Bechloe: Loving you escrita por Pontinho


Capítulo 14
Letter


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, podem me bater, eu mereço. Prometo postar certinho agora, a primeira semana de aula já passou então vou conseguir me organizar melhor.
Boa leitura *-*



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*Chloe*

Acordei com o barulho de algum celular.

Abri os olhos lentamente.

A dor de cabeça me tomou conta.

Olhei para o lado. Beca não estava, era o seu celular que apitava.

Escutei o barulho do chuveiro desligando.

— Você recebeu uma mensagem!- falei aumentando o tom de voz para que ela me escutasse.

— Tudo bem.

Peguei seu celular na escrivaninha e desbloqueei.

Era Jesse.

Acredito que Stacie vai ficar bem feliz. O calor venceu!! Parece que frio só no próximo mês. Obrigada por ontem.

Como assim ontem? Senti o calor do ciúme me invadir.

Ela destrancou a porta e abriu.

— Jesse!- falei jogando o celular para ela.

Ela olhou para a tela do celular e sorriu.

Aquilo doeu.

Tentei me lembrar deles na festa. Mas minha memória está vaga.

Só me lembro de nós duas descendo as escadas e depois James me oferecendo bebida.

— James?- ela me olhou.- James estava ontem aqui?

— Com você.

— Como assim o que aconteceu?

— Nós o encontramos e ele puxou você, e você começou a beber, e...- ela suspirou.- teriam se apossado de algum quarto aqui encima.

— O QUÊ? PORRA, BECA, SEM BRINCADEIRA!

— Pois eu estou falando sério.- ela falou revirando os olhos, parecia irritada.- vocês ficaram juntos a noite toda.

— Como vim parar no quarto, então?

— Você não se lembra de nada mesmo, né?

Estranhei a pergunta.

— Não, de nadinha.

Ela suspirou.

— Ele te levou para algum canto da festa e vocês dançaram e beberam. Eu fiquei com Jesse durante todo esse tempo, até que acabei resolvendo subir e encontrei vocês no corredor, ele estava querendo que você bebesse mais, e pegou na sua cintura e você não pareceu ter gostado, então- ela deu uma pausa.- pedi para que ele tirasse as mãos de você e descesse, depois de um tempo ele acabou indo, então viemos dormir.

— Eu realmente não me lembro de nada disso. Nem de ele me oferecendo bebida, nem da gente vindo dormir. Não acredito que bebi dessa forma.

— Nem eu.

— Obrigada por ter me tirado de perto dele, James nunca foi boa companhia, e desculpa qualquer coisa.

— Tudo bem.

Pensei um pouco.

— Becs, em algum momento eu disse ou fiz algo...estranho?

Ela me encarou com desespero.

Parecia não saber o que dizer.

— N-Na hora em que viemos para cá, você meio que disse que...- ela fechou os olhos e chacoalhou a cabeça.- você só bebeu demais, não fez nada de errado.

Eu com certeza falei alguma merda!

— O que eu disse?

— Nada, Chlo. Serio esquece isso. E vamos descer logo.

— Descer para quê? O café da manhã já está servido?

— Na verdade você meio que vai ficar pra janta. Já são 15:30.

Coloquei a mão na boca.

— Sério?- ela concordou.- e para onde vamos?

— As meninas estão na piscina. Eu não vou entrar, mas se quiser coloque um biquíni e vamos.

— Não vou entrar também.

— Ok, mas você vem?

Concordei com a cabeça.

— Mas primeiro vou trocar de roupa.- falei me levantando e mostrando que ainda estava com a roupa de ontem. Ela assentiu e saiu.

Não me esperou.

Algo está acontecendo.

Ela não parece brava nem chateada, está até de boa, mas não de boa como a Beca fica. Parece tranquila de um modo diferente.

Pensei um pouco no que eu poderia ter dito.

Vesti um short e uma camiseta e desci.

Entrei na cozinha e abri a porta da varanda. As meninas todas se encontravam lá.

— Chloe!- falou Stacie pegando na minha mão e me puxando.- Aubrey estava aqui ontem.

— Estava?? E aquela cretina não veio falar comigo?

— Ela estava ocupada.- falou com um sorriso malicioso.

— STACIE!- ela riu, e eu também.

— Mas e a sua noite, como foi?- olhei para Beca que estava sentada debaixo do guarda-sol.

— Depois te explico, preciso resolver uma coisinha.

Me dirigi na direção da pequena e então agarrei seu braço.

— O que foi?

— Vem comigo?

— Ok.- ela falou se levantando.

Fomos para dentro da casa e entramos no lavabo.

— Becs, eu preciso saber. O que céus eu te disse?

Ela deu um suspiro.

— Eu já falei para esquecer isso!

— Beca, eu preciso saber.

— Chlo!- ela falou segurando minha mão.- você estava bêbada e falou o que não queria, eu entendo, gostaria que não tivesse bebido, mas não se preocupe.

— Aí é que está, eu não sei se eu disse o que eu não queria, ou se eu falei o que eu queria mas não deveria.

Ela aumentou o ritmo de sua respiração.

— Você disse que precisava que eu te beijasse. Em qual opção isso se encaixa?

— Eu o quê? Minha nossa, me desculpe Beca.- passei a mão sobre o cabelo.

— Relaxa.

— Não, Beca, é sério!- pensei um pouco.- e o que aconteceu depois?- falei preocupada.

Pedi mentalmente para que nada tivesse acontecido, pois se tivesse, eu queria muito guardar o momento.

— Nada, você só dormiu.

— Você está mentindo!

— Ham? Não estou não!

— Está! Eu vi a forma que mordiscou o canto da boca, você não consegue mentir para mim, por favor, Beca, me diga o que aconteceu.

— Eu falei que não faria aquilo com você por conta de sua situação. Você estava bêbada!- senti a frase final sento atirada em mim. Odeio o fato de eu ter bebido.

— Se eu não estivesse, o que teria feito?- falei, totalmente sem pensar.

A ficha caiu logo em seguida.

O que estou fazendo?

*Beca*

Senti meu rosto ficar pálido.

O que ela queria que eu respondesse?

Eu me endireitei para dizer algo e ela também, ela provavelmente diria para eu esquecer.

Droga! Por que não deixei ela falar?

Ela, então, se calou e mordeu o lábio inferior.

Me assustei com a forma que reagi ao vê-la fazer aquilo. Meu corpo parecia implorar por ela. Me contorci e endireitei-me logo em seguida.

Eu abri a boca para dizer que eu iria ficar confusa e sem entender caso o que aconteceu tivesse ocorrido em um momento em que ela estivesse sóbria, mas a fechei rapidamente. Como ela encararia se eu dissesse isso? Eu devo mentir?

*Chloe*

Beca estava calada demais, porém, parecia rodeada por palavras, ela queria me dizer algo. Meu coração acelerou. Desfiz a mordida do lábio inferior e continuei a encará-la.

— Se estivesse sóbria as coisas seriam diferentes.

— Como?

— Caramba, seria uma situação estranha.- ela me encarou querendo ver a forma que eu reagi.

Perdi a força. Fiquei com vontade de sentar e chorar. Então as coisas seriam estranhas? Essa foi definitivamente a resposta para minha pergunta de tanto tempo. Beca não se importava. Beca não sentia o mesmo. Tentei desacelerar minha respiração para não deixar as lágrimas saírem. Acho que eu consegui.

— Seriam.- falei e logo depois me calei.

Ela pareceu desacelerar a respiração dessa vez. O que raios queria que eu dissesse?

Nós duas assentimos com a cabeça e saímos do banheiro.

Um sequer palavra foi dita.

Senti meu rosto ficar vermelho por conta do choro que estou segurando.

Ela se dirigiu a piscina. Eu corri as escadas o mais depressa possível.

Escancarei a porta e logo em seguida a fechei com força. Me encostei nela e lentamente desci com as costas apoiadas. Deixando que as lágrimas viessem.

Eu precisei ficar bêbada para descobrir que ela nunca sentiu o mesmo.

“Seria uma situação estranha”, sua voz dizendo isso não saía da minha cabeça, que por sinal, latejava de dor. Respirei fundo para tentar me acalmar, mas não obtive sucesso. As lagrimas saiam depressa e carregadas de profundos sentimentos, o que provocou alguns soluços no meio do choro, me fazendo parecer uma criança.  

*Beca*

— Eu me sinto quebrada. Minhas paredes foram desmoronadas. Meu sentido parece perdido. Ela não sente, ela não sente nada.

— Talvez deva dizer isso á ela.

Olhei com revolta para Amy.

— Você não entende? Acabei de te chamar aqui para dizer que ela concordou com o que eu disse!

Ela abriu a porta da geladeira.

— Ei, Beca. Todas as meninas estão lá na piscina, exceto ela, talvez seja a hora perfeita para dizer tudo o que sente. Ela concordou com o que você disse, porque ela não teve mais nada a dizer! Se coloca no lugar.

— CHLOE NÃO SENTE O MESMO, AMY! JÁ CHEGA!- falei passando a mão pelos cabelos.

— Como disse?- me virei para a porta. Stacie se aproximava.

— N-Nada, estamos só conversando.

— Não, calma, Beca! Eu escutei.- ela pensou um pouco.- ESTÁ AFIM DE CHLOE?

— Na verdade apaixonada.

— Cala essa boca, Amy! É claro que não, você não entendeu.

— Acha que ela não sente o mesmo?

— Exato!- falou Fat Amy. A encarei furiosa e ela olhou para baixo, segurando a risada.

— Beca, se eu fosse você falava com ela agora.

— O QUE? Como assim? Acha que é simplesmente chegar e falar?

— Então cante, escreva, prove, mas faça algo, eu te juro, eu juro, o final será recompensador.

— Está dizendo que...

— Estou dizendo que deve dizer algo á ela.

Respirei fundo e saí correndo. Mas não para o quarto, para o escritório.

*Chloe*

Me levantei e deitei na cama.

Não demorou muito para eu sentir o sono chegar, o sono não, o cansaço, cansaço de pensar em tudo isso.

            Droga! Eu não deveria ter deixado a janela aberta. Na hora que me deitei o sol não estava para esse lado.

Me virei e peguei meu celular. Acho que dormi por uns 40 minutos. Me levantei para ir tomar um banho. Escutei o barulho de algo se amassar e então olhei para o pé da cama. Era minha perna que estava posta sobre um papel. O peguei e abri, assim, me sentando na cama novamente.

Querida Chloe,

Existem muitas maneiras para falar tudo o que eu quero, muitas palavras conseguem descrever isso tudo, então não é um caso clichê do qual eu não sei como te falar, apenas é que escolhi fazer isso da minha maneira, e estou aprendendo agora como o lance de “fazer do meu jeito” funciona.

Parece ter um grande céu negro sobre minha cidade. Eu estou girando em círculos. E estou no canto vendo você com outra pessoa. E eu estou aqui. Por que sinto que você não me nota? Eu estou dando tudo de mim, mas acho que não sou a pessoa certa, então eu continuo dançando sozinha. Tão distante, mas ainda assim tão perto. As luzes se acendem, a música termina, mas você não me vê parada aqui. Eu vim só para dizer boa noite. Você não sabe o quão amável é, tenho que dizer que preciso de você, que te escolhi. Conte-me seus segredos, faça-me suas perguntas. Vamos voltar pro começo. Ninguém disse que seria fácil, mas também não disseram que seria tão difícil.

Acho que o medo e o egoísmo me tomaram conta, eu queria que você fosse só minha, mas estava com medo de ser sua, porque é fácil querer alguém, mas não ter coragem de ser dos outros. Eu tinha que destruir o que eu estava sentindo, quando tudo começou, e eu sabia disso, eu não poderia insistir, porque eu sabia que alguém se machucaria, mas acontece que a maior dor do amor é quando sabemos que ele deve morrer, mas não conseguimos mata-lo. Eu alaguei meu coração em esperanças e não me preocupei com o fato de que ele poderia se afogar.

Não sou capaz de falar metade das palavras bonitas que guardo para muitas pessoas. Não sei se você me entende, mas dizer palavras bonitas não dependem só de nós. Porque o outro precisa entrar na sintonia, sentir como nós, receber da mesma forma que estamos enviando, entende? As palavras precisam valer e nem sempre me arrisco a desperdiça-las. Mas as usei com você. Então acho que sabe o que isso significa.

Agora eu preciso te perguntar algo, isso fará tudo mudar, descobrirei se tudo é reciproco, então seja sincera. E se eu morrer? Imagina como seria, você me mandar SMS sabendo que jamais seriam respondidos. Me ligar sempre sabendo que ia cair na caixa postal. Iria me procurar nas redes sociais, sabendo que nunca ais estaria online. Iria levantar para ir atrás de mim sabendo que jamais me encontraria. Imagina o mundo sem mim e me diga se faria alguma diferença para você?

Com todo amor, Beca Mitchell.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem o que acharam. E um enorme beijo!



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