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Na casa de Endo alguns sentavam em volta da arvore, outros ficavam na cozinha curiando sobre o que seria preparado, outros estavam do lado de fora da casa fazendo bonecos e anjos de neve e outros simplesmente assistiam a mais uma típica e ridícula briga entre Nagumo e Suzuno, era impressionante que mesmo mais velhos eles não mudavam e continuavam a brigar por qualquer coisa.

– Olha, eu já falei 784 vezes que EU vou colocar a porcaria da estrela dourada no topo da arvore!

– Você é tão burro que provavelmente iria derrubar ela!

– Aphrodi, o Suzuno tá me xingando!

– Xinguei mesmo!

O loiro olhava aquilo como se sentisse vontade de se matar com mais aquela discussão, revirou os olhos e pegou uma bola de enfeite da arvore e jogou na cabeça de Nagumo para que ele soltasse a estrela.

– Ei, por que só eu que levo?!

– Manda a bolinha de volta! –Assim o ruivo fez e o loiro a jogou de volta na cabeça de Fuusuke, que já abrira a boca para xingar Afuro. – Para de discutir com ele e eu paro de fazer isso!

– Droga... –O albino resmungou baixo olhando para Nagumo morrendo de vontade de se vingar.

Já na cozinha Kazemaru e Goenji seguravam vela enquanto Hana e Hiroto preparavam –ou diziam estar preparando- a sobremesa para depois do jantar, mas no fim acabavam lançando olhares apaixonados um para o outro, e claro, Hiroto sempre dava um jeito de roubar um beijo de sua noiva.

– Fala sério, não nasci pra isso... –Kazemaru olhou para os dois um ao lado do outro quase se comendo com os olhos enquanto sorriam, revirou os olhos e voltou a refogar o macarrão. –Quando sai o casamento?

– Se tudo der certo...

– E vai dar! –Hana completou. –No final do ano que vem.

– Pra que esperar? Se eu fosse vocês chamava aquele padre do final da rua e casava agora no Natal.

– Ahh Kazemaru, mas precisamos planejar tudo né!-Hana disse passando por Kiyama e deixando uma pequena panela no fogo.

– E eu também vou esperar pelo meu pai, quando ele sair à gente se casa, né amor? –Hiroto perguntou a loira com um tom fofo na voz, girando a aliança dourada em seu dedo.

– Uhum. –Deu-lhe um selinho rápido.

– As pessoas ficam ridículas quando estão apaixonadas... –Goenji soltou rindo da cara de bobo apaixonado que Hiroto se encontrava naquele momento. –Principalmente no Natal.

– E casais são o que não falta aqui. Ainda bem que os outros não estão aqui... Quer dizer, só esses dois estão aqui na cozinha.

– Verdade, falando nisso, daqui a pouco tenho que ver minha ruiva, ela não vai poder vir hoje.

O goleador suspirou ao lembrar-se de sua garota.

– Asami não vai poder estar aqui?

– Não... Mas depois eu vou vê-la. –Sorriu de canto cortando alguns legumes para a comida.

Enquanto na cozinha era preparado o rango, na sala os demais conversavam colocando o papo em dia, depois de anos longe um do outro, apenas duas pessoas não estavam lá, Touko e Rika. O casal havia se assumido a pouquíssimo tempo para os amigos, Endo mal podia se conter de felicidade pelas duas estarem sendo corajosas e honestas em ter botado tudo para fora. Por mais que alguns ainda olhassem meio torto para elas como quatro Lohos e Kidou, todo o resto havia aceitado tranquilamente o relacionamento das duas.

Em u canto do sofá estavam Endo e Natsumi, depois de Nagumo e Suzuno finalmente pararem de discutir sobre a bolsa de valores apontando opiniões diferentes a respeito do assunto, todos se sentaram na sala para conversar. O ex-capitão do time e a ex melhor ajudante namoravam a pouco mais de seis meses, quando o moreno finalmente percebeu que não poderia casar com o futebol e nem construir uma família com uma bola. Nasumi era a que mais tinha mudado entre todos. Havia se tornado uma mulher madura e decidida, além de sua beleza ter evoluído ainda mais, sendo muito menos fútil do que costumava ser quando mais nova. Agora ela dava prioridade aos pequenos detalhes da vida, valorizava, assim como Endo, a amizade construída com todos ali presentes, e estar com quem amava era o que mais lhe importava. Até a rivalidade que ela e Yasmin tinham, havia se tornado uma pagina do passado, e apesar de ainda discutirem por coisas banais e sempre arrumarem um motivo para brigar, Natsumi considerava a morena como uma grande amiga justamente por ela ser daquele jeito. Não era a toa que Yasmin tinha sido a primeira a ser chamada para a casa dos Raimon’s quando Endo a chamou para sair, memso que no fim das contas Aki, Haruna e Hana foram as que mais ajudaram a garota, mas o simples fato de Yasmin ter dito por varias que a roupa que a ruiva tinha escolhido era horrível, as fizeram ficar mais próximas.

– A comida já esta quase pronta. –Hana apareceu na porta da sala indo até o sofá sentando deixando um espaço ao seu lado, Logo Hiroto também apareceu e foi sentar-se ao lado de Haruki, passando o braço por trás da nuca dela e a puxando para sentar mais perto de si e deitar-se em seu ombro.

A conversa cessou por alguns instantes, até Hiroto olhar para o lado da sala onde mais um casal estava. Fubuki e Yasmin não estavam interangindo tanto na conversa dos outros, pois estavam muito mais entretidos no próprio dialogo que estavam tendo, por isso estavam em um cantinho da sala em pé, onde Yasmin parecia contar algo muito engraçado para Fubuki, pois ele não parava de rir nem por um minuto.

– Ei, e vocês dois? Hiroto perguntou ao amigo albino fazendo a loira olhar para os dois também, rindo da expressão de susto do rapaz.

– Nós? –Shirou respondeu olhando para todos da sala que agora encaravam os dois.

– É, quando vai pedi-la em casamento?

Perguntou Midorikawa, arrancando um sorriso contido do albino e o olhar assustado da morena para ele.

– Tudo tem um momento certo.

Fubuki tocou de leve o ombro da namorada de costas para ele.

– Peça logo antes que ela enjoe de você.

Dessa vez foi Aphrodi a se pronunciar, jogando para cima a bolinha anteriormente jogada na cabeça de seus dois amigos, e desde então ficou com ela caso precisa-se usa-la novamente.

Yasmin olhou para o loiro, indignada.

– Eu esperei o Fubuki por três anos até ficarmos juntos, aguentei aquelas garotas que gostavam dele e tive que esperar até que ele voltasse de Hokkaido, namoramos a dois anos desde então e você acha mesmo que eu vou enjoar dele?

Terumi sorriu com a resposta assim como os outros e alguns “Awwnn’s” foram escutados, a resposta era clara: ela nunca enjoaria de Fubuki Shirou. O albino sorriu contente com a completa declaração de amor que recebera do jeito dela, é claro, mas não deixava de ser uma declaração. Abraçou a morena por trás colando seu corpo ao dela e apoiando seu queixo sobre o ombro dela, dando um beijo em seu pescoço antes de fazê-lo.

– É bom fazer isso logo, pois eu quero ser a madrinha do casamento de vocês. –Hana cruzou os braços tentando disfarçar o sorriso pela ordem que dera ao amigo.

– E eu madrinha do primeiro filho de vocês. –Natsumi disse sorrindo a morena.

– Não, mas eu não quero ter filhos.

– O que?!

Todos menos Fubuki disseram assustados pela tranquilidade da morena.

– Por que não?! –Hana disse confusa, assim como as expressões nos rostos dos outros mostravam a mesma coisa.

– Ah não, crianças são muito chata e eu não vou cuidar de nenhum bebe!

– Rochely kkkkkk

Nagumo riu da referencia da frase e os outros após fitarem Yasmin, olharam para Fubuki como se dissessem: “E você não vai dizer nada?!” e em resposta, o albino ouvindo Yasmin dar mil e uma desculpas para não ter filhos, ele apenas revirou os olhos e fez mimica com os lábios, movimentando-os em um mudo: “Eu faço ela mudar de ideia” e deu uma piscada aos amigos que todos ali entenderam do que ele falava.

– Mas e se você mudar de ideia? –O de olhos âmbar perguntou. –Já estão treinando caso isso aconteça?

O tom da voz de Haruya saiu em uma malicia inacreditável, Fubuki corou e olhou para a namorada que sorriu do mesmo jeito do ruivo.

– Não é da sua conta, Nagumo.

– Bem, sobre o casamente, eu vou ser a dama de honra no das três. –A de olhos azuis petróleo disso ao lado de Fudou no outro sofá, mudando de assunto rapidamente referindo-se ao casamento da ruiva, da loira e da morena. –Assim que o Endo pedir a Nat.

O moreno engasgou-se com a menção de seu nome naquele assunto, levando uma cotovelada da ruiva no estomago e logo se recompôs sem dizer nada.

– Não acha que está velha para ser dama de honra? –Fudou falou, e Claudine apenas jogou os cabelos para tras, propositalmente acertando o namorado.

Hana abriu a boca para dizer algo, mas o cheiro da comida na cozinha interrompeu sua fala.

– Tá na mesa!

O grito de Kazemaru na cozinha fez estômagos roncarem e logo todos foram para o lugar onde o azulado e o goleador estavam.

– Ah Kidou, me faz um favor? –Kazemaru perguntou ao ver Kidou se aproximar da mesa, e antes que se sentasse o questionou, vendo que o outro assentiu positivamente continuou: --Vai lá fora e chama a Rika e a Touko pra mim?

– Eu?!

– Sim, você!

Kidou gelou com o pedido. Kazemaru sabia que Yuuto estava agindo estranho com as duas desde a descoberta do namoro delas, e era exatamente por isso que fizera aquele pedido justamente a ele, o Natal podia mudar as duvidas de Kidou e o faria voltar a ser o que era antes com Rika e com Touko.

Mesmo a contragosto, Kidou assentiu levando dois tapa encorajadores nos ombros, e lá estava ele na porta da sala, pronto –ou quase- para chama-las. Ao abri-la viu as duas rindo e conversando debaixo de uma arvore, de mãos dadas e sendo fofas uma com a outra, Yuuto engoliu em seco e prosseguiu para onde elas estavam. Touko, ao vê-lo se aproximando tentou soltar a mão de Rika, mas a Urabe repreendeu seu ato (em nome de Xessus! Parei), segurando com ainda mais força sua mão e sorrindo “docemente” para o estrategista.

– Olá Kidou! –Rika começou e o rapaz ainda desconfortável e incerto sobre o que dizer, desviou o olhar murmurando um breve “Olá” em tom baixo.

– Kazemaru me pediu para vir chamar vocês para comerem. –Foi rápido e logo voltou seu olhar para as duas, olhando de relance para Touko, sentindo falta das conversas que tinha com a garota antigamente, desde os tempos da Caravana Relâmpago eles eram próximos, e agora por conta de seus próprios medos e preconceitos havia se afastado da Zaizen.

– Nós já vamos, obrigada por nos chamar. –Touko respondeu num tom ainda mais baixo do que o dele, recebendo de Rika um beliscão no braço que resultou em um “AI” alto.

Kidou sentia-se culpado, e não era pra menos, já que o afastamento deles era por sua própria culpa.

– Me desculpem... –Ele disse baixo, Rika por pouco não disse um: “Eu não ouvi direito!”, mas foi impedida por Touko. –Sinto muito em ter agido assim com vocês... –Mantinha seu olhar para o chão, agora o levantando um pouco. –Mas é que... foi como se eu imaginasse isso acontecendo coma Haruna... e ela ficando com uma garota. Eu sei que não tem nada a ver mas... Sei lá, não sei ao certo o que deu em mim...

– Tudo bem, Kidou... –Touko o acalmou com um sorriso gentil.

– Tudo bem nada! –Rika se envolveu no assunto e Touko revirou os olhos. –Kidou, mesmo que isso acontecesse um dia com a sua irmã, seria uma escolha dela e não sua! –Toukou tentou a acalmar, mas Kidou precisava ouvir aquilo. –Estamos juntas sim! E... e se sua irmã não namorasse com o Tachimukai ela ainda assim seria livre para ficar com quem ela quisesse!

– Rika!

– Nem vem Touko, ele precisa ouvir umas verdades!

Kidou fitava o chão sem dizer nada até que Rika finalmente acabasse, olhou para a morena com um sorriso fraco, porem sincero nos lábios.

– Obrigado Rika... Eu realmenre tinha que ouvir isso... –A garota arregalou os olhos e abriu um pouco a boca, surpresa pela resposta, mas retribuiu ao sorriso dele com um ainda maior.

– Agora vamos antes que o Kabeyama e o Midorikawa coma tudo! –ele riu e as duas assentiram se levantando e o acompanhando até a casa.

Depois da comida servida Suzuno ainda estava com a cara fechada. Era incrível que mesmo adulto o ruivo ainda conseguia tira-lo do serio, e vê-lo sorrir na mesa enquanto fazia a piada do pavê ou pacomê aumentava ainda mais sua raiva, não entendia o por que se sentia assim, mas queria acreditar que era por causa da estrela da ponta da arvore que acabará sendo colocada por Aphrodi para que os dois parassem de brigar. Assim que terminou de comer retirou-se da mesa e foi para fora da casa, ninguém entendeu nada, mas resolveram deixa-lo ir. Nagumo por sua vez comeu rápido para ir atrás dele, e assim o fez.

– Irritadinho como sempre. –O ruivo apareceu na porta de entrada da sala, apoiado a coluna da porta, riu ao ver o albino reclamar baixo, foi até o degrau da escada onde Suzuno estava sentado laçando-lhe o seu pior olhar de raiva.

– Você é tão irritante. –Disse frio.

– Por que eu sou irritante?

– Porque sim! –Aumentou o tom de sua voz. –Você é insuportável, Nagumo! –Suzuno revidou semicerrando os olhos e virando o rosto para frente.

– Você costumava ser mais calmo antigamente, o que aconteceu?

– Aí é que tá! Eu sou calmo, mas toda vez que você aparece eu fico louco de raiva! –Fuusuke gestou com as mãos, cerrando os punhos para dar mais ênfase ao motivo de sua raiva.

– Hum... Então eu te deixo louco?

Com um sorriso divertido nos lábios, Nagumo olhou maliciosamente para o albino ao seu lado, enquanto Suzuno virava a cabeça lentamente na direção do ruivo, com uma cara de indignação como se estivesse ofendido coma pergunta.

–... Que?!

– Quer uma prova de que eu te deixo louco? –Haruya perguntou retoricamente ao outro, que por sua vez apenas movimentou os lábios e antes que se pronunciasse a respeito, Nagumo foi mais rápido e o puxou pela nuca, colando seus lábios aos de Fuusuke.

Suzy mantinha as mãos no peito do ruivo, onde tentava desesperadamente afasta-lo, mas Nagumo segurou o pulso dele assim que foi tocado pelas mãos frias do rapaz, guiou-a para baixo levantando-a até seu abdômen, descendo-a para as partes mais baixas sem conter o sorriso que crescia em seus lábios ao ver o desespero do outro, que rapidamente soltou seu pulso da mão de Nagumo, já esperando para onde Haruya guiaria sua mão, corando com tal pensamento, Suzuno sentiu um fogo ainda maior em seu peito, já sem forças e nem vontade para relutar, deixou que Nagumo invadisse sua boca, tornando o beijo urgente em questão de segundos, onde só pararam quando estavam quase sem conseguir respirar.

– Viu? –O ruivo começou ainda ofegando. –Eu te deixo louco.

– É... você está certo... – Sorriu de canto o puxando para mais um, enquanto do lado de dentro na janela, uma mulher quase se descabelava ao ver a cena de seus sonhos enquanto o namorado a acalmava, e um semideus com mechas azuis nas pontas dos cabelos agora mais curtos, tirava do seu bolso seu celular e coma a câmera tirava foto daquele momento, para que pudesse esfregar na cara dos dois que sempre esteve certo sobre os sentimentos um do outro.

– Registrado!

Fim!