Um Cupido Nem Tão Perfeito escrita por Vivs


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoas!!!

Meu notebook desligou umas MIL vezes enquanto escrevia esse capítulo, então acabei perdendo alguns trechos do texto. Reescrevi, mas não sei se ficou a mesma coisa :c

Enfim, nesse capítulo vocês vão conhecer um pouco mais a Kate, a família, e a vida dela! Ah, e tem a reação dela ao encontrar com o Dan pela primeira vez ♥

Esse capítulo é dedicado á linda da Nathália M pela recomendação fofa que ela fez para a história! ♥

Esse é para ler ouvindo Kingdom Come ou Clocks (ambas do Coldplay) vcs decidem ♥

Sem mais enrolação:
Boa leitura!



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*Kate

Todos os dias, quando acordava, eu me sentava na cama e respirava fundo. Respirava fundo procurando forças e me preparando para o dia que estava por vir.

Naquela manhã não foi diferente. Respirei fundo passando as mãos nos cabelos ainda bagunçados pelo sono. Mas assim que ouvi as batidas na porta do meu quarto, coloquei meu melhor sorriso no rosto.

Não importa se eu estou arrasada. Tenho que ser forte por eles.

Sem esperar permissão, meus dois irmãos mais novos, os maiores pestinhas do mundo, Mike e Jake entram correndo no quarto.

–Acorda dorminhoca! Hoje é domingo, é dia de ver a mamãe! –Jake gritou.

Dei meu melhor sorriso, grata por eles serem pequenos demais para poderem ver a tristeza em meu olhar.

–Eu sei, Jake. Me dê um minutinho para me arrumar e nós já vamos, ok? –disse suavemente, afagando as mechas loiras dele.

–Não demore! –gritou Mike, já saindo do quarto e batendo a porta.

Assim que eles saíram meu sorriso desapareceu por completo. Fui até a janela e a abri, procurando um pouco de vento para me ajudar a recuperar o fôlego. Ouvi a porta se abrir novamente. Pus mais uma vez meu melhor sorriso no rosto e disse:

–Eu pedi um minuto, Mike...

Mas quando não ouvi a barulheira que sempre acompanha meus irmãos, me virei em direção á porta e vi meu pai parado ali. Assim que o vi, minha mascara de felicidade caiu. Para ele eu não precisava fingir.

Assim que viu toda a tristeza e dor em meu olhar meu pai caminhou até mim e me abraçou, sem fazer nenhuma pergunta. Me envolvi naquele abraço e deixei as lágrimas rolarem, livres.

–Eu não consigo mais fazer isso, pai. –murmurei, engasgada. –Dói demais.

Sem me soltar por nenhum momento, ele me disse:

–Eu sei querida, eu sei... Mas precisamos ser fortes por ela. Por eles.

Concordei com a cabeça, e pouco a pouco fui me desvencilhando dos braços dele. Não porque queria, na verdade uma parte de mim queria ficar ali, naquele abraço, naquele meu abrigo seguro para sempre. Mas a outra parte sabia que meus irmãos precisavam de mim.

–Avise aos garotos que eu já estou indo. –disse ao meu pai e fui até o banheiro me arrumar. Coloquei uma roupa simples, arrumei os cabelos e não pus nem um pingo de maquiagem. Tinha certeza que ia chorar naquela tarde e não queria andar na rua parecendo um panda.

Quando cheguei á porta do quarto, respirei fundo uma última vez e fui encontrar meus irmãos. Eles já estavam prontos, e me esperavam animados. Meu pai agarrou as chaves do carro, e saímos de casa em direção ao hospital.

Quando paramos na entrada, me virei para meu pai e perguntei:

–Você vem?

Ele olhou para baixo envergonhado, e balançou a cabeça.

–Não, eu... preciso resolver umas coisas. –ele murmurou, mas eu sabia o verdadeiro motivo daquilo. Desde a separação, ele e mamãe não estavam nos melhores termos.

–Cuide deles. –ele disse, olhando em meus olhos. Seus olhos eram castanhos, tão diferentes dos meus verdes. Sua pele morena e a minha branca como papel. Eu era a imagem mais jovem de mamãe e sabia que ás vezes aquilo ainda o abalava.

–Vou cuidar. –respondi.

–Vamos logo! –gritou Mike do banco de trás, impaciente.

Desci do carro e agarrei nas mãos de meus irmãos. Juntos, entramos no hospital.

Quando chegamos á recepção, informei nossos nomes por puro protocolo, pois todos ali já nos conheciam. Assim que recebemos nossos crachás de visitantes, adentramos os corredores brancos e com cheiro de hospital. Vamos até o quarto 133 sem pedir nenhuma informação, já conhecíamos o caminho muito bem.

Procuro forças enquanto abro a porta lentamente, ouvindo meus irmãos pularem de entusiasmo. Quando abro, eles correm para dentro do quarto e pulam em cima dela.

–Meninos! Cuidado, ela está muito fraca. –sibilo. E meus olhos se encontram com os olhos dela.

Na cama daquele quarto pequeno, está nossa mãe, Rose Evelyn. Ou melhor, o que restou dela. A doença havia levado embora sua cor saudável, uma boa parte de suas madeixas loiras, e a alegria em seus olhos verdes. Ela estava magra, muito mais magra do que da última vez que a visitamos. Ao ver minha mãe naquele estado, quis desabar no chão e chorar todas as lágrimas do mundo. Mas tinha que ser forte.

Kate. –ela sussurrou com uma voz fraca, erguendo sua mão para mim. Lutando contra as lágrimas, fui até ela e segurei sua mão com firmeza. –Você está tão linda, minha filha. –ela sussurrou novamente. Sua voz em frangalhos, seu olhar vazio.

É isso que câncer faz com as pessoas. Não me pergunte os detalhes da doença dela, eu sempre impedi meu pai ou os médicos de me informarem sobre isso. Já era doloroso demais vê-la naquele estado.

–Nós sentimos muito a sua falta, mamãe. –Jake diz, a abraçando com os olhinhos fechados.

–É, as panquecas do papai não são iguais as suas. –Mike completa, e mamãe dá uma risada fraca.

Me sento a seu lado e ela usa suas forças para erguer sua mão e colocar uma madeixa de meus cabelos rebeldes atrás de minha orelha. E é aquele momento, aquele detalhe simples e amoroso que me faz desabar. Sinto as lágrimas vindo e sei que daquela vez não vou conseguir segurá-las e manter meu sorriso. Mas sei que não posso chorar ali, não na frente deles. Na frente dela.

Solto a mão de minha mãe, e saio correndo do quarto. Assim que ponho o pé para fora, as lágrimas tomam conta do meu rosto e me sento no chão do corredor, com a cabeça encostada na parede. Estou chorando muito, e não de uma maneira singela. È o tipo de choro que me faz soluçar e meu corpo se sacode por inteiro. Vejo uma enfermeira se aproximar, e sem fazer nenhuma pergunta ela se senta ao meu lado e oferece o seu ombro para mim. O aceito sem pensar duas vezes, e deixo as lágrimas rolarem.

–Você precisa de um pouco de água, querida. –a enfermeira diz, carinhosamente. Ela desaparece e logo volta trazendo um copo pequeno de água. No começo, debocho da situação. Como um copo de água pode me fazer sentir melhor numa situação dessas? Mas quando começo a beber, me sinto instantaneamente mais calma. Murmuro um “muito obrigado” á enfermeira, que dá um pequeno beijo em minha testa e volta para o seu trabalho. Secando o que restou das lágrimas, eu volto para o quarto.

–O que aconteceu com você? –pergunta Jake, assim que eu entro.

–Eu... eu lembrei que tinha esquecido de preencher uma coisa muito importante na recepção e fui até lá. –respondo, sorrindo.

Os garotos acreditam, é claro. Mas minha mãe não. Tenho certeza disso quando meu olhar encontra o dela e vejo a decepção estampada em seus olhos. Quando o médico entra no quarto e diz:

–O horário de visitas acabou. –não posso evitar soltar um suspiro de alívio.

Dou um rápido abraço em mamãe, e vou embora, sem olhar para trás.

Passo a volta para a casa inteira ouvindo meus irmãos tagarelarem, mas não digo nada. Meu pai percebe meu silêncio e me pergunta se está tudo bem e eu só consigo acenar em resposta, fraca demais para falar. No meio do caminho, me viro para ele e peço:

–Pai... você pode me deixar na faculdade? Eu quero ficar um pouco na biblioteca.

Ele me olha por um instante e concorda sem fazer perguntas. Ele sabe que a biblioteca da faculdade é meu refugio, para onde eu corro quando as coisas ficam tensas demais.

Ele faz um pequeno desvio e me deixa na porta da faculdade, murmurando um:

–Não volte muito tarde, ok?

E eu caminho até a biblioteca. Assim que entro lá e sinto o cheiro dos livros, me sinto calma. Escolho um título qualquer e começo a ler. É uma história legal, fala sobre um pequeno sujeito, de uma terra distante, que recebe uma missão importante. E em todo o momento ele tenta se manter forte pelas pessoas ao seu redor, me identifiquei com ele.

O tempo passou, e quando olhei para a janela tomei um susto ao perceber que já estava quase escurecendo. Lembrando do aviso do meu pai, saio correndo da biblioteca (atrasada como sempre).

E depois de um dia como esse, eu não esperava que algo bom fosse me acontecer.

Estava fisicamente e emocionalmente esgotada. Mas tudo isso pareceu evaporar quando eu o vi.

Na saída da faculdade ouvi alguém gritar meu nome. Quando me virei, rápido demais, a pessoa já estava atrás de mim, e nós nos esbarramos.

Estava pronta para dizer alguns palavrões bem sujos para o sujeito, mas quando eu o vi perdi o fôlego.

Perdi as palavras.

Perdi o peso das preocupações em minhas costas.

Aqueles olhos azuis me atingiram em cheio e aquele olhar fez um arrepio familiar percorrer meu corpo.

Ele não era lindo. Dizer isso seria um eufemismo. Só existia uma palavra que podia descrever aquele garoto:

Ele era divino.



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Notas finais do capítulo

[Não que isso seja importante, mas vcs não fazem ideia do tempo que eu levei para decidir que gif eu colocava nesse capítulo. Estava entre um do Dan (já que foi a primeira vez que a Kate o viu) mas acabei decidindo que esse faz mais sentido no capítulo]

Aaanyways, aposto que vcs ficaram um pouquinho tristes pela Kate nesse capítulo, né? Até eu fiquei enquanto escrevia!

Enfim, gostaram? Odiaram? O que acham que vai acontecer? Comentem dizendo o que acharam!
Fantasminhas lindos, sei que estão ai! Podem comentar, eu não mordo!

Muito obrigado por ler até aqui!

Até o próximo!



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