Olig repousa em uma caverna.
Ele não faz idéia de quanto tempo está nesta empreitada suicida.
Ele mesmo não acredita no massacre que está conseguindo gerar sozinho. Ele esperava morrer lutando, mas até isto lhe está sendo negado.
Sempre fora diferente dos outros Neo Magnon... Maior, mais forte... Mais livre.
Isto fez com que ele sobrevivesse à extinção de sua espécie, mas também o tornou um solitário na face deste maldito planeta. Quando morresse, finalmente seria o fim da raça Magnon.
A caverna está cheia de armamentos Sapiens. Desde a mais simples pistola, até o mais mortífero míssil teleguiado, acoplado ao jipe que Olig tem usado como transporte.
Paralelamente, Olig veste algo longe destes avanços tecnológicos. Uma única túnica de pele de animal recobre seu corpo, agora cheio de cicatrizes, remontando o passado de seu povo.
Seu rosto mantém um fixo semblante sombrio que, de longe, lembra um passado cada vez mais distante.
A lembrança dos tempos felizes é sempre obscurecida pelas imagens de sua cidade deserta e pelo desejo inquietante de vingança que agora permeia sua mente e cérebro.
Vingança esta que soa como uma voz. Uma voz feminina. A voz de Maúra.
Esta é a única recordação que ainda lhe é vívida. Ele não consegue esquecer os cabelos negros, a pele morena e o beijo final que lhe dera antes de partir.
Ele para de pensar nisto, pois uma lágrima lhe brota aos olhos e ele não aceita mais ter sentimentos.
E mais uma vez, a voz feminina lhe sussurra aos ouvidos : Vingança.
E Olig se levanta.