Underground escrita por Isa


Capítulo 9
7 de abril de 2011


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/66298/chapter/9

7 de abril de 2011

 

            Parei ontem devido ao cansaço, mas continuarei enfim a contar o que aconteceu.

 

            Com as armas que ainda tínhamos, subimos e nos estabelecemos no segundo andar do prédio, onde começamos então a discutir o que deveria ser feito e a constatar quantos haviam sobrevivido.

 

            - Henry sumiu, não morreu. – constatou Sofia – Ele desceu do carro que estávamos para ajudar Ray, que havia sido atacado pelos zumbis num dos carros que foram parados. Para Ray claramente não havia jeito, eu falei para Henry, mas ele não me ouviu. Só sei que o vi indo para lá, vi Ray sendo morto, mas não vi nada de Henry. Já que ele não voltou e os zumbis estavam vindo em nossa direção resolvemos sair dali.

 

            - Bem, Sofia... – disse Ethan – Se ele não voltou, não é provável que esteja morto?

 

            - Não o vi ser morto, nem ninguém mais viu.

 

            - Visto que os Infectos não deixam sobrar muita coisa. – resmungou Johnny para si ao meu lado. A confusão fora tanta que já até tinha me esquecido da história com ele e a Blake. De qualquer forma, não era importante naquele momento.

 

            - Estando ele vivo ou não, - disse uma loira de olhos verde-claros, de uns vinte e poucos anos – ele não está aqui. E acho que falo por todos quando sugiro que você seria a que melhor o substituiria no comando, Sofia. – houve murmúrios concordando com ela, e óbvio que nós cinco também concordamos, estávamos ali há pouco tempo para discordar e Sofia parecia uma boa pessoa, de fato.

 

            - Estou aqui há tanto tempo quanto vocês, Jay. – falou ela.

 

            - Todos concordamos que você é a melhor opção. – disse Blake – Nós cinco estamos com vocês há pouquíssimo tempo e concordamos com você na liderança. – ela olhou para nós pedindo apoio, no que assentimos. Josh ainda deu ênfase com um “Com certeza.”

 

            Sofia olhou para todos ali, na sala do apartamento.

 

            - Ok, se acham melhor assim. Então temos de arrumar um plano, decidir o que fazer amanhã.

 

            - Se eles ainda estiverem agitados como hoje vai ser difícil fazer alguma coisa. – comentou Johnny. Olhei na direção dele, pensando que começaria a não aceitar ordens novamente, mas ele parecia ter aprovado realmente Sofia. Não falou aquilo num tom agressivo.

 

            - Temos que tentar. As barcas estão a uns trinta metros, não somos muitos agora. Podemos caber todos em apenas uma delas. – dei de ombros.

 

            - A melhor forma de chegar lá seria de carro. – comentou um homem que parecia ser o mais velho dos treze ali na sala. – Seria uma corrida e tanto.

 

            - Com certeza, principalmente se pensarmos que amanhã eles podem ter juntado um grupo ainda maior. – falou Sofia.

 

            - Sério, mais ou menos quantos habitantes há nessa cidade? – perguntou Josh.

 

            - Não é daqui não, não é, garoto? – ele balançou negativamente a cabeça. Mais tarde lhe perguntaria o que estava fazendo na cidade, afinal. – Considerando que a cidade, apesar de se localizar numa ilha, é grande... Diria que cinco milhões de habitantes seria a média.

 

            - Ótimo, o que nos dá uns quatro milhões, novecentos e noventa e nove mil, novecentos e oitenta e sete Infectos. Hum, temos alguma chance, quer dizer, se a gente procurar bem por ela.

 

            - Não, nem tantos assim. Talvez haja algumas pessoas que também são imunes mais para o interior da cidade, sem falar que não contou os mortos. – Sofia deu de ombros. “Que papo animado.”, pensei.

 

            No fim foi decidido que sairíamos de carro, passando o mais rápido possível por tudo que aparecesse no caminho. Havia um estacionamento no porto, - pessoas faziam passeios de barca e pescaria de vez em quando - pararíamos ali e chegaríamos às barcas. Seria simples não fosse pelo detalhe dos sabe-se lá quantos Infectos sedentos de carne crua – subentende-se nós – no meio do caminho.

 

            Depois da reunião fomos todos dormir – uma parte do pessoal combinou turnos de vigia. Alguns de nós dividiram quartos, outros deitaram em sofás, poltronas, no chão, ninguém mais ligava para o conforto, só queríamos fechar os olhos e tentar relaxar, fosse onde fosse. Claro que não conseguimos.

 

 

            Hoje já acordei com o coração a mil, na verdade, mal levantei comecei a escrever o que acontecera – por isso não pus uma hora certa nesse dia, não sei se conseguirei escrever tudo de uma vez. Antes de escrever isso, parei num momento para o lanche – voltamos às barras de cereal e chocolate -, onde aproveitei para fazer aquela pergunta ao Josh.

 

            - Você disse que não é daqui, hã.

 

            - Isso aí. – disse ele.

 

            - E o que faz na cidade, estava visitando algum parente?     

 

            - Não, eu...fugi de casa, na verdade.

 

            - Fugiu?! Mas por quê? – ele não me parecia o tipo de pessoa que fugiria de casa, talvez desse algum trabalho para os pais, mas fugir de casa não.

 

            - Não era para sempre, sabe. – explicou Josh – Era só pra eu ver como era viver sozinho, não ter ninguém no meu ouvido dizendo o que fazer e o que não fazer.

 

            - E onde você ficou morando?

 

            - Cara, eu nem achei um lugar na rua, eu cheguei aqui no dia primeiro de abril. Quando o acidente aconteceu, eu estava tentando dar uma volta na cidade, pra conhecer, sabe. Se tentar andar por um lugar que não conhece direito sem prévio estudo, você se ferra. – eu não sabia se o reprovava ou ria. Já que estávamos naquela situação toda acabei dando um riso rápido.

 

            - Você é pior do que parece. Prévio estudo...

 

            - Bem, pelo menos eu fiquei a salvo, vai que não sou imune ao tal vírus. E sabe no que estava pensando? Depois que saímos do metrô, ninguém se preocupou em pegar o celular e ligar para algum conhecido.

 

            O que ele falou praticamente me paralisou. Josh estava certo. Eu não havia nem tentado ligar pra ninguém, nenhum amigo, família – que não morava na cidade, aliás. Foi quando pensei em pegar o celular no bolso e ligar, e percebi que tinha medo.

 

           Quem sabe todos estivessem mortos? E se o tal vírus tivesse chegado a outros lugares e minha família também tivesse sido atingida? Eram notícias que eu preferia saber depois de ter resolvido toda aquela confusão. Não havia garantia de que, se soubesse que havia acontecido algo com alguém que me era querido, eu conseguiria continuar ali. Eu podia surtar, querer sair atacando todos os Infectos que nem uma doida. Não parecia uma hipótese muito boa.

 

            - No fim somos covardes, não acha? – disse Josh - Só fazemos coisas supostamente corajosas quando queremos provar algo para os outros, nunca de forma altruísta. – ele franziu a testa por um instante, e falou, apesar não haver tom de brincadeira em sua voz:

 

            – Nossa, nunca mais falo algo assim. – ele disse, e se levantou, indo na direção do banheiro.

 

            Pensei no que Josh dissera e vi que concordava com ele de certa forma. Aulas de tiro, vida tranqüila e muita terapia. Era o que precisaria se sobrevivesse àquilo tudo.

 

           Acabei de comer e escrevo até aqui, pois Sofia está nos dizendo para nos prepararmos para a fuga. Ainda é manhã, veremos quando escreverei novamente.

 

 

           - Pessoal, levantando. – disse Sofia, quando nos interrompeu – ‘Tá na hora da ação. São nove e meia da manhã, se deixarmos passar muito eles podem juntar um grupo ainda maior.

 

          Todos nos levantamos, nervosos, e cada um pegou uma arma. Eu peguei a mesma do dia anterior, alguns como Johnny e Ethan, pegaram armas mais pesadas. A coisa agora era ainda mais perigosa.

 

          Juntamos a munição que sobrara e começamos a descer cautelosamente as escadas, cinco pessoas por vez. E em alguns minutos lá estávamos nós, os cinco do metrô, descendo juntos. Quando chegamos lá embaixo, tivemos que esperar os outros, até que todos os treze – o último grupo com apenas três – estivessem lá embaixo.

 

         Armados e atentos saímos do prédio, e mal olhamos para o lado de fora quando vimos


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews??

Não foi falha minha, nem do Nyah, a personagem interrompeu a escrita mesmo x)