Escrito nas Estrelas escrita por Jamillygm


Capítulo 6
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Notas iniciais do capítulo

Feliz natal atrasado!! Boa leitura!



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Eduarda não conseguiu dormir direito a noite, vez ou outra lembrava do pai do Lucas brigando com ele. Ela lembrou-se dos seus pais, eles também pegavam pesado quando brigavam com ela. Ela sabia o que Lucas estava sentindo. Eduarda não teve uma briga como aquela quando chegou em casa porque seus pais estavam dormindo e não a viram chegar. Como o sono não vinha, ela resolveu levantar-se cedo e arrumar-se logo para ir pro colégio. Foi na cozinha pedir para Rosa preparar alguma coisa pra ela comer.

_Bom dia Rosa– Rosa estava terminando de fazer o café e fez uma expressão de surpresa quando a viu.

_Bom dia– ela sorriu - caiu da cama foi?

_Não– Eduarda sorriu - não consegui dormir– ela foi desmanchando o sorriso.

_Porque?– Rosa colocou o café na garrafa e aproximou-se dela. - aconteceu alguma coisa menina?

_Ontem eu sai sem você ver– Rosa franziu a testa - fui em uma boate com a galera do colégio, pra todo mundo ir se conhecendo sabe?

_Sei, só não entendo porque você não me avisou? e se acontecesse alguma coisa? já te disse que pode contar comigo!– Rosa falou bondosamente.

_Eu sei, é que não sou mais criança para ter que avisar onde vou e ia ser só uma festa!– Du se justificou.

_Mas eu me preocupo com você!– Rosa segurou a mão de Eduarda que estava em cima do balcão e acariciou - você é minha netinha do coração.

_E você é minha vó– Du sorriu.

_Então me conta o que aconteceu, porque eu estou vendo no seu rosto que aconteceu alguma coisa– Rosa sempre sabia quando acontecia alguma coisa, ela praticamente tinha criado Eduarda.

_Deu ruim no final da festa, um amigo meu bebeu demais, agente dividiu um táxi e eu passei pela casa dele, o pai dele viu ele bêbado e disse um monte de coisa com ele, eu tava vendo a hora ele bater nele ali na minha frente– ela respirou fundo e continuou - eu tô pensando nisso até agora.

Rosa arregalou um pouco os olhos.

_Não se mete em confusão Du, eu acho que você devia procurar amizades mais calmas, nesse ponto concordo com seus pais, eu não quero que eles briguem com você de novo!– Rosa falou preocupada.

_Eu não procurei confusão, aconteceu!– Du fez uma pausa - e outra, eu acho que amizade simplesmente acontece, eu e o leki ficamos amigos e pronto, e eu acho que ele passa pelas mesmas coisas que eu– Du baixou o olhar.

_Que coisas?– Rosa perguntou.

_O pai dele só faltou engolir ele, pareceu até as brigas daqui de casa.– Du falou um pouco triste.- parece que ele não se dar bem com os pais assim como eu.

_E você se identificou com ele nesse ponto?– Du assentiu - entendo você, só não quero que se envolva em mais confusões!– Du a olhou pensativa.

A conversa foi interrompida pela chegada da mãe de Du, pedindo para que Rosa servisse o café da manhã. Eduarda se despediu de Rosa e foi tomar seu café da manhã.

Tinham poucos alunos quando ela chegou no colégio. Lucas ainda não tinha chegado. A manhã se passou e ele não apareceu pelo colégio.

Já eram meio dia quando João Lucas acordou, sua cabeça latejava. A bronca dos seus pais tinha sido horrível e ele mal conseguiu falar alguma coisa em sua defesa por causa do nível de álcool muito elevado em seu sangue, depois disso foi para o seu quarto e vomitou tudo que tinha bebido e mais um pouco. Não conseguiu tomar banho e se deitou na cama assim mesmo.

Devagar, João Lucas foi sentando na cama, depois levantou-se e foi andando calmamente para o banheiro, precisava tomar um banho. Despiu-se e jogou-se debaixo do chuveiro, deixou a água fria escorrer por seu corpo para ver se melhorava aquela dor de cabeça. Quando achou que já estava um pouco melhor, terminou o banho e foi se vestir. Colocou uma bermuda e uma camiseta confortável e foi para a cozinha, estava com dor na barriga de fome.

_Bom dia seu Lucas– Claraide, a empregada falou.

_Oi Claraide– ele falou baixo.

_Quer comer alguma coisa?– ela perguntou. Ele assentiu com a cabeça.

_Que briga foi aquela em seu Lucas– ele a olhou - eu e a casa inteira ouvimos os berros do Comendador.

Lucas sentou-se e colocou as duas mãos nas fontes da cabeça, massageando.

_Eu ainda tô ouvindo os gritos dele– ele disse com os olhos fechados, ainda massageando a cabeça. - Claraide tem algum remédio pra dor de cabeça?– disse abrindo os olhos e a encarando.

_Tem sim seu Lucas, mas essa sua ressaca vai demorar a passar viu?!– Claraide tinha praticamente o criado e por isso não tinha nenhuma cerimônia para falar com ele - peraí que eu já te dou!

Claraide saiu da cozinha e João Lucas ficou sentado ainda massageando a cabeça. O garoto não lembrava de tudo o que acontecera na noite anterior. Fleches vinham na sua mente. Ele bebendo e bebendo mais. O seu pai gritando quando chegou em casa e o rosto assustado de Du. João Lucas parou de fazer a massagem. Talvez merecesse aquela dor de cabeça. Sentiu muita vergonha quando lembrou que a amiga tinha presenciado tudo aquilo. Ele perguntava-se o porque de sempre fazer alguma coisa errada.

_Seu Lucas?– saiu de seus pensamentos com Claraide lhe chamando - tá em que mundo?– ela lhe olhava franzindo a testa.

_Cadê o remédio Claraide?– ele falava baixo. Sua cabeça doía muito.

_Aqui– ela mostrou a cartela de comprimidos e um copo de água em cima da mesa.

_Valeu– ele pegou a cartela, tirou um comprimido, colocou na boca e bebeu um gole de água.

_Me da alguma coisa pra comer– ele pediu.

Claraide fez um sanduíche de peito de peru e pegou um suco de laranja da geladeira e lhe deu. Lucas comeu em silêncio, ouvindo Claraide falar das fofocas de casa. Ele terminou de comer e foi para o seu quarto. Deitou-se na cama e lembrou-se novamente do rosto assustado de Eduarda. Ele estava muito constrangido com tudo o que tinha feito ela passar, mas precisava pedir desculpas.

Tocou o sinal avisando que a última aula do dia tinha terminado. Eduarda arrumou suas coisas na mochila e foi em direção a saída do colégio. Dessa vez ela não iria de carona, então apressou-se para pegar um táxi. Chegou em casa e foi direto para a cozinha, não conversou muito com Rosa porque ela estava muito ocupada com o almoço, então Eduarda resolveu ir para seu quarto. Pegou seu celular e os fones antes de deixar a mochila no chão perto da cama, sentou-se, tirou o all star e deitou na cama procurando suas músicas no celular. Colocou seus fones e começou a ouvir suas músicas preferidas, mas não estava conseguindo distrair a cabeça. O dia foi passando e nada do que Eduarda fazia a distraía, seus pensamentos iam sempre parar na noite anterior.

Eram por volta das sete horas da noite quando o interfone do apartamento de Eduarda tocou, era o porteiro avisando que tinha um rapaz na portaria querendo falar com ela. Rosa foi no seu quarto lhe avisar, Eduarda estranhou, quem será que queria falar com ela?. Ela resolveu descer logo para ver quem é que a estava esperando.

Quando chegou na recepção do seu prédio Eduarda viu um rapaz moreno claro, forte, usando uma jaqueta de couro, uma calça jeans e sorrindo de lado a olhando. Seu coração bateu mais forte no peito, mas ela não entendeu o porquê, só sabia que estava feliz em vê-lo. João Lucas estava encostado no balcão do porteiro, ela caminhou até ele.

_Oi leki– ela disse.

_Oi– ele parecia tímido, estava falando baixo.

_E aí, tudo bem?– ela perguntou para quebrar o silêncio.

João Lucas assentiu com a cabeça, ia falar alguma coisa, mas olhou para o porteiro que estava atrás do balcão prestando atenção a conversa deles.

_Será que a gente pode dar uma volta? queria conversar com você.– ele disse a olhando dessa vez, seu olhar estava triste.

_Claro!– ela disse, aquela preocupação com ele tinha voltado a lhe afligir.

Os dois caminharam até a calçada do prédio de Eduarda e ela pode ver que ele tinha vindo com Antônio, o carro estava parado do outro lado da rua. Lucas abriu a porta para ela entrar, os dois sentaram no banco de trás do veículo e cumprimentaram o Antônio.

_Para onde você quer ir?– Lucas perguntou.

_Tem uma praia aqui perto, pode ser lá?– ela disse o observando.

_Pode– ele assentiu com a cabeça e olhou para Antônio - você sabe onde é Antônio?

_Sei sim seu Lucas, já já chegamos lá!

O carro saiu e Eduarda não parava de pensar sobre o que seria essa conversa. João Lucas também não parava de pensar em como ia desculpar-se por tudo o que tinha feito ela passar. Tinha a conhecido a pouco tempo, não queria que ela se assustasse e se afastasse dele, pois tinha sentido uma ligação muito forte com ela. Algo que ele não sabia explicar. João Lucas só sabia que não queria perder a amizade dela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e comentem por favor!!!