Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 5
Êxtase


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Espera, como assim? Não acredito que o energúmeno vai casar primeiro que eu. Que isso Brasil? Isso não existe gente, antigamente o mais velho casava primeiro. Onde foram parar os costumes dessa geração? Esse mundo está perdido mesmo.

A verdade é que esta faltando homem, essa é a verdade. O Brasil esta realmente em crise falta até homem, à situação ta critica. To me sentindo tão rejeitada ultimamente, que fiquei até carente, bastou ser gentil comigo que já gamo. Esse negócio de casar pra receber a herança mexeu com alguma coisa dentro da minha cabeça, só pode.

O pior é que nessa confusão toda acabei deixando meu trabalho de lado. Tinha que procurar atores para a um curta-metragem, mas acabei me esquecendo dessa porcaria de filme.

–-Guido pelo amor de Deus. – digo entrando, assim que ele abre a porta.

–-Ih, quando coloca Deus no meio, é que o assunto é complicado. Fala – ele diz fechando a porta

–-Eu preciso que você selecione atores para o curta-metragem. Estou sem tempo. – digo sentando no sofá

–-Amor, aqui quem vos fala é o diretor de artes. – ele diz – Artes – ele enfatiza – Não sou diretora geral não. Você que resolve essas coisas

–-Guido pelo amor de Deus. – juntando as mãos

–-Ih, mas já colocou Deus no meio de novo gente? – ele diz sentando

–-Você sabe que nesse momento a minha vida esta uma bagunça. – digo – Não consigo nem arrumar marido que dirá atores pra um filme

–-Olha só vou quebrar seu galho por dois motivos. – ele diz – Um: porque eu sei que a sua vida esta uma verdadeira merda...

O interrompo

–-E dois: porque você me ama e eu sou sua melhor amiga. – digo sorrindo

–-Não. Porque eu sou um ser maravilhoso, espetacular e muito bondoso. – ele diz

–-Nossa! Guido. – digo fazendo bico – Deprimi.

–-Mas eu também te amo. – ele diz levantando e vindo dar beijo em minha bochecha

Sorrio

–-Você não conseguiu mesmo alguém para se casar? – ele pergunta se sentando novamente

–-Não. – digo – Vou ficar pra titia, não vou realizar o sonho do meu pai e ainda vou ficar pobre.

–-E o João? Vai casar mesmo? – ele pergunta

–-Eu sei lá. – digo – Domingo ele levou a suposta noiva, para o meu pai conhecer. – digo fazendo um coque no cabelo

–-Se ele for casar mesmo, ele ganha tudo? – ele pergunta

–-Não, ele ganha a parte dele, no caso as empresas. Agora só não sei o que vai acontecer se o papai morrer e eu não me casar. Não sei se as propriedades vão para o governo ou para o João.

–- Mas será que seu pai vai fazer isso mesmo que ele falou?

–-Acredito que sim Guido. Ele sempre disse que queria entrar comigo na igreja no dia do meu casamento. Como ele viu que isso não estava nem perto de acontecer, propôs isso.

–-Mas você vai casar sim. Força no aplique loira. – ele diz brincando

–-Eu não tenho aplique Guido, esse aquele é meu tá? – digo soltando os cabelos -- Aceita que dói menos. – digo jogando o cabelo

–-Pego uma tesoura e acabo com a tua graça já, já. Continua jogando esse cabelo sua ridícula – ele brinca

Rio

Depois de ficar mais algumas horas conversando com o Guido, vou para casa.

Chego em casa tomo um banho, e vou procurar algo de interessante para assistir. Assim que ligo a TV à primeira coisa que aparece, é um casamento de uma novela.

Ah, Jura?

Troco de canal e esta passando um filme onde também tem pessoas se casando.

Ok, Já virou palhaçada!

Porque sempre que a gente está deprimida, todas as novelas e filmes são repletos de casais felizes?

–-Minha vontade é de exterminar, todos os casais felizes. – digo desligando a TV– Todos. – enfatizo

Assim que me sento no sofá minha campainha toca. Olho no relógio que marca exatamente 21h00minh

Levanto e vou atender a porta.

É Guido e Medeline

–-O que vocês querem uma hora dessas? – digo assim que os vejo “plantados” na porta

–-O Guido teve outra ideia pra você arrumar marido. – diz Medeline entrando

–-E você ainda vai se divertir. – diz Guido também entrando

–-Serio? – pergunto curiosa – Que ideia?

–-Vamos para a balada! – os dois falam em coral

–-A gente pelo amor de Deus. – digo indo me sentar no sofá – Desde quando em balada se acha marido? Em fala pra mim

–-Ih, eu já tive um monte de amigas que se casaram com os homens que conheciam nas baladas. – diz Medeline cruzando os braços

–-Eu também. – diz Guido – E além do mais, vamos nos divertir.

–-Ah, não gente. – digo abraçando a almofada

–-Larga de ser chata garota. – diz Guido tirando a almofada de mim – Vai logo trocar essa roupa vai. – ele diz me levantando

–-Se eu não for vocês não vão me deixar em paz né? – digo

–-Não. – eles respondem em coral

–-Ok. – digo – Eu vou me arrumar.

Não estava nem um pouquinho animada para ir para a balada, mas eles estão certos, preciso me divertir. Alias vai ser só isso que eu vou fazer mesmo, porque duvido muito que eu ache marido na balada.

Coloco um vestido preto básico um salto da mesma cor, passo maquiagem e apenas solto o cabelo.

Volto para a sala

–-Pronto podemos ir? – digo pegando minha bolsa

–- Só estávamos esperando você. – diz Guido

–-Como eu estou. – digo dando uma volta

–-Gata. – diz Medeline

–-Te pegava toda. – diz Guido – Se eu fosse hetero claro

Rimos

–-Vamos embora. – digo

Saímos de casa e fomos em direção à balada.

Andamos alguns quilômetros de taxi, até chegar à balada. A música eletrônica esta tão alta que da pra se ouvir do outro lado da rua.

Entramos na balada

–-Gente, já vi uns trinta gato, só daqui da porta. – diz Medeline sorrindo

–-Onde ainda não vi nenhum. – digo colocando o cabelo de lado

–-Mas daqui a pouco você acha um monte. – diz Guido – Vamos dançar meninas. – diz ele me puxando

Demorei um pouquinho para me soltar, mas agora até que esta, realmente, bem divertido aqui. Ver o Guido dando em cima dos rapazes não tem preço. Já perdi a Medeline de vista, mas ela com certeza deve estar dançando com alguém por ai.

–-Eu vou ali e já volto. – diz Guido no meu ouvido

–- E eu vou ao banheiro. – digo saindo da pista

Vou ao banheiro apenas me olhar no espelho e saio. Na verdade eu estou com muita sede.

Vou até o bar. Antes de chegar lá, avisto o Guido no bar bebendo algo e com outro copo ao seu lado.

–-Estava morrendo de sede. – digo assim que me aproximo – Obrigada Guido. – digo pegando o copo e bebendo o que havia dentro.

–-Não garota! – diz Guido me repreendendo

Termino de beber coloco o copo em cima do balcão e uma das mãos sobre a boca

–-Você bebeu o nego... – ele diz pegando o copo

O interrompo

–-Guido, o que tinha dentro desse copo, além da caipirinha? – digo ainda com as mãos sobre a boca

Ele maneia a cabeça

–-O que você acha? – ele diz – Isso não era pra você. – ele diz me segurando

–-Isso eu já entendi, mas o que tinha aqui dentro? – digo pegando o copo e cheirando

–-Êxtase. – ele diz – Como você ta?

Droga!

–-Eu to bem. To no controle. – digo respirando fundo

Eu estou tão bem que estou até flutuando. Afasto-me do bar e volto para a pista. A música mais perfeita esta tocando e estão todos dançando e rodando.

Ou sou eu que estou dançando e rodando?

Um cara lindo esta dançando comigo, lindo não perfeito, perfeito. Parece até um anjo. A música muda para uma musica mais agitada. Sinto que estou rodando, meus braços não fazem movimentos correspondentes ao meu corpo, e as minhas pernas não me respeitam.

Sinto alguém segurar pelo meu braço

–-Você esta sentindo alguma coisa? – pela voz acho que é Guido

–-Nem dedo, nem mão, nem braço, nem perna, nada. – digo voltando a dançar

Continuo a dançar passos que eu nem sabia que existia. Sinto minha garganta secar de novo e “flutuo” até o bar. A Medeline esta pedindo alguma coisa também.

Me aproximo

–- Eu quero uma caipirinha, por favor. – a ouço pedir

–-Também quero. – digo me debruçando sobre o bar

–-Não, água pra você água. – escuto ela dizer

Nem espero a outra caipirinha e já volta para a pista de dança. A música troca para outra mais lenta. Danço sozinha por um tempo, não por muito tempo. Um homem perfeito se aproxima de mim e me ‘tira’ para dançar. Ele é tão lindo, vou me casar com ele, pronto está decidido.

–-Guido. – grito ele que estava a alguns quilômetros de mim conversando com a Medeline. Estou abraçada com o cara lindo – Guido eu vou me casar. – digo rindo

–-Se casar? Ta maluca Maria? – pergunta Medeline

–-Ai eu acho que esta sim e a culpa é minha. – diz Guido roendo uma das unhas

–-Gente é serio. Eu vou me casar... – digo novamente

–-Vai se casar com quem Maria? – pergunta Guido

–-Com ele oras. – digo apontando para o rapaz – Né? Nos não vamos nos casar? – digo me referindo ao rapaz que apenas sorri

–-Maria você nem conhece ele. Qual é o nome dele? – pergunta Guido

–-Eu o conheço sim. O nome dele é... – digo – Qual é mesmo o seu nome? – pergunto olhando pra ele. Não havia percebido o quão alto é esse cara

–-André. – ele diz com uma voz perfeita

–-Isso André. Eu vou me casar com o André. – digo abraçando ele – Vem André... – digo o puxando para a pista de dança novamente

Eu volto a dançar com o André, fecho os olhos e quando abro já estou dançando com outro cara.

É normal ver elefante cor de rosa? Ah, eu quero um pônei, no dia do meu casamento.

Entre uma musica e outra me pego chorando, por algum motivo.

Por alguma força desconhecida, eu consigo pegar um taxi e ir para casa. Errei o buraco da chave algumas vezes, mas consegui entrar em casa.

Eu espero que essa seja a minha casa.

Fecho a porta, mas esqueço de ligar a luz. Na verdade eu esqueci onde fica o bagulho que acende a luz. Ando um pouco e acabo chutando o sofá.

–-Ai. Quem foi que colocou esse troço no caminho? – digo

Jogo-me no sofá e não tenho mais forças pra ir para meu quarto. Até porque nem sei se acharia.


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Notas finais do capítulo

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