— Então, o que iremos fazer a respeito disso? – Gina questionou ansiosa.

— Faremos o que Harry e eu faríamos, quando vimos os piratas. – Hermione falou levantando-se e postando-se em frente a eles. – Iremos investigar.

— Hermione, você está insinuando...? – Harry indagou, pegando no ar o que Hermione quis dizer com aquilo.

— Sim. Estou querendo dizer que estes dois são novatos e não conhecemos eles direito. E eles podem, sim, estarem relacionados com os piratas que vimos vindo para cá. – Hermione respondeu.

— Mione, você enlouqueceu? Tom e Rolf podem ser apenas pessoas esquisitas. – Rony replicou.

— Hermione tem razão, Rony, assim como você. É por isso que concordo com o plano da Mione. Vamos investigar. – Gina se manifestou.

— Ótimo. Quem mais topa? – Hermione questionou, e Harry e Rony se entreolharam.

— Nós topamos. – Harry respondeu.

— Certo. – Hermione respondeu. - Vamos fazer assim...

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No dia seguinte, no refeitório da escola....

— Vocês notaram que o Rolf andou evitando a gente o dia inteiro? – Luna conversou sentando-se em seu lugar na habitual mesa do refeitório junto ao grupo.

— Verdade. Ele nos evitou o dia inteiro. O que será que está acontecendo? – Neville falou concordando e depois olhou em volta para ver onde o garoto poderia estar. – Ele nem está no refeitório.

— Não deve ser nada, gente. Todo sabemos que o Rolf é meio estranho. – Harry tentou fazer Luna e Neville esquecerem o assunto.

— Eu também sou estranha. – Luna rapidamente respondeu. – E nem por isso fico evitando nenhum de vocês.

— O que o Harry está querendo dizer, – Hermione veio em socorro de Harry. – É que o Rolf não tem costume de ter amigos e que ele pode agir estranho conosco por conta disso.

— Não vejo sentindo nenhum nisso. – Luna retrucou. – Aliás, não acho que foi isso que Harry quis dizer, mas tudo bem.

— Mas é a verdade, Luna. – Hermione insistiu.

— Está bem, se você diz... – Luna respondeu dando de ombros.

Eles mudaram de assunto, falando coisas paralelas até que depois de muitos minutos o sinal do intervalo tocou.

Todos levantaram e começaram a voltar para as suas salas. Hermione levantou-se para acompanhar o grupo, mas sentiu alguém segurar em seu braço.

— Luna e Neville não caíram nessa desculpa. – Gina falou baixo para que apenas Hermione ouvisse.

— Como sabe disso? – Hermione questionou, mesmo que soubesse não haviam caído, só um cego não perceberia.

— Conheço os dois há anos. – Gina respondeu ainda sussurrando enquanto caminhava com Hermione um pouco atrás do grupo.

— E o que faremos agora? Eles podem desconfiar de nós também. – Hermione perguntou.

— Que tal contarmos a verdade? – Gina sugeriu.

— Que verdade? A que somos sereias?

— Sim, essa mesma. Não vivemos mais no mar, não precisamos obedecer às regras feitas lá. – Gina argumentou.

— Podemos não estar mais no mar, mas ainda somos sereias. Temos que obedecer às regras, não podemos contar para nenhum humano que somos sereias. – Hermione tentou negar.

— Você não pensou nisso quando revelou sua cauda para meu irmão. – Gina comentou como quem não quer nada.

— É totalmente diferente. – Hermione respondeu corando violentamente.

— Não, Hermione, não é. Você achava que meu irmão era um humano e mesmo assim não hesitou em falar para ele que era uma sereia. – Gina continuou argumentando, ainda sussurrando.

— Por que estávamos em um compromisso! – Hermione respondeu também mantendo a voz baixa.

— Luna e Neville também tem um compromisso conosco. O compromisso da amizade. – Gina respondeu ficando satisfeita consigo mesma quando viu que Hermione não tinha uma resposta para isso.

— Mas...

— Que “mas”, Hermione? Escondo isso de Luna faz anos e o mesmo acontece em relação a Neville. – Gina a cortou. – Do que você tem medo? Não vamos ser punidas nem nada.

Hermione ficou calada por uns momentos, apenas observando o nada e continuando o caminho para a sala de aula. Até que voltou realidade de súbito, sussurrando:

— E se eles não nos aceitarem como realmente somos? Eles não deixam de ser humanos. Humanos são imprevisíveis.

E então Gina entendeu tudo.

— Não se preocupe, Hermione. Eles não farão isso. – Gina assegurou-a. - Eles não são como boa parte dessa escola. Eles podem ficar chateados por termos escondido isso deles, mas não irão se afastar de nós por sermos... estranhos. Afinal, eles também são.

Gina e Hermione riram, dessa vez esqueceram de não chamar atenção e os outros olharam para elas.

— Por que vocês estão rindo? – Rony perguntou curioso.

— Não é nada. – Hermione respondeu alcançando-o. – Foi uma bobice minha. E em seguida ela sorriu para Gina, que retribuiu.

E com mais alguns poucos passos, finalmente chegaram na sala de aula.

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Mais tarde, depois da aula....

— Para onde ele foi? – Harry indagou chegando, junto a Rony, na porta da escola, onde as meninas os esperavam para dar início ao plano.

— Acabou de ir para o estacionamento. – Gina rapidamente respondeu.

— Deixem de conversa. Já que estamos todos aqui, vamos logo. – Hermione os apressou já começando a andar em direção ao estacionamento dos alunos.

Eles se encaminharam para o carro de James, que Hermione havia pedido emprestado ao pai e ele a emprestou sem pestanejar, o qual eles estacionaram muito perto de onde estava o de Rolf, que havia acabado de entrar em seu carro. Harry, Gina, Rony e Hermione correram para o carro de James e entraram antes que Rolf desse partida no carro.

Rolf saiu do estacionamento dos alunos sendo seguido de uma certa distância pelas jovens sereias.

Já fora da escola, eles percorreram várias ruas até que chegaram na rua da casa de Rolf. Ele morava a uma distância considerável da escola.

Hermione estacionou o carro na esquina da rua, quando perceberam que o carro de Rolf estava se aproximando de uma casa amarela do mesmo tamanho da dos Weasley, onde eles também puderam observar, estava o carro preto de Tom estacionado na frente.

Eles desceram do carro e antes mesmo que o carro de Rolf terminasse de estacionar em frente à casa, eles se aproximaram sem serem percebidos e permaneceram escondidos nos arbustos do vizinho, um pouco atrás do carro de Tom, que também parecia ter acabado de chegar.

Os dois desceram ao mesmo tempo dos carros e os quatro observaram tudo por entre os galhos dos arbustos. Viram Tom começar a caminhar para dentro, quando de repente Rolf o chamou e ele virou-se para o irmão com o sorriso estranho de sempre.

— O que você pensa que está fazendo? – Rolf questionou sem rodeios.

— No momento, estou pensando em entrar em casa, fazer o dever de casa e comer o jantar da mamãe. E você, Rol? – Tom respondeu debochado.

— Não se faça de engraçadinho! Você sabe do que estou falando. – Rolf insistiu. – O que raios você foi fazer no quarto de Gina?

— Não se faça de engraçadinho, você! Sabe muito bem o que eu fui fazer lá. – Tom respondeu.

— Papai pediu para irmos com calma, Tom. Você vai estragar tudo! – Rolf reclamou.

— Como se você se importasse se vai estar tudo estragado ou não. – Tom comentou aproximando-se do irmão e completou com a voz mais baixa, e as sereias tiveram que se aproximar mais para conseguirem ouvir. – Não era você o todo defensor das sereias?

— Nós nem ao menos sabemos se eles são sereias. – Rolf desconversou.

— Foi isso que eu fui descobrir. Para não perdemos tempo com eles. – Tom respondeu ríspido.

— Arriscando todo o plano? – Rolf perguntou cruzando os braços.

— Eu tinha que tentar alguma coisa. – Tom disse em sua defesa.

— Não importa! Isso não foi o combinado, se papai souber ele te mata. – Rolf respondeu insinuante.

— E quem vai contar? Você? O todo certinho! Rolf! Defensor das sereias! – Tom respondeu caçoando. - Acha mesmo que papai acreditará em você?

— Talvez não. Mas mamãe sim. – Rolf respondeu ameaçador. – E nela, ele acredita.

— Você não irá fazer isso. Não gosta de meter mamãe nessas coisas. – Tom respondeu confiante.

— Posso até não gostar, mas apenas ver papai liquidando você, já vale o sacrifício. – Rolf continuou a ameaça.

— Seu... – Tom falou começando a avançar para cima do irmão, mas foi interrompido por uma voz feminina.

— Meninos, o que estão fazendo aí fora? Andem, entrem logo! O jantar estar na mesa. – Merópe se fez ouvir. Uma mulher magra, de feições delicadas e cabelos castanhos. Ela era a mãe dos meninos.

— Já vamos, mamãe! – Rolf E Tom responderam em sintonia.

— Aconteceu alguma coisa, meninos? – Merópe questionou desconfiada.

— Não, mamãe. – Rolf respondeu primeiro.

— Não aconteceu nada. – Tom respondeu voltando a colocar aquele sorriso estranho no rosto.

— Certo, então entrem. – Merópe aceitou as respostas, deu passagem para os filhos entrarem e fechou a porta.

Harry, Hermione, Gina e Rony, ainda escondidos, se entreolharam boquiabertos.

O que tinha acabado de acontecer ali? Era o que todos se perguntavam com os olhos.

— Vamos... – Rony quebrou o silêncio. - Vamos para casa, precisamos digerir tudo isso que aconteceu.

Então eles rapidamente se levantaram e correram para o carro. Hermione deu partida e eles foram para casa.