5 anos depois.

Estava pronta para subir ao palco e receber meu diploma. Me lembrei de todos os acontecimentos nesse tempo, estava grata pela vida maravilhosa que estava levando.

Logo após a formatura do colégio, eu e Gustavo passamos no vestibular. Eu me formei em direito e ele estava cursando medicina. Nunca imaginei que aquele garoto que adorava matar aula se tornaria em breve um médico.

Bárbara ficou 6 meses em um centro de detenção para menores após ser condenada. Ela descobriu lá que estava grávida de Gabriel. Deu à luz a uma menina linda, chamada Maria Cecilia. Atualmente elas moram com os pais de Bárbara, e formam uma família bem unida e feliz.

Joel não foi condenado, teve sua insanidade comprovada e hoje vive em um centro psiquiátrico.

Minha mãe, John, meu pai e Serena se casaram ao mesmo tempo em um casamento duplo. Foi incrível, minha mãe e Serena foram as noivas mais lindas que já vi. Os quatro foram para uma lua de mel incrível no Havaí, levando a mim e Gustavo na bagagem.

– Ana Paula Pontes Campos. – anunciou alto meu nome no microfone o apresentador, tirou-me de meus devaneios do passado e me trouxe de volta para este momento feliz.

Levantei-me e fui em direção ao homem alto que me estendia o diploma, olhei para o fotografo que batia várias fotos, e atrás dele pude ver meus pais, Serena, John e meu lindíssimo noivo. Fui caminhando em direção a eles que me aplaudiam de pé.

Pulei nos braços de Gustavo que me abraçou com força.

– Doutora Ana, você me enche de orgulho! Te amo demais! – disse me dando um longo beijo.

– Você me dá muito orgulho também doutor! Te amo mais que minha vida. – disse com olhos cheios d’água.

Recebi o comprimento de todos meus familiares ali mesmo, até meus avós estavam presentes!

– Ana, vou levar meus pais no carro comigo e John. Encontro com vocês na festa. – disse minha mãe, após me soltar de um longo abraço.

– Vou levar Ana em um lugar antes, estou de carro, nós vemos lá mais tarde. – disse Gustavo antes que eu pudesse dizer algo. Olhei para ele desconfiada, para onde iriamos?

– Tudo bem, juízo crianças. – disse meu pai já se afastando junto com Serena. Seguido por meus avós, John e mamãe, que deu uma piscadela para Gustavo.

– Para onde vamos? – perguntei enquanto caminhávamos de mãos dadas.

– Quero te mostrar um lugar especial pra mim. – Gustavo disse misterioso.

Ele dirigiu quase uma hora, estávamos em um local escuro, não conseguia ver nada em volta quando ele finalmente parou o carro.

– Esse é o lugar? – perguntei desconfiada. Ele não me respondeu, só saiu do carro e deu a volta para abrir minha porta. Com uma das mãos ele segurou a minha e na outra segurou uma lanterna, começamos a caminhar em silencio.

Depois de uns dez minutos vi um portão enorme, ele estendeu a lanterna para que eu segurasse e pegou uma chave para abrir o portão. Depois de aberto caminhamos em direção ao uma casa, ele abriu a porta e entramos. Ele ascendeu as luzes e pude ver que era uma casa enorme e muito bonita, parecia estar sendo reformada, havia alguns moveis cobertos com panos. Enquanto caminhava, percebi que Gustavo estava parado em um canto me observando.

– De quem é essa casa? – perguntei olhando para ele

– Era dos meus pais. Meu pai que projetou. Gostou? – perguntou se aproximando de mim.

– Adorei, é linda. – disse sorrindo para ele. Ele se aproximou e vendou meus olhos. – Que isso? – perguntei meio assustada.

– Tenho uma surpresa pra você. – respondeu. Passou um braço por minha cintura e foi me guiando. Fiquei receosa, nunca fui muito fã de surpresas.

De repente senti uma brisa fresca do mar. Gustavo retirou a venda de meus olhos e mal pude acreditar naquilo tudo. Estávamos em uma campina verde, com uma vista incrível para o mar, haviam velas iluminando o espaço e pétalas de rosa branca por todo chão. Olhei para Gustavo e ele deu seu sorriso mais deslumbrante para mim, então disse:

– Não sou muito bom em falar sobre sentimentos, mas quero te dizer que desde a primeira vez que te vi, quando tínhamos apenas seis anos, eu sabia que queria estar com você. Toda aquela implicância se tratava apenas de mim mesmo lutando contra meus sentimentos. Penso em você a cada segundo e antes de ter você em minha vida, meu mundo era completamente cinza. - ele se aproximou mais de mim e ambos estávamos chorando. Ajoelhou-se na minha frente e disse:

– Ana Paula Pontes Campos, eu quero passar o resto dos meus dias ao seu lado, quero ter muitos filhos e morar nessa casa com vocês. Me daria a enorme alegria de ficar comigo e aquentar minhas loucuras e meu amor pelo resto de nossas vidas? – em suas mãos ele segurava uma aliança maravilhosa.

Fiquei sem reação, não me movi e não tinha nem palavras. Aquilo só poderia ser um sonho! Um homem lindo e maravilhoso, queria dividir sua vida comigo e ter filhos ainda.

– Ana, estou envelhecendo aqui. – disse Gustavo impaciente e ansioso olhando pra mim. Comecei a gargalhar de nervosismo e pulei em cima dele.

Rolamos pela grama igual dois garotinhos, assinei meu atestado de louca com isso, que tipo de mulher não consegui dizer um simples “sim” como resposta. Meu corpo ficou por cima de Gustavo e nos encaramos por um breve momento, ambos sorrindo feitos bobos.

– Isso foi um sim tarada? – Gustavo perguntou ansioso.

– Mil vezes sim! – respondi.

Naquele lugar maravilhoso, que em breve seria nossa casa, iniciamos juntos o nosso “felizes para sempre”.

Fim