Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 27
Copo d'água


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Muitas complicações para postar esse capitulo, mas enfim...
Boa leitura
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POV MARIA

Sabe quando você acorda achando que tem algo de errado? Então hoje eu acordei assim, mas não sei o que há de errado. Não acredito que o João tenha aprontado alguma coisa contra mim, não fiz nada contra ele essa semana, eu acho. Então não sei o que há de errado. Pensando bem não deve ser nada demais.

Levanto-me do sofá e vou até a cozinha, pego um copo d’água e volto para sala, assim que chego lá o João abre a porta me assustando.

—- Ta fazendo o que em casa... – digo e olho para o relógio de pulso – Uma hora dessas?

—- Seu pai quer falar com a gente agora. – ele diz em um tom de preocupação

—- Ai meu Deus! – digo colocando uma das mãos na cabeça – O que será que ele quer agora? – digo me sentando no sofá

—- Já era Maria... – ele diz passando a mão no cabelo e sentando ao meu lado – Acabou tudo. – ele diz colocando as mãos no rosto

—- O que? Do que você está falando, garoto? – digo o encarando

—- O quê que você acha que seu pai teria pra falar com a gente? – ele diz tirando as mãos do rosto – Ele só pode ter descoberto tudo. – ele diz cruzando as mãos e apoiando os braços sobre os joelhos – Estamos ferrados. – ele diz descruzando e cruzando as mãos

“Ferrados.” Está ai uma palavra que nunca pensei que ele usaria.

—- Ou ele quer falar sobre a data do casamento essas coisas João. Você sabe como o papai é. – digo

—- Não consigo me acalmar. – ele diz pegando o copo d’água da minha mão e bebendo

—- Ah, mais você trate de se acalmar. – digo – Se você começar a gaguejar, ai mesmo ele vai notar que tem algo errado. – digo levantando – E, não bebe mais minha água. – digo tirando o copo de sua mão.

—- Você nem estava bebendo. – ele diz levantando              

—- Não interessa. – digo -- E vamos logo ver o que o papai quer. Antes que ele ligue de novo. – digo caminhando a até a porta.

—-A pessoa é egoísta até com água. – ele diz também indo para a porta – Vai morrer seca. – ele diz enquanto abro a porta

Estiro a língua pra ele e saio.

Enquanto João dirige na velocidade da lesma. Converso com Aurora por mensagens. Em uma das mensagens, ela pede mais uma vez segredo. Diz que está tomando coragem para contar para seus pais e não quer que eles saibam por outras pessoas. Não acho certo ela esconder isso, mas ela sabe o que faz. Eu acho.

Enfim chegamos. João está visivelmente nervoso. Só falta esse garoto nos entregar com esse nervosismo todo.

Estamos em frente à porta esperando papai atender. O que não demora. Quem abre a porta é Margarida. Papai estava sentando em sua poltrona e levanta assim que nos vê. Ele não está com cara de pai feliz que quer falar sobre o casamento da filha. Gelo só de pensar que o João pode está certo.

—- Como vão? – papai pergunta nos cumprimentando – Você está bem Maria? Parece um pouco pálida. – ele pergunta se sentando novamente e fazendo gestos para nos sentarmos

Eu me sinto pálida. Só falta eu entregar tudo ao invés do João.

—- Estou bem sim pai. – digo – Por que não estaria né? – digo forçando um sorriso – Na verdade eu queria um pouco de água. – tento me acalmar

—- Eu pego pra você Maria. – diz Margarida

—- Obrigada. – digo passando uma mão na outra

João está do meu lado com o olhar focado na mesinha de centro.

—- E você João? – papai pergunta – Não tem nada para me contar?

Ele demora alguns segundos para responder

—-João? – papai o chama novamente

—- Eu. – ele diz notavelmente nervoso

—- Vocês parecem nervosos. – papai diz passando um dos dedos no queixo

Nós nos olhamos e forçamos um riso

—- Nervosos? – João refaz a pergunta esfregando as mãos nos joelhos

—- Por que estaríamos? – digo jogando uma mexa de cabelo pra trás

Margarida chega com a minha água

—- Obrigada. – digo pegando o copo

Dou um gole e começo a bater as unhas no copo

—- Eu chamei vocês aqui com a esperança de que vocês me falassem. – ele diz e eu gelo novamente sinto João se remexer no sofá – Eu realmente acreditei que vocês me falariam.

Encaro João, apreensiva, ele retribui o olhar.

—- Papai o senhor pode ser mais claro? Por que de verdade eu não estou entendendo nada. – digo tentando parecer calma

—- Eu nunca pensei que... – nessa hora penso em interrompê-lo e pedir perdão. Mas me contenho – Nunca pensei que... – João o interrompe

Nesse momento não consigo mexer um músculo

—- Seu Carlos, por favor... – papai o interrompe

Suspiro, aliviada

—- Deixa-me terminar. – ele diz e João consente – Eu pensei que vocês nunca fariam isso comigo.

—- Pai vá direto ao ponto sim!? – digo já demonstrando todo o meu nervosismo

—- Eu descobri tudo. – ele diz

Adeus mundo!

—- E infelizmente não foi por vocês. – ele diz se levantando

Minhas mãos estão soando. É normal?

João pega a água de minha mão e bebe

—- Eu sei que a Maria está esperando um neto meu. – ele diz

João cospe a água e se engasga com a mesma.

Oi? Eu grávida? Quando? De quem?

—-O que você disse? – diz João entre a tossi.

—- Papai da onde o senhor tirou essa ideia? – pergunto levantando

—- Hoje pela manhã, Margarida foi arrumar os quartos como de costume. O seu antigo, estava com a cama levemente remexida, então ela foi arrumar.  E entre os travesseiros ela encontrou isso. – ele diz amostrando o exame

Jogo-me no sofá novamente

Mil vezes ter jogado fora do que escondido

—- Esse exame pode ser de qualquer pessoa. Não pode Maria? – diz João me encarando

Antes que eu possa responder

—- Poderia. Se a Maria não tivesse dito a Margarida que não pode tomar champaing – papai diz ainda com o exame na mão

Levanto-me e pego o exame de sua mão

—- Margarida sabia que é muito feio mexer nas coisas das pessoas. – digo colocando a mão que estava o exame para trás

—- Sabia. – ela diz – Mas aquele era seu antigo quarto – ela diz enfatizando a palavra ‘antigo’ – E eu só estava fazendo meu trabalho que é arrumá-lo.

Vontade de matar essa mulher

Ai que merda enorme eu fui me meter. Não posso falar a verdade dei a minha palavra para a Aurora. Tenho certeza que papai contaria para meus tios na primeira oportunidade, ou melhor, assim que eu fosse embora. Mas como vou explicar isso? Como vou dizer ao papai que esse exame não é meu?

—-Papai... – começo, mas ele me interrompe.

—- Eu não estou bravo. – ele diz abrindo um sorriso – Muito pelo ao contrario. Estou explodindo de felicidade. – ele diz

Isso não esta fazendo eu me sentir melhor

—- Ser avô. – ele diz olhando para o infinito. Provavelmente imaginando Ele ensinando o futuro neto que não existe a jogar golfe.

—- Já até imagino eu o ensinando a jogar golfe. – ele diz

O que foi que eu disse?

Não tem neto. Não vai ter golfe.

—- Pela cara do João ele também não sabia que seria papai. – diz Margarida

João está atônito sentado no sofá apoiando o queixo sobre as mãos

—-Você também não sabia filho? – papai pergunta

—-Definitivamente não. – ele diz levantando e me encarando

—- E não está feliz com a noticia de ser papai? – papai diz

—- Digamos que eu não estava preparado. – ele diz cruzando os braços

— Eu sei não é a melhor hora. Teremos que apressar o casamento, para a barriga não aparecer. – ele diz empolgado

—- Já sabe quantos meses querida? – papai diz colocando a mão sobre meu ventre.

Vazio. Tem nada ai.

Se a minha consciência fosse uma bonequinha tenho certeza que ela estaria me julgando em cima do meu ombro.

—- Um mês. – digo

Eu só acho que você está piorando as coisas

Essa é a minha consciência falando

—- Ah, que lindo. – Margarida diz

Sabe aquela vontade de matar a Margarida? Então, não passou.

—- Não querendo interromper esse momento. – diz João – Alias lindo momento, lindo. -- ele diz colocando as mãos sobre a boca – Eu tenho que voltar para empresa, antes do almoço.  Alias não, eu tenho que cuidar né? Da minha futura esposa que agora está comendo por dois. – ele diz passando a mão sobre meu ombro

Estou com a sensação de que ele está pensando em me envenenar. E dessa ver de propósito

—- Ah, claro. – papai diz olhando para o relógio – Está mesmo na hora desses dois comerem. – ele diz se referindo a mim e a criança que não existe – Por favor, almocem conosco. – ele diz

—- Sabe o que é seu Carlos? – ele diz – É que a Maria nesses últimos dias tem pedido muito para irmos a um restaurante que ela adora. – ele diz

Tenho é? A propósito... Onde o João aprendeu a mentir tão bem?

—- Só que eu não quis ir. Mas agora sabendo, dessa noticia. – ele diz a palavra ‘noticia’ entre dentes – Gostaria muito de satisfazer esse desejo dela. – ele diz sorrindo para mim

Retribuo o sorriso

—- Ah, entendo. – papai diz

O que o senhor entende?

—- Mulheres grávidas têm muitos desejos. – diz Margarida – Acostume-se João

Quem colocou essa mulher a historia?

—- Pois é né? – digo – Já que vamos almoçar fora. Melhor nos apressarmos. – digo ainda com o teste na mão – Já estou... – digo – Já estamos, com fome – sorrio

Isso vai dar merda? Sim, claro ou com certeza?


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Notas finais do capítulo

Sexta posto outro. Sem falta!
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