Frankenstein: A História Nunca Contada escrita por Lua Chan


Capítulo 4
Capítulo 4




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Morte x Vida

–Alguém! Alguém ajude!-Thomas gritou, desesperado por ter Henry, ou melhor, o corpo dele no seu colo. O sangue estava presente na maior parte da camisa dos dois rapazes.
Para o azar de Thomas, não havia muitas pessoas na rua, pelo menos, não naquela região. Tudo o que ele conseguiu ver de bem longe, foi a sombra de um homem que segurava uma arma. Não sabia quem era, apenas que ele era a pessoa que havia atirado no seu amigo.
–Seu imbecil! Covarde! Desgraçado! -Gritou, como se o homem da capa negra pudesse escutá-lo. Ficou com mais raiva, quando percebeu que a pessoa só virou as costas para ele, sem se importar com nada. Pelo jeito, deveria ser um mercenário, checando se seu trabalho teve êxito.
Thomas se levantou para ir atrás dele, mas foi "brutalmente" parado ao ouvir o fraco sussurro de Henry.
–Thom! -A voz quase não saia. O rapaz deu meia volta e correu para o amigo, que acabara de se pronunciar.
–Henry! Ainda está vivo! Não fale nada, poupe sua voz. -Ordenou ele.
–Leve-me para... Victor.
Victor Frankenstein, o irmão mais velho de Henry. Por que não pensou nisso antes? Talvez tenha sido a adrenalina ou o tamanho do susto que levou: em um momento, tinha um amigo saudável na sua frente, em outro, apenas o corpo dele no chão.
–Tudo bem, tudo bem. Segure-se. Vou te erguer. Tente me ajudar. No 3. -Pediu. -1, 2... 3! -Henry utilizou do que ainda restava de suas forças para se levantar, apesar de quase não tê-las.
Para não chamar muita atenção e evitar comentários desnecessários ao redor de Londres, Thomas foi cuidadoso. Ao mesmo tempo que carregava Henry nos braços, como um bebê, se escondia debaixo de pontes ou escombros de lugares que antes eram enormes construções de madeira. Até que enfim, chegou no seu tão desejado destino. A mansão dos Frankensteins.
–Victor! Acuda-me!-Victor saiu da sua zona de conforto, para a direção da voz que o chamava com fervor. Ficou, por um instante, preocupado. No outro, quase desmaiou ao ver seu querido irmão, quase inconsciente. -Nós est-távamos no porto, quando de repente alguma coisa... alguém atirou em seu irmão e agora ele está quase morto e então... -Thomas começou a ter um ataque de pânico e ficou tremendo. Victor agora tinha dois problemas e resolveu começar pelo mais prático.
–Acorde! -Deu uma tapa na cara de Thomas. -Acorde!-Deu outro. -Acorde! -Deu outro mais forte ainda.
–Pare! Já estou acordado!-O jovem gritou, ainda desesperado com a situação de Henry. -O que faremos, Victor! Não podemos chamar um médico! O tempo está sendo o inimigo de Henry, agora.-Continuou.-Posso não ser o homem da arte anatômica, mas sei muito bem que 10 minutos é o tempo máximo, até que algo pior ocorra com ele!
–Se acalme e acompanhe-me. Traga Henry consigo, é claro. -Victor disse. Ele reconhecia o que estava fazendo, só não sabia o porquê. Iria mostrar sua área de trabalho para um estranho e tinha receio disso. Mas era um caso de vida ou morte, literalmente. E a vida perto de ser retirada seria a do seu próprio irmão.
–O que é este lugar? Por que nunca soube de sua existência? -Os olhos de Thom brilharam ao ver o lugar, o porão da casa.
–Não se preocupe, nem Henry sabia disso. Quando ele ficar melhor, poderão conversar sobre. -O cientista pegou algumas ferramentas cortantes.
–Whoa! O que fará com essas coisas? -Thomas se assustou.
–Uma pequena cirurgia, meu caro. -Victor pegou uma seringa que continha um líquido transparente. Era a anestesia. Colocou uma certa dose no corpo do irmão, e pediu para que relaxasse.
Enquanto ele utilizava as ferramentas para tirar a bala, Thomas checava a cada 20 segundos o pulso de seu amigo. Queria certificar se ainda estava vivo. Na décima quinta vez, quando Victor limpava os equipamentos cirúrgicos, Thomas se espantou. Henry estava deixando de respirar.
–Dr. Frankenstein, ele está tendo dificuldades para respirar! Ajude-o. -Victor ficou nervoso e pensativo. Queria encontrar a melhor alternativa para Henry. Só então, conseguiu a resposta, mas seria, com certeza, arriscado.
–Com prazer. E desculpe-me por isso, meu irmão. -Falou, colocando suas mãos no pescoço do jovem deitado. Em um rápido gesto, dr. Frankenstein quebrou o pescoço de Henry.
–ESTÁ LOUCO?! -Thomas gritou. Victor já perdeu a conta da quantidade de pessoas que já o chamaram dessa forma.
–Provavelmente, agora pegue o frasco que está em cima de minha mesa. -Thom estava paralisado, mas logo obedeceu às ordens do cientista maluco.
–É este com os dizeres... "Vivificabit, cuidado! Substância altamente tóxica"? -Thom leu o que havia escrito no frasco esverdeado.
–Sim, este mesmo. Traga-o, rápido!
–Não! -O melhor amigo de Henry gritou, como se não ouvesse amanhã. -Quero saber o que está acontecendo? O que não quer me contar, sr. Frankenstein?! Se for para o bem de Henry, apresse-se, pois quero logo saber também! -Se exaltou.
–Tudo bem! Vocês, jovens, são tão inquietos e irritantes, atualmente! Essa substância trará Henry à vida, tendo um preço por isso. O da imortalidade! -Thom se espantou, mais do que das outras vezes desse dia. Não acreditava nisso, e sempre foi curioso em relação ao assunto.
–Isso é impossível!
–Não, Thomas! Não só é possível, como é mais do que isso! Isso é o resultado de anos de estudo, de anos de prática, de anos de esforço, de anos de tentativas! -Victor se aproximava do jovem, e do corpo do irmão. -Agora você presenciará a reconstrução de uma vida perdida!
Victor Frankenstein pegou a seringa e injetou todo o conteúdo do frasco no corpo de Henry, que esperou cerca de 3 minutos para piscar os olhos e se tornar semiconsciente, arrancando suspiros de Victor e Thomas.
–Está vivo! -Victor falou pausadamente. -Seja bem vindo de volta a vida, Prometheus.


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