII e aquele lindo campo que levava ao resto da trilha. No meio de toda aquela floresta, afastada de todos os males, se escondia o meu futuro. Então me aproximei dando alguns passos, enquanto Will colocava as mãos no seu bolso do jeans velho me observando. Dei uma olhada na varanda central: O balanço branco, que sempre estava nos meus pensamentos e não sabia o porquê, a janela modesta, estilo fábula João e Maria, sem a parte dos doces, e o cercado branco como sonhava com minha mãe sempre me abraçando. Não tinha controle de mim mesmo, e toda aquela dor contida em forma de saudade, estava ali, me consumindo e ao mesmo tempo me libertando. Estava por um lado leve, e por outro envergonhado de chorar na frente de outro homem, isso até parecia ridículo. Will aproximou-se da escada que dava acesso a varanda virando-se pra mim preocupado.

            – Eu também sinto falta do meu pai, Robin. – Will me confessava aquilo e isso me surpreendeu. Eu mal o conhecia, apenas quando seu pai ia nos visitar por alguns meses e depois voltava a Yorkshire, mas confessava aquilo porque éramos amigos agora, compartilhávamos a mesma dor – Não ligo se chorar, seu pai gostaria muito que você colocasse isso para fora.

            – Sinto tanta falta, falta de dizer as coisas que nunca foram ditas.

            – Isso todos nós sentimos. Todos nós que perdemos alguém sentimos. Mas agora, Robin, você tem uma moça que deve cuidar. Pelo que entendi, ela não tem família, e se tem, devem ter fugido. – Arregalei os olhos surpreso com sua observação – Não se preocupe, admiro a sua coragem e seu bom gosto. Com todo o respeito, ela é muito bela. – Gargalhamos.

            – Porque cuidou desse lugar pra mim? Nunca pedi isso a você – Ele tentou se defender, mas corava como um pimentão vermelho – Não estou sendo ingrato, só quero entender – Expliquei-me envergonhado pelas palavras que havia proferido.

            – Porque seu pai queria isso. Apesar de você ter um grande amigo, como Killian, ele queria que você tivesse alguém que o auxiliasse quando resolvesse voltar para onde tudo começou – Respondeu observando a casa por dentro através da janela – Vamos entrar?

Estava surpreso com as palavras do rapaz que me acompanhava. Will, não poderia saber muito de meu pai, a não ser que seu pai houvesse contado, mas que necessidade ele teria de saber sobre o filho do melhor amigo de seu bom velho? Então foi ai que me caiu à ficha, meu pai queria que voltasse ali, desde a sua morte, queria que voltasse para a minha cidade natal, para reter a casa e ter uma vida boa como ele havia levado com minha mãe. Ele sempre quis o meu bem, a pena é que não vi isso em muito tempo.

Ao entrar, Will abril as cortinas fazendo com que o sol entrasse na casa, tirou os panos dos moveis e mostrou-me: Cada pedacinho, cada lugarzinho como havia imaginado. Meu pai descreveu-me aquele lugar tantas vezes que me fez ter a ideia de que já tinha vindo aqui mesmo depois de crescido, antes de conhecer Regina ou ter um emprego de jornaleiro. Estava grato, por tudo que Deus havia me dado, grato por tudo está dando certo, grato ao meu destino que agora se resumia em traça-lo com o de Regina.

POV Regina Mills

Estou preocupada, e como não poderia, no meio de uma cidade que mal conheço, com pessoas que mal conheço, e ainda por cima fugindo. Robin poderia está em apuros. Mesmo sabendo que são apenas coisas da minha cabeça, ainda ousava pensar nos tamanhos absurdos. Robin havia passado o dia todo fora, já era o tardar da noite, e não havia sinal nem de Will ou de Robin. A única que me fazia uma ótima companhia, era sua esposa. Uma mulher loira refinada e de nariz empinado, que até parecia minha mãe, seu nome, Anastásia. Apesar de sua vaidade extremista, era uma ótima menina e tinha um bom coração. Do contrário do que estava, a palavra preocupada não passava nem perto dos seus pensamentos. Estava tão apreensiva com Robin, que minha perna não parava quieta, enquanto do outro lado Anastásia observava-me.

             – Se continuar assim, estragará o assoalho do hotel, querida – Ela arrumava seu cabelo no espelho – Qual é o motivo da apreensão?

            – Seu marido sempre demora assim? – Perguntei levantado do sofá na recepção – Está tarde não?

            – Regina, eles não morreram, se isso te ajuda a parar de bater o pé no meu assoalho. Na verdade, eles estão no horário certo. Aqui não é muito violento como a grande Londres. – Ela parou um segundo e colocou um ar entusiasmado na voz – Ah! Londres! Como é lá? Você deve ter tido uma vida boa, não?

            – Como? – Perguntei confusa me aproximando dela enquanto ela virava para me olhar.

            –Você é muito refinada, não é como as outras moças que já vieram parar aqui nesse fim de mundo. E pelo jeito que é com Robin, vocês estão fugindo de seus pais, porque sempre está apreensiva. Porque você não relaxa um pouco?

            – Como... Mas, como...

 – Eu não sou uma burguesa, milady, mas sou uma ótima observadora. Com apenas alguns detalhes de suas reações, eu consigo analisar-te. – Ela soltou um sorriso enquanto ajeitava seu vestido.

— Você é surpreendente – Sorri a fim de confirmar o que havia dito.

            –Meu marido acha o mesmo. Relaxe um pouco, Regina, e espere. Paciência é uma virtude!

Então fiz isso, sentei e esperei. Alguns minutos em silêncio foram o suficiente para ver Robin entrar pela porta. Virei-me depressa sorrindo e ele sorriu pra mim ainda mais. Chamou-me até a sala de jantar da pensão e acompanhei-o. Ao chegar ali, ele ficou a fitar-me, o que me deixava ainda mais curiosa. Geralmente só vi-o animado daquela forma quando havia topado em fugir. De qualquer forma seria um prazer imenso aceitar tudo que viria de Robin.

            – Está tudo bem? O que houve? – Pergunto curiosa sorrindo. Ele não respondeu, apenas me olha pegando em meus cabelos – Robin, está me deixando sem... O que está aprontando?

            – Não posso olhar você por um minuto? Olhar o quanto você é linda? – Ele retruca sorrindo, e gargalho.

            – Pode, mas é que você está diferente, parece apreensivo – Peguei em sua nuca enquanto ele enlaçava minha cintura – Diga logo, o que você tem para está ainda mais feliz?

            – Regina, o que tenho é você. Apenas você. O meu amor, minha essência e o meu futuro. Bem, eu passei o dia fora porque queria lhe dar algo, mas tinha medo de sua reação. Então, aqui estou para lhe dar o que tenho, que é o meu coração – Eu o observava com um pouco de curiosidade e ansiedade. Aquelas palavras me atingiram em cheio, e meu coração se enchia de alegria – E por isso, Regina, que quero oficializar isso... – Mostrando-me na palma de sua mão um anel simples de ouro branco.

            – Como...?

            –... Eu sei, tenho medo de que não aceite o meu pedido, e que demorei tempo demais para pedir você em casamento, mas não sobrará muito tempo, porque amanhã mesmo quero me casar com você...

            – Espera, espera – Disse sorrindo – Você acha que não aceitaria seu pedido de casamento, mesmo sabendo que fugi com você? Às vezes acho que você é idiota...

            –Como? – Pergunta confuso enquanto me olhava.

            – Robin, eu te amo, eu fugir com você, porque sabia que tinha um futuro, mesmo tudo isso impensado. Se quero ser sua esposa? Claro, eu quero muito, é o que quero mais. Ser sua mulher hoje, amanhã e para sempre.

Com aquelas  minha palavra, que não sei como saiu de minha boca, partir para um longo beijo que esquentou entre nós, Robin segurou-me fortemente e apertei suas curvas que desenhavam sua cintura, enquanto me afastava.

            – Não posso estragar isso. – Afastou sua boca de mim alguns centímetros enquanto sentia seu hálito em meu rosto – Será feito como merece. Amanhã!

— Amanhã?

— Sim, amanhã, Regina! Seremos um, para sempre!

Eu o olhei encantada com aquele homem, enquanto ela mostrava seus dentes olhando para a minha cicatriz acima dos meus lábios. Dei um sorriso, que poderia confirmar tudo, mas ousei dizer e sempre diria:

            – Para sempre!


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Notas finais do capítulo

Ai estar. Estou meio chateada comigo mesma em relação aos atrasos. Não quero decepcioná-los.
Um grande beijo meus amores!
E obrigada à aqueles que entendem.