Eddie e Seus Peugeots: 2014 escrita por Eddie Peugeot


Capítulo 5
Primeiros Sinais


Notas iniciais do capítulo

Eddie e Shelly vão em busca de um carro que contém uma pessoa "de confiança" para auxiliar nas investigações do homem de preto.



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[set POV, Eddie Peugeot]

[set place, Maués]

[set date 26, month september, year 2014]

[Mansão do Eddie Peugeot, Santa Luzia, Maués, Amazonas – 11:01min]

[Escritório do Eddie, segundo andar]

I was above it... I was above it... Now down on it...”

— Alô?

— “Chefe! Meu amado chefe Eddie Peugeot!”— disse uma voz feminina, que logo reconheço de cara.

— “Azul é a cor mais quente” – respondo, porque o apelido veio exatamente do filme, no qual uma das personagens principais tem o cabelo azul, assim como ela – agora que estou assistindo o filme aqui no meu escritório pelo computador... – mentira, na verdade, estou rastreando o perfil dela, sem que ela soubesse, assim como o perfil do namorado dela.

— “Isso mesmo, patrão” – responde – “Afinal, como é que está aí na sua cidade?”

— Tudo bem – respondo, mentindo que houve sérias confusões desde que cheguei à cidade.

— “Tudo bem? Parece que esse seu “tudo bem” parece meio estran...”

— OK, eu confesso! Houve confusões sim, mas nem tanto!

— “Eu te avisei, patrão. Você nem deveria ter saído de São Paulo para proteger esse idiota do seu irmão aí nessa sua pacata cidade” — provoca – “deveria ter ido apenas para o período de eleição!”

— Primeiramente, meu irmão NÃO É UM IDIOTA! – respondo – segundo, respeite o meu irmão e a minha cidade turisticamente, não politicamente, porque a política está fodida.

— “Fodida nada, chefe” — responde – “a eleição vai ser tranquila...”

— Tranquila? – treplico – Vai ser tranquila? Imagine para a tua candidata que não ganha porra nenhuma!

— “Respeito”

— Que respeito? O respeito perdeu o sentido. Ninguém mais respeita porque estamos num verdadeiro caos. Pergunte ao seu namorado, quando começou o caos no país? Foi quando aquela jornalista fez uma opinião polêmica ou quando estourou a Operação Lava-Jato? Não responda agora, querida, responda a partir do dia da eleição – desligo de imediato.

De repente, recebo a mensagem pessoal da “Azul é a Cor Mais Quente” no meu perfil dizendo:

Eddie Peugeot. Volte já para São Paulo porque aqui todos estão preocupados com você.”

E em seguida, respondo:

Promessa é promessa! Estou cumprindo a minha promessa de proteger o meu irmão! E você, vai me incomodando que, um dia, a sua casa vai cair! Os cinquenta por cento de ações não irão para você, irei queimar essa cláusula, e vocês dois serão banidos para sempre do meu Grupo!”

Ela treplica:

E a Karolyina? Ela não vai ficar desapontada de tudo o que você está fazendo?”

Respondo novamente:

Você está quebrando a amizade dela por causa dessa sua posição ridícula na eleição. CHUPA ESSA MANGA!”

E no final, desativo o bate-papo do meu perfil para evitar mais mensagens daquela... não quero falar.

Eu não sei que porra ela deve estar aprontando. Odeio eleições, odeio os partidos... e odeio o namorado dela, aquele “Sansão” hipócrita. Ele nem deveria ter sido contratado na minha empresa só para ela virar o manda-chuva da minha empresa.

Eu não me entendo por que ela é assim... E isso está me lembrando de uma música do Nine Inch Nails...

Don’t try to tell me that some power can corrupt a person,

You haven’t had enough to know what it’s like;

You’re only angry ‘cause you wish you were in my position,

Now nod your head because you know that I’m right... Alright!”

Karolyina é feminista coxinha, mas aquela... melhor nem falar sobre ela... apenas dizendo que ela é prima do Rafael Mori-Neiva, meu pior inimigo lá de Marmitalândia. Eu também sou coxinha... do bem.

Trading in my god for this one,

And he signs his name with a capital G.”

[end POV]

X///////X

[Sala de estar, primeiro piso]

Freddy Peugeot e Shelly Marsh estão jogando uma partida de... Madden NFL 25 no Xbox One do Eddie. Nessa partida amistosa do jogo, Freddy está representando o time de Seattle Seahawks, e Shelly representa o Denver Broncos, uma espécie de replay in-game do Super Bowl XLVIII que aconteceu em fevereiro, no qual o time de Seattle atropelou o “melhor ataque” do time de Denver e conquistou a temporada 2013-2014 da National Football League (NFL), mantendo naquela ocasião, o azar dos Broncos de sempre perder os Super Bowls com o tradicional uniforme laranja, apesar de ter conquistado dois Super Bowls (1998 e 1999) com outros uniformes.

E Freddy, assim como irmão, é fã de futebol americano, e ambos torcem pelo New England Patriots, por apenas uma causa: Tom Brady, quarterback (espécie de atacante ou zagueiro e capitão, que inicia uma jogada e que arremessa a bola oval para o recebedor através de recepção) do time, é casado com a modelo brasileira Gisele Bündchen. Já a Shelly, assim como o seu irmão (que ainda não há notícias sobre ele) e a sua família, torce pelos Denver Broncos.

Dentro do jogo, Freddy está ganhando a partida por 21 a 7 contra a Shelly, ainda no terceiro quarto, no qual a morena sofreu duas interceptações para o Seattle Seahawks, todas terminadas em touchdowns. O loiro é esperto e profissional no Madden desde que “se viciou” no jogo, principalmente quando presta a atenção do arremesso do quarterback ao receiver. Já a morena... bem que conseguiu fazer um touchdown... mas é muito péssima de jogar o Madden. Isso piora quando Freddy “atrapalha” o quarterback do Broncos (possivelmente Peyton Manning), causando o fumble – no qual o jogador acidentalmente deixa a bola cair e deixá-la livre para qualquer time a recuperá-la – e pega a bola, fazendo a sua corrida enquanto a defesa tenta de vez impedir a corrida, mas já era tarde demais: touchdown para Freddy e para Seattle Seahawks.

— Puta que pariu, Freddy! – reclama a morena.

— Hehehehe – ri o loiro – me desculpe Shelly, mas eu sou o melhor, o fodão!

— Isso foi sujo, Freddy! Você nem deveria fazer isso com o meu amado “Peytão da Massa” – diz, referindo ao fumble que Freddy usou, evitando o arremesso da Shelly, e referindo no final o quarterback do Broncos, Peyton Manning.

— Fumble não é trapaça, sua linda! – ironiza, com sarcasmo – FUMBLE É VIDA!

— Pára, seu merda, o jogo ainda não acabou! – alerta, notando que o jogo ainda está no terceiro quarto, bem no minuto final – pegue esse controle de merda e vai trapaceando de novo que arrebento a tua cara!

Os dois voltam ao jogo. Kickoff do Seattle Seahawks depois de cobrar um excelente extra point, no qual o placar está entre 28 a 7, até que a Shelly avança muito bem. Já na hora do arremesso...

— INTERCEPTAÇÃÃÃÃÃÃÃO!!! – grita euforicamente o loiro, comemorando o lance quando pegou a bola do arremesso do quarterback do Broncos – E LÁ VEM MAIS, OLHA A CHEGADA – chega ao endzone – VIROU PASSEIO! TOUCHDOWN!!! – comemora.

— Ô, Freddy... isso não é Brasil e Alemanha na Copa! – avisa, lembrando-se de uma fatídica partida da Copa do Mundo de 2014 – Isso é futebol americano! Touchdowns dão sete pontos em caso de extra-point!

— Seria 49 a 7 – ironiza o loiro, fazendo o cálculo imediato entre o placar daquele jogo da Copa com os touchdowns com extra-point (é raro um kicker errar um extra-point nos jogos do futebol americano).

De repente, pela entrada da sala de estar (localizado no lado direito da sala da mansão perto da escadaria principal), aparece o “homem de preto” Eddie Peugeot, observando a discussão do seu irmão e da sua funcionária.

— Opa, calma aí pessoal – diz, no qual os dois (Freddy e Shelly) param de conversar e olham para o homem de preto – vocês acham que o Seattle Seahawks é uma espécie de Alemanha no futebol americano? Isso vale para os Broncos que pagaram um mico muito pior lá no Super Bowl, principalmente em tentar acabar com essa zica de perder os Super Bowls com a uniforme laranja, não mostraram uma bela defesa lá naquele jogo, igual o Brasil lá naquele “Mineraço” – completa o homem de preto, comparando a defesa do time de Denver no Super Bowl XLVIII com a Seleção Brasileira no fatídico jogo da semifinal da Copa do Mundo de 2014?

— Tem razão, mano – disse o loiro – só que o Brasil pipocou mais que o Denver.

— É isso mesmo, porque a Alemanha jogava MAIS do que a Seleção.

De repente, toca o celular... dessa vez é da Shelly, no qual a morena observa que é um número desconhecido.

— Pessoal, rapidinho, eu vou atender essa ligação que estou recebendo – diz a morena, que sai da sala, no qual é observada pelos Irmãos Peugeot.

Sem Shelly presente, os irmãos estão a sós.

— Mano, essa Shelly é gostosa!

— Freddy, respeite ela! Ela não pode ouvir essa palavra senão você toma uma porrada!

— Eu sei, mano, eu sei... falando em gostosa, eu só quero que tu me conte... como é que está aquela tal da “Azul é a Cor Mais Quente”?

— Ela me ligou agora há pouco, Freddy – respondo – e ela disse que eu nem deveria ter saído de São Paulo para continuar com os negócios.

— Pra quê ficar lá em São Paulo se tu precisa cumprir a promessa que tu fez para a nossa mãe? – pergunta – Pra quê, se servir de escravo daquela tal “Azul é a Cor Mais Quente”?

— Nem tanto – responde o irmão – parece coisa de sadomasoquismo igual o livro “Cinquenta Tons de Cinza” – ironiza, fazendo comparação com as... cenas quentes do livro que acabou de mencionar – só que eu quero é que ela que se dane, e vira a bunda pro namorado dela – ironiza.

— Mano – aproxima mais pela orelha – ela também é gostosa – ironiza, sussurrando, com perversão – igual a sua namorada... só que ela tem um pecado: é feminista.

— Freddy...

— Eu sei, mano, eu sei... tenho que tomar muito cuidado do que estou falando.

— Não é isso, mas na hora de encará-la.

— Encarar o quê, leso? Se ela pode cuspir na minha cara, ou levar um soco do namorado dela, prefiro ter uma cara marcada ou um olho roxo ou com um cuspe dela, só porque fui meio tarado.

— Controle a sua língua e seu pinto, Freddy – alerta – se você se empolga tanto observando tantas mulheres: fisiculturistas, malhadas, gordas, cheinhas, magras, anoréxicas, lésbicas, bissexuais, inteligentes ou nerds, ou até feministas...

— Entre gordas e cheinhas, “tu” já namorou a tal da “Lindi” – refere-se a primeira namorada do irmão – e agora “tu tá” com a tal da Karolyina – interrompe Freddy.

— Eu sei – responde de imediato – continuando... empresárias, engenheiras, programadoras de computação, hackers, crackers, atrizes, e etc., você deve ter uma mente meio confusa e suja.

— Mano, eu não sou meio confuso. Eu só gosto de pensar e imaginar do que eu quero.

— Freddy...

— Mano...

— Esquece – encerra Eddie.

[rewind]

X///////X

[set calling dialogue]

— Alô?

“Shelly Marsh?”

— Quem é? Como você conseguiu o meu número?

“Não precisa perguntar isso! Estou procurando uma pessoa muito bem para conversar negócios!”

— Não estou procurando negócios. Vai embora, seu merda!

“Calma, eu estou procurando por dinheiro para trazer informações secretas das campanhas! Eu lhe darei uns quinhentos mil ou mais reais e lhe trarei mais detalhes sobre essas campanhas eleitorais!”

— Como... informações secretas das campanhas?

“Isso mesmo! Eu tenho informações sigilosas e secretas sobre as campanhas das eleições!”

Eddie precisa saber tudo isso porque ele também está tentando procurar essas informações!”— pensa a morena.

“Ah, e chame o seu chefe, e a gente tentará conversar em num telefone público em numa lanchonete no Centro da cidade.”

— Ok, obrigada – termina.

Preciso chamar o chefe, urgentemente!”

[end POV]

[returning]

X///////X

— Eddie!

— Shelly? – diz o homem de preto, surpreso ao observar a morena abraçando-o com força – para, está me esmagando! – Shelly solta.

— Consegui um detetive! – diz felizarda – ele sabe de algumas informações secretas dessas campanhas que você diz que são meio suspeitas.

— Ele sabe? Quem é ele?

— Ele não me contou o nome, me ligou de forma estranha, mas ele pode ser de confiança.

— De confiança? – diz o homem de preto, fazendo cara fechada – essa merda de palavra não tem mais sentido.

— Calma, chefe! Ele irá me ligar daqui a pouco... só que você terá que me levar para uma lanchonete lá no... Centro.

— A lanchonete não está aberta, Shelly.

— O telefone público!

— O telefone público? Ah, tá... – Eddie entende o que ela estava falando – então vamos, Shelly.

— Ei, mano... – disse Freddy, logo ao ver o irmão saindo aos poucos.

— Freddy, fique aqui porque irei com a Shelly rapidinho! – avisa Eddie ao irmão – enquanto isso – Eddie pega um jogo de Xbox One – jogue um pouco enquanto estou... passeando.

— Ok, mano!

Freddy recebe do irmão uma cópia original do “Need For Speed Rivals” para ele jogar enquanto Eddie, que está saindo junto com a Shelly pela entrada principal da mansão, vai... passear com ela.

— Use camisinha em caso de tchaca-tchaca! – grita Freddy, pensando ironicamente em... alguma situação envolvendo o seu irmão e ela.

X///////X

[Rua José Hugo Dinelly/Rua Francisco Magnani/Rua Rui Barbosa, Bairro Santa Luzia]

[on board, Fiat Uno Mille Way 2012, dark blue colour]

A dupla está ao caminho do local marcado pela Shelly, para a lanchonete no bairro Centro, para poder atender um telefonema do telefone público que pode tocar a qualquer momento. Enquanto isso, os dois conversam entre si mesmos.

— Quando você começou a gostar de correr de carro, chefe?

— Meu pai era fanático por automobilismo, Shelly – explica – ele, meu tio, e o meu avô não perdiam sequer uma corrida da Fórmula Um, na época, mesmo com uma tevezinha e imagem chiada, e, juntos, pensaram em fazer uma réplica caseira do carro da época. A cidade por onde nasci, numa ilha portuguesa chamada Peugeotlândia, nem era asfaltada na época e seria impossível dirigir com aqueles pneus slick da época com tanta terra, assim como era Maués lá no tempo antes de ser asfaltada na metade da década de setenta.

— Ah...

— Foi através dessa construção dessa réplica caseira que veio uma ideia inusitada na cabeça do meu pai, criar uma competição automobilística. Daí que organizou um grupo de amigos que fariam uma pequena competição de corridas na vila que gerou recepção positiva da população. Ao contrário do que você está pensando, Shelly, não era carrinhos de rolimã, e sim carros montados com motor rabeta improvisados. Foi a primeira tentativa do meu pai em tentar criar aquela categoria que viria ser a Fórmula Peugeot – conta.

— E como ele trouxe esses... – gesticula a morena – protótipos de carros baseados nos carros de Fórmula Um da época para Maués?

— Foi complicado. Meu tio dizia que originalmente o meu pai queria abrir os testes em Manaus, mas a ideia foi rejeitada pela prefeitura da época, então teve que levar esses carros de balsa para um município... na época, desconhecido, antes do surgimento da Festa do Guaraná. Foi aí que ele escolheu Maués como lugar para testar, mesmo com a maior parte das ruas cheias de terra, que exigiu muita viseira para aguentar tanta poeira.

— Nossa, chefe... e parecia que já rolou acidentes naquela prova de teste.

— A proteção na ocasião era de fenos, sabe aquela caixa de palhas que são alimentos para bovinos, ao contrário do guard-rail e barreiras de concreto que viriam ser usados respectivamente no futuro, para evitar que os carros não saiam do traçado, e o pior, cair das ribanceiras da Avenida Antártica na época.

— E já caiu nessa ribanceira da avenida uma vez, chefe?

— Nunca, nem o meu irmão e nem eu caímos nessa ribanceira.

— Continuando, e quem venceu essa corrida de teste?

— Foi o meu pai, e ele já havia dito para o meu tio que o sonho dele está prestes a ser realizado, no ano seguinte. Agora no ano seguinte, a cidade estava com metade das ruas asfaltada, na ocasião, nem existia o Bairro Coronel Negreiros, hoje Bairro Santa Luzia, e alguns bairros distantes, como Mirante do Éden, Ramalho Júnior, e Mário Fonseca estavam crescendo, acontecia a primeira temporada da Fórmula Peugeot, novamente repetindo o feito do ano anterior, vencendo novamente.

— E foi através da sua influência do seu pai que você se tornou piloto?

— Sim, assim como o meu tio. Via muito as corridas do meu pai quando eu era um bebezinho e pequeninho junto com o meu irmão na época da guerra com o Tony Mori-Neiva, da Scuderia Marmito. Sabe que a minha família possui a principal equipe, chamada Scuderia Família Peugeot, ou SFP para muitos, assim como foi a família Mori-Neiva, do Tony Mori, que criou a Scuderia Marmito por conta da rivalidade entre o meu pai, João Peugeot, e o Tony Mori-Neiva.

— Eu sabia que você era o filho do João Peugeot – confessa – meu pai também assistia a Fórmula Peugeot assim como a Nascar, e viu muitas corridas do seu pai e do seu tio. E ainda nem sabia que você poderia ter uma rivalidade com o filho do Tony Mori-Neiva – lembra.

— Rafael era uma espécie de brincalhão e costumava querer me chamar a atenção nas tentativas de ultrapassagem. Quando ele me ultrapassava, eu respondia. Ele tentava de novo, mostrando um dedinho carinhoso no meio, mas dava um troco, sem retaliação. Essa espécie de brincalhão custou o título dele em 2008.

— Você perdeu muitos títulos por conta das bobagens dos seus oponentes.

— Nem todos ficaram na bobagem de me ganhar pelo título, Shelly, Naruto foi o único bobo quando venceu os títulos de 2005 até 2007, me derrotando descaradamente. Yuri, Chelinka e Kankuro não foram bobos, mas foram bons pilotos de ganhar o título.

— E eu fiquei impressionada de como você recomeçou do nada em 2012 e terminou com a taça de campeão.

— Família é família, Shelly. Meu tio Kenneth me incentivou a estudar vários oponentes quando perdi as duas primeiras corridas e as temporadas anteriores, e meu tio Tony estudou muito o carro para a temporada 2012.

— Não rolou espionagem estilo McLaren em 2007.

— Negativo, nunca houve espionagem na equipe em todos os anos, apenas estudamos os concorrentes para poder confrontá-los nas ultrapassagens e nos contra-ataques nas corridas. Apenas a Marmito que tentou fuder a gente e que isso custou o título deles em 2001, perdendo para nós, da SFP, e consequentemente, fecharam as portas na ocasião.

Shelly ri, já que entende que a rivalidade entre as famílias Peugeot e Mori-Neiva já passou de geração para geração das próprias famílias na categoria automobilística. Seria como no futebol uma espécie de Boca Juniors X River Plate na Argentina, Flamengo X Vasco ou Flamengo X Fluminense no Rio de Janeiro, Corinthians X Palmeiras ou Corinthians X São Paulo em São Paulo, nunca acaba e sempre passa de geração para geração. Para a própria morena, isso conta com a rivalidade entre ela e o seu irmão.

— E como você é piloto aposentado, ainda carrega o sangue de corredor de pistas nas ruas.

— É isso mesmo.

— E ainda trata as suas namoradas como uma dama, sempre vejo você com a tal da... Karolyina.

— Eu adquiri esse jeito de conquistar uma dama quando eu tratava uma colega minha de ensino médio no terceiro ano como uma bela moça, mesmo com a física cheia, para ajudá-la nos estudos, mas isso fez nos adquirir um namoro espontâneo.

— E é por isso que você gosta das... gordinhas, chefe. Você tem a Karolyina, que é um pouquinho... cheinha, tem a Henrietta que é gordinha, tem a tal da "Azul é a Cor Mais Quente" que assim como Karolyina é também quase pouquinho... err... você sabe...

— Ela odeia ser chamada do que eu sei, Shelly, trate-a com respeito assim como eu trato ela, e também a Karolyina.

Depois desse breve bate-papo amigável, Eddie continua prosseguindo ao seu objetivo, indo até ao alvo marcado pela morena momentos antes.

X///////X

[Largo Marechal Deodoro, Centro]

Eddie e Shelly finalmente chegam a uma lanchonete nesse endereço, no qual os dois já deixam o carro de imediato, e na hora, o telefone do orelhão já toca. Imediatamente, a morena já atende a ligação, enquanto Eddie acompanha-la apenas para observar e prestar a atenção.

— Alô?

— “Shelly Marsh.”

— Sim?

“Está atendendo ao telefone pela lanchonete?”

— Hum-rum – confirma.

“Agora preste atenção, eu estou preso dentro de um porta-malas de um sedã de quatro portas. Se vocês me encontrar e me libertar desse porta-malas, eu darei informações sigilosas das campanhas, mais uns trabalhinhos sobre esse assunto.”

— Ok.

“O carro está localizado no aeroporto da cidade. Venham me buscar imediatamente antes que alguém pegue o carro e leve para o desmanche do Detran.”

— Certo – Shelly ainda ouve mais conversa por alguns segundos, desliga o telefone, e em seguida, vira ao Eddie, que estava prestando muito bem a atenção.

[some minutes later]

— E então? – pergunta o homem de preto.

 

— Nosso ajudante está preso em num carro lá no aeroporto, e precisamos pegá-lo de imediato antes que o carro seja confiscado e levado para o desmanche do Detran!

— Então vamos, não podemos perder o tempo, senão perdemos uma fonte muito importante!

Os dois retornam ao carro, e depois, partem para o seu destino já marcado.

X///////X

— Então foi um militante do Vermelho que assassinou o seu primo em 2010 – disse a Shelly.

No caminho para pegar o carro-alvo no aeroporto no qual a Shelly havia informado para Eddie, os dois voltam a papear durante o progresso, dessa vez, a morena que pergunta sobre o primo do homem de preto.

— Foi – confirma – e até hoje, não solucionaram o caso. Até hoje, eu sinto o meu primo dentro do meu corpo com sentimento de injustiça, de uma pessoa que ainda não está descansando em paz. Eu ainda jurei para ele no velório, que irei acabar com aqueles desgraçados do Vermelho, vivo ou morto, pra limpar o país dessa corrupção que eles fingem que não sabem, tudo pelo o meu primo, o mais querido lá no Exército de Manaus, que com a missão pronta e sucessivamente finalizada, ele dormirá em paz lá no céu.

— Chefe, pra mim, eu sei que ainda você sente a dor de ter perdido o seu primo, mas isso é uma missão suicida! Não só acabar com o Vermelho, mas também poderia resultar até mesmo o ataque à presidência da República! Você poderá ser um terrorista do nível de alta periculosidade igual aos terroristas da Al Qaeda e do Estado Islâmico!

— E você acha que terrorista é apenas vilão?

— Sim, e muito, chefe.

— Para mim, existem dois tipos de terrorista: terrorista vilão, como o Estado Islâmico, e terrorista herói. E são muitos desses que são considerados heróis.

— Será que aqui no Brasil teve terroristas heróis, chefe?

— Sim, e são muitos, principalmente da época da ditadura militar, em tentativa de desestabilizar e lutar contra o governo militar, quando teve aquele período do AI-5, que acabou com os direitos civis naquela época. Hoje alguns são heróis de verdade, porém, com essa corrupção, a maioria desses heróis se transformou como vilões na política hoje. O próprio partido Vermelho que surgiu como fruto de rebeldia contra a ditadura militar, principalmente entre operários e trabalhadores, virou uma potência ao ganhar a eleição há anos, e hoje está manchado – grita, dando soco no volante – de corruptos que ainda fingem que não sabem de nada.

— E...

— E ainda querem manter essa ditadura – grita novamente – para roubar o povo brasileiro com essas máscaras irreconhecíveis. Esse partido inverteu o papel de fruto de uma batalha contra a ditadura militar para partido de ditador de corruptos, e ainda dá empregos para aqueles que votarem neles.

— Então...

— Sou graduado em Segurança de Tecnologia, e adquiri esse meu hábito de rastrear e invadir privativamente sites e dados de outros computadores graças quando conheci os funcionários que trabalhavam para uma empresa de antivírus. O nome desse hábito na verdade é uma profissão: cracker, o hacker do mal, porém, pra mim, do bem, e estou tentando rastrear os dados desses listados da corrupção para conseguir detalhes reveladores.

— Do bem? Olhe o que aconteceu recentemente que um ex-funcionário da NSA nos EUA fez merda de revelar...

— Fez merda? Fez merda porra nenhuma, ele fez o bem! Nós estamos sendo muito bem vigiados pelo governo dos nossos países, não só dos Estados Unidos, mas de nossos governantes! Olhe o que eu estou carregando – Eddie tira dentro da jaqueta um revólver Glock 18.

— Chefe, que merda é essa? – diz a morena, surpresa com o que acaba de ver – Você está armado?

— Estou sim, mas para o seu próprio bem, e do meu irmão também – conta – Essa arma é herança do meu primo, entregue por um capitão do Exército para mim.

— Mas você... – Eddie olha para a morena – ah... foda- se, eu sei que você é bom de mira, o seu irmão podia ter me contado – termina, enquanto Eddie guarda de volta o revólver dentro da jaqueta.

X///////X

[Aeroporto de Maués, Estrada São João, Mirante do Éden]

Eddie e Shelly finalmente chegam ao destino já marcado pelo telefonema que a morena atendeu momentos antes: o aeroporto da cidade. Por lá, logo ao chegar, já observaram a presença de um carro sedã de quatro portas, cor azul verde, cujo modelo é um Volkswagen Santana 2002. Os dois param bem próximo à estátua na frente do prédio, e deixam o carro em seguida.

— É esse carro, Shelly?

— Deve ser, chefe.

— O cara deve estar aí dentro do porta-malas?

— Deixe eu conferir... – Shelly bate o porta-malas, no qual o estrondo de dentro é ouvido depois – está.

— E – Eddie tenta abrir, mas já percebe que o carro está destrancado e alarme desativado – aberto. Venha, Shelly! – chama, no qual a morena já entra no carro junto com o homem de preto.

— Prontos? – diz a morena, quando os dois já estão dentro do carro e com os cintos de segurança.

— Prontos – responde Eddie.

Os dois já deixam o local com o carro com sucesso... mas espera... quem é essa pessoa que está aí bem longe escondido na mata próximo ao outdoor observando a saída da dupla com o carro que acabaram de pegar?

X///////X

[phone dialogue]

Chefe, eles conseguiram pegar o carro isca!”

Já? E já ligou para a polícia?”

Sim, chefe! Daqui a pouco, eles estarão bloqueando a entrada e saída da estrada para coloca-los em xeque!”

Mas o alvo não é o aquele de cabelo preto de jaqueta preta e camisa laranja, aquele opressor chamado Eddie Peugeot?”

É, chefe, mas ele está com a nossa isca de cabelo moreno, uma tal de Shelly Marsh.”

Calma, se ela irá presa, quem vai pagar a fiança ou soltura sou eu, só para deixar aquele filho da puta preso merecidamente sem mexer com os nossos negócios. Ele é uma ameaça para os nossos negócios!”

[end phone dialogue]

X///////X

— Eddie, que merda é essa?

— O quê?

De repente, a dupla percebe a presença policial na esquina, com duas viaturas bloqueando a saída. Isso não agrada nem o Eddie e nem a Shelly.

— É uma blitz da Lei Seca? – questiona a morena.

— Nem é isso... Parece a blitz do Detran... Vamos parar por aí...

— Não para não, Eddie! – alerta a morena – Tem gente escondida pelo porta-malas deste carro e devemos levar esse carro para lugar algum!

— Por que não?

— Porque perderemos um homem que daria para você informações sigilosas que você quis para as suas investigações!

— Por... – Eddie percebe que caiu a ficha – é mesmo! Olhe, Shelly, eu paro na blitz, calma, você observa eles quando forem olhar para o porta-malas, e já piso fundo pra fugir dos tiras.

— Aham.

— É só a gente ficar parado depois quando a gente parar na blitz, olhando ainda em diante, pensando que alguma coisa não aconteceu... já sabe, certo?

— Ok.

A dupla para bem na área ao lado da blitz. Os dois continuam olhando bem em diante enquanto os policiais começam a aproximar do carro.

— Com licença vocês dois – disse um policial – recebemos uma denúncia anônima de que um carro esteja carregando uma pessoa por dentro de um porta-malas.

— Que carro, seu policial? – pergunta Shelly.

— Este carro que vocês estão dirigindo: um Volkswagen Santana ano 2002 de cor azul verde. Cuja placa é: “ALE-7171”.

— Ok, senhor – responde a morena.

— Nós iremos verificar o porta-malas se há uma pessoa por dentro. Caso confirme, vocês serão presos por desrespeitar as leis de trânsito – avisa o policial.

Eddie e Shelly começam a se olhar, percebendo que eles poderão ser detidos e a missão fracassar. Porém, Eddie fala com a Shelly, pouco depois dos policiais começarem a verificar o veículo por trás, mas boquejando em silêncio, dizendo: “Você sabe o que nós iremos fazer”. Shelly acena a cabeça, concordando.

Quando o policial, depois de bater três vezes o porta-malas, percebe que o porta-malas fez um ruído estranho, o próprio coloca a cabeça para tentar ouvir por dentro. Até que...

— EI!

Não demorou muito para o Eddie pisar fundo e começar a fugir da polícia, no qual os policiais, desentendidos com o que aconteceu, entram na viatura modelo Chevrolet S10 para iniciar uma perseguição.

— Central, temos uns fugitivos desrespeitando o Código de Trânsito! – avisa o policial por rádio – É um sedã de quatro portas de cor azul verde com a placa “ALE-7171”! E estão fugindo pela Estrada São João no Bairro Mirante do Éden!

“Entendido, todas as unidades já estão pelas ruas em busca desses fugitivos.” – responde a rádio.

X///////X

[Em algum lugar, Bairro Donga Michiles]

— E agora, Shelly? A polícia agora está em todos os lugares, principalmente no Centro, e nem podemos levá-lo para a Mansão – disse Eddie, pouco depois de ouvir a rádio policial através do seu aplicativo rastreador no celular.

Eddie e Shelly levaram o carro pegando a estrada principal, mas viraram para Adolfo Ramal e em seguida, viraram para uma das ruas do Bairro Donga Michiles. Agora, os dois estão num terreno baldio aberto, por onde pararam o carro para tentar evitar a polícia que está em ronda.

— Deixe comigo, chefe – disse a morena, que pega as chaves do carro – eu sei me lidar com aqueles merdas dos policiais.

— Shelly, espera! Que porra é essa que você vai fazer?

— Eu irei levar esse carro para um lugar bem seguro. Um dia, essa pessoa que está no porta-malas irá te conhecer. Mas hoje, não. Bye,bye, chefe! – termina Shelly, no qual acelera, e deixa o local junto com o carro para algum lugar. Eddie não se conforma com a atitude dela.

— SHEEEEEEEEEEEEEEEEEELLYYYYYYYYYYYYYYY SUA PUTA!!! – grita desesperadamente, tenta chegar mais perto correndo, mas já era tarde demais, e no final, mostra o dedo no meio – SUA FILHA DA PUTA!!! – grita novamente. Apesar da sua insatisfação, Eddie pega o seu celular e chama o ÜberMoto. Pouco tempo depois, chega o ÜberMoto e em seguida, pega a carona para retornar à mansão.

X///////X

Alô?”

Chefe?”

Fala!”

Quase que a polícia pegou ele, chefe!”

Não pegaram o Eddie Peugeot? Puta que pariu, como ele é esperto!”

Mas chefe, a gente pode preparar mais um plano para contê-lo?”

Calma, o nosso contato secreto estará bem infiltrado no trabalho dele. Ele irá nos ajudar enquanto ele se disfarça para que o Eddie não se desconfie.”

E agora?”

Só o tempo dirá...”

(CONTINUA)

[end chapter, turning off...]


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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Este capítulo contém opiniões de fatos do passado e do presente. Não contrariamos opiniões de alguém e nem contém apologia a piores coisas (não quero ser acusado de apologia, por favor). É apenas uma obra do autor cujas opiniões são apenas pontos de vista dos personagens retratados pelo autor (apesar dessa crise política que está acontecendo no Brasil).

Ah, e essas histórias da tal “Fórmula Peugeot”, em breve, irei criar uma história sobre a origem dessa categoria que é uma paródia das principais categorias de automobilismo, como a Fórmula 1. Tem crossovers, OC e OOCs. E esse evento da “Fórmula Peugeot” em Maués é fictício, pessoal, só para avisar!

Até a próxima.



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