Cap. II – Na pista certa

O quarto de lady Héstia não tinha nada de especial, se comparado com o resto da casa. Paredes rosa-claro, um closet maior que meu apartamento, uma cama desarrumada no centro de tudo e uma escrivaninha com um computador no canto. Logo notei, com decepção, a aparente falta de livros; no máximo, alguns didáticos pousados ao lado do computador, como se nunca tivessem sido usados. Sou uma maníaca por livros, e leio praticamente tudo o que me pedirem.

Após uma rápida análise do ambiente, me aproximei da cama. Apanhei um lençol e dei para Billie Jean cheirar.

-O que está fazendo, srta. Banks? – perguntou Perséfone.

-Investigando. Eu não acredito que as vítimas tenham deixado o prédio, lady Potter. Um dos principais motivos para eu levar Billie Jean para todos os lugares que vou é o faro dela; labradores são cães de caça, e podem achar praticamente qualquer coisa contanto que o rastro seja fresco. – voltei meu olhar para Billie. – Vamos lá, garota! Encontre lady Héstia!

Ela latiu e se pôs a farejar. Não demorou nem 5 segundos e ela achou o rastro certo.

-Agora, se quiserem me seguir, estou certa que encontraremos sua filha dentro em breve. – eu disse. Perséfone suspirou, aliviada, e começou a chorar baixinho.

Levou uma hora, mas a Billie conseguiu seguir um rastro que levava a um quarto trancado. Foi ate simples arrombar a porta; o problema era o que ela guardava.

Havia uma garota, de longos cachos negros, pele clara e olhos azuis amarrada a uma cadeira. Lady Héstia Potter estava amordaçada,  seu belo vestido preto estava destruído e haviam marcas roxas por todo seu corpo. Ela chorava, e seus olhos eram um claro aviso: afastem-se.

De repente, algo se moveu nas sombras. Billie Jean pulou e, quando acendi as luzes, eu a vi imobilizando Jasper, o mordomo. Nas paredes, haviam cadáveres; os empregados desaparecidos. Menos uma empregada, que tentava afastar minha labradora do velho senhor. Hades se precipitou e libertou a filha.

-Papai, foram eles! Alice e Jasper mataram todos! E iam me matar também!

Eu não precisei de mais motivação para agir.

-Alice e Jasper, estão presos por seqüestro e homicídio doloso. Vocês têm o direito de permanecer calados, ou tudo o que disserem poderá ser usado contra vocês no tribunal. Vocês têm direito a um advogado. Se não encontrarem nenhum, providenciaremos um para vocês.

-ISSO NÃO É JUSTO! POR QUE ESSA PIRRALHA PODE TER TUDO ENQUANTO NÓS AQUI BEIJAMOS OS PEZINHOS MIMADOS DELA PARA CONSEGUIR UM MÍSERO PRATO DECOMIDA?! – Alice Cullen, a empregada, gritava.

-QUIETA, ALICE! Não vê que isso só vai piorar as coisas para o nosso lado?! – eu ouvi Jasper se enfurecer. Sua esposa se calou.