Ps:Te Odeio escrita por Follemente


Capítulo 26
Segredo revelado


Notas iniciais do capítulo

Agora só postarei capítulos de sexta pra sábado.
Antes disso só se tiver no minimo 4 comentários...
Boa leitura meu povo



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Estamos no meu antigo quarto. E eu já estou agoniada para saber o que de tão grave a Aurora tem pra me contar. Mas ao invés de falar ela fica andando de um lado pro outro no quarto, me deixando mais aflita.

—- Dá mais três passos e vai fazer um buraco no chão. – digo sentada na cama a observando – Falo logo o que está te atormentando Aurora. Já estou ficando nervosa.

Ela para na minha frente e respira fundo

—- Não sei como começar. – ela tapando os olhos com as duas mãos

—- Pelo inicio seria bom. – digo a encarando

—- Tá. Mas deixa-me falar tudo ok? – ela diz tirando as mãos do rosto – Depois você pode falar o que quiser. Só tem que me prometer segredo. – ela diz

—- Tudo bem. – digo com um tom de preocupação

Ela respira fundo

—- Ok... – ela começa – Eu estava namorando um rapaz que meus pais não gostavam muito. Namorei ele uns três meses, mas com a pressão do meu pai, acabei terminando o namoro semana passada. E na mesma semana eu resolvi terminar a faculdade fora do país. Já até recebi a carta de confirmação da matricula. Só que... – ela da uma pausa e me deixa mais nervosa

—-Só que...? – faço gesto para que ela conclua

—- Deixa-me terminar Maria. – ela diz

—- Você empaca no meio da história caramba. – digo e ela me encara seria – Ok. Não vou falar mais.

—- Onde eu parei? – ela pergunta colocando o dedo indicador no queixo

—- No só que... – digo e volto a calar a boca

—- Então, hoje quando eu estava indo levar a carta para os meus pais verem. Eu passei mal na rua. E como eu estava sem e longe ainda de casa. Eu resolvi passar na farmácia para comprar um remédio pra ver se melhorava. A balconista me fez algumas perguntas, que me deixaram preocupada, nervosa, preocupada, muito preocupada. – ela diz

—- Que perguntas? – pergunto já desconfiando do que seja

—- Se eu tive febre, dores no corpo e algumas outras. – ela diz – Só que eu não tive nenhum desses sintomas, então... Ela perguntou se eu estava atrasada.

—- Aurora você está grávida? – pergunto com a voz um pouco alterada, levantando da cama.

—- Não. – ela diz no mesmo tom de voz que o meu – Não sei. – ela abaixa o tom e cabeça junto

—-Como não sabe? Você ainda não fez o teste? – pergunto fazendo gestos com a mão

—- Não. A balconista me deu e eu até comprei, mas... – ela diz procurando algo na bolsa – Não tive coragem de fazer ainda. – ela termina tirando o teste de dentro da bolsa

—-Então você tem que fazer né? – digo

—- Não Maria. – ela diz – Eu não quero estar grávida. Eu não posso estar. – ela diz colocando uma das mãos na cabeça

—- Aurora eu sei que é um assunto complicado. – digo -- Mas por isso mesmo você tem que fazer.

—- Maria, eu me cuidei. Eu tomei a pílula do dia seguinte. – ela diz sentando na cama

—- É 99% de chance os 1% que pega. – digo

—- Você não está ajudando. – ela diz se jogando pra trás e deitando na cama

—- Desculpa, mas é a verdade. – digo pegando o teste que ela havia deixado cair no chão – Você tem que fazer esse teste. – digo esticando o braço para que ela pegue a caixinha

Ela se senta na cama respira fundo, e pega a caixinha.

—- Não sai daqui. – ela diz levantando e indo para o banheiro

Assim que ela entra no banheiro passo as duas mãos pelo rosto, puxando os cabelos para traz. Agora é minha vez de tentar fazer um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro.

Meu Deus! Pra que demorar tanto? Não é só fazer xixi em cima daquele trequinho?

Bato na porta e pergunto se ela já fez. E ela abre a porta

—- E então? – pergunto ansiosa

—- Não fiz. – ela diz e a encaro incrédula – Não estou com vontade de fazer xixi. – ela diz

—- Ah, meu Deus Aurora. Uma hora dessa e você brincando com coisa seria. – digo

—- Não é brincadeira. – ela diz – Talvez se eu bebesse algo. – ela diz se encostando no batente da porta

—- Ok. Vou lá e baixo buscar água pra você. – digo caminhando até a porta

Desço e tento ser o mais discreta possível. Vou até a cozinha e pego uma garrafinha de água na geladeira. Papai sempre tem, pelo fato dele gostar de correr de manha. Pego a garrafinha e saio em direção a sala.

—- Maria! – ouço me chamarem e congelo

—- Oi Margarida. – digo virando

—-Seu pai e João estavam te procurando. – ela diz reparando na garrafinha na minha mão

—- Ah, eu estou lá em cima Margarida. – digo – Não vou demorar pra descer. – digo batendo com as unhas na garrafa

—- E essa garrafa? – ela pergunta – Pra quem é?

—- Ta curiosa hoje em. – sorrio tentando não parecer nervosa. Acho que não deu muito certo.

Ela da um leve sorriso

—- É pra mim a água. – digo – To com uma sede... – digo tentando relaxar

—- Por que não bebe champpaing? – ela diz – Mata a sede e é muito mais gostoso que água. – ela diz sorrindo

—-Não champpaing não pode? – digo sem pensar e rápido

—- Quem não pode? – ela pergunta curiosa

Penso em falar, mas ela pediu segredo então:

—- Eu. Eu não posso. – digo – Porque... porque – tento pensar em uma desculpa – Porque não estou me sentindo muito bem. Então acabei de tomar um remédio. E você sabe né? Remédio e bebida não combinam. – digo sorrindo

—- Ah, claro. – ela diz

—-Agora deixa eu voltar, lá pra cima. – digo me afastando

Subo as escadas com pressa, mas sem correr.

Assim que abro a porta do quarto, vejo Aurora batendo com o teste na mão. Ela levanta assim que me vê. Entrego a garrafinha pra ela, que bebe a água praticamente toda. Não espero muito pra ela sentir vontade de ir ao banheiro.

Ela entra e eu fico aflita no quarto, me controlando para não roer as unhas de ansiedade. Se eu estou assim imagina ela? Tudo bem que ela já é maior de idade, mas vinte dois anos não é a idade ideal para uma mulher solteira ter filhos, ainda mais ela que iria voltar a cursar a faculdade, iria para fora do país, já tinha tudo arquitetado, tudo planejado.

Ouço a maçaneta girar e ela abrir a porta, ela sai do banheiro olhando para o teste.

—- Então...? – pergunto curiosa

—- Não sei. – ela diz – Não li a bula. – ela diz me olhando

É brincadeira né?

Pego a caixinha e tiro a bula de dentro. E leio:

—- Ta dizendo que precisa esperar dois minutos. – digo

—- Já faz mais de dois minutos. – ela diz olhando para o teste

—- Então, tem que ficar rosa para positivo. – digo a encarando

—- Tem certeza? – ela me olha – Tem que ser rosa, rosa?

Afirmo com a cabeça

—- O rosa não seria o negativo? – ela diz

Nego também com a cabeça

—-Eu to perdida Maria— ela diz sentando na cama

Traduzindo: Eu to grávida Maria

Ela abaixa a cabeça, e percebo que está chorando. O que fazer numa hora dessas?

—- Calma Aurora! – a única coisa que consigo dizer – Também não é o fim do mundo. – digo sentando do seu lado

—-Como não? – ela pergunta levantando a cabeça – Meus pai vai querer fazer picadinhos de Aurora. – ela diz – Minha vida já era. Todos os meus planos tudo. – ela diz levantando – Sem contar que, eu terminei com o pai. – ela termina

—-Pra tudo tem um jeito. – digo – Claro que meu tio vai ficar bravo, a tia vai ter um ataque, mas com o tempo passa. – digo – E você já é maior de idade.

—- Sou maior, mas não trabalho, nem terminei a faculdade. – ela diz

—- Seu filho não impede isso. – digo – Você pode continuar fazendo a faculdade de design. E quando estiver perto de ganhar tira a licença maternidade. E além do mais você já não está quase terminando? –pergunta e ela afirma com a cabeça ainda chorando

—-Então. A pós você pode fazer depois que o bebê nascer. Tenho certeza que meus tios vão ser os avos mais babões da face da terra. – digo sorrindo e ela força um sorriso – E quanto ao pai... Você vai ter que contar pra ele.

—-Eu sei. – ela diz – Eu vou tomar coragem. – ela seca o rosto – Mas Maria, você tem que me prometer que não vai contar pra ninguém. Deixa-me tomar coragem, primeiro.

—- Tudo bem. – digo

—- Eu quero que todos saibam por mim. – ela diz

—- Eu não vou contar nada. – digo sorrindo

Ela me abraça

—- Obrigada prima. – ela diz – Por tudo.

Separamos-nos

—- Não há de que. – digo retribuindo o sorriso dela

Estamos ainda no momento primas, quando Aurora fica enjoada e corre para o banheiro, deixando o teste na minha mão. Sorrio maneando a cabeça, ao imaginar que minha prima mais nova vai ser mamãe.

Estou com o teste na mão quando abrem a porta. Coloco as mãos para trás rapidamente para esconder o exame.

É Margarida

—- Maria, seu pai está te chamando. – diz ela me encarando. Talvez querendo saber o que eu escondo na mãos

—- Obrigada por avisar Margarida. – digo – Desço em um minuto

—- Ok – ela diz e fecha a porta

Sento na cama respirando aliviada, quando Aurora sai do banheiro.

—- Melhor? – pergunto

—- Sim. – ela diz – Daqui a pouco me acostumo com enjoos do nada. – ela diz sorrindo

—-Temos que descer agora. – digo colocando o teste dentro da caixinha

Caminho até o banheiro com a caixinha na mão

—- Não Maria. – ela diz – Não joga no lixo. Alguém pode ver.

—- Verdade. – digo – Mas então onde eu coloco?

—- Esconde. – ela diz

Na hora não penso muito, então coloco a caixinha atrás do travesseiro e saímos do quarto.

Estava na hora daquele típico momento em que os noivos fazem um discurso bonitinho, trocam as alianças se beijam, e todos aplaudem. Espera! Se beijam? Não tudo, menos beijar o João de novo pelo amor de Deus.

Estão todos no salão ouvindo o discurso do papai. Não preparei nada para falar e não quero falar. Papai termina seu discurso emocionado. E passa o microfone para João, que rejeita, mas papai insiste então ele pega.

—-Err – ele começa – Na verdade não preparei nada de especial para falar, nada mesmo. – ela diz e eu sinto sono – Acho que quando se ama de verdade, não existem palavras que possam expressar ou descrever o que se sente. – ele diz. Demoro um pouco pra perceber que estão todos me olhando. Então me esforço para fazer cara de apaixonada. – O que eu sinto pela Maria, é algo forte demais para ser explicado. – ele termina – É isso.

Todos aplaudem, e eu tento parecer estar apaixonada sem ser falsa. Sou uma ótima atriz, acho que deu certo.

João passa o microfone para mim, e me encaram mais ainda. Ao longe vejo Guido e Medeline fazendo os benditos corações. Respiro fundo e tendo falar algo

—- Bom, eu também não ensaiei nada. Porque assim como ele acho que o que é verdadeiro e forte, não precisa ser explicado. Até porque me faltariam palavras para dizer o que eu sinto pelo João. – digo dando um sorriso forçado para ele – E é isso gente. – digo voltando a olhar para as pessoas

Eles aplaudem, mais uma vez.

Depois de muita balela, colocamos as alianças. E graças a Deus pai, ninguém bateu as taças ou gritou “beija”. Então um simples selinho vez a felicidade do publico e me causou refluxo.

A festa continuou poucos minutos, depois aos poucos os convidados foram embora.

—- Enfim noivos. – diz papai se aproximando de mim e de João que estávamos sentados no sofá da sala – Estou muito feliz. – ele diz sentando em sua poltrona

—- Nos também papai. – digo colocando uma mão em cima do joelho de João

—- Agora é só marcar a data do casamento. – ele diz

Mas já? Pra que a pressa?

—- Isso pode esperar um pouco. Não? – diz João

—- Não sei se minha saúde suportaria. – ela diz serio me deixando angustiada – E olha não venham com festa pequena não. Vocês merecem, uma festa grandiosa. – ele diz sorridente

—- Acho um pouco... – começa João, mas o interrompo

—-Você não acha nada... – digo rápido – Meu amor... – termino pra não da na telha – O papai esta certo. Será uma festa grandiosa assim como o senhor que papai. – digo sorrindo

Papai está sorrindo quando Margarida se aproxima

—- Desculpa incomodar. –ela diz --Está na hora do remédio. – diz ela colocando a mão no ombro de papai

—- Ah, claro. – papai diz se levantando – Meus amores. Terei que me retirar, o remédio me da um pouco de sono.

—-Tudo bem papai, já estamos indo embora também. – digo

Despedimos-nos e saímos.

Quando estamos perto do carro.

—-Eu dirijo João. – digo indo em direção a porta do motorista e esticando a mão pedindo a chave

—-Não Maria. – ele diz tirando a chave do bolso

—- É o justo João. – digo tentando pegar a chave

—-Justo? Por que se o carro é meu? – ele diz levantando o braço com a chave

Nunca conseguirei pegar ele é do tamanho de um poste

Me coloco em frete a porta

—-Então voe não abre a porta também. – digo – Porque enquanto você não me der a chave, daqui eu não saio.

—- Para de infantilidade, Maria. – ele diz

Qual a dificuldade de falar criancice?

—- Não. – digo – João me deixa dirigir, por favor. – digo juntando as mãos – Quero chegar rápido em casa.

—-Estou cansado demais para discutir com você agora. – ele diz me entregando a chave

Sorrio e abro a porta do carro. Ele da à volta e senta no carona. Tiro o carro do estacionamento e dou partida.

    Dia seguinte

POV MARGARIDA

Acordei hoje bem mais cedo do que de costume. Tenho muita coisa pra fazer hoje nessa casa. Acho que terminarei tudo antes do meio-dia. Com a ajuda das diaristas é claro. Carlos acordou no mesmo horário que eu, mas já tomou café e saiu para correr pelo condomínio. Vou fazer minhas vistorias no quarto como de costume. O último é o antigo quarto de Maria. Assim que entro encontro a cama um pouco desarrumada e a garrafa de água encostada em um dos travesseiros. Pego a garrafa e coloco em cima do criado mudo. E começo a esticar a coxa. Estico um pouco demais então ela destampa um pouco um dos travesseiros, quando vou consertar, percebo que tem algo embaixo do mesmo. Tiro o travesseiro, e noto que é uma caixinha de...

—-Teste de gravidez?? – pergunto-me


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Notas finais do capítulo

Capitulo grande para compensar o anterior... COMENTEM



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