No Mundo Das Séries escrita por Biah Costa


Capítulo 34
Não É Uma Lei


Notas iniciais do capítulo

OIE
Gente, espero que gostem desse capítulo pq tem participação especial ♥
Obrigada pelos comentários ♥
Enjoy!



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Sam estava estranhamente calado. E vê-lo calado era algo muito diferente. A missão que os outros haviam ido era apenas um reconhecimento de terreno, algo como espionagem. Alguns mercadores na costa da China estavam vendendo mercadoria clandestina. Mas isso não era a pior parte. A pior parte mesmo era o fato de que a mercadoria incluía pessoas, drogas e animais em extinção.

Mesmo assim, era apenas uma missão de reconhecimento, por isso Visão, Sam e eu ficamos na base, enquanto Rhodes, Nat, Steve e Wanda foram para a missão.

— Sam? – Chamei sua atenção. – É sua vez.

Ele colocou uma carta sobre a mesa. Visão analisou as jogadas e fez a sua. Eu realmente não queria roubar, mas eu odiava perder. Então, me concentrei, li suas mentes, analisei suas jogadas e joguei. Sorri ao vê-los fazerem caretas.

Sam jogou novamente, em seguida Visão o fez e, na minha vez eu bati. Sam jogou suas cartas na mesa, com raiva, e deu uma leve risada. Visão ficou tentando entender como eu havia feito aquilo.

— Vocês são péssimos nesse jogo – zombei dos dois.

— Isso é ilógico – Visão ainda estava tentando entender como eu havia feito aquilo.

Dei uma leve risada. Visão era como um amigo nerd que tentava entender a todo custo como as coisas aconteciam.

— Mais uma rodada? – Perguntei segurando o baralho em minhas mãos.

— Não – Sam negou, sorrindo. – Preciso resolver algumas coisas. Estou construindo um novo objeto que vai poder nos ajudar com as missões de reconhecimento.

— E o que é? – Perguntei, embaralhando as cartas em minhas mãos apenas por diversão.

— É como um drone, mas que responde apenas a mim – ele deu de ombros. – Estou trabalhando nele ainda. Vou chama-lo de Asa Vermelha.

— Você vai dar nome para o drone? Você realmente vai dar um nome para o drone? – Arqueei as sobrancelhas, rindo.

— Pode zoar o quanto quiser, você vai amar o meu drone – ele disse, fingindo estar ofendido.

Sorri, divertida. Sam se despediu e foi em direção ao elevador que o levaria para o andar de baixo. Visão ainda tentava descobrir como eu havia ganhado daquele jeito.

— Visão – chamei sua atenção – eu leio mentes, esqueceu?

O android franziu as sobrancelhas.

— Eu não sabia disso – ele disse, seu sotaque inglês era fofo. – Você roubou?

— Eu usei minhas táticas – pisquei para ele.

— Você lê mentes? Isso é novo, não é? – Ele perguntou, pegando as cartas que eu havia distribuído.

— Sim – suspirei, pegando as minhas cartas. – Não contei para todos, apenas para Steve e Wanda, então assumi que todos já sabiam.

— Bom eu não sabia – ele fez sua primeira jogada. – Por favor, não leia minha mente.

— Não vou – sorri. – Dessa vez.

(...)

Quando cheguei no laboratório, Sam ainda estava verificando algo em suas asas mecânicas, por isso não o atrapalhei. Sentei em uma das mesas de metal que estavam ali.

Eram sete, uma para cada integrante. Na minha mesa haviam algumas pistolas – as quais Natasha havia me ensinado a usar – e munições. Os uniformes também estavam ali, em manequins protegidos por vidros. Apenas o de Sam, Visão e meu estavam ali.

— Com licença – um dos estagiários de Stark adentrou no espaço. – Temos a informação de um invasor no setor 7.

Olhei para Sam.

— Eu vou – ele disse. – Fique na cabine de comando.

Assenti e sai da sala, indo para a cabine de comando. Lá, algumas pessoas trabalhavam nos computadores. Pedi licença para um deles para usar o computador maior. Conectei o computador com a roupa de Sam. Coloquei o comunicador. Então, na tela grande estava aparecendo tudo o que Sam podia ver. Os estagiários estavam um pouco confusos, mas não falaram nada. Sabiam que contrariar uma vingadora não era uma boa pedida.

Sam havia chegado no telhado, mas não havia nada ali.

O sensor detectou algo, mas eu não vejo nada— ele disse e já ia começar a sair.

Está tudo bem, ele não pode me ver – um homem minúsculo disse para Sam.

Eu posso te ver! — Sam avisou para o homem.

Então, ele se transformou em um homem do tamanho normal.

Oi, eu sou o Scott! — O homem disse para Sam, abrindo seu capacete.

O que quer aqui? – Sam perguntou.

— Primeiro, eu sou muito seu fã – Scott sorriu.

— Obrigado – Sam agradeceu. - Agora, quem é você?

— Sou o Homem-Formiga.

— Como é que é? – Sam deu risada e eu o acompanhei. Homem-Formiga era um nome bem tosco.

— Nunca ouviu falar de mim? Não, não ouviu falar de mim – Scott suspirou.

— Vai me dizer o que quer?

— Eu preciso de uma... uma pecinha eletrônica. Só por uns dias, depois eu devolvo. Tenho que salvar o mundo. Sabe como é que é, né?

— Eu sei exatamente como é que é – Sam bufou, perdendo a paciência. - Atenção comando, detendo o invasor.

Foi mal amigo — Scott encolheu novamente.

Os dois começaram a lutar. Era uma luta um tanto confusa, já que minha única visão era os olhos de Sam. Mas pelo que eu pude ver, Sam estava perdendo.

O invasor é um homem com um tipo de roupa que encolhe e estica ­— Sam disse o óbvio.

— Isso eu já percebi – respondi para ele. – Precisa de reforços?

Não! Eu posso lidar com ele! — Sam disse, tentando convencer mais a si mesmo do que a mim.

Sam viu o homem montar em uma (acredite se quiser) formiga. Então ele entrou no armazém que havia ali. Sam foi atrás dele. Estava escuro, por isso não conseguia ver nada. Mas então Sam foi arrastado para fora pelo Scott.

Desculpa, desculpa mesmo. Foi mal — Scott dizia, enquanto arrebentava Sam.

— Eu vou zoar você tanto – disse para Sam, morrendo de rir por causa daquela luta.

Você já era! – Sam disse para o Homem-Formiga.

Enquanto isso os estagiários me olhavam como se eu tivesse algum problema mental, já que eu estava rindo muito alto.

Ele entrou na minha roupa! – Sam exclamou.

Foi mal. Você parece um cara legal – Scott disse antes de eu perder a visão de Sam.

— E agora? – Perguntei, ainda tentando me recuperar. – Quer reforços.

Não, ele fugiu— Sam respondeu, se dando por vencido. - É muito importante que o Capitão nunca saiba nada a respeito disso.

Isso só fez com que eu risse ainda mais.

(...)

— Ele roubou alguma coisa importante? – Perguntei, assim que Sam voltou para o laboratório.

— Nada que conste no sistema – ele respondeu. – Consegue informações sobre ele?

Caminhei em direção a um computador que ficava ali. Digitei somente palavras chaves como Scott e Homem-Formiga. Apareceram algumas informações sobre um tal de Hank Pym, que havia trabalhado junto com Howard Stark. Ao associar os dois nomes, achei um registro policial sobre Hank Pym denunciando Scott Lang por invasão. Scott Lang havia sido preso uma vez por liberar informações de uma empresa corrupta, devolvendo o dinheiro de várias pessoas enganadas. Falei isso para Sam e ele deu uma leve risada.

— Então o cara não é do mal – ele deu de ombros. – Vamos deixar isso encoberto. Se der algum problema, nós avisamos o Capitão.

Assenti, fechando os arquivos e desligando o computador.

— Estou com fome – suspirei. – Vamos comer alguma coisa Sam.

Ele assentiu e colocou suas asas na mesa.

— Podemos pedir pizza para todos – ele disse e eu concordei.

— Sempre quis fazer uma noite da pizza.

(...)

Nós pedimos seis pizzas: uma de mussarela, uma de calabresa, uma de frango com catupiry, uma de chocolate, uma de banana e uma de quatro queijos. Quando o resto do pessoal chegou, eles estavam cansados e agradeceram muito por a gente ter pedido as pizzas.

— E como foi a missão? – Perguntei, me jogando no sofá.

— Digamos que os traficantes não vão mais cometer nenhum crime por algum tempo – Natasha deu uma leve piscadinha ao morder sua pizza de banana.

— Gente, quem deixou a borra do café na pia de novo?! – Rhodes perguntou, ligando a água da torneira.

— Foi o Steve – apontei para o loiro sentado na minha frente.

Ele semicerrou os olhos e deu risada.

— Essa é a melhor pizza de chocolate que eu já comi – Wanda disse, com a boca cheia.

— Eu gostaria de sentir o gosto das comidas – Visão olhou para baixo, um pouco triste.

Nós ficamos quietos, com o peso na consciência por estarmos nos divertindo tanto e o Visão não poder nem mesmo sentir o gosta da comida.

— Mas sabiam que existe uma explicação científica para isso? Os estudiosos dizem que... – ele começou a falar, mas foi interrompido pelas nossas reclamações.

Começamos a dar risada, porque ele havia feito com que nós sentíssemos pena só para começar a falar de alguma teoria científica.

— Acho que vocês deviam ver isso – Rhodes ligou a televisão.

Pelo seu tom, era algo grave. Ele havia saído para falar no telefone com alguém e agora estava com o semblante sério. Mais do que o de costume. Era uma matéria sobre os Vingadores.

Estamos aqui de frente para a antiga Torre dos Vingadores, onde um grupo significante de manifestantes estão protestando contra os atos do grupo. Algumas fontes dizem que o grupo é responsável pela destruição de um navio de carga na costa da China, o que trouxe muito prejuízo para o governo. A população está insatisfeita com as ações praticadas pelo grupo desde o atentado em Sokovia, envolvendo o Ultron. É com você Diana— uma repórter falava.

Ela estava de frente para a antiga Torre e várias pessoas estavam atrás dela, segurando cartazes que diziam mensagens de ódio para os Vingadores. Então o espaço mudou para o estúdio onde um homem encarava a câmera seriamente.

Vingadores – ele disse, como uma ameaça. – Nós sabemos que vocês estão nos assistindo agora. Qual a explicação vocês? Não estamos dizendo que não somos gratos pelos seus atos, mas quem irá pagar pela destruição que vocês deixam para trás?

Rhodes desligou a televisão e nós ficamos em silêncio. Coloquei meu pedaço de pizza em cima da mesa porque já havia perdido a fome. Aquele mesmo assunto parecia não sair da boca dos jornalistas. Eles nem tinham um motivo real para ficarem com raiva. Tudo bem que causávamos alguns estragos, mas pelo menos estávamos salvando as pessoas.

— O governo está sendo pressionado – Rhodes começou, se encostando na poltrona em que Sam estava. – O povo quer que não sejamos apenas uma inciativa privada.

— E o que o Tony acha disso? – Perguntei, apoiando os braços nas minhas pernas. – Afinal, ele ainda é parte da equipe, não é?

— Ele ainda não se pronunciou, duvido que vá – Rhodes me respondeu.

 – A real pergunta é: o que acontece se o governo aceita a pressão do povo? Deixamos de trabalhar por nós mesmos e viramos marionetes do governo? – Sam questionou.

— Não necessariamente marionetes, mas agentes – Natasha se pronunciou. – Não é isso que eles querem? Deixaríamos de ser autônomos para virarmos funcionários públicos.

— Eles têm medo de nós – suspirei. – Têm medo do que podemos fazer e por isso querem nos controlar. Se eu tivesse que escolher entre ser marionete do governo e ir contra a lei, definitivamente escolheria a segunda opção.

Rhodes me deu um longo olhar, como se tentasse decifrar meus pensamentos.

— Bom, pelo menos não é uma decisão que devemos tomar – Sam esfregou as pernas. – Afinal, ainda não é uma lei, é?

Ficamos em silêncio. O clima leve de antes havia se tornado tanto pesado que até mesmo o silêncio constrangedor era mais leve do que falar alguma coisa. Estava tendo um mau pressentimento sobre tudo aquilo. Ser controlado por um governo que há pouco tempo era totalmente controlado pela HIDRA? Não, nem nos meus sonhos mais loucos.

Mas algo ali me soava familiar. Sabia que não podia ser um filme porque todos os filmes já haviam acabado e eu havia sido teletransportada antes de Guerra Civil estrear e...  Não, não, não! Pensei. Eu já havia lido a sinopse de Guerra Civil. Eu sabia que tudo acontecia por causa de um registro idiota inventado pelo governo. E sabia que a equipe se dividia.

Merda! Eu não acredito! Pensei, me dando conta do óbvio: estávamos no prelúdio de Guerra Civil. Mas a pior parte não era nem o fato de que toda a equipe iria se separar. A pior parte era que eu não sabia como as coisas iriam acontecer. Eu não podia evita-las nem se quisesse.


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Notas finais do capítulo

E então?
Devo dizer que estou bem ansiosa pra começar a desenvolver a trama de Guerra Civil porque é muito importante para a história. E sem contar que Guerra Civil também é muito emocionante né hehehe
Para quem está sentindo falta do Oliver, só digo uma coisa: ele vai voltar em breve! Afinal, ele também é uma parte importante da história!
Se gostaram, me digam. Se não, me digam também! Sinto falta de muitas de vocês!