Na hora do recreio, Stacey comia sozinha na mesa quando foi surpreendida por Rose, Ursula e Ray. Os três sentaram-se à mesa com ela.

-podemos? – perguntou Rose depois de sentada.

-É lógico que sim. Não há lugar marcado.

-E como você está Stacey? – perguntou Ray.

-Bem...bem melhor do que ontem. E vocês dois? Parecem estar indo bem.

-Estamos namorando. – disse Rose pegando na mão de Ray.

-Que lindo. – disse Stacey que foi desmanchando o sorriso aos poucos e olhando pra seu hambúrguer que continuava intacto na bandeja.

-Sabe que pode contar conosco não é Stacey?

-Eu queria agradecer por ter feito aquilo por mim Ursula. Na verdade eu tenho que agradecer às duas.

-Ai brigada miga! Eu adorei aquele protesto todo hoje na sala. – disse Rose.

-Que protesto? – perguntou Ray.

-Nós enfrentamos as patricinhas e agora somos uma turma livre. Não há mais lados dos populares e dos rejeitados. Sentei onde sempre sonhei, perto da janela, iluminada pelo sol. – disse Rose fazendo seus amigos rirem. - O melhor foi quando Ursula desmascarou a vagaranha e revelando seu verdadeiro nome. – continuou.

-Como conseguiu aquilo? – perguntou Stacey.

-Foi fácil, eu mexi na mochila dela quando me pediu que eu pegasse algo e pronto, o achei por acaso. levei o boletim comigo, sabia que um dia ele iria servir pra alguma coisa. – e elas riram.

-Oi. – disse Gerard chegando na mesa fazendo com que a conversa cessasse. Stacey olhou pra ele ainda sorrindo, mas logo ficou séria e levantou-se da mesa. Ele tentou ir atrás dela, mas ela entrou no banheiro feminino.

Stacey ficou o recreio inteiro no banheiro. Rose e Ursula apareceram por lá, mas ela disse que queria ficar só e que depois iria pra sala. As duas saíram e Stacey ficou só. Quando ela saia do banheiro viu um dos meninos do time de futebol sentado no chão perto da porta do banheiro, ela olhou pra ele que estava com os olhos fechados e depois continuou a ir pra sala.

-ei menina! – ela se virou e o menino olhava pra ela.

-Ta falando comigo? – perguntou apontando pra si mesma.

-Sim. Você poderia me fazer um favor?

-Depende. – disse Stacey desconfiada.

-Eu não estou me sentindo bem, poderia avisar ao meu time que não poderei treinar hoje?

-Ta, mas se não está se sentindo bem, por que não vai à enfermaria?

-É, você tem razão. – disse o menino se levantando e quase caindo, Stacey ameaçou ajuda-lo, mas ele logo se equilibrou e foi seguindo pelo corredor até a enfermaria.

Antes de ir pra sala ela foi até o campo onde o time treinava e ouviu o treinador perguntando pra um cara onde estaria o jogador “Bob”. Deveria ser o tal que estava no corredor. Quando ela ia tocar no ombro dele pra lhe dar o recado teve uma idéia ao ver o Gerard em campo. Ela olhou pro corredor que dava pro vestiário e tava vazio e correu pra lá. Ao chegar no vestiário que também não havia ninguém, procurou pelo uniforme e achou o de Bob em cima do banco.

-hum, isso vai servir perfeitamente. – disse Stacey rindo.
Minutos depois...

-droga, o time precisa do Bob, onde será que ele está? – gritava o treinador.

-Senhor, estou aqui. – disse uma voz atrás dele e ao se virar viu “Bob” chegando.

-O que aconteceu com você? o treino já começou. Anda! – gritou ele. – parece até que ele encolheu. – disse pro cara ao lado.

-O que eu sou? – perguntava Stacey pra si mesma parando no meio do campo.

-Ei! O que está fazendo aí Bob? – ela olhou pro lado e Frank falava. – você tem que nos guiar esqueceu?

-Então ele é o Quarterback, parece que é meu dia de sorte. – falou pra si mesma e correu pra sua posição.

O jogo começou e a bola foi passada pra Stacey e Gerard correu lá pra frente e gritou pra que ela jogasse a bola pra que ele marcasse o ponto, mas ao invés disso ela correu agarrando a bola na direção dele, os meninos se jogavam tentando derrubá-la, mas ela os empurrava com força e eles iam caindo no chão, foi então que chegou perto do Gerard.

-O que está fazendo? – perguntou ele sem entender a atitude do colega e seus olhos foram ficando maiores quando viu que ela não ia parar e ela lhe deu uma cabeçada forte na barriga que caiu no chão deitado. – ai! – gemia no chão com a mão na barriga. – ficou maluco? Era pra me passar a bola. O que eu te fiz cara? – perguntou ele.

Stacey olhou com raiva e jogou a bola com força na barriga dele que se contorceu todo.

-Estou sem ar! – gritou Gerard tentando respirar.

-Bob, o que está fazendo? – perguntou o treinador vindo correndo até eles.

-Quem está chorando agora seu otário, en? – gritou Stacey e todos olharam pra ele assustado já que tinha voz de mulher. Stacey tirou o capacete e jogou no chão.

-Stacey? – perguntou o Gerard ainda com muita dor.

-O que faz aqui garota? – perguntou o treinador.

-Deixa ela treinador, veio só me dar um recado. – mentiu Gerard apoiando a mão no chão tentando se sentar.

-Olha só, não quero nenhum acerto de conta de casais aqui no meu campo. – gritou o treinador embravecido. – garota, sai fora do meu campo antes que eu te denuncie pra diretora.
-Tchau. – disse Stacey rindo e se virou tirando a roupa e deixando pelo chão e todos olhavam pra ela sem entender nada.

Stacey se sentia aliviada por dentro. Conseguiu se vingar das metidas e agora do Gerard. ele iria ficar sem jogar por um bom tempo depois daquela cabeçada, e ela entendia bem daquilo já que um dia também fez parte de um time de futebol americano.
No final da aula, quando ela abria a porta do carro alguém colocou a mão na porta fechando-a o que quase prendeu o dedo de Stacey. Ela virou-se assustada e viu Gerard com a mão na barriga e uma cara nada amigável.

-por que fez aquilo?

-Acho que não temos mais o que falar, certo? Estamos quites.
-Como assim quites, garota? Você ficou maluca? Por sua causa não vou jogar nessa temporada e não irei conseguir a chance de ser chamado pra jogar nos times dos olheiros que virão assistir ao jogo.

-Nossa! Estou comovida. – disse Stacey se virando pra abrir o carro, mas Gerard a puxou pelo braço fazendo-a virar e a imprensou no carro com seu corpo.

-Fez aquilo de vingança não foi?

-Olha só, você pensa. É lógico que foi. – disse ela com raiva.

-Não devia ter feito isso, eu não fiz nada com você.

-Não? E quem foi o desgraçado então? quem cedeu aquele vídeo horroroso? De quem era o carro Gerard?

-Mas será que não entende que fomos pegos por uma armadilha?

-Armadilha? Me enganou dizendo que me amava. Foi tudo um jogo seu com ela. Eu que caí na sua armadilha.

-No começo foi. Ta eu admito que no começo topei fazer aquilo.

-Então admite?

-Mas não tudo Stacey. Quando te vi aqui pela primeira vez eu sabia quem você era. Mas eu não quis falar com você por opção minha, sei lá, não tínhamos o que ser dito e nossas mães tinham brigado e eu acabei tomando raiva de vocês, mas então eu comentei isso com as meninas e a Rogéria me deu a idéia de me vingar de vocês, eu acabei topando e resolvi me aproximar de você pra isso, mas depois eu desisti dessa historia, eu gostei mesmo de você depois de te conhecer novamente.

-Eu não acredito nisso. Me enganou o tempo todo.

-Não stacey, eu realmente gostei de você de verdade, tinha até me esquecido daquela idéia de vingança.

-Quando estava comigo continuou com ela não foi? – e ele virou o rosto. – diga Gerard!

-É, nós continuamos juntos sim, mas não por muito tempo.

-Foi então por isso que ela não se abalou ao nos ver juntos.

-Me perdoa Stacey. Eu prometo que agora iremos ficar juntos sem nada para nos atrapalhar.

-Agora é tarde Gerard. já não confio mais em você nem em ninguém. Agora me solta ou eu grito. – e ele se afastou deixando-a partir com seu carro, mas antes disse.

-Você joga bem. – e ela continuou séria. Arrancou com o carro e no caminho um sorriso apareceu em seu rosto após o tal elogio.