Good Bad escrita por kaka_cristin


Capítulo 23
Capítulo 23 – Negativo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/6646/chapter/23

-então eu disse que iria gritar e ele me deixou ir. Foi isso. – contou Stacey à suas amigas que estavam reunidas no quarto fazendo as unhas.

-Ai! – disse Rose.

-Que foi? Ta com pena dele? – perguntou Ursula rindo.

-Não, eu arranquei um bife. – disse molhando o dedo na água.

-Estou péssima. Ele pode ser um cafajeste da pior espécie, mas sabe...não consigo esquecê-lo, apesar disso.

-Bom, você pode voltar com ele... – disse Ursula.

-Está louca? E perdoar tudo o que ele me fez?

-E se vocês forem irmãos?

-Ah Rose, sei lá...um dia quem sabe eu possa até a voltar a falar com ele caso realmente sejamos irmãos.

-E se não forem? – continuou Rose com suas perguntas.

-Nunca mais falo com ele.

-Então o esqueça de vez. – disse Ursula fazendo Stacey se perder em seus pensamentos.

-Deve ter sido divertido você atacando todos aqueles garotos e depois verem que foram vencidos por uma mulher. – disse Rose. E Stacey forçou um sorriso, mas no fundo estava perdida, não parava de pensar nele.

Dois meses depois...

A escola nunca mais foi à mesma, pelo menos não naquela sala de aula do número 1003A. Depois daquele dia do tal “protesto” dos alunos, as patties perderam totalmente seu espaço na sala e agora tinham que se sentar separadas, espalhadas pela sala. Ninguém mais sentia medo delas e nem ao mesmo as respeitavam e até tiravam sarro da Rô que agora era mais conhecida por Rogéria.

Gerard e Stacey não mais se falavam desde então. nunca mais trocaram palavras. De vez em quando ele mandava recados através da Ursula pra Stacey que não queria nem ouvi-los, pois senão isso lhe fazia pensar mais nele, mais do que levava o dia inteiro pensando. Ela se pegava de vez em quando olhando pra ele e deixava um sorriso bobo sair, mas depois de se tocar ela voltava a ficar séria e virava o rosto. Por dentro queria muito perdoa-lo e voltar a falar com ele, mas era orgulhosa, e não queria admitir sua paixão.
Para se distrair, Stacey se empenhava na dança. Agora ela ficava todos os dias treinando. Stacey contou à sua mãe sobre as aulas e assim também revelou à suas amigas que também lhe deram apoio. Ela teve que dar tudo de si pra que sua professora lhe aceitasse de volta já que estava com bastante faltas nas aulas, ficava horas treinando, mas tudo pra conseguir o que tanto queria. Aquilo a fazia esquecer de seus problemas e ela sentia-se em outro mundo, viajava totalmente no embalo da música.

Os meses se passaram e chegou o dia de sua apresentação de dança. Apesar de sua situação não ser a melhor, ela estava feliz e ansiosa também naquele dia. Sua barriga parecia conter milhares de borboletas dentro voando de cima a baixo.

As cortinas se levantaram e ela e seu grupo se apresentaram. Com o tempo, todo o nervosismo foi embora e ela deu tudo de si e chegou a se empolgar no meio da apresentação. Foi então que no meio da dança os olhares dela se cruzaram com o do Gerard, que estava no meio da platéia, fazendo ela cair. A professora de dança deu um berro nervosa e se conteve pra não ter que ir até Stacey ajuda-la. Nada boba, Stacey fingiu que o tombo fizesse parte da dança e se saiu muito bem dessa com vários aplausos. Quando a dança acabou, ela e o grupo agradeciam quando ela olhou pra ele novamente não acreditando que ele tinha ido vê-la.

No camarim as meninas parabenizavam ela por ter desviado o tombo tão bem e ninguém quase percebeu que aquilo foi realmente um tombo. Depois cada uma foi pro seu canto se vestir.

-Stacey, está de parabéns, você foi muito bem. – disse sua professora.
-Obrigada, não seria senão pela senhora. E desculpa pelo tombo.

-Não tem problema, você soube se sair muito bem, como eu te ensinei. – disse dando-lhe uma piscadela e indo embora.

Stacey sorriu contente com os elogios e se abaixou pegando seu sobretudo e quando levantou o rosto viu pelo espelho Gerard atrás dela. Ela se virou num pulo e eles ficaram se encarando.

-O que faz aqui? – perguntou nervosa passando por ele indo na direção da saída vestindo seu sobretudo.

-Vim ver sua apresentação.

-Eu não te convidei. – e ele agarrou o braço dela fazendo-a parar.

- na verdade, Rose e Ursula me deram um convite.

-Elas não fariam isso comigo. Sabem que não quero mais papo contigo.

-Mas eu precisava conversar.

-Acho que já conversamos tudo não é?

-Queria pedir desculpas mais uma vez por tudo que eu tenha feito e te magoado. E te dizer mesmo que não acredite, que eu te amo. – e ela riu irônica. – também vim por mais um motivo. – e tirou do bolso do casaco um envelope. – vim te entregar o exame, se é que ainda te interessa saber o resultado. – Stacey parou de rir ficando séria e pegou o envelope da mão dele. – então é isso... * e olhou esperando que ela voltasse atrás, mas ela nem olhou pra ele *...tchau. – e ele foi embora.

-O que eu faço? – se perguntou. Ela olhou o envelope novamente e não agüentou, abriu. Passou os olhos por todas aquelas coisas escritas até chegar no que lhe interessava, o resultado final. – negativo. – falou alto. – o resultado deu negativo...

Stacey colocou a mão na boca ameaçando chorar e respirou fundo se contendo, por um momento sentiu um misto de alívio com desapontamento. Não sabia o que sentia direito. Talvez quisesse ser irmã dele pra ter que perdoa-lo, não sabia. Sentia falta dele, mas não gostava de admitir. Estava ali parada pensando em tudo que lhe acontecera até que chegaram Rose, Ursula e Leila.

-minha filha, você foi ótima. – disse abraçando ela.

-Mãe, acho que isso também lhe interessa. – e entregou o papel a ela.

-O que é isso? – perguntou sem entender. – ah! – disse como se soubesse ao ler.

-Gerard e eu não somos irmãos.

-Isso é bom não é? – disse Rose seguido de um “cala a boca” de Ursula.

-Não é possível. – disse Leila.

-É possível sim. Não somos irmãos... – repetia como se não acreditasse naquilo. – eu quero ir pra casa. – disse depois.

-Bom...você nem vai comemorar com suas amigas?

-Eu quero ir pra casa. Desculpa meninas. – disse Stacey à elas que olharam meio triste.

E depois saiu do camarim. Chegou do lado de fora e encostou-se ao carro de sua mãe chorando. Estava péssima. Nem ela mesmo sabia o por quê de estar daquele jeito. Sentiu uma vontade enorme e correr pela rua atrás dele, mas naquela hora ele já devia estar longe, ainda mais se tivesse vindo de carro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!