Na manhã seguinte, o clima está frio e o tempo, nublado. Em 221B, Baker Street, Sherlock está fumando seu cachimbo, sentado em sua poltrona, lendo um livro de medicina.

Watson passa pela sala, se dirigindo à porta.

– Você sabia que a caixa de correio está cheio até a tampa? Sherlock, você sabia disso?

– Sim, meu caro, Watson, eu sei disso – ele fala tirando o cachimbo da boca – De fato, eu sei quem são todas as pessoas que enviaram essas cartas e, potencialmente, o conteúdo delas. Vê a carta azul quase caindo?

– Sim, eu vejo. – Watson responde levemente irritado.

– O que me pode falar sobre ela?

O amigo apanha carta:

– Bem, é feita com um papel caro, com um selo real. É de um rei, eu acho.

– Um príncipe, mas você está quase certo sobre ela. Continue. – Sherlock limita-se a estas palavras e volta a por o cachimbo na boca.

– Acho que... não sei. É tudo que posso dizer.

– Então, leia-a, por favor. É de James.

– De novo, você está certo. Lerei.

Watson, limpando a garganta e consequentemente abrindo a carta, começa a leitura:

“Caro Sr. Holmes,

Sou um prezado colega seu. Necessito de sua ajuda neste caso que não consigo achar solução e é deveras intrigante. Acredito que somente o senhor possa oferecê-la.

Uma pessoa que o senhor provavelmente já ouviu falar através das revistas de fofoca, Aladim, o homem mais poderoso do mundo e um grande amigo meu, está desaparecido.

“Venho por esta carta para que me ajude a encontrá-lo.”

– Continue. – Sherlock sabia que ainda havia mais informações a serem ditas.

– Aqui diz que Jasmine está enviando um servo do castelo para cá para explicar-nos todos os detalhes. Ele disse saber sobre o seu interesse não em pagamento, mas em um bom mistério, o que, com certeza, é este caso. – Watson termina.

– Bem, acho que não leu a carta por completo, John.

– Certo, mas eu só pulei a parte da assinatura. Aqui diz: R. T. B. James.

– Veja, Watson, James é um homem muito esperto. – o detetive comenta com seu amigo.

– Acho que estou deixando passar algum detalhe aqui, certo?

– Ainda não. Entregue-me a carta, por favor?

XxX

No palácio de Jasmine, à noite, o Gênio está sentado no tapete, até que ela entra apressada no cômodo.

– Gênio, estou com o jornal! Você não vai acreditar!

– Ah, não, eles aumentaram o preço da passagem de novo?!

– Muito mais que isso, Gênio!

Ele coloca seus óculos de leitura de mentira para dar um ar intelectual.

– Aqui diz que Sherlock Holmes foi encontrado morto em seu apartamento em 221B, Baker Street. A polícia inglesa suspeita de assassinato. Bem, isso é óbvio, não é? – o gênio fala com ironia.

– Algo nesta história me cheira muito mal? – ela comenta desconfiada.

– Cheira mal? – ele não entende.

– Muito mal.

XxX

Em seu quarto, Rose está sentada, até que percebe James entrar. Ele não nota que ela o observa, pois está de cabeça baixa decidindo se come primeiro as maçãs ou os morangos.

– Hey, você está aqui! – ele comenta alegre.

– James... estou preocupada. – ela comenta um melosa.

Ele se senta a seu lado e a abraça, oferecendo-a uma fruta:

– Não vamos brigar de novo, vamos? – Rose pergunta, ela realmente está farta de brigar por qualquer bobagem com James.

– O que? Não seja boba. Eu não vou- De onde você tirou essa ideia?

– James, eu não sou boba, consigo perceber que não somos mais tão próximos como costumávamos ser.

– Como- Pois, não consegue perceber que quero mesmo ficar com você? Só estou ocupado com outras coisas. – ele fica apreensivo em contar, mas quer que ela perceba que ainda estão firmes e fortes, então conta – Acho que estou em perigo.

– Você está seguro aqui. Sabe disso. Fique aqui comigo.

– Querida, estou realmente perto de encontrar Aladim. Vou terminar de resolver isso e então vou voltar para você. Não existe nada que me faça quebrar esta promessa. – ele sorri com ternura para ela.

– Isso não vai me deixar menos preocupada, mas... obrigada. Isso significa muito vindo de você, querido. Então você acha mesmo que podemos encontrar Ali?

– Estou trabalhando nisso.

– O tempo todo, percebe-se. – ela comenta ressentida.

– Você realmente está fixada com essa história?

– Você sabe que não sou uma maníaca ciumenta, mas... talvez esteja me tornando uma.

– Meu Deus, eu bem que preciso de um pouco de paz, sabia? – ele se levanta da cama, saindo de perto dela.

– Vai, então, vai lá ter tua paz.

– Rose, eu tenho essas coisas para resolver agora. Conversamos depois, quando estivermos os dois mais calmos. Pode esperar por mim? – ele perguntou com um ar cansado.

– Onde vai?

– Sair. Com os meninos.

Ele sai do cômodo e ela fica visivelmente abalada. Talvez não fosse nada de mais, mas desse que ouvira aquela confissão de Cinderela sobre Encantado estar traindo-a deixou Rose dividida sobre como reagir a todas a essas saídas de James.

Tudo bem, ele poderia até estar profundamente tentando e fazendo por onde ajudar a encontrar um de seus melhores amigos, mas ele saía quase todas as noites e nunca dizia aonde ia, somente que ia sair com os rapazes.

Diabos, ele não parecia ter tantos amigos assim quando ainda estavam se conhecendo, que dirá agora. Todas essas teorias conspiracionais contra seu marido que ela mesma criava estavam começando a afetá-la de verdade, e assim que ela decidiu confiar mais nele e tirar aquelas ideias malucas da cabeça, uma voz fininha surge.

– Não vai, não.

Assustada, Rose procura pelo cômodo a fonte daquela vozinha. Se fosse em sua cabeça, sua próxima casa quiçá fosse um hospício!

– Quem está falando isso? Você é minha consciência?

– Estou na sua orelha, na verdade. Escute, ele realmente está em perigo. Eu não deveria estar fazendo isso, mas confie em mim.

Rose se levanta em alerta.

– Para onde ele está indo?

– Para onde o Espelho está. Agora vá, antes que seja tarde demais!