Laços de Sangue escrita por Andreas


Capítulo 2
A última rua


Notas iniciais do capítulo

Mistérios e mais porquês...



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7:00


– Sophie, tive um sonho apavorante, primeiro que eu morava em um hotel sujo, segundo que trabalhava para um homem chamado Bill, que só me explorava e terceiro que estava sendo seguida por uns homens de olhos vermelhos, acredita?... Sophie?


Levantei depressa quando percebi que aquela não era a minha cama, que aquela não era minha casa, não era minha cidade, não era a minha vida. Onde é que diabos eu estava? Não tive tempo de pensar em um plano de fuga, a maçaneta virou e entrou pela porta dois rapazes, um deles não me era estranho.
Tentei encontrar um meio por onde seria capaz de escapar, mas os dois tapavam a passagem, era impossível, a menos que eu conseguisse os empurrar, os planos só entravam em ação na minha mente e meu corpo, diferente dela, estava imóvel.


– Você a trouxe? – Perguntou boquiaberto o rapaz que não me era estranho ao outro.


– Você não? – O outro pareceu debochar da pergunta anterior, revirando os olhos e não a respondendo. –Não pode ser, estivemos trabalhando a noite toda, se não foi você...


– Castiel – Os dois falaram ao mesmo tempo e segundos depois ouvi o mesmo barulho que havia escutado na noite anterior.


– Bom dia – Era ele, o rapaz de sobretudo que vi antes de desmaiar, como? Ele não estava ali antes, mas agora esta, como?


– Não vou te repreender, mas antes disso, pegue um quarto só pra vocês.


O rapaz que não me era estranho, atravessou o quarto, passando por mim deu uma piscadela com um sorriso malicioso e andou mais um pouco até o homem de sobretudo onde bateu em seus ombros. O rapaz de sobretudo pareceu estar tão confuso quanto eu, do que aquele homem estava falando? Estava insinuando que eu e...


– Espere um segundo, vocês três, eu exijo que haja uma explicação para essa loucura toda, primeiro que NÃO, eu não conheço esse rapaz e você, quem você pensa que é... – não podia ser – Agente Ang... Augustus? – Custei para lembrar o nome, mas sabia que o conhecia de algum lugar.


– Há, Castiel sinto muito em duvidar de você, ele sempre se envolve com...


– Ei, ei, ei, eu sempre me envolve não, desta vez estou limpo, não conheço essa moçinha.


Fiquei com medo que os agentes achassem que estava escondendo algo, meu tom de voz não havia sido apropriado e o modo que me dirigi às autoridades, não foi nada adequado. Olhei para a porta que ainda estava aberta, havia uma passagem, eu provavelmente conseguiria passar se fosse rápida, então corri naquela direção, mas sem sucesso, o outro rapaz conseguiu me impedir, não era de se duvidar que conseguisse, ele me segurou pelos dois braços, empurrou a porta com os ombros e me levou para o meio do quarto.


– Sinto muito, eu só estava lá pelo anuncio, eu... eu não sei como vim parar aqui... ele, ele me trouxe. – Apontei para o homem de sobretudo.


– Castiel, precisa nos contar o que aconteceu e você precisa nos prometer que não vai tentar fugir. – Eles pareciam estar mais perplexos do que enfurecidos.


– Me desculpem, só tentei ajudar, já era tarde e ela estava sendo seguida por dois demônio, como exemplo, fiz o que vocês fariam, depois de salvá-la, não consegui pensar em outro lugar de deixá-la a não ser aqui. Sinto muito. – Ele olhava fixamente para o agente, parecia esperar uma resposta de conforto.


– Me desculpem digo eu, demônios? – Um amontoado de preocupações caiu sobre meu corpo, me desequilibrando e o rapaz que antes havia me prendido, agora me segurava, perguntando se eu estava bem.


– Castiel mais cuidado com as palavras, ele quer dizer que aqueles homens eram demônios por estarem seguindo uma jovem. Não se preocupe – Ele me colocava novamente em pé, fiquei um pouco assustada, mas não havia com o que se preocupar, ele tinha razão, estava tudo bem.


– Desculpe pelo transtorno agentes, devo ter desmaiado de susto quando vi seu companheiro, o confundi com um dos meus “inimigos” – Disse levantando um leve sorriso, queria desfazer aquele clima tenso que eu havia arrumado.


– Agora me lembro de você, ela estava na casa do Sr. Waters. – Ele se aproximou do outro agente e sussurrou, mas eu ouvi. – Deve ser por isso que foi seguida.


– Acha que estou sendo seguida pelos assassinos da garotinha? – Perguntei assustada.


– Certamente que não, mas dizem que aquela região é alvo de assaltos, eles podem ter a seguido, mas não se preocupe o assassino já foi pego e em uma hora dessas, já deve estar bem longe. – Me tranquilizou o outro agente.


– Me sinto grata pela ajuda Agente Castiel, o que posso fazer por vocês?


– Não se preocupe, este é apenas o nosso trabalho. – Me respondeu o Agente Augustus.


– Minha nossa, estou atrasada para o trabalho, preciso ir, mais uma vez, muito obrigada, serei eternamente grata.


Desta vez consegui “escapar” com êxito, ninguém me impediu, infelizmente estava indo para um lugar no qual também me sentia presa, mas era necessário. O dia estava quente e as ruas muito movimentadas, por algum motivo a conversa com os agentes me tranquilizou, talvez tudo que imaginei na noite passada, tenha sido consequência do medo que guardei ao ficar sabendo da morte de uma pobre garotinha, sei que os “demônios” assim chamados pelo Agente Castiel eram reais, mas aqueles olhos e o frio repentino eram minha imaginação.
Estava faminta, não havia tomado café da manhã e uma hora a mais outra a menos de trabalho perdido, não faria diferença, compensaria na hora do almoço para que eu não precisasse mais sair tão tarde, resolvi parar na loja de conveniências para pegar um café, foi uma péssima ideias.


Eu era a próxima a pagar quando o sino da porta de entrada tocou duas vezes, olhei pelo espelho que ficava atrás do balcão e os vi, eram os dois mesmo homens daquela noite, pisquei forte, poderia estar imaginando aquilo, mas não, era real e estavam vindo atrás de mim. Sem perder tempo me agachei atrás da prateleira de revistas, me esquivei até o final do corredor sem tirar os olhos daquelas jaquetas pretas que caminhavam vagarosamente por detrás do outro corredor. Admirei pelo meu sistema não ter travado como antes, acho que estava voltando a ser corajosa.


Coloquei o café em uma prateleira qualquer e quando cheguei perto da porta, levantei depressa e sai correndo, estava a alguns quarteirões de distancia do hotel dos agentes, resolvi voltar para lá, se fosse seguida pelos homens, sairia na vitória pois eles seriam pegos, corri o mais depressa que consegui, pude avistar a placa que indicava a chegada do hotel, atravessei a ultima rua que me separava de um ambiente seguro, mas não olhei, e antes que pudesse chegar na outra calçada, senti um baque tão forte que não alcancei meu destino final.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando, não se intimidem, me contem suas suspeitas, façam criticas, mas não se esqueçam de comentar



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