Ainda com meus braços em volta de seu pescoço, fui avançando lentamente em direção a boca de Dimitri. Boca essa que parecia ter sido esculpida. Fiquei admirando ela até de decidi a contornar com a ponta da língua. Ah, sim, era uma boca perfeita.

Minha mente parecia estar nublada, apesar de eu estar consciente de cada atitude minha ou do deus grego a minha frente. Ainda estava consciente quando Dimitri colocou ambas as mãos a cima da minha cintura e também quando um som delicioso retumbou de dentro do seu peito, pela minha atitude audaciosa, mas talvez tenha ficado fora do ar por alguns minutos quando ele pareceu perder a paciência e capturou meus lábios com os seus, me beijando com fervor. 

Ser beijada por Dimitri Belikov era uma experiência única e devia ser proibido, - para pessoas que não fossem eu, obvio.

Senti sua língua pedindo passagem através dos meus dentes e Dimitri explorou cada canto da minha boca quando cedi sem pensar duas vezes.

Quando o ar se fez necessário, ele começou uma série de pequenas mordidas no meu lábio inferior, depois desceu para meu queixo, arrancando um gemido sufocado dos meus lábios. Suas mãos subiram e desceram por minhas costas antes de apertarem minha cintura possessivamente.

Até mesmo com um beijo Dimitri sabia mostrar o quão controlador e dominante ele era.

E eu estava adorando cada segundo.

Dimitri finaliza com um beijo suave e olha em meus olhos. A intensidade deles fez minhas pernas ficarem bambas, e se ele não estivesse me segurando tão firme, eu teria caído.

"Roza..." Sua voz estava rouca e revelava exatamente o que estava escrito em seus olhos. "Desejo" Minha consciência afirmou.

Seu sotaque russo pareceu aflorar ainda mais o desejo que eu estava sentindo naquele momento. Porém, antes que eu pudesse falar alguma coisa, ou continuar de onde paramos, sinto meu corpo ser puxado para longe de Dimitri.

"Mas que diabos..." exclamo surpresa e me viro para saber o que tinha acontecido, encontrando uma Natasha espumando de raiva.

"O que você pensa que está fazendo?!" Grita com o rosto vermelho.

Arqueio a sobrancelha para ela, com um sorriso falso nos lábios. Arrumei minha postura e ergui o queixo com petulância.

"Rosemarie..." Dimitri fala com receio, como um pai que está prevendo que seu filho irá aprontar.

Senti uma sensação boa se espalhar pelo meu peito quando me dei conta de quão bem ele me conhecia. Por fim, decidi não fazer o que tinha em mente.

"Beijando ele, o que você pensou que eu estivesse fazendo? Respiração boca-a-boca?" Digo sarcástica e fico contente quando seu rosto fica ainda mais vermelho.

Natasha abre a boca para responder algo, mas para quando ergo minha mão.

"Nem se dê o trabalho, não estou no clima para discutir com você hoje, Natasha." E realmente não estava, já que tinha acabado de beijar meu delicioso chefe e minha cabeça estava começando a ficar ainda mais nublada.

 "... não tome isso demais, senão você não vai nem acordar amanhã. ” As palavras de Vik ecoaram pela minha mente.

"Droga! De novo?!"  Bom, pelo menos dessa vez eu não vou acordar na casa do meu querido chefe.

"Infelizmente." Protestou uma partezinha pervertida do meu subconsciente.

Ignorando a confusão que se alastrava pela minha cabeça, me viro e encaro Dimitri.

"Te vejo amanhã na empresa, chefe." Sorrio de lado, tentado esconder o quanto eu estava apavorada de ter que encarar ele amanhã, ainda mais se ele quiser conversar sobre o que aconteceu hoje.

Dou as costas para os dois e saio do bar com passos rápidos, pretendendo chegar em casa o mais depressa que eu conseguisse. Deixaria para mandar uma mensagem para Vik amanhã para explicar o porquê de eu ter sumido sem mais nem menos. 

Felizmente não demoro muito para chegar em frente do meu prédio. Como sempre, dou um ligeiro "olá" para Tom, o porteiro simpático, e subo até meu andar pelas escadas.

Elas nunca pareceram tão longas quanto hoje, isso que Lissa e eu moravamos no 5º andar.  E o corredor até a última porta, 515, nunca pareceu tão distante também.

Passei a bendita chave e suspirei aliviada pela primeira vez quando constatei que Lissa não estava mais em casa. Não queria ter que responder uma infinidade de perguntas, mais uma vez.

Tiro meus sapatos, blusa e short enquanto percorro o caminho até o banheiro no meu quarto, mesmo sabendo que Lissa iria arrancar meus olhos depois, e por fim retiro as duas últimas peças quando entro dentro do box.

A água quente bastaria por hora para relaxar meus músculos tensos e aliviar a dor latejante que estava sentido na cabeça.

Pena que quando deitei, o que eu estava sentindo resolveu triplicar. Assim como tudo que eu estava tentando não pensar por hoje, ficou flutuando a cima da minha cabeça, afastando cada resíduo de sono que ousava se aproximar.

"Você beijou seu chefe!" Gritava minha consciência.

"Eu não acredito que não tirou aquela carranca arrogante da Vacatasha!" Se revoltou a Rose encrenqueira.

"Quando você vai aprender a não beber além da conta?" A voz de Lissa ecoava.

Porém, finalmente consegui dormir quando a partezinha pervertida do meu subconsciente pulava alegre dizendo:

"Ele nos chamou de Roza! Que é Rosa em russo! O que quer dizer que ele finalmente nos chamou pelo apelido e com o jeitinho só dele de fazer isso, ainda por cima!"