Alguns dias haviam se passado e eu não falei, nem ouvi dizer a respeito dos Mikaelsons, principalmente de Elijah, e talvez apenas talvez eu estivesse querendo conversar com ele novamente.

Sai de casa e fui para o quartel francês, o local estava infestado de turista e de vampiros por ser noite. Tudo estava muito animado as pessoas dançavam pela rua dificultando a minha passagem por ali, entrei em um barzinho e me sentei na cadeira em frente o balcão, pedi um suco de laranja (um tanto estranho por estar em uma bar) dois homens se sentaram ao meu lado. Vampiros.

—Oi, nunca te vi por aqui- ele se virou para mim – Sou Marcel.

—Olá, voltei para a cidade a pouco tempo -  bebi um pouco do meu suco.

—Ah, então já morou aqui antes?

—Sim tenho família aqui.

—E eu poderia saber o seu nome? – ele perguntou

—Lachowiski, Charlotte Lachowiski.

—Sua família e bem conhecida, não sabia que estavam na cidade -  ele se apoiou no balcão -  E olha que eu sei de tudo que acontece nessa cidade.

— Nem de tudo Marcelus – Terminei de beber meu suco – Agora eu tenho que ir, tenho que encontrar uma pessoa -  me levantei – Prazer em lhe conhecer Marcelus.

—Talvez eu possa lhe acompanhar, e perigoso uma moça tão bonita andar sozinha a noite.

—Eu sei me cuidar muito bem, obrigada

—Quem está procurando?

—Rebekah Mikaelson, conhece?

—Posso te levar até ela.

—Apenas o endereço está de bom tamanho.

Ele me passou o endereço ainda dizendo que poderia me acompanhar, mas são assuntos particulares então. Entrei no meu carro e dirigi até o local indicado, a casa era simplesmente maravilhosa, com pés de macieira na frente. Estacionei em frente à casa e sai do carro, andei até a porta de entrada e bati duas vezes, uma mulher de cabelos castanhos abriu a porta para mim.

— Ah, oi.

—Olá, Rebekah está? – sorri gentilmente.

—Eu vo...

—Pode deixar que eu atendo Hayley -  a loira a interrompeu.

— Charlotte a que lhe devo a visita?- ela sorriu – entre.

—Estou procurando uma certa pessoa -  Sorri timidamente e entre na casa.

    Fiz um sinal de silêncio para ela, eu sentia que havia alguém ali fora comecei a sussurrar um feitiço para que ninguém fora da casa pudesse ouvir o que estávamos conversando.

—Agora podemos falar.

—Por que? – ela indagou

—Tem alguém lá fora, e prefiro que ninguém escute nossas conversas.

—Você está louca? Marcel sabe de todas as bruxas que usam magia, ele vira atrás de você – ela aumentou o tom de voz.

—Ele não pode saber se tiver alguma coisa bloqueando o “sinal” -  me sentei na poltrona.

—Como?

—Isso não importa agora, eu quero saber do Elijah.

— Digamos que Elijah não está disponível no momento.

Rebekah começou a contar o que aconteceu, Niklaus colocou uma adaga no peito do próprio irmão e o deu para Marcel. Ela o viu dentro de um caixão, em uma sala no fundo de uma igreja com uma bruxa chamada Davina, uma bruxa muito poderosa que ajuda Marcel a manter a cidade sem bruxas.

—Está disposta a me ajudar a resgatar meu irmão? - Ela veio para mais perto

—Eu adoraria ajuda-la – fiquei de pé – qual o plano?

...

Voltei para casa já quase amanhecendo, estava morta de sono e a única coisa que eu sabia pensar era em dormir. Adentrei a casa e estava tudo silencioso, fechei a porta devagar para não acordar ninguém mas isso não deu muito certo.

—Isso é hora de chegar Charlotte? Ainda por cima nem avisou -  vovó estava sentada no sofá – eu fiquei preocupada, da próxima vez me avise, onde estava?

—Calma eu estou bem, e sim vou avisar da próxima vez, estava com a Rebekah e acabei descobrindo que Elijah está preso dentro de um caixão.

—Oh Deus, o que aconteceu?

—Amanhã nós conversamos vovó vamos dormir eu estou morrendo de sono – a abracei – boa noite vovó.

—Se não tivesse chegado tão tarde não estaria, boa noite querida.

Fui para a cozinha e tomei um copo de água e comi uma banana, sem seguida fui para o meu quarto, tomei um banho extremamente relaxante e fiz minhas necessidades, me vesti e fui para a cama.

Abaixando a sua janela de vidro fumê

Dirigindo ao meu lado bem devagar, disse ele

"Deixe-me levá-lo para um passeio divertido

Eu tenho alguns doces para você"

Alguém estava atrás de mim, alguém que eu não conhecia, eu estava desesperada nunca havia estado em um lugar como aquele, a rua estava vazia, tinha apenas uma pessoa a uma quadra de mim, eu mal podia ver seu rosto mas sabia que não o conhecia.

Correndo através do estacionamento

Ele me perseguiu e ele não parava

Peguei, está com você

Peguei, peguei, está com você

Agarrou a minha mão, me empurrou

Tirou as palavras da minha boca

Peguei, está com você

Peguei, peguei, está com você

Alguém pode me ouvir? Estou escondida sob a terra

Alguém pode me ouvir? Estou falando comigo mesma?

Eu corria mas nada adiantava ele sempre me alcançava, eu não conseguia mas me mexer, “por favor alguém me ajude” eu gritava desesperada, “me solte”. Tudo estava girando e de repente tudo ficou escuro. Era o fim.

Um pouco de veneno em mim

Eu posso provar sua pele em meus dentes

"Eu adoro quando te ouço respirar

Eu espero que você nunca vá embora"

Eu estava em uma sala completamente branca, sentada em uma poltrona com uma pessoa a minha frente, ela estava com uma roupa branca e me olhava de um jeito estranho, ele sorriu.

x

Eu acordei em um pulo, tudo havia sido apenas um sonho, nada estava acontecendo, fui até o banheiro e lavei o rosto, me apoiei na pia e fiquei encarando meu reflexo no espelho.

—Foi apenas um sonho Charlotte -  eu dizia para mim mesma.

Voltei para minha cama e me arrumei, peguei meu celular e olhei a hora 04:53 da madrugada, comecei a mexer na internet para tentar pegar no sono novamente, e só conseguia pensar em quem era aquela pessoa, adormeci em meio aos meus pensamentos.

Acordei com o a luz do sol batendo no meu rosto, fiquei deitada apenas observando o teto até meu celular dar sinal que chegou uma mensagem, sorri ao ver de quem era. Arianne.

       “Eu ainda existo vádia “

       “Eu também te amo, ah bom dia “                     

“Bom dia o caralho, você me esqueceu “

“Olhe a boca, não esqueci apenas estou ocupada, o que você quer?”

“Por que você acha que eu sempre quero algo?”

“Porque você sempre quer Anne”

“Talvez eu vá te visitar”

“Oh meu Deus, minha vida irá virar um inferno”

“Idiota”

Levantei, fui ao banheiro e fiz minha necessidades, troquei de roupa e desci, fui até a cozinha onde encontrei minha vó e Matthew, me senti ao lado dele no balcão.

—Bom dia meu amor – dei um beijo na testa dele – bom dia vovó.

—Bom dia Lottie, dormiu bem?

—Sim e a senhora? – ela respondeu que sim com a cabeça enquanto fazia panquecas.

—Titia ontem eu e a vovó assistimos um filme de desenho, o desenho falava de uma menina com cabelo vermelho sabia?

—Sério? Que legal, da próxima vez quero assistir com você okay?

—Okay!

Depois do café da manhã fui para a biblioteca ler um pouco, peguei um livro antigo de feitiços e comecei a ler. Até que um pequeno ser foi me atormentar.

—Tia faz aquele negócio que voa ?

Ele sempre gostava de ver as coisas levitarem, me concentrei e fiz alguns objetos “voarem” pela biblioteca, coloquei as coisas no lugar novamente e trouxe Matthew para meu colo.

—Um dia eu vou conseguir fazer isso titia? – ele perguntou

—Um dia você fará muitas mais coisas meu amor.