Inteiramente Nosso - Thaleo escrita por Cherry Bomb


Capítulo 6
Dia ruim.


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa mesmo por sumir, sério! É que agora minha mãe assinou Netflix, e vocês sabem como é, né... além do mais, eu só queria postar o capítulo seis quando terminasse o sete, mas tô com bloqueio criativo -.-
Enfim, vim postar para vocês só para não deixa-los na mão.
Até o/



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Leo.
Leo achou que seu dia não podia piorar. Bem, ele errou. Primeiro, acordara atrasado para a escola. Piper não o chamara pois estava na casa de alguém que ele não fazia a mínima ideia de quem era, e ele não pôde nem tomar um banho longo de água quente. Ligou na água fria (para acordar mais rápido) e passou um sabonete só para eliminar o mau odor. Depois, vestiu a primeira coisa que viu pela frente e saiu correndo. Não pôde nem comer, estava muito atrasado para isso.
Quando chegou na escola, é claro que o estacionamento estava cheio. Ele encontrou uma vaga há duas quadras da escola e quando chegou no local, estava ainda mais atrasado. Não lembrava qual era a primeira aula do dia, então pegou todos os livros em seu armário e achou o horário em um deles.
Biologia, ele pensou, droga!
Biologia era uma das poucas aulas que ele não tinha com Thalia. Bem, ao menos não era a professora Hécate, embora Gaia também fosse assustadora.
Bem, mas nada disso importava. Ele encontrou a sala e a adentrou rapidamente, causando um estardalhaço.
— Hum... é... desculpa, professora. Eu meio que... hum... cheguei atrasado?
— Isso foi uma pergunta ou uma afirmação, senhor Valdez? – a mulher perguntou, o cabelo castanho longo caindo pelos ombros como cascatas.
— Hã... uma afirmação?
Ela baixou seus óculos até a ponta do nariz e o encarou de modo ameaçador. Leo engoliu em seco. Definitivamente, ela dava medo nele.
— Eu vou deixar passar desta vez, mas que não se repita. – ela voltou os olhos para o livro – Sente-se com a senhorita Atlas.
O sangue de Leo gelou. Não, não, não. Todos menos ela.
Ele caminhou em direção à garota, que estava com a cabeça baixa e anotava algo em seu caderno. Ele se aproximou da garota e jogou-se na carteira ao lado.
— Oi, gracinha! – ela exclamou.
Leo comprimiu a raiva que sentia. Por que, entre todas as pessoas do mundo, ele tinha que se sentar com Calipso? A garota era simplesmente insuportável!
— Eu não sou sua gracinha, Calipso. Supere isto.
Ela levantou o rosto e fez um biquinho e uma falsa expressão triste. Ele se lembrava perfeitamente dos cabelos mel trançados e dos olhos castanhos-avermelhados.
Ela ainda tem cheiro de canela, pensou.
Ela estava perfeitamente como ele se lembrava. Porém, ele preferia esquecer as lembranças. O tempo com Calipso foi bom, mas era passado. Ele não precisava mais de Calipso, e o que sentia por ela não era nada mais ou nada menos do que agradecimento pelos momentos felizes que tiveram juntos.
— Assim você me machuca, amor.
— Calipso, pare. – ele transmitia dureza. Calipso nunca tinha aceitado bem notícias tristes, e ela ainda não sabia lidar com o término dos dois, quase dois anos atrás. –  Não deixe a situação mais difícil do que já é.
De repente, a expressão brincalhona no rosto da garota sumiu. Ela pegou o estojo e o apertou com tanta força que Leo pensou que ele fosse explodir.
— É aquela piranha, não é? – ela cuspiu o veneno de uma verdadeira cobra – Aquela vaca da sua amiguinha!
— Espera... você quer dizer a Thalia? – Leo não podia compreender. Ela estava com ciúmes dos dois?
— Thalia! – ela exclamou, atraindo a atenção de algumas pessoas por perto. – Um nome tão nojento quanto sua dona! O que você viu nela, hein? É o cabelo azul? Se você quiser, eu pinto, meu amor, eu faço de tudo por você!
Leo começou a se afastar, mas Calipso se inclinava cada vez mais e mais para frente. Ela despejava as palavras como uma torneira jorrava água, e sua expressão era de pura loucura. Ele tinha que admitir: Calipso o deixava com medo.
— O que ela tem que eu não tenho, hein Leo? Eu posso ser tudo o que você quiser, eu posso fazer tudo o que você quiser, eu quero ser sua, Leo! – ela quase gritava as palavras. Leo deu graças a Deus por Gaia ser quase surda, ou os dois já estariam fora da sala há tempos.
Ele respirou fundo e se preparou para dizer as palavras. Elas eram duras, mas ele fora bom demais com Calipso. Ela precisava enxergar a realidade, urgentemente.
— Calipso, me escuta. Nós passamos um tempo juntos, e foi muito bom, mas ele acabou. Tudo o que aconteceu naquela época não passa de simples memórias, e nosso relacionamento também. Você é linda, legal, inteligente e engraçada, Calipso, mas eu não te amo; bem, ao menos, não mais. Me desculpe se eu te iludi de alguma forma, mas eu não quero ficar com você mais. Você tem que superar isto, seguir em frente. É o que eu estou tentando fazer. – ele suspirou e passou a mão na nuca, bagunçando os cabelos – Por favor, não dê um chilique.
Ela mordeu os lábios e Leo pôde ver que seus olhos estavam marejados.
— Não dar chilique? – ela jogou a cabeça para trás e gargalhou. Leo teve certeza de que ela chamou a atenção da professora. – Você já escutou o que fala? O que te deu na cabeça para ser tão convencido? Por que você diz todas essas palavras ruins para mim, Leo Valdez? Quer saber?! Me esquece! – ela pegou as coisas e saiu da sala, batendo a porta.
Todos os presentes na sala encararam Leo e, em questões de segundos, os burburinhos começaram. Leo deitou a cabeça e suspirou. Ele queria fechar os olhos e nunca mais acordar. Seria pedir demais?
***
E sim, o dia ficou ainda pior. Quando o sinal da saída bateu, Leo caminhou pelos corredores da escola, louco para se livrar do lugar. Porém, segundos antes de chegar aos portões, ele viu.
Thalia e Nico estavam parados um na frente do outro. As mãos dele estavam na cintura dela e a dela estava em seu rosto pálido, mas o pior de tudo era o fato de que seus lábios estavam colados. O beijo estava rolando fazia tempo, e Thalia parecia estar gostando. Quando ele acabou, ela se virou e viu Leo. Seus olhos se arregalaram e ela gritou seu nome.
Ele não ficou lá para descobrir quais seriam suas desculpas. Apenas deu meia volta e saiu correndo.
No fim do corredor, Calipso sorria maliciosamente para ele. Ela colocou a mão em seu ombro e disse:
— É, parece que eu não tenho motivo para ter ciúmes, não é mesmo?
Ele comprimiu ainda mais a sua raiva para não gritar com Calipso e saiu andando, a procura de algum lugar, qualquer lugar, em que pudesse ficar sozinha.
— Leo! -  ele escutou uma voz familiar chama-lo. Quando se virou, Thalia corria para ele. Quando o alcançou, dobrou o corpo e respirou com dificuldade. – Eu tenho que falar com você... agora... – ela dizia, embora estivesse arfando.
— O que foi, Thalia? Vai me contar sobre seu namoro com o di Angelo? Quer os meus parabéns? – ele soltou. As palavras carregavam ironia e mágoa. Ele não podia acreditar que Thalia estava fazendo isto com ele.
— Leo, por favor, me deixa explicar. – Thalia estava com os olhos marejados e mordia o lábio. Ele desviou seus pensamentos quando percebeu que sua expressão era parecida com a de Calipso na sala de aula. Teria ele a magoado? – Nico me chamou para o baile. – ela despejou.
— E...?
— Eu disse que já ia com você.
— Não se sinta obrigada a negar. Vai lá com o seu bofe, eu me arrumo.
— Não, Leo. – ela prendeu a respiração – Eu não quero ir com ele, você não entende? Ele sabe que eu quero ficar com você!
As palavras o pegaram de surpresa. Ela negara um pedido de namoro indireto para ficar com Leo? Era uma pegadinha, né?
— Você... você não deveria... quero dizer... você o beijou lá. – ele não conseguia formular a frase. Thalia realmente o havia surpreendido.
— Leo, eu disse para ele que queria ir com você no baile, e também contei para ele sobre um garoto que eu, hum, presto atenção, então ele me pediu uma única coisa antes de perder a coragem.
— Um beijo. – ele travou o maxilar. – E você aceitou, claro.
 – Bem, eu acabei de dispensar o menino agora mesmo, então sim, eu aceitei.
— Hum.
— Não diga isto. – ela pediu.
— Isto o quê?
— Hum. Isso mata a conversa.
E droga! Leo não queria, mas riu. Tudo com Thalia era natural, simplesmente fluía. Ele não conseguia ficar bravo com ela por muito tempo.
— Você realmente não quer ir com ele? Porque tem um garoto bonito caído por você neste momento. Eu não perderia a oportunidade. – ele disse novamente.
— Droga, Valdez! – ela gritou e bateu em seu peito – Por que você continua batendo na mesma tecla? Eu disse que queria ir com você, não disse? Então eu vou! Que parte de que “eu quero ficar com você” você não entendeu, hein?! – ela se aproximou perigosamente de Leo. Seus rostos estavam próximos e o olhar da morena transmitia fúria, mas logo seus olhos foram fechados. Leo sentiu a aproximação súbita de ambos e se preparou.
Ele podia sentir o cheiro de morangos de Thalia e a maciez de seus lábios mesmo apenas tendo os roçado. Ele afagou seus cabelos lisos e pôde ver com detalhes as sardas discretas em seu nariz empinado. Pôde senti-la se aproximar e fechou os olhos, aproveitando o momento.
Suas bocas se encaixaram perfeitamente e transmitiram um beijo calmo, mas cheio de desejo, como se ambos precisassem disto: um do outro. Ele não sabia quanto tempo ficaram ali, mas não precisava saber. Tudo o que importava era Thalia, e apenas Thalia.
Quando se separaram, ele só pode notar seus olhos azuis e a respiração arfante de ambos.
Droga de falta de ar!, pensou. Ele queria passar mais tempo com Thalia.
Ele não havia percebido ainda, mas sua mão continuava nos cabelos de Thalia e os braços dela ainda enlaçavam seu pescoço. Ele quebrou o espaço entre os dois mais uma vez e começou um novo beijo.
Este era quente, cheio de ardor. Era como se precisasse dela urgentemente, e ela dele. Durou pouco tempo, pois além da falta e ar, escutaram um pigarreio.
Por favor, não seja o sr. D, não seja o sr.D, ele pensou.
Infelizmente, não era o sr. D. Era muito pior.
Era Jason.


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Notas finais do capítulo

Calipso: http://www.polyvore.com/calipso_school/set?id=184583917



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