Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoas!

São cinco horas da manhã e eu passei a madrugada inteira escrevendo! Se isso não é uma baita prova de amor por vocês, eu não sei o que é! ♥
Esse capítulo vai começar mais ou menos onde o último parou. Vai mostrar a visão do Dan do capítulo anterior. Ah, e pra quem não sacou ainda, o garoto que Lucy ajudou no ultimo capítulo era o nosso cupido! Ainda perdido e confuso aqui na terra!

Enfim, esse capítulo é para ler ouvindo Dead To Me da Melanie Martinez ♥

Boa leitura!



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*Dan


Minha mente estava a mil por hora, e parte de mim ainda não conseguia entender o que estava acontecendo. Quando me vi no meio de todas aquelas pessoas, minha confusão se transformou em medo e perguntas não paravam de surgir, uma após a outra, num ciclo interminável.

Eu sou... humano. Eu estou na terra. Cupido havia me feito humano. Mas por quê?!

Tudo que havia acontecido nas últimas 24 horas, a conversa com cupido, minha recém-adquirida forma humana, todas aquelas pessoas ao meu redor... Era demais para se lidar. Uma tontura enorme tomou conta do meu corpo, e de repente eu não sabia mais dizer para que lado ficava o céu e para que lado ficava o chão.

Me senti fraquejar e estava prestes a apagar quando ouvi uma voz suave me perguntar:

–Moço... você está bem?

Foquei meus olhos na mulher a minha frente. Ela tinha longos cabelos lisos, pele branca, e olhos castanhos. Ela pareceu prender a respiração quando me olhou nos olhos, e eu não consegui entender o porquê.

A confusão em minha mente ficava pior a cada segundo. Ouvi a mulher me dizer mais alguma coisa, me convidando para a casa dela talvez e concordei sem saber ao certo com o que estava concordando.

Ela me guiou por entre a multidão até um prédio de tijolos vermelhos. E durante todo o trajeto, que não soube dizer se foi longo ou curto, minha mente estava em outro lugar, em outra pessoa.

Em Kate.

Agora que tenho uma forma humana eu posso realmente... estar com ela. Só o simples pensamento de sentir os olhos de Kate sobre mim pela primeira vez foi suficiente para me encher de energia e por minha mente para funcionar.

A esperança tomava conta do meu peito quando me lembrei das palavras de Cupido.

“Eu sei que você não acredita em mim. Por isso eu vou lhe provar a verdade. Vou conceder a você seu maior desejo. Vou lhe deixar ir a terra e assumir uma forma humana para poder ficar ao lado de sua tão estimada Kate. E quando você tiver seu coração partido, e acredite em mim você vai ter, você irá perceber que eu estou certo, Dan. Que ela nunca poderá te amar e que você nunca poderá dar a ela o amor que ela merece!”

Ele até podia pensar daquela forma, mas eu estava decidido a provar que ele estava errado. Eu era humano, agora Kate e eu poderíamos ter uma relação verdadeira, eu tinha uma chance real de poder ama-la. Eu não dava a mínima para o que Cupido havia dito, o que eu sentia dentro de mim era amor. Não podia ser descrito de nenhuma outra forma.

Eu podia amar Kate, podia fazê-la feliz, eu iria fazê-la feliz. Tudo o que eu precisava fazer era encontra-la.

–Chegamos. –disse a mulher de voz suave me despertando dos meus pensamentos. Estávamos de frente a uma porta simples de madeira e eu não fazia ideia de quando havíamos chegado ali. Minha mente estava ocupada demais pensando em Kate para me concentrar no trajeto.

Vi que a mulher esperava uma resposta e consegui balbuciar algo como “Ãhn?!”. Ela, é claro, percebeu minha desorientação e disse novamente:

–Chegamos. Essa é minha casa.

Apenas assenti, sem ter nenhuma ideia do que iria dizer a aquela mulher. A observei destrancar a porta e entrar no pequeno apartamento. E quando ela acendeu as luzes, me surpreendi quando vi uma cabeleira vermelha no meio da sala da tal mulher. Uma cabeleira vermelha que eu conhecia muito bem.

Ivye! –exclamei.

Ela virou o rosto em minha direção, com uma expressão incrédula.

–Dan?!

Então percebi que a mulher que me trouxera até ali me encarava confusa. È claro, ela não podia ver o cupido feroz sentado em seu sofá.

–Quem é Ivye? –ela perguntou, erguendo uma sobrancelha.

–É... não é ninguém, eu ainda estou um pouco confuso só isso. –murmurei.

O que diabos você esta fazendo na casa da minha missão?! –Ivye exclamou. –E como diabos ela consegue te ver?!

Claro que não pude respondê-la, não queria assustar ainda mais a mulher de voz suave falando com o nada.

–Hmm... Será que você poderia me trazer um copo de água. Minha tontura está terrível. –pedi a ela. Era uma mentira deslavada, minha tontura já havia desaparecido, mas eu precisava tira-la dali.

–Claro, sente-se um pouco. –ela respondeu, enquanto saia da sala.

Me sentei ao lado de Ivye. Ela estava chocada demais para fazer qualquer pergunta. Suas mãos estavam estendidas, pedindo uma explicação, seu queixo estava caído. E a única coisa que consegui dizer foi:

–Você não vai acreditar no que acabou de acontecer.

Rapidamente, contei a ela o que havia acontecido. Como Cupido havia me dado uma forma humana, as coisas que ele havia dito.

Isso não é possível. –foi tudo que ela conseguiu responder, balançando a cabeça.

Então a outra mulher voltou, com um enorme copo de água nas mãos. Quando ela me entregou, fiquei surpreso ao perceber que podia realmente segurá-lo.

–Que tal nós começarmos pelo começo? –ela disse, se sentando ao meu lado. Ivye teve que deslizar para a outra ponta do sofá para evitar que a mulher se sentasse nela, como se isso fosse fazer alguma diferença. –Meu nome é Lucy. E o seu?

–Eu sou Daniel. Mas pode me chamar de Dan. –respondi, bebendo um grande gole de água. A situação toda era tão estranha que chegava a ser cômica.

–O que aconteceu com você, Dan? –Lucy perguntou.

Olhei para Ivye pedindo ajuda e ela disse:

Você precisa inventar uma história, rápido! Acho que “um ser celestial super poderoso me transformou em humano e eu vim parar aqui” não vai soar muito bem, né Dan!

–Daniel, você está bem? –Lucy perguntou. Do ponto de vista dela, eu tinha acabado de passar um tempo alarmante olhando fixamente para o nada.

–Sim, é só a tontura. –respondi, torcendo para que ela acreditasse.

–O que aconteceu com você? –ela perguntou novamente.

–Eu, éhr... –gaguejei, e mais uma vez olhei para Ivye pedindo ajuda.

Você se perdeu no metrô e acabou parando nessa rua por acidente! –ela disse, desesperada.

–Eu me perdi no metrô e acabei nessa rua por acidente. –repeti para Lucy, rapidamente.

Uns ladrões roubaram tudo o que você tinha. Você acabou de chegar na cidade. –Ivye disse.

–Sou novo na cidade. Quando me perdi, ladrões levaram tudo o que eu tinha. –repeti novamente, e vi Lucy ficar assustada, acreditando na história. Ela pôs uma mão em meu braço direito e disse:

–Eu sinto muito... Por isso você parecia tão assustado na rua!

Você não tem nenhum lugar para ficar. E agora que está sem dinheiro, não pode ir para um hotel. –disse Ivye, e mais uma vez eu repeti a história.

E quando Ivye se aproximou e sussurrou algumas palavras no ouvido de Lucy eu entendi o que ela estava fazendo.

Você acha que seria uma ótima ideia deixa-lo ficar na sua casa por uns tempos. –Ivye sussurrou. Os olhos de Lucy se iluminaram.

–Acabei de ter uma ideia! Você pode ficar aqui por um tempo! –ela exclamou, animada.

Aquilo não era nem um pouco certo. Teoricamente, não devemos usar nossa influência nos humanos. A mente deles é fraca, basta um simples sussurro que eles fazem qualquer coisa. Isso não era proibido, mas só devia ser usado em casos de extrema necessidade.

–Mas... eu posso ser um assassino ou coisa do tipo. –murmurei.

O que você tá fazendo?! Eu te arrumo uma casa e é assim que você me agradece? Colocando tudo a perder? –Ivye exclama.

–E como você sabe que eu não sou uma assassina? –Lucy devolveu, sorrindo.

Quando ela sorriu, uma suave luz pareceu circular seu corpo. Era sua aura, brilhando. Aquilo era um sinal de que Lucy tinha um coração puro. Ivye a olhou, encantada.

É uma pena que os humanos tenham uma visão tão limitada. –ela sussurrou. –Eles nunca vão saber como é lindo ver uma aura pura.

–Acho que vamos ter de confiar um no outro. –disse para Lucy, sorrindo, e ela sorriu em troca.

O resto da noite se passou como um sonho distante. Lucy e eu jantamos e conversamos bastante. Ela me contou sobre a vida dela e eu contei as mentiras que Ivye sussurrava em meu ouvido. Lucy pensava que eu era fotografo, que tinha acabado de vir do interior para cidade grande em busca de trabalho, e que a coisa toda estava sendo uma confusão.

Mal sabia ela que a confusão de verdade era bem mais complexa que isso.

Ela me emprestou algumas roupas que o ex-noivo havia deixado para trás. Um par de tênis, um jeans, e um moletom azul marinho. A tristeza em sua voz era palpável quando ela falava nele.

Por fim, Lucy foi se deitar e me entregou algumas cobertas para que eu pudesse dormir no sofá.

–Boa noite, Lucy. Muito obrigado por me ajudar, estaria totalmente perdido sem você. –eu disse, sendo sincero pela primeira vez naquela noite.

Ela passou alguns segundos olhando em meus olhos, perdida em algum pensamento e me desejou boa noite e foi para seu quarto.

Assim que ela fechou a porta atrás de si, Ivye disse:

–Por favor, me diz que você não está pensando em fazer isso.

–Isso o que? –perguntei, tomando o cuidado de sussurrar.

–Ir atrás dela! De Kate! Dan, o Cupido está te castigando por não cumprir sua missão, talvez se você não fizer nada ele possa te perdoar, e sei lá... te trazer de volta. –ela disse, passando as mãos pelos cabelos vermelhos e furiosos.

–É claro que eu vou atrás dela, Ivye! Eu não me importo com o que o cupido disse, essa é minha chance!

–Mas Dan... o amor da vida dela não é você. Nunca vai ser você. –ela sussurra, cautelosa.

–Por que não? Eu sou humano agora! Nada me impede de me tornar o amor da vida dela! –exclamo.

Mas Ivye simplesmente balança a cabeça, decepcionada.

–Você está entendendo tudo errado, Dan. Está ficando no caminho da felicidade dela, não pode fazer isso! Não pode alterar a vida dela dessa forma, você não tem esse direito!

E assim a noite foi embora, e a manhã chegou. Com Ivye me explicando todos os motivos pelos quais eu não podia ficar com Kate.

Mas eu já estava cansado de cada um deles. Eu sei que o que sinto é real e estou disposto a provar.

Quando Lucy foi trabalhar, sugeriu que eu caminhasse um pouco, para conhecer a cidade melhor. E eu sabia exatamente para onde ir.

Foi difícil, tive que pedir informações inúmeras vezes e tive que usar todas as minhas forças para ignorar Ivye berrando ao meu lado que eu não deveria fazer aquilo durante todo o caminho.

Mas quando eu finalmente a encontrei, saindo da faculdade, caminhando pela calçada, todos os avisos de Ivye perderam a importância.

Ela era tão linda que eu estava disposto a aceitar todas as consequências.

Sem pensar duas vezes, caminhei até Kate.





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Notas finais do capítulo

Oii de novo!

Eu realmente espero que o capítulo não tenha ficado muito confuso! Se alguém tiver alguma pergunta, ou se alguma coisa que não ficou muito clara é só me falar ai nos comentários, ok? To com um pouco de medo disso ter acontecido :c

Muito obrigado a todos que comentaram o capítulo anterior! Fantasminhas, eu sei que vcs estão aí! Podem aparecer, eu não mordo!
Pessoal, eu não acho justo cobrar comentários (na vdd eu acho até bem chatinho), mas saibam que eles me dão muito mais motivação para escrever a história, então deixe um e faça meu dia bem mais feliz! *-*

Até o próximo!