Opostos que se Atraem escrita por paular_GTJ


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

MIL DESCULPAS PELA DEMOOOORA!
Fiz um cap bem grandinho pra compensa =)
Nos falamos lá embaixo...
Boa leitura.



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POV NESSIE

Senti algo macio e quente percorrer levemente a extensão do meu maxilar, enquanto eu começava, lentamente, a despertar da melhor noite que eu já tivera, deixando que um pequeno sorriso brincasse por meus lábios, entregando-me imediatamente.


– Bom dia, dorminhoca. – Jacob sussurrou contra minha pele, apertando com um pouco mais de força seus braços musculosos ao redor de minha cintura.


Hum... – Ronronei ainda de olhos fechados, abraçando seu peito másculo e quente que eu usei como travesseiro a noite inteira. E que travesseiro, diga-se de passagem. – Quero acordar assim todo o dia. – Falei um pouco rouca em função do sono.


Ouvi Jacob rir baixinho e em seguida direcionou um beijo estalado em minha face.


– Por mim tudo bem! – Comentou acariciando meus cabelos. – Podia ficar assim o dia inteiro! – Completou, suspirando.


– É, mas acredito que se você não quer ter sua cabeça arrancada pelo meu pai, seria conveniente sairmos logo. – Resmunguei de má vontade. Definitivamente não estava muito inclinada a sair da cama também. – Aliás... – Apoiei-me em seu peito, encarando-o pela primeira vez. Jacob estava simplesmente encantador com o cabelo todo bagunçado e...


OMFG! ELE ESTÁ SEM CAMISA? Sentei-me na cama um pouco desnorteada com a cena a minha frente. Eu estava abraçada a ele este tempo todo, e ele estava sem camisa? Como não percebi antes? Que idiota! Poderia ter aproveitado bem mais se soubesse... Ok, acho que estou perdendo o foco aqui.

Aliás? – Jacob incentivou completamente alienado aos meus pensamentos inapropriados.

– Hum... Você... Você já pensou em como vai... Hum... Sair daqui sem que ninguém... O veja. – Gaguejei intercalando olhares por seus olhos e pelo seu tanquinho absolutamente perfeito.


Eu podia até contar os quadradinhos tentadoramente definidos. Tinha plena certeza que estava praticamente babando em cima do garoto, mas não conseguia desviar o olhar. 


Jacob abriu um sorriso malicioso, interpretando corretamente a minha gagueira e comprovando a minha falta de discrição. Ótimo, agora eu corei.


– Sim, já pensei em tudo! – Comentou se espreguiçando e estalando praticamente todos os ossos do seu corpo.


OMG! Isso é tortura por eu ter parado o nosso momento ontem. Com certeza ele tinha nítida noção do efeito que produzia em mim e estava tirando proveito disso agora. Ou talvez estivesse se vingando...


– Vou trocar de roupa e depois pulo a janela novamente. – Continuou após um enorme bocejo. - Eu estacionei meu carro um pouco afastado da casa, então você sai, toma seu café enquanto eu dou algumas voltas na quadra para que depois que possa “buscá-la”. – Fez aspas no ar quando pronunciou a última palavra.


– Você pensou em tudo isso antes de vir para cá? – Surpreendi-me, franzindo a testa. Jacob tinha um sorriso orgulhoso no rosto.


– Claro. Sou um gênio, não acha? – Gabou-se, inclinando-se e captando meus lábios em um selinho rápido enquanto eu revirava os olhos saindo da cama.


É óbvio que não íamos nos beijar mais profundamente, não é? Ninguém merece mal-hálito matinal.


– Certo então! Eu vou me trocar no banheiro e você pode ficar a vontade aqui. – Falei me direcionando ao meu enorme closet, e inevitavelmente olhando algumas vezes por cima do ombro, apenas para me certificar da perfeição que era o meu namorado sem camisa.


(...)


Jacob definitivamente tinha jeito para escalar e descer janelas. Ele não produziu um ruído se quer quando saiu pelo meu quarto. Após eu ter terminado de me trocar no banheiro, direcionei-me ao meu quarto onde “casualmente” havia trancado a porta, e quando eu a abri, o cômodo estava monotonamente vazio.


Caminhei lentamente até a cozinha, onde recordava cada momento que passei com ele na noite passada. Por vezes me repreendia amargamente por ter interrompido os nossos amassos, contudo, logo em seguida, eu me recordava de como era inexperiente e ingênua naquele assunto, e decididamente não estava pronta.


– Bom dia! – Leah saudou-me logo que entrei na cozinha. Ela estava terminando uma torrada, e para o meu enorme alivio, estava sozinha.


– Bom dia Lee. – Cumprimentei-a, ignorando o sorriso malicioso que a mesma me lançava.


– Então... – Ela começou a falar, batucando os dedos na mesa e parecendo estar se divertido por alguma razão. Eu apenas a encarei por cima do ombro indiferente. Estava virada para o balcão, onde me servia de café. – Alguma novidade? – Encarou-me sugestivamente.


– Novidade? – Fiz-me de desentendida sentando-me a mesa. – Acho que não. Por quê? – Fingi curiosidade, dando uma mordida em um pedaço de bolo de chocolate.


– Ah, fala sério, Ness! – Revirou os olhos impaciente, deixando de lado todo o teatrinho inicial. – Como foi que ele pediu? Foi romântico? Ai, me conta tudo! – Apoiou sua cabeça nas mãos e me encarou com um brilhinho excessivo nos olhos. 


Ao que parece agora éramos praticamente melhores amigas. Até que eu gostava dessa proximidade nova com a Leah.


– Meu Deus! Realmente todo mundo já sabe. – Suspirei tomando um gole de café. – Aquela Stanley não perde tempo mesmo! – Comentei comigo mesma.


– É, e ela não está nada feliz também! – Leah falou com certa indiferença. – Mas me conta! Garota, você vai entrar para a historia, sabia? A primeira que consegui fisgar aquele pedaço de mau caminho. – Comentou sonhadora. – Quer dizer... O Jacob. – Corrigiu-se rapidamente diante ao meu olhar nada amigável.


Revirei os olhos gargalhando baixinho. Antes, porém que eu pudesse falar qualquer coisa, uma buzina em frente da casa fez meu coração descompassar uma batida.


– Acho que minha carona chegou. – Falei jogando resto do bolo na boca e passando a alça da mochila por um ombro.


– Sei. Comporte-se! – Leah advertiu brincalhona.


Mostrei a língua para ela não conseguindo conter um sorriso bobo brotar em meu rosto, pelo simples motivo de saber que estava prestes a vê-lo. Credo! Eu havia literalmente acabado de falar com ele a menos de minutos e já estava assim?


Muitos dos meus conceitos antigos sobre “estar apaixonada” foram esquecidos depois que Jacob entrou em minha vida. Porém, um eu ainda tenho certeza que é real: o amor realmente deixa as pessoas mais abobadas do que o normal. Mas não é algo que eu possa lutar contra.


Parei no meio da cozinha assim que um pensamento me veio em mente: Jacob não deve ter comido nada nesse tempo que estivemos separados, e com certeza ele deve estar morrendo de fome.


– O que foi? – Leah indagou, reparando na minha hesitação.


– Hum... – Comecei, voltando a mesa e analisando o que eu poderia levar a ele. – Eu estou com um pouco de fome ainda... – Peguei duas torradas e um pedaço de bolo, e os enrolei em guardanapos. – Acho que vou levar para comer no caminho. – Sorri para a garota, ignorando seu semblante curioso e um tanto desconfiado.


Sai da cozinha o mais rápido possível para evitar prováveis questionamentos. Segundos depois, entrei no carro preto que me aguardava, sendo recebida com o sorriso mais lindo do mundo.


– Bom dia! – Jake me saudou se inclinando para me beijar. – Dormiu bem? – Perguntou com um sorrisinho zombeiro após me dar um selinho.


– Não muito. – Brinquei passando a mão no pescoço, fingindo sentir dor. – Acho que tenho que trocar de travesseiro... Acordei com um torcicolo... – Fiz uma falsa careta.


Jacob me olhou um pouco preocupado, parecendo imensamente decepcionado. Não pude conter o riso ao ver aquela expressão tão linda em seu rosto.


– Estou brincando, seu bobo. – Quase que no mesmo instante em que pronunciei essas palavras, sua expressão se suavizou. – Foi a melhor noite da minha vida! – Falei sem pensar.


Jacob abriu seu típico sorriso presunçoso e um tanto malicioso, fazendo-me corar levemente.


– Trouxe seu café da manhã. – Mudei de assunto antes que ele fizesse algum comentário e lhe mostrei as torradas e o bolo em minhas mãos.


– Oh, Nessie! Você leu minha mente! – Falou os pegando rapidamente e já tratando de dar uma mordida em uma torrada. – Você não sabe o quanto estava com fome. – Murmurou de boca cheia.


– Imaginei! – Disse em meio à risada pelo modo quase desesperado que ele comia. – Sabe, por que não me deixa dirigir? Ai você pode comer durante o caminho... – Propus.


Por um momento Jacob me pareceu indeciso. Lançou um olhar ao seu carro, a mim e por fim a comida em seu colo. Acho que a fome falou mais auto porque ele deu de ombros, murmurando um:


– Tudo bem.



POV JACOB


Chegamos à escola um pouco antes de bater o sinal. Nessie era uma motorista um pouco... Eu não diria ruim, mas... Hum... Inexperiente.  E de algum modo, quando disse isso a ela, pareceu que eu estava ofendendo até a sua última geração.


– Não é isso, Ness... – Tentava argumentar diante a sua carranca.


– Você é um baita machista, isso sim! – Resmungou com o nariz empinado, estacionando o carro em uma vaga desocupada.


Suspirei fundo, engolindo minha resposta. Eu definitivamente não queria discutir, apesar, é claro, de ela ficar inegavelmente tentadora com aquela expressão irritada.


– Certo, tudo bem. Desculpe-me. – Pedi sem nem ao menos saber ao certo o porquê de eu estar me desculpando, mas eu já havia aprendido que quando uma mulher está brava com você, o melhor caminho para evitar uma briga feia é se desculpar, seja lá o que você tiver feito. – Ei, olha pra mim. – Chamei, puxando seu rosto para a minha direção. – Você sabia que fica linda com essa expressão homicida? – Nessie tentou segurar a expressão séria, porém o inicio de um sorriso começou a brotar em seu rosto e eu mais do que depressa aproveitei para selar nossos lábios.


Ela pareceu no inicio querer relutar, porém, quando pedi passagem por seus lábios com minha língua, ela mais do que depressa cedeu. Puxei-a pela cintura, aproximando-a ainda mais, enquanto nossas línguas dançavam harmonicamente em nossas bocas.


Nessie se enroscou em meus cabelos ao mesmo tempo em que sugava meu lábio inferior. Meu coração estava descontrolado em meu peito, e meu amiguinho lá embaixo já estava dando sinal de vida.


Um barulhinho no vidro, porém, nos fez interromper bruscamente o beijo. Eu havia simplesmente abolido de minha mente que estávamos no estacionamento do colégio.


Olhei para os lados dando de cara com Quil e Claire, analisando-nos com uma típica expressão de quem esta tentando a muito custo reprimir o riso.


Encarei Nessie ao meu lado, que passava as mãos na roupa freneticamente para tirar o desamasso. Ela estava um tanto corada quando levantou a cabeça para me fitar. Seus olhos percorreram minha imagem por um momento e ela sussurrou discretamente antes de rumar para fora do carro:


– Arrume seus cabelos.


Mais do que depressa fiz o que ela mandou, seguindo-a logo depois para fora também.


– Você deveria colocar película nos vidros, Jake. – Quil foi dizendo assim que cheguei perto o suficiente para ouvi-lo. – Ou então deveria procurar um motel. – Sorriu malicioso, acompanhado pela grávida bipolar.


– Sugestão anotada. – Falei de modo descontraído, entrelaçando meus dedos com os de Nessie - que estava mais vermelha que um pimentão.


As garotas teriam aula de Inglês, enquanto eu e Quil iríamos para a aula de Calculo. Deixamo-as na porta de sua sala e rumamos para a nossa.


– E então? – Quil me deu um soquinho no ombro, com as sobrancelhas arqueadas.


– Então o quê? – Fiz-me de desentendido, porque sabia perfeitamente bem do que ele estava falando.


– Ah, pára Jake. – Ele revirou os olhos, impaciente. – Você sabe do que me refiro... Como foi a noite passada? – Abriu um sorriso imensamente malicioso.


– Normal. – Dei de ombros, querendo mostrar exatamente que nada havia acontecido.


Quil deixou seu sorriso morrer e franziu a testa como quem não entende nada.


– Normal? – Repetiu. – Mas você não... Vocês não...? – Ele parecia um tanto relutante a acreditar. Balançou a cabeça como se tentasse espantar uma mosca. – Como assim?


Sentamos em nossos lugares, no fundão da sala.


– Ela é virgem. – Sussurrei após um breve silêncio.


– E daí? – Quil perguntou indiferente. Lancei-lhe um olhar irritado, e ele revirou os olhos. – Desde quando isso foi um problema para você?


– Desde quando eu parei de sair com qualquer garotinha que me desse mole. – Respondi com o tom de voz baixo. – Com ela é diferente. Quantas vezes mais eu terei que repetir isso?


– Eu sei, eu sei. – Concordou com certa impaciência. – Mas vocês estão namorando, não é? Qual é o problema então?


– O problema é que as garotas valorizam muito a primeira vez... Pelo menos ela parece ser assim. Eu não sei direito na verdade. – Admiti por fim. – Acho que ela não está pronta ainda. Talvez ela não confie inteiramente em mim para dar um passo tão grande. Quer dizer, a gente está namorando a menos de vinte e quatro horas, certo? Como ela pode ter certeza que eu ainda não sou aquele canalha de antigamente? – Falei tudo muito rápido. Aquilo estava martelando em minha cabeça desde a noite seguinte.


Com certeza eu ainda não havia ganhado completamente a confiança de Nessie. Mas aquilo era apenas questão de tempo. Tempo para que eu conseguisse provar que eu mudei de verdade. Não importava quanto iria demorar, eu esperaria e faria com que tudo fosse simplesmente perfeito.


– Depois eu que sou o gay. – Quil resmungou do meu lado consigo mesmo.


POV NESSIE

Claire me encarava com os olhinhos brilhando de expectativa desde que os garotos se despediram de nós. Sinceramente, ela estava me assustando. Ou aquilo é efeito da gravidez, ou minha amiga definitivamente deve estar sofrendo de algum distúrbio mental.


– Que é? – Sussurrei impaciente diante daquele olhar vidrado e medonho.


A aula já havia começado fazia algum tempo. A professora estava passando um turbilhão de exercícios no quadro, o que nos permitia conversar mais abertamente.


– Como assim o que é? – Ela mudou seu semblante para decepção. – Ontem à noite! Quero saber TUDO! – Praticamente gritou a ultima palavra, fazendo com que a professora mal-comida se virasse para nos com uma carranca gigante.


– Algum problema, srta. Bennet? – Indagou com os lábios estreitados em uma linha severa.


– Não professora. – Claire falou, baixando a cabeça e começando a anotar o que estava no quadro.


Fiz o mesmo que ela, sentindo um tédio mortal. Que desperdício de tempo! Quem precisa de aula, afinal? Um pedaço de papel foi jogado em minha mesa, distraindo minhas lembranças do beijo de tirar o fôlego que Jacob me deu no carro.


Oh, claro! Como pude ser ingênua a ponto de pensar que Claire estaria mesmo anotando a matéria. É claro que ela iria me mandar um bilhetinho persistindo no assunto inacabado.   


Eu sei que o Jake dormiu na sua casa ontem. Não se faça de desentendida!

Como foi? Conta TUDO!

Franzi o cenho para aquilo, e mais do que depressa peguei minha caneta para responder.


Como você sabe disso?

...E não aconteceu nada!

Em menos de um minuto, ela me mandou a resposta.

Quando eu fui à casa de Quil depois do shopping, ele estava lá, parecendo bem desanimado... E como eu queria curtir meu ursinho, dei a idéia dele lhe fazer uma surpresa.

Como assim nada? O Jacob não faz muito típico de puritano...

Lancei a ela um olhar surpreso. Ela havia dado a ele aquela idéia? Eu devia ter imaginado que aquilo só podia ter o dedo de Claire...


Foi você? Podia ter me ligado para avisar! Você tem idéia do susto que eu levei quando encontrei uma pessoa escondida em meu quarto?

Não é isso... A gente está namorando a nem ao menos um dia... E, além do mais, eu não estou pronta!

 Claire revirou os olhos assim que leu o que eu havia escrito.


E vai me dizer que não gostou? Haha.

Ah, qual é Nessie! Eu não acredito que você não aproveitou a oportunidade de ter seu namorado gostoso sozinho no seu quarto?

Agora foi a minha vez de revirar os olhos.


É claro que gostei... Aliás, sou eternamente grata a você. Hahaha

Não sei... Eu fiquei nervosa... Imagina com quantas garotas ele já não esteve? Eu não sei nada, como agir... E como posso ter certeza mesmo que ele quer coisa séria de verdade?

Agora Claire bufou, mas por sorte a professora mala não a ouviu.


Olha, não tem o que se preocupar. É mais simples do que você imagina, é só deixar rolar...

Ah, não me diga que você ainda está com essa paranóia? Pelo amor de Deus Nessie, eu nunca vi ele correr atrás de uma garota como ele faz com você! Ele te pediu em namoro, e pelo o que o Quil me conta, você conseguiu realmente mexer com ele.

Vai fundo amiga... Ou, na verdade, deixa ele ir... HAHAHA

Abafei a risada com a mão assim que terminei de ler. Paramos de nos comunicar deste jeito porque a professora se virou de frente para a turma novamente.


Contudo, deixei meus pensamentos fluírem para longe daquela aula maçante. Claire estava completamente certa, não é? Eu tinha que dar um voto de confiança para Jacob, afinal, ele parecia realmente ter mudado. Além disso, eu tinha plena certeza que não conseguiria resistir por tanto tempo aquele garoto incrivelmente gostoso.


Reli aquele pedaço de papel inúmeras vezes. Uma parte em especial se prendeu em minha mente, praticamente fazendo eco ali dentro:


É mais simples do que você imagina, é só deixar rolar...

Talvez eu estivesse me preocupando demais com pouca coisa. Não deveria ser esse bicho de sete cabeças que eu penso ser.


Suspirei chegando enfim a uma decisão. Pararia de fazer drama, e seguiria ao conselho da minha melhor amiga. Simplesmente deixaria rolar.


(...)


Acordei na sexta-feira faltando cinco minutos para o despertador tocar. Eu detestava quando isso acontecia. Nem ao menos poderia tentar voltar a dormir. Não havia sentido, uma vez que teria que abrir os olhos novamente no que pareceriam segundos.


Ao em vez disso, meus olhos bateram em um vestido vermelho, estendido em uma cadeira próxima a minha cama. Ótimo! Havia me esquecido completamente da festa do colégio, que para minha infelicidade, era hoje.


Não que o fato de sair com Jacob me deixasse triste. O problema estava em sair com ele e ter que lidar com um bando de atiradas do colégio, que aparentemente resolveram triplicar a falta de vergonha e se dissimular ainda mais para cima do meu namorado, possivelmente pelo fato dele agora ser comprometido.


Eu simplesmente não conseguia disfarçar meus ciúmes, ainda mais quando aquela vaca da Stanley estava envolvida. Para a minha total felicidade, Jacob estava se mostrando completamente indiferente a qualquer garota, deixando bem claro que não pretendia me presentiar com um par de chifres.


Ele tinha realmente mudado. Estava mais certa disso agora do que nunca. Além de ter realmente deixado de lado sua “fase galinha”, agora ele também resolveu aderir ao comportamento de puritano.


Sim, é isso mesmo. Agora eu posso dizer que a culpa que nada de mais sério não ter acontecido ainda, não é mais minha. Aliás, eu bem que tentei várias vezes levar a nossa relação a um nível mais... Profundo... Se é que me entendem. Porém, Jacob realmente levou a sério minhas palavras sobre estarmos indo rápido demais, e resolveu desacelerar de vez.


Sempre que o negócio começava a ficar bom, ele interrompia o momento com alguma desculpa esfarrapada, e “casualmente” se retirava para ir ao banheiro. Aquele seu comportamento, de parar sempre na melhor parte, estava me deixando quase que subindo pelas paredes.


O som irritante do despertador ecoou pelo quarto, fazendo-me voltar à realidade. E a minha realidade era simples e dura: mais um dia de aulas chatas e monótonas, somada com uma festinha à noite para descontrair.


(...)


– Você toca violão desde quando? – surpreendi-me em meio de uma conversa descontraída que estava tendo com Jacob após a aula, já no carro.


Ele havia aumentando o volume do rádio, dizendo que adorava a música que estava tocando. Falou que aquela foi a primeira melodia que aprendeu a tocar, um talento dele que eu nem sonhava existir até então.


– Desde meus dez anos de idade. – respondeu com um sorriso devido minha expressão chocada. – Acho que meu pai queria que eu seguisse o caminho da música, já que ele tem vários contatos nessa área. Eu toco bem... Na verdade, muito bem! – comentou indiferente.


Rolei os olhos pela sua clássica modéstia, porém ele não falou aquilo em um tom presunçoso como sempre faz. Era como se não ligasse para o fato de ser bom.


– Qual é o problema?


Jacob suspirou pesadamente.


– Eu não curto muito essa área, e realmente não quero me especializar nisso. O que eu gosto mesmo é de mecânica. – pensei ter visto seus olhos brilharem ao dizer aquele nome. - Sempre fui apaixonado por carros.


Uma lembrança, ainda dos tempos em que nos odiávamos, - ou pelo menos pensávamos assim - me veio em mente.


– Eu lembro que quando trocaram nossos horários havia mecânica como matéria... Mas também havia música. Se não gosta, por que escolheu cursá-la?


Jacob abriu um sorriso amarelo.


– Meu pai quase enlouqueceu quando falei que iria cursar mecânica, disse que não terei futuro nenhum se fizer isso... Então para evitar uma discussão, eu me matriculei em musica também. – bufou estacionando o carro em frente à casa de Charlie.


Ficamos em silêncio por um momento, cada um perdido em pensamentos próprios.


– Não vai entrar? – perguntei assim que percebi seu olhar indeciso em direção à casa rodeada por seguranças.


– Hum... Seu pai está em casa? – sua voz deixava claro o quanto inseguro ele estava.


Reprimi a vontade de rir. Desde que eu apresentara Jacob oficialmente, na metade da semana, para a minha família, Charlie pareceu mudar completamente sua opinião sobre o garoto. Ele provavelmente ainda pensava que Jacob namorava a Leah, por isso o fato de eu apresentá-lo agora como meu namorado, o confundiu um pouco.


Ele em alguns momentos até parecia um pai normal, mostrando certa relutância em aceitar o namorado de sua filha, e até sendo um pouco frio com o garoto. Realmente, eu não ligava para isso. Eu não tive que aceitar aquelazinha da Sue como minha madrasta? Pois bem, agora ele que aceite quem eu escolhi.


– Não. Ele está em algum programa de televisão qualquer. – comentei com indiferença, saindo logo em seguida do carro.


A casa estava completamente vazia, e rumamos quase imediatamente para meu quarto, apenas com uma parada rápida na cozinha para fazer uma boquinha. 


(…)


Jacob estava checando seus e-mails em meu computador, enquanto eu batucava os dedos impaciente na cama. Mas que saco! Como eu posso ter ficado tão desesperada a este ponto em menos de uma semana? Esse garoto com certeza tem muita influência com o meu subconsciente. Apenas a lembrança de sua imagem sem camisa já me fazia suspirar incansavelmente pelos cantos da casa.


– O que foi? - ouvi Jacob perguntar de repente.


– Hum? - murmurei tirando a muito custo aquela imagem tentadora de minha mente.


– Você está suspirando faz uns cinco minutos. - ele me encarou por cima do ombro com um sorrisinho divertido. - Pensando em quê?

Ah, se você soubesse...


– Nada. - sorri, levantando-me da cama e rumando para perto dele.


– Nada? Ninguém suspira por nada... Você está entediada? - perguntou preocupado. - Não quer fazer alguma coisa? - Queria, queria muito fazer alguma coisa - pensei revoltada.


– Não, não estou entediada. - menti, abraçando seus ombros e traçando um caminho lento com meus lábios pela extensão de seu pescoço. Jacob estremeceu disfarçadamente. Sorri presunçosa - Ah, por mim nem iria à festa hoje... Faria um programa mais... Casual, sabe? - provoquei mordiscando de leve sua orelha.


– Hum... É... - tive a nítida impressão de tê-lo visto engolir em seco.


Antes que mais alguém pudesse fazer qualquer coisa, meu celular vibrou em meu bolso, quase me fazendo bufar irritada. Será possível que as pessoas tem um radar para saber exatamente qual é a hora menos adequada para ligar para alguém?


“EMERGÊNCIA! VEM PRA CÁ...

A G O R A!

Claire."


Minha raiva foi substituída pelo medo imediamente, e eu apaguei qualquer outra coisa de minha mente. Aquela era a mensagem que usávamos apenas quando a situação era verdadeiramente crítica e urgente.


Me despedi de Jacob depressa, apenas combinando um local para nos encontrarmos na festa, uma vez que ele e Quil iriam juntos, e eu por minha vez, iria com Claire.


Corri que nem uma louca para a casa da minha amiga, deixando Jacob imensamente preocupado. Minha expressão de medo deveria estar o assustando, porém não me detive para explicar qual era o problema. Nem ao menos eu sabia ainda o que estava acontecendo para poder informá-lo.


Um milhão de pensamentos se passaram pela minha mente a medida que me aproximava da casa de Claire.


Será que era algum problema com ela? Com Quil? Ou talvez com o bebê?


Como sempre, entrei sem pedir permissão na casa, e não encontrei ninguém pelo caminho até o quarto de minha amiga.


– O que houve, Claire? – indaguei preocupada adentrando em seu quarto sem nem ao menos bater na porta. – Hum... O que você está fazendo? – franzi o cenho ao vê-la contemplando sua imagem no reflexo do enorme espelho de seu quarto, visivelmente cabisbaixa. O estranho era que por alguma razão desconhecida ela estava usando o vestido que comprou para a festa de hoje à noite. E ainda eram quatro horas da tarde.


– Não quer fechar! – ela resmungou chorosa, me encarando pelo espelho por cima do ombro. – Meu vestido lindo e perfeito não fecha! – colocou as mãos no rosto dramaticamente.


– Oh Deus, não me diga que você me mandou uma mensagem de urgência, interrompendo meu momento com o Jacob, para me dizer que a droga do seu vestido não fecha. – sibilei entre dentes, respirando fundo para não explodir.


Claire retirou as mãos do rosto e me encarou chocada.


– Nessie! Você tem noção do que isso significa? Eu estou gorda! – passou a mão na barriga melancolicamente.


– Você está grávida, Claire. – a corrigi impaciente. – Ou vai me dizer que você não sabia que em algum momento da gravidez a sua barriga iria crescer?


– Sabia... Mas por que agora? – suspirou continuando, talvez inconscientemente, a acariciar sua barriga milimetricamente crescida. – Como vou à festa se meu vestido não entra? – murmurou tentando inutilmente mover o fecho emperrado.


– Ok, relaxa, nós vamos dar um jeito. – me aproximei dela, tomando seu lugar na tentativa de fechar o zíper. – Talvez se você encolhesse um pouco a barriga... – propus colocando toda a força possível no que fazia.


Claire aceitou minha sugestão, sugando praticamente todo o ar da Terra, e permanecendo sem respirar por um momento. O zíper milagrosamente se fechou, porém minha amiga, em conseqüência, estava ficando cada vez mais roxa.


– Obri-gada. – agradeceu quase sem abrir a boca, possivelmente com medo de soltar o ar e estourar o vestido. O que parecia muito possível.


Puxei o zíper novamente para baixo, fazendo com que um gemido de alivio escapasse da boca de Claire.


– Por que fez isso? – ela rugiu indignada.


Lancei-lhe um olhar incrédulo.


– Claire, você só pode estar brincando comigo! Esse vestido não vai agüentar nem uma hora se quer. Está a ponto de explodir. – ela fez menção de choramingar, porém eu me adiantei. – A gente faz assim... Você usa o vestido que eu iria usar... Ele não marca a barriga e ficará perfeito em você.


– Mas eu... – ela começou a reclamar, mas interrompeu o que dizia em função de minha expressão nem um pouco amigável.


– Não! – falei firme. – Você pode até causar mal ao bebê desse jeito! Você viu a cor que estava ficando apenas com um segundo de uso? Imagina horas a fio?


Eu sabia que agora ela não revidaria. Claire podia ser irracional em relação à aparência, mas eu sabia que ela já tinha aquele sentimento maternal em relação à criança que carregava, e nem pensaria duas vezes em fazer algo que pudesse afetar seu filho.


– Oh, bebezinho, não se preocupa. A mamãe não vai apertar você a noite inteira, tá bom? - ela dizia com uma vozinha afinada, afanando carinhosamente o pequeno relevo de sua barriga.


Encarei-a com as sobrancelhas arqueadas, e ela mostrou a língua para mim.


– Não liga para a sua dinda chata. Ela não tem sentimentos! - continuou conversando com o bebê.


Senti minha boca se abrir em um "o" de surpresa, e agora Claire sorriu abertamente para mim.


– Dinda? Isso é sério? - o sorriso era quase inevitável. Senti uma alegria inexplicável naquele momento, e minha amiga pareceu entender o que eu sentia.


– Claro que sim, né Nessie! Quem mais seria a madrinha do meu filhote? - revirou os olhos, como se falasse o óbvio, porém ela parecia estar encontrando tanta dificuldade em desfazer seu sorriso quanto eu.


Sem pensar duas vezes, a puxei para um abraço forte, e ela retribuiu na mesma intensidade.


– Eu e o Quil combinamos de convidar você e o Jacob depois que saímos do médico terça-feira. - ela comentou em meus cabelos.


– E você esperou até agora para me contar? - indaguei me afastando para encará-la.


– Ah, eu queria falar em um momento em que você menos esperasse. - sorriu travessa.


Revirei os olhos, ainda sorrindo.


– Obrigada Claire. Não sabe o quanto me sinto feliz esse convite. - agradeci sincera, fazendo seu sorriso triplicar, se possível.


– Mas escuta... Falando em Jacob... Que momento você estava se referindo antes que eu interrompi? - agora seu sorriso era malicioso. - Finalmente ele resolveu deixar de levar a sério aquela sua idéia idiota de esperar?


Claire sabia de todas as minhas tentativas frustradas dessa semana, e consequentemente, de todas as reações negativas de Jacob. Ela insistia em dizer que a culpa era minha. Que se eu não tivesse interrompido-o da primeira vez, nada disso estaria acontecendo. Mas será possível que de todas as indiretas que dei, não está mais do que claro o que eu realmente quero?!


– Não. - suspirei. - Claire, eu não sei mais o que eu faço. Perdi a conta de quantas vezes eu tentei fazer ele mudar de idéia. - franzi o cenho indo me sentar na cama.


– Você não está fazendo isso do jeito certo. - ela refletiu com um dedo no queixo, pensativa.


– E por acaso você tem alguma idéia do que eu estou fazendo de errado? - perguntei sem animo.


– Você não está sendo direta o suficiente.


– Ah, por Deus. Como eu posso ser mais direta do que eu já fui? - me revoltei.


– Simples. E eu já sei exatamente o que você vai fazer... - ela abriu um sorriso imensamente malicioso. Eu quase podia ver uma luzinha se acender em cima de sua cabeça.


– O quê? - eu estava um pouco preocupada com a resposta.


Definitivamente aquela expressão no rosto de Claire estava me deixando um tanto quanto apreensiva...





















N/A: AAAAAAH, sinto as ameaças de morte a caminho O.O

OAISHESIAOHAOI Peoooople, eu sei que eu demorei, peço de coração que me perdoem, mas JURO que fiz o possível e o impossível pra escrever rápido.

E eu sei também que vocês devem estar preparando bonequinhas de voodu por eu ter parado bem nessa hora :d

O que eu posso dizer é que o próximo cap está quase todo na minha cabeça, então, não prometo data, mas com certeza não vai demora muito não! =D

Entaaaao, oque vocês acham que a Claire vai aprontar?

Um muuuuuuuuito obrigada a todo mundo que comentou, sejam bem vindas as leitoras novas *.*, e um obrigadão em especial a popozita que recomendou a fic *-------* OBRIGADA MESMO! =)

Reviews, sugestões, críticas, opiniões e recomendações são SEMPRE bem-vindas =)

Beijão meus amores, (L)

N/Kamii: Amores, sei que estamos há muito tempo sem postar e que as senhoritas já devem estar arrancando as sobrancelhas, porque os cabelos já se foram há tempos ! OIASOIASOIOASIO'

Mas o caso é o seguinte, a Paulinha estava viajando, e depois que ela voltou começou o cursinho para o vestibular ! E nós como boas leitoras amigas da nossa autora, devemos apoiá-la e desejar todo o sucesso do mundo !

Então desejemos sorte à ela, e compreender que agora mais que nunca ela vai precisar de tempo pra estudar e os posts serão mais "escassos" se me entendem .

Mas nada do tipo anos sem postar ! Agora falando sobre o Cap, o que acharam heim ?

Eu particularmente achei DEMAIS ! O que será que a Clairezinha tá aprontando heim ? E é claro que a nossa autora malvada não vai deixar a Nessie e o Jake nessa felicidade por muito tempo, então eu me pergunto:

SERÁ QUE NESSA TAL FESTA TEREMOS FORTES EMOÇÕES, OU ELAS FICARAM PRA DEPOIS ? Pensem meninas, e não queiram matar a Paulinha, pois é tudo para o bem dela !

Beijinhos !


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