Quem é Você? escrita por Layane Alves


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Primeiro capítulo do ano e quero desejar um ano cheio de paz e amor,bem como realização de sonhos para todos vocês!
Não sei se demorei muito,mas aqui está mais um capítulo que escrevi/digitei com muita expectativa e satisfação.Espero que gostem e comentem!
bjus!



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Daniel acordou pela manhã e não encontrou a seu lado a mulher cuja companhia tornou mais interessante sua noite.Ao invés do corpo esbelto da loura, um bilhete de cor avermelhada ocupava o lugar que antes ela deitara. Bilhete esse que dizia algo como: " Adorei nossa noite. Foi maravilhosa." Ele sorriu como um garoto apaixonado, levou o papel escrito até seu rosto e apreciou o perfume feminino deixado nele.Suspirou.Levantou-se para se aprontar para o trabalho numa alegria distinta e pouco vivida.

Tudo o que queria fazer era beijá-la novamente e deslizar suas mãos sobre o corpo magro dela e expressar ternamente seus nobres sentimentos. A alegria que o consumia, de fato o acompanhou até seu local de trabalho e todos certamente notaram isso. Ele cruzou os corredores chegando assim á sala de descanso, caminhou até a máquina de café e depositou uma quantidade razoável em sua xícara. Sentou-se e seus colegas o olharam com desconfiança.

–Bom dia, pessoal!-Danny disse sorrindo demais.

–O seu parece estar ótimo. -murmurou Stella atrás do jornal que escondia seu rosto.

–Nos conte, dormiu com a deusa da felicidade?-o moreno brincou e todos riram, sem contar com a grega que insistia em ler tal jornal.

–Que nada, foi com a deusa do amor!-exclamou ele suspirando.

–Acho que ela te enfeitiçou, meu amigo.-Mac entrou na conversa.

–Quero uma dessas também.- o técnico 'nerd' disse entre o bocadinho que havia dado em seu Donuts.-Como consigo uma?

–Apenas aceite o convite dela pra beber, o resto só acontece.

–Danny, meu caro, nenhuma mulher me chama pra sair. -disse Adam naturalmente.

–Eu estou te convidando pra sair.-Stella abaixou o jornal e levantou-se.- Te convido á sair dessa sala e me atualizar sobre o andamento do caso.

Não ouviu-se mais nenhuma gracinha ou gargalhada.Danny tomava seu café enquanto Mac olhava atentamente para a amiga, Sheldon fingia ler uma página do mesmo jornal que antes esteve nas mãos da única mulher ali presente. Adam dispensou dar mais uma mordida em sua saborosa rosquinha e respondeu prontamente:

–Vamos sair então, chefa!

–Não me chame mais assim.Adam, tenho nome e sobrenome,então não tem motivos pra me chamar dessa forma.

–Entendi.

–Ok. Danny...-olhou para o detetive. - Assim que a Lindsay chegar, diga á ela para me encontrar na EDNA.

–Pode deixar, Stell.

–Agora vamos, Adam. -saiu primeiro e logo o técnico a seguiu.

–Então, não irá nos contar quem é essa deusa? -Sheldon se pôs a perguntar.

–Não, por enquanto não. -sorriu e levou a xícara á boca e saboreou o líquido quase morno.

A correria no apartamento da aprendiz era intensa, ela corria de um lado para o outro á procura de seu par de sapatos. Não era qualquer tipo de sapato, era aquele confortável que ela podia ficar em pé o dia todo e mais tarde não sentiria uma dor horrível nos pés.Infelizmente não o encontrava. Isso a deixou maluca, como se já não bastasse acordar em cima da hora, seu calçado importantíssimo não estava no lugar em que deveria estar. Ela olhou em todas as áreas em que ele poderia estar e ainda assim não o encontrou.

Desistiu de procurá-lo e não pensou duas em colocar seu único tênis, que a propósito odiava amargamente. Era isso ou seu salto alto camurçado, o problema não era ele ser um salto em si, mas sim de sua cor ser exageradamente azul, um azul que chamaria atenção á quilômetros de distancia. Logicamente, a saiba loura optou pelo tênis ,mesmo o odiando.

Olhou-se pela última vez em seu espelho pendurado na parede da sala e logo abriu a porta. Assustou-se com o 'bom dia' acompanhado da presença inesperada de sua irmã que segurava em suas mãos um vaso de vidro com gerânios arraigados nele, eram as flores preferidas de Lindsay. Sorriu e o entregou á ela.

–Queria me desculpar por ontem.

–Já pediu desculpa e eu disse que estava tudo bem.-entrou e colocou as flores na mesinha de centro. -Estou atrasada! -fechou a porta e encarou Elisa. -Outra hora conversamos.

–Macaquinha, eu não subi essa escadaria enorme pra você me ignorar assim.Deveria se mudar para um prédio com elevadores e com um toque mais refinado. -olhou á sua volta desprezando o ambiente.

–Nem todas as pessoas são adotadas por famílias francesas ricas, como no seu caso, e muito menos comandam uma empresa grande e lucrativa da França. Minha família é humilde e me ensinaram a trabalhar arduamente para conquistar as coisas e isso é o que posso pagar com meu dinheiro.

–Já tentei de dar dinheiro, mas você se nega, não posso fazer mais nada.

–Olha, não tenho tempo pra conversa.

–Mas eu quero muito te contar uma coisa. -sua expressão estava aflita ou algo parecido com arrependimento.

–Se eu chegar atrasada mais uma vez posso perder meu emprego. Talvez mais tarde eu te ligo. -afastou-se dela indo em direção ás escadas. -Ah, adorei os gerânios! -exclamou um pouco distante e deixou-a sozinha no prédio.

Correu até o Subway, se andasse tranquilamente perderia o metrô e então teria de esperar mais meia hora para pegar o próximo o que certamente a atrasaria como nunca antes. Entrou aliviada no meio de transporte público e evitou sentar-se, pois assim como de outras vezes acabaria cochilando e literalmente passaria do ponto.

A loura cumprimentou Cal na entrada com um sorriso fora do comum e para compensar a manhã anterior entregou á ele um copázio de café com creme. O homem agradeceu e liberou a roleta de passagem.

–Tenha um bom dia Senhorita M! -exclamou ele ao vê-la entrar no elevador. Ela apenas acenou com uma das mãos.

Saiu do mesmo e seguiu para o vestiário afim de deixar o casaco e a bolsa estilo mochila em seu armário. Após fazer isso, molhou seu rosto na pequena pia que havia no local e olhou fixamente para sua imagem no espelho. Viu Danny se aproximar através do objeto reflexível, logo disse um 'bom dia' que soou um tanto exagerado.Ele nada disse.Determinado, aproximou-se dela e rapidamente a puxou pela cintura para um beijo atrevido.

–Danny, por favor...-ela pediu o empurrando pelo peito.- Para, tá legal?!

–Sério?-ele deu uma risadinha fraca e mexeu nos cabelos, fazendo-a se perder em seus movimentos.

–O que deu em você?-perguntou ao mesmo tempo em que buscava mais ar para respirar normalmente.

–Não consegui tirar da minha mente sua imagem deslumbrante e suas perfeitas curvas femininas. -a olhou com desejo.

–Daniel Messer! -o repreendeu. -Desde quando te dei intimidade pra fazer e falar isso comigo?

–Desde que me pediu pra passar a noite com você, ontem no bar.

–O quê? -ela parecia não entender do que se tratava. -Não me lembro de te pedir isso.

–Lindsay, você me atraiu á seus encantos e disse que não queria apenas beber comigo. Nos encontramos do lado de fora do bar e fomos pra minha casa e então ... dormimos juntos!

–Por Deus!- ela andava de um lado para o outro. -Isso realmente aconteceu?

–Com certeza. Você nunca me disse que tinha uma tatuagem nas costas e ontem eu a vi, era uma rosa com um nome em latim.

–Tatuagem? Você viu a tatuagem nas costas? -arregalou os olhos pasmada.

–A vi quando te despia.-confirmou ele.

–Não me lembro de nada, eu deveria estar drogada ou outra coisa, mas não me lembro de nada disso.

–Posso te fazer lembrar em questão de minutos. -aproximou-se dela.

–Não posso. -disse séria. -Tenho trabalho a fazer.- passou por ele alcançando a saída.

–Montana? -a chamou e ela engoliu a saliva que tinha na boca.-Stella disse para se encontrá-la na EDNA.

–Sem problema. - nem mesmo o olhou e saiu insegura de lá.-Oi,mandou me encontrar com você aqui? -perguntou a loura aproximando-se de Stella.

–Sim,e está atrasada.-a grega olhou para seu relógio de pulso e Lindsay revirou os olhos involuntariamente.

– Temos muito trabalho ainda pela frente e não irei tolerar mais seus atrasos.

–Desculpa, isso não vai mais acontecer. - sem sorrir ela deu sua garantia.

–Com certeza não. Você sabe pra que serve a EDNA?

–Bom... acredito que seja para triagem.

–Exatamente.

–E como isso nos ajuda no caso?

–Peyton encontrou um fragmento de vidro nas costas da vitima e não consegui identificá-lo apenas com o microscópio,então pensei que a EDNA pudesse nos ajudar. Sabe mexer nela?

–Sei,mas... irei mesmo usá-la? -seu sorriso veio instantaneamente ao ver Stella concordar.-Isso é demais!

–Tá,mas sem comemorações ou mudo de ideia.

–Está bem,estou séria e profissional,sou uma profissional que não se anima com a ideia de controlar uma máquina tão incrível como essa e irei conseguir.-respirou fundo e rapidamente colocou suas luvas.

Com cuidado,a aprendiz posicionou a amostra á ser analisada no lugar correto da máquina e com o controle ,coordenou cada movimento do equipamento. Após alguns minutos,o resultado foi dado na tela ali presente.

–Vidro temperado.-disse a grega.

–Não havia vestígio de vidro quebrado no local,nem nada que sugerisse isso.A bala apenas atravessou sua cabeça e pelo que vi,não atingiu mais nenhum outro lugar.-Lindsay estava pensativa.

–É,acho que é de uma cicatriz antiga.Sabe onde são usados vidros temperados?

–Bom...tem muita coisa,como alguns vidros de carro,prateleiras modernas e tem também vidraças de restaurantes e bares.

–Faz sentido.Tem alguma sugestão de como associamos isso ao caso?-Stella concedeu a oportunidade da aprendiz se expor com ideias,mesmo sabendo que muitas delas não fariam muito sentido.

–Digamos que ela estivesse envolvida num assalto á um restaurante ou coisa do tipo,tiveram de atirar e o vidro do lugar foi atingido e se estilhaçou,a ferindo de modo imperceptível nas costas.

–Isso pode explicar como a lasca de vidro foi parar nas costas dela,mas não explica o motivo de seu assassinato.- ela cruzou os braços.-Lindsay,sei que não é muito boa com suposições,mas acredito que seja melhor que isso.

–Irei melhorar.

–Deve,pois sou sua mentora e seu dever é ser melhor em tudo.Não deixe que seus problemas,as drogas dos problemas influenciem seu trabalho.-a grega aconselhou seriamente.

–Não deixarei,serei melhor.Vou analisar todas as evidências novamente e irei encontrar qualquer coisa que nos leve ao assassino.-garantiu a loura.

–Primeiro,quero que veja com o Danny se ele identificou nossa vítima.-retirou as luvas.-E depois analise as evidências de novo,vou falar com a Peyton e depois nos encontramos na sala de reuniões para discutirmos isso tudo.

–Está bem,mas é mesmo necessário ficar na mesma sala que o Danny?-com certo capricho ela fez cara de 'por favor diga que não' e esperou até que a mentora respondesse.

–A menos que conversem por telefone ou sms,diria que não,mas não é esse tipo de trabalho que fazemos aqui.E por que esse relutância de ficar perto dele?-indagou ela um tanto intrigada.

–Nada.É que...-cogitou uma desculpa.- Ontem bebemos e eu meio que paguei mico na frente de todo mundo e estou envergonhada.

–Dançando como uma vadia na mesa?

–É.-concordou seu a olhar.

–Tem que parar de frequentar bares ou somente de beber.

–Estou me esforçando,acredite.

–Tá,agora chega de conversa e vá logo falar com ele.-ordenou impaciente e a aprendiz saiu rapidamente.

Lindsay sabia que deveria ir falar com Danny,mas evitou. Sem nenhuma pressa,averiguou minunciosamente cada pequena prova que encontrou na cena do crime,uma avenida movimentada e barulhenta. Seus pensamentos se focaram somente nelas e na vítima,que até então não tinha identidade comprovada.

Com tanta eficácia em seu trabalho,explorando cada detalhe das fotografias e das evidências,esqueceu de familiarizar-se com o horário que afinal,estava estampado no monitor bem perto de si. Ouviu a voz suave da mulher atrás de si e virou-se ao reconhecer o finíssimo som.

–Sabe onde Mac está?-a ruiva perguntou.

–Addison! -exclamou sorrindo. -Pensei que ele estivesse...bom,eu não sei.

–Combinamos de nos encontrar num restaurante aqui perto e ele não apareceu.- a olhou preocupadamente.

–Á essa hora da manhã?

–São uma da tarde.

–Como? Uma da tarde?- a loura custou acreditar. -Não tem nem duas horas que estou aqui .

–Mas já são uma da tarde.-mostrou o visor de seu celular marcando as horas de acordo com o fuso horário Novaiorquino.

–Deus! -retirou o jaleco e as luvas apressadamente. Saíram da sala e percorreram o corredor.

–Esqueceu até do almoço?

–Sim e se não fosse você,eu viraria a noite lá.Obrigada! -a abraçou espontaneamente.-Salvou minha tarde!

–Uau! Até que pra uma aprendiz voce é bem gentil,diferente de sua mentora.-disse e Lindsay suspirou.

–Acredite,eu quero ser igual á ela.Nunca vi uma detetive tão eficiente como a Stella e...-Addie a interrompeu.

–Não quero falar dela.Já que o Mac não está,não há nada mais para fazer aqui.

–Eu vou indo também,podemos conversar sobre outras coisas no elevador,assim distraio minha mente.

–De acordo!-sorriu levemente e após alguns passos entraram no elevador.

A loura retornou para o laboratório insatisfeita por não ter encontrado sua irmã no hotel em que a mesma estaria hospedada. Nem sequer fez um almoço decente,simplesmente parou numa esquina e engoliu um hot dog não muito saboroso.

Afundou então seu corpo no sofá de couro da sala de Stella,respirou fundo e fechou os olhos.Sempre que a grega saía,a principiante em ciência forense,aproveitava o momento para relaxar ao menos por alguns minutos no tão aconchegante "sofá da preguiça" como ela mesma o apelidou.

As batidas na porta soaram como um terrível estrondo para a moça acomodada no divã encourado,que fizeram-na levantar-se assustada.Olhou em direção á entrada da sala e a presença de Danny congelou suas expressões faciais.

–O que faz aqui? -ele perguntou.

–Não é da sua conta.-vidrou seu olhar somente nele.

–Hoje você está no auge de sua grosseria,Montana.

–Não é nada com você. -proferiu a frase mesmo sabendo que seu mau humor se tratava dele.

–Seja lá o que for,não é legal descontar nas pessoas.

–É,agora eu sei.Preciso ir agora. -caminhou até a saída e suas mãos se tocaram.Lindsay o olhou.

–Você é linda.- seu elogiou saiu inesperadamente.

–Valeu.-a única palavra que conseguiu dizer saiu um pouco rouca.

–Jamais vou esquecer nossa noite.Você estava perfeita. -sussurrou a última frase e ela riu.

–Aquela não era eu! -sua gargalhada ecoou.

–Tenho certeza de que era sim. Talvez estava um pouco mais animada que o normal,mas era você.-houve confiança em sua fala.

–Danny...

–Eu não estava tão bêbado assim ou estava?-uma de suas sobrancelhas se arqueou.

–Bom...

–Era você mesma,não era?

–É,era eu sim. -disse a loura não acreditando em suas próprias palavras.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Comentem..vou responder os cometários anteriores! Bjus! ♥



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