Escrito nas Estrelas escrita por Jamillygm
Notas iniciais do capítulo
Mil desculpas pela demora, estava resolvendo algumas coisa e também sem ideia pra escrever por causas das emoções do Enem, rsrsrs
Espero que gostem, boa leitura!
Dois anos depois
São sete horas da noite e João Lucas estava no seu quarto jogando vídeo game. A casa estava silenciosa, pois sua família ainda não tinha chegado da Império.
Depois que terminou o ensino médio, a vida do garoto era basicamente essa: dormir, jogar vídeo game e baladas. Claro que as baladas eram sempre na companhia de Du. Os dois tinham se tornado melhores amigos e andavam sempre juntos. Ela era a única coisa boa que tinha acontecido na sua vida a tempos. José Alfredo, seu pai, não gostava nem um pouco da rotina do filho e cada vez deixava isso mais evidente, pois as discussões estavam cada vez mais frequentes. O garoto preferia não estar em casa ou, quando estava, ficava no quarto para não ter que ouvir a mesma ladainha de sempre.
O silêncio que reinava foi quebrado pelas vozes de seus pais e irmãos que chegavam da empresa. Lucas sempre ficava apreensivo quando eles chegavam, pois seu pai fazia questão da família estar reunida quando estava em casa e esses momentos eram desagradáveis pra Lucas porque sua família aproveitava pra lhe encher o saco.
Como de costume Silviano foi chama-lo para o jantar. João Lucas não estava nem um pouco afim de descer, mas mesmo assim desligou o video game e foi ao encontro da família.
_Oi Lucas– Clara falou. Lucas só acenou com a cabeça, não disse nada enquanto sentava-se à mesa.
O jantar foi passando, a família conversando sobre assuntos da empresa e Lucas só comia, queria sair logo dali. Clara percebeu o silêncio do irmão e resolveu puxar assunto com ele.
_E aí maninho, como foi seu dia?
_Normal– ele respondeu
_Normal? normal de um vagabundo, isso que você quer dizer né Lucas?– José Pedro se intrometeu na conversa.
_Qual é o teu problema cara? porque não me deixa quieto?– Lucas falou um pouco alto.
_Qual é o teu problema né Lucas? um desocupado, uma vergonha para a nossa família– Pedro continuou.
_Parem já com isso!– Zé Alfredo interviu, olhando seriamente para os dois.
_Pai, o senhor devia falar umas verdades para o Lucas, sei que o senhor também não esta gostando nem um pouco dessa vidinha dele.– Pedro falou
_O Lucas é problema meu Zé Pedro!– O Comendador falou - e eu converso com ele quando eu quiser, só quero jantar em paz
Lucas aproveitou a calma momentania e levantou-se da mesa para ir para o seu quarto.
_Aonde você pensa que vai Lucas?– Zé Alfredo perguntou. Lucas assustou-se com o seu tom de voz, mas procurou disfarçar.
_Para o meu quarto, coroa.
_Eu já terminei de jantar, vou lhe acompanhar até seu quarto, quero conversar com você– o comendador disse levando da mesa também.
Lucas já imaginou que tipo de conversa seria, uma conversa em que só uma pessoa falava, o seu pai. Como não podia fazer nada para escapar daquilo, caminhou, com passos pesados, para seu quarto. José Alfredo foi logo atrás.
_João Lucas, eu já imagino o que você faz durante todo o dia, mas quero ouvir da sua boca.– Zé Alfredo começou, assim que entraram no quarto.
João Lucas não sabia o que responder, mas aquela conversa já o tinha deixado com raiva e ele perguntava-se o porquê de seu pai fazer tanta questão em humilhá-lo, já não bastava todos os xingamentos que já tinha dito ao filho? porque aquela conversa tinha sempre que se repetir?
_Pai, o senhor mesmo disse que já sabe, então não vou responder nada.– o garoto disse, não olhava diretamente para o pai.
_Me respeita moleque!– Zé Alfredo falava com a voz tomada de raiva.
_Olha nos meus olhos Lucas, eu tô falando com você!– o Comendador aproximou-se do filho. Lucas o encarou. - responde o que te perguntei.
_Diz logo o que você quer, pai– Lucas o olhava com raiva, não queria brigar mais com o pai, mas aquela situação sempre se repetia e ele sempre se via sem saída.
José Alfredo o encarou, a raiva já tinha o tomado e a paciência já estava indo embora.
_Então tá– o Comendador ajeitou o bigode com as pontas dos dedos encarando o rosto do filho, depois continuou - você é um irresponsável, mimado e esta levando uma vida de vagabundo. Eu não sou homem de ter filho assim.
Aquelas palavras bateram forte em João Lucas, ele deixou que a raiva tomasse conta de si.
_O que você quer que eu faça então? me jogue na frente de um carro e morra, assim resolveria seu problema, ficaria só com os filhos perfeitos– a voz de Lucas estava muito alta e tomada pela raiva.
_Não fale besteira seu moleque– Zé Alfredo gritou e segurou forte a camisa de Lucas, o puxando para si
_Então me diz o que você quer?– o garoto assustou-se, mas manteve a voz de raiva.
_Será que você não entende que essa vida não é pra você– Zé Alfredo olhava bem para o rosto do filho. - você é um Medeiros, tem o meu sangue, você pode ser bem melhor do que isso Lucas.
João Lucas o olhava assustado, a vontade de chorar era grande, no fundo ele sabia que era melhor do que aquilo, mas tinha raiva por seus pais só o acusarem e não procurarem entende-lo.
José Alfredo soltou o filho, também sentia um nó na garganta.
_Você vai ter que mudar de vida Lucas, assim não dá!
_Vai fazer o que? me deserdar?– Lucas ainda falava muito alto - eu sou sempre o problema, o vagabundo né?! me deixa em paz– Lucas disse.
_Como é difícil falar com você seu moleque!– José Alfredo passava as mão na cabeça, nervosamente. João Lucas só o olhava - vou deixar você pensando nisso, depois conversamos.
José Alfredo saiu do quarto e bateu a porta. João Lucas sentou na cama e respirou fundo várias vezes tentando se acalmar. A sua vontade era de gritar, brigar, de sair, sumir de vez. Ele deitou na cama, tirou o celular do bolso, iria ligar pra única pessoa que o fazia se sentir bem.
_Leki?– ele perguntou quando ela atendeu
_Oi leki– Du respondeu
_Eu quero sair, pra distrair sabe, se topa ir comigo?– a voz dele ainda tava nervosa.
_O que aconteceu leki?– Du perguntou preocupada.
_Tive uma briga aqui com o meu coroa, foi sinistro Du
_Sei como é
_E aí vamo?– ele perguntou
_Claro– ela concordou de imediato
_Cê tá onde?– Lucas perguntou
_Me preparando pra sair de casa, o clima daqui também tá ruim– ele disse.
_Então te pego aí daqui a pouco
_Tá certo leki, até daqui a pouco.
Eduarda havia ficado preocupada com a ligação de Lucas, ele sempre brigava com os pais, mas ela sempre ficava aflita todas as vezes. A garota de cabelos vermelhos calçou o all star e resolveu esperar pelo amigo na portaria. Seu coração permaneceu aflito todo o tempo que Lucas demorou a chegar. Ela ficou mais calma quando viu o carro dele estacionar em frente a portaria do seu prédio.
João Lucas ganhou esse carro um pouco depois que terminou o ensino médio, sua irmã Clara havia pedido muito a seu pai, dizendo que ele já havia amadurecido mais e tinha certeza que ele não iria dar o mesmo fim do carro antigo para esse novo.
João Lucas tinha esperado a sala ficar vazia para poder sair de casa e acelerou para poder encontrar a amiga.
Eduarda entrou no carro e sentiu seu coração se aquietar quando olhou para ele.
_O que pegou dessa vez em leki?– ela perguntou o encarando
_Meu pai me chamou de vagabundo, disse que não queria ter um filho assim– ele a olhava.
_Pegou pesado!– ela disse
_Pois é– ele disse triste
_E você falou o que?
_Ah! eu tava com raiva, falei um monte pra ele– ele lembrou da raiva que sentiu.
_Mas a gente não tinha combinado que iria pensar antes de falar merda Lucas– ela disse dando um leve tapa no braço dele.
_Eu sei, mas na hora a raiva falou mais alto.– ele defendeu-se - mas agora já era
_É agora já era– ela disse
_Aí eu pensei em da uma volta pra distrair, cê quer ir pra onde? uma balada?– ele perguntou
_Pode ser, mas sem confusão em leki, já chega as de hoje– ela deu outro tapa no braço dele e ele riu.
_Cê que parar de me bater em marrenta?– ele riu e tentou pegar no nariz dela.
_Para leki– ela riu e ele continuou – ta, parou né, vamos logo, para leki– ela ria tentando desviar dele que insistia em tentar pegar o nariz dela.
_Tá, vamos se divertir agora– ele riu, gostava de ver Eduarda sorrir e riu mais ainda quando percebeu que ela estava começando a corar, parou a brincadeira e deu partida no carro.
João Lucas estava começando a se sentir melhor e sabia que era por causa da sua amiga de cabelos vermelhos.
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Comentem e beijos!!!