Eu estava em um campo aberto, cercada por inimigos.

Não, eu estava no castelo, no meio do meu treinamento.

Sarah sangrava até a morte, vampiros sedentos cercavam o seu corpo.

Jack estava na minha frente, dando gargalhadas.

“Jack, que merda! Sai da minha cabeça.”

“Não, é divertido demais.”

Estava em meu antigo quarto, os vampiros tinham vindo atrás de nós. Lanna estava morta, e os outros vinham para cima de nós.

Peguei uma estaca de prata, a única arma com o que se pode matar um vampiro. Nithara tentou fazer-la voar de minha mão, mas não deu certo. Ignorando todos ali, taquei a estaca em um canto isolado do banheiro. No segundo seguinte a cena se desfez, olhei para Jack, que tinha uma estaca de madeira na mão.

“O objetivo era acertar os outro vampiros.”

“E por que eu preciso de matar vampiros imaginários? Achei que o meu trabalho era matar caçadores.”

“Não existem guerras entre humanos? É a mesma coisa com os vampiros garotinha burra.”

“Vai pro inferno.”

“Desde que te conheci já estou lá.”

“Então faz um favor pra nós dois e some. Vai transar com a Anya e me deixa em paz!”

Jack me deu um tapa. - “Garotinha insolente! Vou te ensinar a como falar comigo!”

“Jack! Já chega!” - Nithara entrara no quarto

“Mas...”

“Mas nada! Deixa que eu resolvo isso!”

Jack me lançou um olhar de ódio e saiu do quarto.

“Sabe, você tem que parar de dar motivos para o Jack te odiar. Ele não precisa de mais nenhum.”

“Nem eu.” - falei. Acrescentei mais baixo - “pra nenhum de vocês.”

“Pare com isso.” - disse Nithara.

“Parar com o quê?”

“Com esse seu fingimento. Você se faz de durona, mas não é. Sei que faz isso por causa de sua irmã, mas ela não precisa disso agora. E pare também com esse preconceito conosco. Nós não somos assim como você pensa.”

“Sabe, não é como se vocês tivessem passado uma boa primeira impressão!”

“E não é como se nós fizéssemos isso por diversão! Nós precisamos nos alimentar.”

“Mas precisava ser da minha família?”

“Na verdade sim. Não escolhemos famílias aleatoriamente. Escolhemos as mais problemáticas.”

“Minha família não era problemática!”

“Não que você soubesse. Seu pai estuprava uma garota no mínimo por semana. Sua mãe mexia com tráfico de armas. Seu irmão planejava roubar um banco com os amigos. Sua irmã atropelara um garoto intencionalmente naquele dia.”

Senti minhas pernas fraquejarem. Será mesmo que minha família era tão problemática assim?

“Sabe, eu podia viver sem saber disso.”

“Desculpe-me. Mas nós escolhemos sua família para poupar você e seus irmãos mais novos de sofrimentos futuros.”

“Acho que não funcionou bem assim não é?” - Senti um ódio mortal de meus pais Lanna e Matt. Por causa deles eu estava passando pelo que estava passando. Lágrimas escorreram dos meus olhos - “Nunca vou perdoá-los por isso.”

“Quer um conselho? Não guarde nada de ruim. Não faz bem pra você nem mal pra quem te magoou.”

“É mais fácil falar do que fazer.”

“É difícil, eu sei. Mas não impossível.”

Olhei para ela e sorri. Depois de dois anos havia descobrido em alguém que eu desprezava uma amiga.

“Ok, vou tentar dar uma chance a vocês.”

Nithara sorriu de volta. - “É assim que se fala.”