Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Já fiz de tudo que se pode imaginar para arrumar marido. Inscrevi-me em um site de relacionamento e só cai em furada

Sábado passado

Estou eu aqui com meu vestido azul e cabelos soltos, tomando um delicioso milkshake esperando o rapaz que conheci pela internet. Marcamos em um café perto da casa de Guido, que tenho certeza de que está juntamente com Medeline, me vigiando da janela da sala dele.

O rapaz demora mais ou menos meia hora para chegar ao encontro e quanto chega...

Senhor! Que ele não me veja

Um cara alto mais magro que um poste com um óculos fundo de garrafa, que ajeitava de um em um segundo, usando uma calça na boca do estomago e uma camiseta xadrez, vem na minha direção.

Só eu to de azul aqui? Porque não falei que vinha de preto, todo mundo usa preto.

O rapaz se aproxima e com um sorriso pergunta:

–-Maria?

A vontade de dizer: Joana ou Betina, qualquer nome que não seja o meu, é grande.

–-Sim. – acabo dizendo – Você é o Antonio? – pergunto na esperança de não ser

Ah, sei lá ele pode ser o amigo do Antonio que não pode vir e ele veio me dar o recardo.

–-Sim. – ele diz

Droga é ele

–-Posso me sentar? – ele pergunta

–-Ah, claro. – digo

Ele se senta á minha frente. O papo não sai dos eletrônicos e jogos de RPG ou filmes intergalácticos

Socorro! Onde eu fui me meter?

Hoje

Então esse foi meu sábado. O cara era um nerd total e ás vezes que ele dava uns tiques nervosos. Não dava pra continuar o papo, ele até parecia ser legal, mas não pra casar, eu com certeza o mataria.

O pior é que eu insisti no site e acabei marcando outro encontro. E pra variar foi uma merda.

Segunda-feira

Quem marca encontros na segunda? Pois é. Aqui estou eu com minha blusa preta e um short jeans, esperando o outro rapaz que conheci no site. Nunca acreditei nessas coisas, mas antes de sair de casa amarrei santo Antonio de cabeça para baixo. Pra ver se ajuda né?

Marcamos em frente a uma livraria. O Rapaz é pontual, até me surpreendo quando o vejo. Lindo, moreno, pele escura, alto, usando uma blusa polo e uma calça jeans escura.

Está ótimo, continue assim.

Quando ele abre a boca, quase peço pra casar:

–-Maria? – meu nome nunca soou tão diferente

Que voz linda meu Deus

–-Sim, sou eu – nem penso duas vezes.

–-Eu sou o Otavio Belarmino. – ele diz – É um prazer conhecê-la.

–-O prazer é todo meu. – digo quase derretendo com essa voz

–-Vamos caminhar um pouco? – ele pergunta

–-Claro.

Isso, tá ótimo. Esse é pra casar

Tudo perfeito tudo maravilhoso, fomos parar dentro de um shopping, continuamos a andar e conversar, uma conversa muito agradável, muita tem gente ao nosso redor, teve até um momento em que entramos em uma loja de relógios, o Otavio insistiu, não vi motivos para não ir, até que...

–-Ladrão! – uma mulher grita para Otavio

Ladrão?

–-Corre!—ele grita para mim

E sai correndo

–-Pera ai o que?—digo confusa

–-Pega ladrão. – a mulher grita novamente – Aquele cara roubou um relógio da minha loja. – a mulher grita

–-Mas como eu estava com ele o tempo todo. – digo confusa

–-Isso se chama: mão leve. – diz um dos seguranças que não conseguiu alcançar o Otavio.

–- Meu Deus. – digo com a mão sobre o peito

Hoje

E esse foi meu segundo encontro. Depois desse, definitivamente, não quero mais saber de site de relacionamentos, está decidido.

Fora o site relacionamento, o Guido me levou pra conhecer aquelas mulheres que trazem o seu amor em três dias. Enfim elas me mandaram fazer um monte de treco lá, e não me ajudou em nada. Faz uma semana hoje que fui nela, e meu amor nem deu sinal de vida.

Eu, definitivamente, não sei mais o que fazer.

–-Nunca pensei que fosse tão difícil arrumar alguém pra casar. – digo pegando uma jarra com água na geladeira

–-Ai! Nem eu. – diz Medeline que esta sentada no balcão da minha cozinha

–-Já fizemos de tudo. – digo – Quer água? – pergunto colocando água para mim.

–-Quero. – ela diz – Eu pensei que com o Otavio iria dar certo ele parecia tão normal. – ela diz dando um gole na água

–-Pra você ver como a gente se surpreende com as pessoas. – digo – Falar em pessoas... Essa confusão toda me fez esquecer a pessoa mais importante dessa história. – digo dando a volta no balcão

–-Quem?

–-O meu pai. – digo dando um gole na minha água – Hum... Preciso saber se ele esta bem. Alias não podemos esquecer que ele está doente.

–-Verdade. Mas Maria mudando o assunto. Será que o João já conseguiu uma noiva? – ela pergunta levantando da cadeira

–-Não sei, não sei e não quero saber. A vida desse garoto não me interessa. – respondo colocando o copo d’água em cima do balcão – Agora eu vou visitar meu pai, que além de estar preocupada com ele, estou com saudades. – digo indo para sala

Medeline vem logo atrás de mim

–-Vem comigo? – pergunto pegando minha bolsa

–-Não. Apesar de estar morrendo de saudades do padrinho, hoje é meu encontro com o Ricardinho. – ela diz toda sorridente e pegando sua bolsa

Caminhamos até a porta

–-Então o Guido conseguiu mesmo arranjar seu encontro com ele?! – digo abrindo a porta

–-Sim, vai ser hoje lá na Travessa dos Beijos. – ela diz saindo

–-Boa sorte. – digo

Saiu de casa e fecho e tranco a porta

O caminho para a casa do papai é longo, mas a estrada é sempre bem deserta, então acaba tornando fácil chegar lá. Papai mora em um condomínio na Barra- no mesmo lugar onde morávamos quando eu era criança- o lugar é lindo e ele sempre insiste para eu me mudar pra lá, mas não consigo deixar meu apartamento, que fica no Leblon.

Assim que chego a casa, antes mesmo de apertar a campainha, a porta abre.

–-Que coincidência maravilhosa. – diz papai assim que me vê

Ao lado de papai está João

–-Sinto em dizer papai, mas foi uma péssima coincidência. – digo com um sorriso sarcástico

–-Concordo com Maria. – João se manifesta

Não consigo entender esse garoto, nesse calor do Rio de Janeiro e ele andando de terno e gravata, parecendo um falecido.

–-Ora! Parem vocês dois. —papai nos repreende – Embora vocês não consigam viver em paz nem por dois míseros segundos, estou muito feliz em tê-los aqui. – papai diz dando um beijo em minha testa

–-Que bom que alguém fica feliz. – diz João – Mas não posso ficar mais seu Carlos, tenho muitas coisas para resolver, sobre aquele assunto. – diz João piscando para papai

Que assunto?

–-Que pena João que você vai embora. – digo ironicamente

Ele retribui minha ironia com um sorriso debochado

–-Tchau seu Carlos. – ele diz cumprimentando meu pai com um abraço

Assim que terminam de se despedir ele vai embora

Graças ao bom Deus!

–-O que devo a ilustre visita da minha adorada? – papai diz me convidando a entrar

–-Eu vim te ver pai, saber como o senhor esta. – digo enquanto caminhamos para a sala de estar

–-A minha filha estou bem na medida do possível. – ele diz sentando no sofá. Sento-me ao seu lado --Resolvi parar de trabalhar, deixei o comando das empresas, com o Juliano. – ele diz cruzando as pernas

–-Eu acho ótimo papai, vai ser bom pro senhor. – digo colocando uma das mãos em seu joelho

–-Eu também acho. Vou aproveitar os últimos dias que me restam. – ele diz

–-Faz muito bem. – sorrio

–-Voltando a falar da empresa, eu não deixei a empresa com o João por conta do que disse a vocês. Vocês só poderão se apossar dos meus bens e empresas, depois que casarem.

–-Eu entendi papai. – digo colocando uma mexa de cabelo para trás

–-Que foi meu anjo esta com uma cara de preocupada. – ele diz segurando meu queixo

–-Ah, papai. É que não é fácil arranjar um noivo. – lamento – Eu não gosto de ninguém. Pelo menos não assim pra casar.

–-Uma moça tão linda como você, com certeza terá um marido à altura. – ele alisando meu rosto – Não se preocupe

–-Como não me preocupar papai? O senhor disse que quer ver meu casamento, o que adianta eu me casar depois que o senhor não tiver mais aqui? – digo com os olhos marejados

–-Mas eu vou ver seu casamento. Alias algo me diz que seu pretendente não esta muito longe. – ele diz se levantando

–-C-como assim? – digo secando os olhos – Como assim, meu pretendente não está muito longe? – pergunto levantando

Papai caminha até o escritório e eu o sigo

– O senhor vai me apresentar alguém?—pergunto curiosa

–-Evidente que não. Não irei me meter em nada. – ele diz entrando no escritório

–-Ah, mas então? – digo – O que o senhor quis dizer com aquilo? – pergunto

Papai se senta em sua cadeira

–-Aquilo o que? – ele refaz minha pergunta

–-Pai não brinca comigo. – digo sentando na cadeira que estava na frente de sua mesa

–-Não estou brincando meu amor. – ele diz – Quer? – ele pergunta me estendendo um pode de bombons – Quando você era criança, adorava entrar aqui pra rouba-los. – ele diz

Sorrio e pego um dos bombons

–-E ainda colocava a culpa no pobre do João. – ele diz rindo ao se lembrar

–-Claro. O João sempre foi um lerdinho. O que seria de mim se eu não o tivesse para colocar a culpa? – digo mordendo um pedaço do bombom – Hum... falando em João, o que ele estava fazendo aqui?

–- Ah, ele veio ver como eu estava e veio também me contar que ele já arranjou uma noiva. – papai diz pegando um bombom

Antes de mim? Nossa to mal mesmo.

–- Serio? E quem é a azarenta? – pergunto pegando outro bombom

–-Uma tal de Silvia Silva. – ele diz

–-Nossa! Mas que nomezinho de pobre esse em. – digo

–-Maria... – diz papai maneando a cabeça e depois sorri – O João disse que vai traze lá aqui para conhecermos.

–-Conhecermos não. Para o senhor conhecer, não tenho a menor vontade de rever o João. – digo pegando outro bombom

–-Seu terceiro já. – diz papai encostando-se à cadeira

Sorrio

–- É que muito bom. – digo mordendo o bombom

–-É daqui a pouco o pote vai estar vazio. – ele brinca – Do jeito que eu encontrava quando você era criança.

Sorrio


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Notas finais do capítulo

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