Era meio dia. Natsu estava deitado na varanda em frente á sua casa observando o céu. Happy dormia tranquilo ao seu lado. O garoto não parava de pensar naqueles olhos castanhos o observando na noite anterior. Sorrindo, ele se levantou. Happy acordou com o movimento de seu dono e espreguiçou.

- Vamos Happy. Precisamos almoçar.

- Nyaahhh. –o gato miou concordando e os dois entraram na casa. Sentindo o cheiro da comida, ele se sentou em seu lugar e Mirajane terminava de servir os pratos.

- Que cheiro gostoso Mira. Estou morrendo de fome.

- Espero que gostem pessoal, fiz lombo com batatas.

Todos os irmãos de Natsu atacaram a mesa, e o garoto rosado foi o primeiro.

- Onde está o velho?- perguntou Laxus, com a boca cheia.

-Está no jardim. Aquele teimoso ficou encantado que sua cerejeira está perto de florescer e não sai de perto daquela arvore. – Mira respondeu.

- O vovô Makarov adora aquela arvore mesmo. – Lisanna comentou.

- Quero conversar com ele mais tarde. – Natsu disse e comeu mais um pouco. Assim que estava satisfeito, ele lavou seu prato e a vasilha de Happy e foi para o jardim procurar seu avô. Makarov estava regando sua cerejeira e sorria, nostálgico.

- Vovô, vovô! – Natsu gritava, perturbando a paz do velhinho.

- O que foi menino?

- Eh, eu queria saber... o senhor conhece a família que se mudou aqui perto?

- Ah, os Heathfilia. Ainda não. Por que?

- Nada. Só fiquei curioso.

- Soube que tem uma garotinha da sua idade.- Makarov olhou pervertido para Natsu, mas o garoto não percebeu.

- Sim. Eu a vi ontem.

- Que bom. Espero que fiquem amigos. Agora vá varrer essas folhas secas. – o rosado ajudou seu avô a cuidar do jardim dos fundos naquele dia, e se lembrando da noite anterior.

“Uma limusine preta passou pela rua, subindo em direção á grande mansão que havia no final da rua. O rosado sabia que deveriam ser os novos moradores, pois durante toda a semana grandes caminhões passavam pela frente de sua casa em direção á essa mansão. O garoto ficou observando os entregadores carregarem para lá e para cá móveis finos e de aparência cara durante vários dias.

Natsu queria saber quem era o novo dono da mansão e após seguir o carro, subiu em uma arvore que ficava na calçada, tentando espiar. O garoto viu uma jovem de cabelos loiros descer do carro, junto a um senhor alto e um pouco gorducho, todos bem vestidos.

Eles entraram na mansão por um tempo, e Natsu continuou observando. Ele queria ver o rosto dos novos moradores. Quando o rosado estava quase dormindo no galho da arvore, ele vê Happy pulando o muro e andando pela propriedade.

- Happy. O que está fazendo ai? Isso é invasão.

- Nyahhh. Miou o gatinho sem se importar com seu dono e continuou andando pelo gramado.

- Droga. Vou ter que entrar ai. – Natsu pulou o muro e corria atrás do seu gato, que era ligeiro. Happy foi em direção á porta principal e subiu os degraus de uma pequena escada, ronronando nos pés de alguém.

- Olá gatinho. Está perdido?

- Desculpa, moça meu gato acabou entrando aqui e eu vim busca-lo.

- Tudo bem. Ele é muito mansinho. Como se chama?

- Happy. – Natsu respondeu para a garota loira.

- Olá Happy, quando vier de novo te darei um pires de leite tá bem?- e o gato miava feliz por receber carinho.

- Precisamos ir, desculpa atrapalhar.

- A gente se vê por ai.”

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Lucy olhava pela janela de seu quarto uma casa não muito grande no inicio da rua. A casa era como a maioria das que haviam naquele bairro: contruções tradicionais japonesas, com portas de correr, um dojo no fundo da casa e uma cerejeira no jardim, porém na varanda, havia um garoto deitado, olhando para o céu. A loira sorria ao ver o garoto se levantar e entrar na casa, acompanhado de um gato.

- Queria um animalzinho também como o Happy. – suspirou a garota.

- Senhorita Lucy, o almoço está servido. – Uma mulher aparece na porta chamando a garota para a realidade.

- Está bem, Virgo, obrigada. Avise meu pai que estou descendo.

- Sim senhorita.

A garota penteou seus cabelos e amarrou algumas mechas de lado, com uma fita combinando com seu vestido longo, de mangas cumpridas.

- Detesto esse vestido. Meu pai me obriga a vestir essas roupas do século passado.

Lucy entrou no salão de jantar e se sentou na extremidade da mesa, de frente para seu pai, que estava na outra ponta.

- Lucy, o que é isso no seu pescoço?

- É apenas uma correntinha, papai.

- Tire-a.

- Mas eu achei que não ia ter importância.

- Tire-a, eu já disse.

- Não vou tirá-la. Era da minha mãe.

- Lucy Heathfilia...- o tom de voz do pai era ameaçador. Mas a garota estava cansada de todas as normas de seu pai.- Se não tirar essa coisa agora e se comportar feito uma dama você vai ficar de castigo.

- Pois eu não vou tirar a correntinha. É a única coisa que ainda tenho dela.

Jude se levantou e andou firmemente em direção á garota. Ela tremia na cadeira mas continuou a olhar para seu pai com desafio. ”Ele não teria coragem de me bater“ pensou. De repente seu pai estava ao seu lado, segurou o ombro da garota e arrancou com força a corrente em seu pescoço, andou até a janela e a jogou fora.

- Não!- gritou a garota. Mas sabia que com aquele imenso jardim nunca mais veria a pequena correntinha.

- Voce vai ficar sem almoço, por ter me desafiado. E não espere que eu permita que saia dessa casa até o dia que começará as aulas em Magnolia High School.

- Nunca vou te perdoar. – foram as únicas palavras que Lucy pôde dizer antes de sair correndo para o jardim. A loira procurava pela grama mas não encontrava a correntinha. Sabia que era velha mas era a única coisa da sua mãe, falecida quando a garota era pequena.

Chorando, ela não parava de pensar que se sua mãe não tivesse morrido, ela teria tido uma vida diferente. Depois de algum tempo ela voltou para seu quarto, onde Virgo havia deixado uma bandeja com o almoço da garota.