Frankenstein: A História Nunca Contada escrita por Lua Chan


Capítulo 3
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/663653/chapter/3

O vento estava congelante. Quase ninguém se encontrava nas ruas, apesar de ser uma tarde. Henry foi contra esse padrão, estava feliz para reecontrar o melhor amigo.
Ele estava lá, na sua frente. Quase não conseguia acreditar, fazia muito tempo e mesmo assim, ainda se reconheciam. Thomas correu para os braços de Henry.
–Meu grande amigo! Como vai? -Thomas foi o primeiro a falar.
–Estive bem, Thom, graças a Deus. Estou um pouco preocupado com o meu irmão que... -De repente, Henry lembrou-se do que o irmão havia dito para ele. Não poderia, de maneira alguma, falar sobre suas pesquisas e invenções, principalmente as mais recentes, como a Vivificabit. Se calou.
–Que...? Prossiga, Henry.-Thomas exigiu.
–Nada. Esqueça. Mudando de assunto, como vai sua irmã, Elizabeth? -Henry teve que fazer isso. Poderia ser muito arriscado contar tudo, até mesmo para seu amigo do peito.
–Ah, ela é irritante! Mamãe sempre dá todas as razões para ela, não importa o que aconteça. Isso é terrível. -Ele falou.
–Sinto muito. -Henry apenas sorriu, lembrando da última vez que a viu. A bela Elizabeth tinha acabado de retornar de um pequeno passeio com os empregados de seus aposentos, quando viu seu irmão, Thomas, conversando com ele. Ela interrompeu a conversa apenas para humilhar o coitado de Thomas. "Ele tem piolho, é melhor se afastar.", foi o que disse.
–E o seu pai? Nem pude obter uma resposta da pergunta que lhe fiz na carta. -Henry parou de andar e olhou para Thomas. O amigo entendeu que o assunto era delicado, então simplesmente surpreendeu Henry com uma ação.
–Ei! Por que me derrubou?-O jovem gritou.
–Não lembra da infância, Henry? Está com você! -Henry entendeu que estavam começando a brincar de tica-tica, e seguiu o amigo até o porto da cidade.
–Henry! -O garoto se assustou com a imagem de Victor. Não sabia que estaria naquele lugar. -Precisamos dialogar novamente.
Thomas não seguiu os dois. Poderia ser um assunto familiar. Victor ficou calado até chegarem na grande mansão.
–Isso não é tudo. -Ele falou, deixando o irmão mais jovem mais confuso.
–O que mais você tem em sua área de trabalho que me surpreenda, que chame minha atenção?
–Eu fiz um experimento, enquanto você viajava para a casa de nosso pai.-Ele lutou contra as palavras. -Foi horrível.
–Já escutei coisas piores, Victor. Acredite. Por favor, confie em mim, mesmo que seja trilhares de vezes pior do que já disse.
–Eu... eu... roubei pedaços de cadáveres em matadouros e cemitérios.-Falou, preocupado com a reação de Henry. -Isso ocorreu antes de eu criar a Vivificabit. Uni as partes de corpos, por meio de simples costuras. Utilizei raios para que Groov pudesse viver novamente.
–E que tipo de monstro Groov era? -Henry questionou, de maneira curiosa.
–Era uma zebra híbrida, claro, já que tinha partes de outros animais juntas a dele. Na primeira tentativa, nada consegui e fiquei nervoso e chateado. Na segunda, finalmente obtive êxito, mas Groov não cooperou. Como era um ser inconsciente, não obedeceu minhas ordens e me atacou. Precisei sacrificá-lo.
–Mas você não parou por aí, não é? Por ter se arrependido, resolveu ampliar suas pesquisas, até inventar a substância tóxica, não estou certo?-Henry falou, agindo como um detetive.
–Perfeitamente. Agora, só espero uma perfeita situação para criar meu Prometheus. -Prometheus? O que era isso?
–O que significa Prometheus?
–Em primeiro lugar, Henry, saiba que eu não criei esse termo. Ele já existia. Acredito que já saiba disso.
–Sim, eu sei.
–Bem, com base em meus pensamentos, Prometheus é o novo ser, algo relacionado a imortalidade. O Vivificabit não só permite que um ser se torne vivo novamente. Ele, posteriormente, se tornará imortal. -Victor terminou seu discurso.
–Escute, Victor. Pode não achar isso, mas eu acredito em você. Claro, fiquei surpreso com tudo o que disse. Sempre soube que você seria capaz de qualquer coisa. É muito inteligente.
–Obrigado, irmão. Serei sempre grato por me apoiar. -Os irmãos se abraçaram de maneira diferente das outras vezes. Foi bem mais forte, mais confiante. Como se um estivesse dizendo ao outro "Estou aqui ao seu lado e nunca te abandonarei."
–Tudo bem, tem mais alguma coisa que deveria saber? -Henry perguntou, naturalmente.
–Oh, sim. Quase ia me esquecendo. O Prometheus pode ser considerado imortal, mas há somente uma coisa que permite que ele possa ser destruído.- Um silêncio se instalou na casa. Henry ficou raciocinando como um ser imortal poderia ser destruído, mas talvez esse Prometheus seja uma excessão. -A única maneira de isso acontecer é se Prometheus for atingido, de qualquer forma, no coração. Seja por armas de fogo, como uma pistola ou armas brancas, como uma faca ou espada.
–Então ele é parcialmente imortal. -Concluiu novamemte Henry.
–Sim, Henry. Agora, por favor, será que você poderia me dar um tempo. Necessito pensar um pouco. Foram muitas emoções para um só dia. Preciso clarear minha mente.
–Claro, Victor. Fique à vontade. Eu irei me encontrar novamente com Thomas. Adeus.
–Adeus, irmão.
Henry ficou satisfeito. Era disso que precisava: da atenção do irmão, dedicação e principalmente, da verdade. Tudo fora revelado, tudo fora esclarecido. Agora, poderia ficar em paz.
Ao chegar no porto, de longe avistou seu nobre amigo, Thomas ou só Thom. Henry acenou para ele, mas, antes de correr em sua direção, sentiu uma forte dor no abdômen, lugar onde colocou sua pálida mão. Não conseguiu raciocinar direito, apenas viu um rastro de sangue, partindo de um buraco recém formado na camisa e no próprio corpo. Ele acabou de levar um tiro e caiu no chão úmido e mais pesado agora, com o seu corpo.
–HENRY!! -Foi a última voz que conseguiu escutar, a de seu amigo, Thomas Salvatore.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Frankenstein: A História Nunca Contada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.