Segundo Capitulo:

– Abaixe a arma, ajoelhe-se e vire de costa. – gritei com arma apontada para Sebastian Blood.

Tommy e Lourena se aproximaram com suas armas apontadas para o mesmo alvo. Uma de nossas investigações do FBI havia nos levado a uma antiga fabrica com diversas passagens subterrâneas que davam em vários lugares da cidade, só não contávamos achar Sebastian Blood, o terceiro cara mais procurado do FBI por trafico de drogas e espionagem contra o Estado Americano. Sebastian era Russo e tinha grande influência no mundo ilegal, ninguém nunca tinha chegado perto de prendê-lo, nem mesmo as pessoas o conheciam, ele era uma lenda para o FBI, por isso foi uma surpresa quando o encontramos em um dos galpões com um arsenal de armas pesadas.

– As algemas Lourena.

A minha ordem quando ele soltou a arma ajoelhou e virou-se de costas, Lourena pegou as algemas e Tommy as colocou e o levantou a força.

– Você tem o direito de permanecer calado.

– Oliver cuidado. – Tommy me empurrou para o lado ao mesmo tempo que um tiroteio começou.

Foi tudo muito rápido, o primeiro tiro foi disparado para então dar espaço a uma quantidade absurda de outros. Homens mascarados e com armas pesadas surgiram de todos os lados, uns pulavam do andar de cima sem a menor dificuldade. Não eram pessoas comuns, eram homens muito bem treinados.

Fui lançado com força para o chão e me levantei em seguida me escondendo atrás de uma pilastra. Procurei pela minha equipe e vi que eles estavam do lado posto atrás de uma pilastra com Sebastian Blood.

Parei para observar o lugar mais atentamente, estava escuro, com mais ou menos sete homens ao nosso redor treinados para fazer o que quer que estivessem fazendo, estávamos em desvantagem e com o armamento errado. Então percebi tarde de mais que era uma armadilha.

Ninguém estava se preocupando com Sebastian Blood, eles estavam atirando sem se importar com ele, isso só podia dizer que esses homens não estavam nos atacando por causa dele, mas assim como nós Sebastian estava para ser eliminado. Ele apenas estava no lugar errado na hora errada, e era uma conhecidência que tivéssemos nos encontrado.

– É uma armadilha. – gritei. – Vamos, vamos.

Virei para o lado e atirei em um homem mascarado a alguns metros de distância. Guiei a equipe para uma saída do lado esquerdo, enquanto eles passavam dava cobertura.

Abaixei e mirei em um homem que estava no segundo andar, não vi o que aconteceu com ele e então segui a equipe.

– Precisamos de reforços. – falei com a central e aperte a esculta que estava no meu ouvido para ver se conseguia escutar a resposta.

– Estamos sem sinal. – Lourena falou enquanto corríamos por um corredor imenso.

O corredor era grande e todo feito de aço, um material bem estranho para se usar como parede, não havia porta nem sinal de janelas. O lugar também estava úmido, e tentava entender e ligar os pontos para que fizesse sentido. O que tinha nessa fabrica, não podia ser apenas armas, algo mais tinha neste lugar.

– Para que lado Tommy? – parei quando nos aproximávamos de dois corredores.

– Direito. – gritou – Há uma saída para a rua Lordin.

Tommy havia ficado responsável por examinar e estudar a planta do lugar antes de invadirmos.

– Quem são eles? – gritei para Sebatian.

– Não sei quem são, mas estou feliz por estar com vocês. – ele disse

Isso me irritou, pegue-o pelo ombro e sai o empurrando enquanto Tommy cuidava de uns atiradores que estavam se aproximando.

– Fiquem longe das paredes. – Lourena alertou.

Olhei para ela tentando entender o que ela tinha visto, mas não deu tempo para explicações, me virei acertando alguém. Precisei de dois tiros para fazê-lo cair.

– Na verdade quero saber como me encontraram. – Sebastian continuou

– Já chega. – gritei novamente – Apenas torça para sairmos vivo deste lugar.

– Eu não tenho nada a perder, se morrer hoje, tenho quem continue os negócios, mas você?- ele fez uma pausa - Deve ter uma família te esperando em casa, filhos para colocar na cama, então deve começar a fazer suas orações agora.

Por um instante me perdi em pensamentos, foi como se tudo tivesse parado e um barulho ecoou e uma queimação atingiu meu braço.

Então me lembrei de Felicity.

Ela nunca saia de meus pensamentos, mesmo em dois anos, conseguia vê-la com clareza, imaginava os diálogos que teria comigo e se me esforçasse conseguia ate sentir o seu cheiro. Ela tinha um perfume delicioso.

Felicity era a minha vida, minha família, a mulher para quem eu queria voltar quando saísse do trabalho, aquela que me receberia na porta com um sorriso e um beijo, e agora não tinha mais nada disso.

E uma parcela de culpa era minha, eu a provocava quando nos víamos, mas sempre preferi suas respostas agressivas do que seu silêncio perturbador. Felicity agora me odiava, nossos sentimentos não importavam mais, e o divorcio era apenas uma consequência daquilo que eu não soube fazer dar certo.

O jeito que havíamos acabado me dilacerava, ela tinha sido tudo em minha vida desde que a conheci, ela era a minha garota quando éramos amigos, a minha Felicity quando namorávamos e a minha mulher quando casamos, e não a tinha mais de nenhuma forma, havia perdido tudo que mais amava, queria ter tido um filho com ela pelo menos hoje teria uma parte dela comigo, mas tudo era complicado de mais e tinha que aceitar e seguir em frente.

Consegui vê-la antes de meus olhos se fecharem por completo.

– Oliver, Oliver! – alguém gritava ao longe. – Oliver acorda.

Me mexi e abri os olhos, meu braço começou a queimar, e imediatamente olhei para ele, onde vi que estava sagrando.

– Temos que sair daqui. – Lourena me puxou. – Oliver agora!

Este foi o start para que me colocasse de pé. Ainda estávamos na fabrica e Sebastian me olhava com um sorriso satisfeito no rosto. Havia me distraído com a menção de uma família me esperando em casa, e esta foi minha distração para um tiro de raspão me acertar.

Corremos por mais alguns minutos, desta vez permanecia alerta, e então conseguimos sair daquele lugar com Sebastian Blood preso.

Tudo que aconteceu na base do FBI naquele dia não foi o suficiente para me distrair. Sempre fugia para o trabalho para esquecer o que não tinha quando chegasse em casa, mas desta vez o trabalho não foi o suficiente para que não pensasse em Felicity.

Quando chegamos com Sebastian algemado o escritório aplaudiu, este era nosso reconhecimento por pegar um cara como ele, mas minha recompensa não bastava de um braço machucado.

– Que tal me contar o que te distraiu hoje? – Lourena se sentou ao meu lado enquanto o pessoal comemorava o bom feito de hoje. – Quer dizer, não me conte. – ela franziu o cenho.

– Coloquei vocês em perigo.

– Você se colocou em perigo senhor Queen. – ela riu.

Lourena era uma mulher muito bonita, era alta de cabelos castanhos claros e olhos azuis, tinha vinte e cinco anos, umas das mulheres mais novas em campo do FBI e tinha uma qualidade impressionante, sempre muito observadora, por isso ela era uma das melhores agentes de espionagem que o nosso departamento já teve, era uma pessoa preciosa para a equipe.

– Sabemos nos defender muito bem. – continuou – Caso não tenha percebido. Sei que pode parecer estranho, mas devia seguir um conselho meu.

– E qual seria?

– Usar esse aniversário para consertar as coisas.

– Aniversário? Do que esta falando?

– Você esqueceu? O aniversário de sua sobrinha, aquela que você é tio e que sua ex mulher é a tia.

Ela falou e foi ficando confusa.

– Espera, você se distraiu hoje por causa dela não foi? Sebastian falou sobre voltar para uma família.

Fiquei em silêncio. Não tinha esquecido do aniversario de minha sobrinha, mas tinha esquecido que Felicity poderia estar lá.

– Use esse final de semana para consertar as coisas. – ela insistiu tomando mais coerência em suas palavras. – Lute por ela, tente se ainda a ama, e se não der certo, tudo bem, segue em frente.

Lourena não ficou para me encher de palavras, apenas se levantou e foi ate um grupo de pessoas conversar.

O problema era justamente esse, seguir em frente.

Já havia tentado se relacionar com outras mulheres, porque já não tinha mais o que fazer, era um homem separado, e foi a forma que encontrei de seguir em frente, sai com duas mulheres, mas não consegui ter nenhum tipo de sentimento, nem beija-las conseguia. Depois de encontros desastrosos desisti, não dava para passar por cima de meus sentimentos por Felicity, ainda me sentia fiel a ela, isso era loucura, não estávamos mais juntos, mas ainda sim não conseguia me sentir de outra forma.

Não sabia o que esperar deste final de semana com ela, nem mesmo sabia se ela estaria para o aniversário, mas uma pequena esperança se acedeu em mim, e não era loucura seguir o conselho de Lourena, estava tendo a oportunidade de lutar por ela, e lutaria.

Tirei uma foto pequena de meu bolso, a foto de felicity que sempre carregava comigo.

– Eu lutarei por você.