I Will Love You For Eternity escrita por Maria Júlia


Capítulo 58
Is this what you come do everyday?


Notas iniciais do capítulo

Eu não sabia que ia ficar assim, mas eu tô mal mesmo por esses dois :(



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Haviam se passado alguns dias desde que eu tinha chegado ao Brasil. Eu realmente não tinha amigos, o que não me surpreendeu. Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. O raio no caso é a minha sorte. O único com que eu falava era o Diego, e ele meio que era o meu melhor amigo. Por falar nele, eu soube que essa coisa de: “pessoas idiotas gostam de irritar pessoas normais” era basicamente bullying. Eu me senti meio idiota por não notar. De qualquer jeito, eu estava a todo minuto o observando, por mais que isso soe estranho, mas tinha momentos exatos em que ele sumia. Ok, isso era estranho.

Os britânicos (generalizando, mas havia um irlandês) me ligavam quase todos os dias, e isso era o máximo que podíamos chegar de ver um ao outro. Eu estava totalmente acostumada a receber ligações do Harry todos os dias, durante a madrugada, e isso era estranho, porque lá seria provavelmente o horário em que o sol está nascendo. Ninguém acordava quando o sol estava nascendo.

Caio era o cara mais bipolar de todos os tempos. Ou o mais orgulhoso. Eu não fazia muita questão de ter qualquer tipo de diálogo com ele, e isso até me confundia. Se eu falasse com ele, era como estar o ofendendo, e se não falasse, também era como estar o ofendendo. De qualquer maneira, tudo estava normal. Eu acho.

— Você não namora mais com aquele garoto? Haroldo? – Diego perguntou e eu gargalhei

— Haroldo? Como assim, gente? – Falei e continuei rindo

— Não é esse o nome dele? – Ele falou enquanto ria também

— Harry, Harry, Harry. – Repeti para ter a certeza que ele havia entendido

— Eu nunca vou me acostumar. Eu acho melhor que você não reclame de Haroldo, ou ele vira Henrique.

— Sim, eu ainda namoro com ele. Por quê?

— Não sei, eu nunca vejo você falar com ele. É meio estranho.

— Ele estuda o dia inteiro e nós geralmente nos falamos durante a noite.

— Que exótico, deu até uma adrenalina. – Ele falou e fingiu estar tomando um choque

— Você até parece com ele. – Eu falei e ele fingiu estar ofendido

— Não me compare a alguém que se chama Haroldo ou Henrique.

Quando eu ia responder, ele fixou o olhar em algum ponto do refeitório e depois abaixou a cabeça. Eu voltei minha atenção para onde a sua estava nos segundos anteriores. Por que aquele garoto tinha tanto medo do Caio?

Ele estava encarando o loiro ao meu lado com um sorrisinho no rosto, que expressava puro deboche. Quando virou sua atenção para mim, eu o encarei pelo que pareceu uma eternidade, até ele desviar seu olhar para outra mesa. Olhei para o Diego, que estava me encarando com as sobrancelhas erguidas.

— Por que você é tão frouxo? – Perguntei e ele me olhou como se não houvesse entendido – Nem vem, você está tremendo aí!

— Quê? Tá louca, garota? – Ele perguntou e eu o olhei com os olhos semicerrados – Olha, ele é o Caio, nós simplesmente devemos ter medo dele.

— Você está pirando. Isso não faz o mínimo sentido.

— Meu amor, presta atenção. – Ele falou e me segurou pelos ombros – VOCÊ NÃO ESTÁ EM LONDRES! Aqui é assim, entenda.

— Continua sem sentido. – Eu falei e ele rolou os olhos

— Mas o que tem entre vocês? – Ele perguntou enquanto encarava o seu sanduíche intensamente

— Muita história. – Eu falei e ele soltou o sanduíche na bandeja, me olhando indignado

— Mas se você não dissesse, eu juro que nem imaginaria! – Ele falou e eu ri

— Ele foi meu melhor amigo desde os dois anos até os doze. – Eu falei indiferente, e ele ergueu as sobrancelhas

— Você fala como quem fala sobre um sanduíche ruim de atum. – Ele falou enquanto encarava o sanduíche

— Mas o que deu em você hoje? – Eu perguntei e ele me olhou confuso – Você está numa paranoia com esse sanduíche.

— Vai dizer que esse sanduíche é bom? – Ele perguntou indignado

— Mas o que isso tem a ver?

— Olha, eu não sei, mas por que vocês não são mais amigos? – Ele perguntou interessado

— Porque eu fui morar em Londres. – Eu falei e ele riu

— Nossa, por isso? É sério?

— Sim. Eu acho. – Falei e dei de ombros

O sino irritante do colégio tocou e nos dirigimos as nossas salas. Eu fazia o segundo médio, e o Diego fazia o terceiro, então eu realmente ficava sozinha durante as aulas. Elas se passaram lentamente e finalmente o sinal tocou novamente. Se eu achava que os alunos do internato eram apressados, aqueles eram milhões de vezes piores.

Depois de algum tempo, eu saí da sala, e não encontrei o Diego. Ok, isso já estava me corroendo por dentro. Mas a vida era dele, certo? Ele poderia estar fazendo algo pessoal. Andei pelos corredores da escola, e algumas garotas estavam conversando.

— O que você vai fazer esse fim de semana? – Uma loira perguntou para outra

— Não sei. Acho que dia 28 de setembro é o aniversário do meu pai, então não vou poder sair. – Ela falou e elas continuaram conversando

A minha vida estava tão confusa que eu havia esquecido o meu próprio aniversário de dezesseis anos. Eu poderia ter voltado ao Brasil no dia 29. Seria bem melhor.

As ruas estavam ficando cada vez mais desertas, até que ouvi alguns sussurros.

— Cara, qual é o seu problema? – Alguém perguntou com uma voz cansada

— O único que tem sérios problemas aqui é você. E olha, você nem merece isso. – Outro alguém respondeu

— Me deixa em paz, só por um dia. Eu nunca fiz nada para você.

— Te deixar em paz? Não, não. Desculpa, isso não vai ser possível.

Reconheci as vozes e não consegui permanecer no mesmo lugar. Caio estava com o punho cerrado e pronto para dar um soco que provavelmente derrubaria qualquer um. Entrei no meio dos dois garotos, e ele me olhou surpreso.

— Você vai bater nele? Só depois de mim. – Falei e uns garotos, que deduzi como amigos do ruivo, riram debochadamente

— Sai da minha frente. Pelo seu bem. – Ele falou e eu senti meu sangue ferver

— Vá em frente. Bata em mim, antes. – Repeti e ele suspirou pesadamente

Os garotos se aproximaram com os punhos cerrados e eu os olhei debochadamente. Quando eles estavam a centímetros de distância, Caio os segurou.

— Vamos embora. – Ele falou e os garotos o olharam confuso – Vamos.

Eles saíram, mas ele deu meia-volta.

— Você acha que eu vou ter dó se pagar papel de corajosa da próxima vez? Você sabe que isso nunca deu certo. – Ele falou sorrindo desafiadoramente

— Cai fora. – Falei e ele deu de ombros, dobrando a esquina

Olhei para trás e Diego estava com uma expressão assustada.

— Era isso o que você vinha fazer todos os dias?

— Talvez. – Ele falou e eu ri – Isso foi estranho, eu posso subir nas suas costas e ele nunca vai nem me olhar. Isso é uma boa ideia.

— Claro, sobe aí. – Falei e ele riu

— Ok, abaixa aí. – Ele falou e colocou a mão no queixo – Na verdade, nem precisa, você já é tão baixa.

Eu o empurrei e ele deu de ombros.

— O que vão pensar de mim? Uma garota do segundo ano me livrou de uma surra. Isso soa ridículo.

— E é ridículo, acredite.


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Notas finais do capítulo

Não sei porque, mas eu vejo o Diego como uma mistura de todos os meninos... O.o
Ah, esqueci de mostrar ele... eu não sei porque faço isso, mas eu gosto de dar uma ideia para vocês, então: http://br.cdn01.mundotkm.com/2014/12/332.jpg



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