No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 43
Um erro


Notas iniciais do capítulo

Eu estava escrevendo e percebi uma coisa: a fic está acabando. Ainda temos alguns capítulo pela frente mas não são muitos. Estou bem chateada e feliz, porque estamos finalmente chegando ao final! Será ele feliz?
Enjoy!



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— É uma casa muito grande — eu disse, assim que entrei naquela casa.

E era realmente enorme. Apenas a sua fachada vitoriana havia me deixado sem fôlego. Sempre admirei casas daquele tipo. E o pequeno jardim, o fato de ser afastada das outras casas... nunca gostei muito de cidades pequenas, mas Mystic Falls tinha seu charme.

— É a minha casa — ele se gabou, fechando a porta atrás de si. — Vamos ver se tem um quarto para você — ele começou a andar e então parou. — A menos que prefira dormir comigo, o que eu não acharia estranho. Sou irresistível.

Revirei os olhos, não lhe dando uma resposta e ele deu risada. Ele continuou a andar até que nós topamos com Stefan Salvatore. Ele pareceu um tanto surpreso de me ver ali com seu irmão e ficou olhando de um para o outro.

— Minha beleza ofusca ele, eu sei — ironizei.

Damon me olhou, arqueando uma sobrancelha e dando risada. Ele achou graça no fato de eu ter feito um comentário irônico.

— O que ela está fazendo aqui? — Ele perguntou, diretamente para Stefan, ignorando meu comentário.

— Ela vai ficar aqui por um tempo — Damon respondeu, dando de ombros.

— Acho que você vai gostar já que colocou uma detetive particular atrás de mim — eu disse, cruzando os braços. Estava esperando há muito tempo para confrontá-lo sobre aquilo.

— Alguém já te disse que você é confusão pura? — Ele perguntou, franzindo o cenho.

— Só queria ouvir sua voz — retribui o suspiro.

— Então está me dizendo que você não está encrencada com nenhuma missão ou dilema? Contra outra, você é pura confusão — ele zombou, me fazendo revirar os olhos.

— Cala boca Queen — disse ríspida.

As lembranças me fizeram estremecer. Abracei a mim mesma, sentindo um frio estranho percorrer meu corpo. Eu só queria poder esquecer tudo pelo que havíamos passado, mas a vida parecia querer me fazer lembrar de todos os bons e maus momentos. Tudo.

— Bom — Damon disse, percebendo meu incômodo. — Vou lhe mostrar seu quarto.

Ele começou a andar e eu o segui, mas Stefan segurou meu braço, assim que passei por ele e sussurrou:

— Eu não sei porque você está confiando nele, mas é um erro — ele encarava meus olhos com intensidade. — Damon não é quem você pensa que é.

— Muitas pessoas se mostraram não ser o que eu achava que eram — sussurrei de volta. — Ele vai ser só mais uma decepção.

Então soltei meu braço do seu, começando a seguir Damon. Talvez eu devesse ter ouvido as palavras de Stefan, mas meu coração estava quebrado. Quando as pessoas estão prejudicadas ou com problemas, elas tendem a fazer escolhas erradas.

(...)

Meu quarto era grande e antigo, mas de um jeito bonito. Havia uma cama de casal, que estava coberta por um edredom antigo, um guarda-roupa de madeira velho, uma escrivaninha com um pequeno abajur em cima, e duas estantes de livros dos dois lados do quarto. Damon me observava observar o quarto.

— Já pode ir agora — eu disse, parando em seu olhar.

— Quero te mostrar aquele livro primeiro — ele disse, adentrando no quarto. Pegou um livro de capa vermelha de uma das estantes. — Este aqui.

Peguei o livro de sua mão, não deixando de reparar o esforço que eu fiz para que nossos dedos não se tocassem. A capa do livro era de veludo, a cor vermelho-sangue era vibrante. O analisei bem, antes de abri-lo. As páginas tinham um tom bege, que mostravam o quão velhas elas eram. Quando vi que Damon não sairia dali, resolvi apenas abrir o livro e ler. Sentei-me na cama. O título do primeiro capítulo era: “Do fogo se fez”. Li tudo com uma certa atenção.

“Uma guerreira, que tinha o cabelo vermelho como o fogo e os olhos laranjas como o sol, era a melhor e mais poderosa guerreira de todo o reino. E também era uma mãe devota, que fazia de tudo para proteger seus filhos. E, quando perdeu seus filhos para uma invasão de um reino vizinho, ficou louca. Ela foi até a mais poderosa das feiticeiras e a pediu que a deixasse invencível, custe o que custasse. Ela precisava vingar a morte dos filhos. A feiticeira, concordou em lhe dar tal poder, contanto que recebesse algo em troca. A feiticeira queria o corpo da guerreira. A princípio, a guerreira ficou confusa. Como poderia vingar a morte de seus filhos sem seu corpo? Mas a feiticeira logo explicou. Se ela quisesse se tornar invencível, teria de se tornar uma entidade. Para viver para sempre, se apoderaria do corpo de outros seres. Assim, o feitiço foi feito. A guerreira se tornou uma deusa. Vingou a morte de seus filhos e matou todo o reino. Mas não foi o suficiente. Seu poder, lhe deu uma sede por prazeres carnais. Ela precisava saciar sua vontade, então começou a se apoderar do corpo de seres. Suas principais escolhas eram mulheres fortes e corajosas. Ela entrava na mente delas e lhes dava poderes incríveis. Mas, depois de um tempo, se apoderava do corpo daquelas mulheres. E as controlava. Assim ela destruiu planetas inteiros. Milhares de vidas perdidas, sem que ninguém conseguisse pará-la. Até que um dia, Odin, o asgardiano, decidiu que ela não poderia viver mais daquele jeito. Então, armou uma armadilha e a colocou dentro de uma cela especial. Mesmo com toda a magia de Asgard, Odin sabia que não seria possível mantê-la presa por muito tempo, por isso a queimou viva. E assim, restaram apenas suas cinzas”.

Aquilo me era familiar, sabia que já havia escutado aquela lenda antes, mas não me lembrava aonde. Não pude deixar de me perguntar o que aquela lenda tinha a ver comigo, mas continuei a ler, indo para o próximo capítulo que estava intitulado de “Do pó retornará”.

“A guerreira, dona do fogo e da vida, voltará de suas cinzas e se vingará de uma vez por todas. Nunca haverá tempo tão sombrio em todos os nove reinos, em todos os mundos. As Nornas virão e não poderá ser desvisto: a mulher de fogo matará e causará dor, mas o Titã será o responsável por tudo. Das piores traições, ela nascerá. Do amor mentiroso, ela matará. E da amizade feita, tudo cairá”.

Olhei para Damon, sentindo uma sensação estranha no peito. Ele me observava de perto — perto até demais — e aquilo estava me dando nos nervos.

— Essa profecia... é sobre mim, não é? — Perguntei, fechando o livro, imediatamente. Não queria ler o resto.

— Não, não. Eu te trouxe até aqui e quis que você lesse apenas por divertimento — Damon ironizou.

— Ah, cale a boca — bufei. Já estava ficando estressada com o seu jeito egocêntrico.

— Sente-se aqui — ele disse e eu não pude deixar de obedecer. — Quer mesmo que eu cale a boca? Diga-me a verdade.

— Quero — respondi, hipnotizada com a proximidade daqueles maravilhosos e delirantes olhos azuis.

Ele colocou meu cabelo atrás da minha orelha, sorrindo de lado. Não pude deixar de me arrepiar com o toque macio e suave que ele me proporcionou. Ele desceu sua mão do meu pescoço até meus ombros, passou por meu braço, então parou na minha cintura. Olhei para seus olhos novamente e ele continuou a sorrir.

— Você vai me deixar te tocar — ele disse, suavemente. — E vai gostar disso.

Ele se aproximou levemente, ficando há cinco centímetros do meu rosto. Ele apertou ainda mais sua mão em minha cintura. Meus olhos brilhavam conforme os dele se encontravam com os meus. Seus lindos olhos azuis que tinham um olhar tão diferente e apaixonado. Deixei que ele tocasse meus lábios, deixei que ele tocasse em tudo que era meu só porque ele pediu. Como aquela sensação era boa. Como tudo nele era bom. E eu estava tão fascinada com aqueles olhos que meus pensamentos pareciam se misturar com os dele.

— Como nós nunca havíamos feito isso antes? — Perguntei, ofegante por causa do último beijo.

— Você estava ocupada demais com aqueles dois — sua voz me fez arrepiar.

— Ah Damon, seu eu soubesse que você beija tão bem, teria feito isso muito antes — eu sussurrei em seu ouvido.

Foi o suficiente para ele voltar a me beijar como se o mundo fosse acabar no dia seguinte. E talvez fosse, mas eu não me importava naquele momento. Tudo em mim gritava desesperadamente pelo seu toque macio, pelo seu beijo em meu pescoço. Ele tirou minha blusa e então meu sutiã.

— Tire o resto — se jogou na cama e eu obedeci, ficando totalmente nua para ele.

Ele sorriu e apontou para a cama. Eu me joguei em cima dele e tirei suas roupas, o deixando tão exposto quanto eu. Ele passou a mão por todas as dimensões do meu corpo, tocando e apertando cada parte. Ele me teve naquela noite fria. Eu fui sua e fui totalmente vulnerável. Eu sabia que havia alguma coisa errada, mas não conseguia descobrir o que era.

(...)

— Damon? — Chamei seu nome para que ele acordasse.

Seus olhos se abriram instantaneamente e um sorriso se formou em seus lábios. Ele me deu um leve selinho e abraçou minha cintura. O contraste de sua mão gélida com minha pele nua me fez arrepiar. Aproveitei o contato para subir minha mão pelo seu peito nu, sentindo cada parte de seu abdômen. Então acabei meu trajeto e cheguei em seu rosto. Toquei em sua nuca e o aproximei ainda mais.

— Foi sua primeira vez? — Damon perguntou, quando nos separamos, com a voz mais doce que eu podia já ter ouvido.

— Infelizmente não — suspirei. — Mas eu gostaria que tivesse sido.

E eu realmente sentia que ele deveria ter sido o meu primeiro, mas eu já havia me entregado a alguém antes. Se eu não tivesse sido burra, se eu tivesse esperado por outras pessoas, se eu tivesse aceitado o meu instinto de que amar Oliver era uma maldição, talvez Damon tivesse sido meu primeiro e eu nunca me arrependeria. Ele sorriu de lado.

— Eu te amo — ele sussurrou.

— Eu também te amo — respondi de volta. Eu não o amava realmente, mas tudo indicava que eu deveria falar aquilo.

Ele se levantou e colocou sua roupa. Ele parecia tão perfeito, tão surreal que tive que me beliscar algumas vezes para saber que aquilo era real e não um sonho. Damon Salvatore e eu havíamos acabado de fazer amor de uma forma intensa e apaixonada. E eu queria conseguir entender o porquê de estar com a sensação de que algo estava errado, mas era impossível. Tudo parecia tão certo.

— Coloque uma roupa — ele ordenou e eu obedeci. — Mas por favor, coloque algo decente e não esses trapos que você costuma vestir.

Assenti, abrindo o guarda-roupa — que estava cheio de roupas que não eram minhas — e começando a procurar algo decente, como ele havia ordenado. Eu tinha a vontade de fazer tudo o que ele mandava, apenas para agrada-lo. Aquilo parecia certo, mas eu me sentia incrivelmente ruim.

— Não, troque — ele ordenou, se sentando na cama e observando enquanto eu trocava de roupa novamente. — Isso, agora está bom.

Eu usava um vestido preto colante e uma jaqueta jeans de couro. Havia colocado um coturno e algumas braçadeiras de couro. Eu parecia como uma roqueira dos anos 90, mas se Damon achava que estava bom, então eu deveria estar bem.

— Que tal cortar esse cabelo? — Ele segurou as pontas do meu cabelo, me colocando sentada em seu colo.

— Eu não quero cortar o meu cabelo... — eu disse, olhando para ele.

— Mas você vai — ele disse e eu assenti.

— Sim, eu vou.

(...)

Ele me fez cortar meu cabelo no estilo Chanel. Eu já não cortava meu cabelo há mais de um ano e, antes de ir para aquele mundo, ele já estava grande. Meu cabelo, que horas antes estava quase alcançando meus quadris, naquele momento estava mais curto do que os meus ombros.

— Agora nós vamos até um amigo meu que adoraria te conhecer — ele pegou em meu rosto, me dando um leve selinho.

— Quem é ele? — Perguntei.

— Você vai ver — ele disse, agarrando minha cintura. — Você já ouviu falar muito nele — ele fez uma pausa. — Ele é o tal Titã.

(...)

Havia passagens subterrâneas na casa de Damon. Vários corredores de pedra iluminados por tochas com fogo distribuídas em pequenos intervalos, preenchiam a parte de baixo da grande casa. Ele estava me guiando por um desses corredores, segurando minha mão com uma certa força. Nós fomos até o final de um corredor, parando em frente a uma porta de ferro enferrujada e cheia de trancas. Ele abriu cada uma delas e empurrou a porta para frente.

Atrás da porta estava uma sala escura, iluminada apenas por uma lâmpada presa ao teto que estava bem acima de uma caixa de metal. Aproximei-me da caixa enquanto ele fechava a porta atrás de mim. Notei que ela tinha várias escritas em uma língua que eu não conhecia, mas que parecia ser antiga. Quando estava prestes a tocar, ele gritou para que eu não o fizesse. Eu me afastei rapidamente.

Ele, que estava bravo, se aproximou e pegou nos meus pulsos, com força.

— Você não deve fazer nada além do que eu te mando, ouviu bem? — Ele disse, com uma fúria inigualável.

Assenti, com medo. Ele soltou meu pulso, que estava marcado por suas mãos. Tinha a leve impressão de que ficaria roxas. Ele pegou a caixa na mão e começou a rodeá-la, como se lesse as marcas. Então começou a dizer algo bem baixinho em uma língua que eu não entendia. Então soltou a caixa no chão e se afastou. A caixa começou a brilhar de uma forma intensa, então explodiu em luz. Senti como se estivesse sendo levada até algum lugar em alta velocidade e não me sujeitei a abrir os olhos.

Assim que a sensação passou, Damon me disse para abrir os olhos. Quando abri, percebi que estávamos no meio do espaço. Várias estrelas brilhavam ao nosso redor. Estávamos em cima de uma terra com material rochoso. À nossa frente, havia um trono. Nele, estava um homem roxo com uma armadura de metal, que sorria para mim. Em sua mão havia uma manopla dourada.

— Seja bem-vinda — ele disse, sem se levantar.

Damon se ajoelhou, curvando-se para ele, mas eu não fiz o mesmo. Não iria me ajoelhar perante aquele homem, ou seja lá o que ele fosse. Apenas a sua presença me fazia sentir coisas ruins.

— Mas não é você quem eu quero — ele disse se levantando.

Damon se levantou também, confuso. Mas não disse nada, apenas observando enquanto o Titã se aproximava de mim. De perto, eu podia ver que ele era enorme. Ele teve que se curvar para falar comigo. Por alguns minutos, eu olhei dentro de seus olhos e vi sua alma frágil. Então ele pegou sua espada e a cravou em meu peito, tirando um último suspiro meu de vida.


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Notas finais do capítulo

E então?



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