Paulícia - Uma História escrita por Annasinger19


Capítulo 7
7° - Jorge / Paulo


Notas iniciais do capítulo

Oiee Povo, para começar me desculpem pelos erros, eu estou postando pelo celular porque meu computador é muito lento e minha net não colabora, mais depois eu edito. Capítulo de hoje dedicado a " BrendaCah " e a " Jennyking " pelos comentários lindos, obrigada. O capítulo de hoje também vem com uma surpresa, tem mais gente narrando além de ser o maior até agora. Boa leitura .



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Pov's Jorge

Depois que o Mário chegou o Davi veio logo atrás. Eles nos disseram que já haviam entregado os bastões para o Paulo e a Alícia e que logo eles iam chegar.

Se passaram 10, 15 minutos e nada. Mais 40 minutos e nada. 1 hora e nada deles.

Majo: Meu Deus, onde será que eles se meteram?

Dan: Calma Majo, deve ter acontecido alguma coisa para eles estarem demorando tanto assim. Logo, logo elas vão chegar - ele tentou acalma-la mais nem ele parecia muito calmo.

Mário: Verdade, eles não demorariam tanto assim se não tivesse acontecido alguma coisa.

Marga: Mais o que poderia ter acontecido?

Campos: Eles já deveriam ter chegado a muito tempo, a trilha demora no máximo 10 minutos.

Marce: O que será que aconteceu com eles? - ela perguntou aflita.

Jai: Vocês dois tem certeza que eles pegaram a entrada certa? - perguntou para o Mário e Davi.

Mário: Só tem uma entrada cabeção - disse dando um tapa na cabeça do Jaime.

Jai: Só queria saber. Pra que partir pra violencia jovem? - disse passando a mão onde havia levado o tapa.

Davi: Sim jaime, a gente viu eles entrarem na floresta - respondeu soltando um suspiro.

Jor: Agora a gente só precisa descobrir o que aconteceu lá.

Val: O que acontenceu eu não sei mais eles devem estar juntos.

Carm: Agora não é hora pra isso Valéria - ela disse reprovando a amiga e deixando os meninos curiosos e as meninas apenas concordaram.

Dan: Mais ela pode estar certa. Se eles não estivessem juntos um dos dois já teria chegado aqui vocês não acham galera?

Jor: Verdade, principalmente a Alícia. Ela conhece esse acampamento como ninguém - eu disse e todos concordaram.

Koki: Mais o que a gente pode fazer? A gente nem sabe o que aconteceu, o que faremos? - ele perguntou fazendo todos pensarem.

Campos: Vamos fazer assim: alguns de vocês vai ficar aqui para o caso de eles voltarem, o resto vai comigo para a floresta. Vamos andar em grupos para procurá-los na trilha...

Carm: E se alguém mais se perder?

Campos: É por isso que vamos em grupos mais primeiro quem vai ficar aqui? - ele perguntou e ninguém levantou a mão - Vamos lá galerinha, pelo menos três pessoas para ficar aqui e esperar. Alguém se habilita ou eu escolho?

Lau: Eu vou ficar.

Campos: Ótimo, mais um?

Majo: Eu fico. Mesmo a Alícia sendo minha amiga eu tenho medo de me perder ai.

Marga: Mais vamos estar em grupos Majo.

Majo: Mesmo assim, eu vou ficar Sr. Campos.

Adri: Eu também vou ficar - ele disse e eu vi a Laura dar um sorrisinho.

Campos: Já temos quem vai esperar - o Dan ficou com o rosto triste, eu sei que mesmo ele não admitindo ele gosta da Majo. Ele queria ficar com ela mais procurar a Alícia e o Paulo agora é mais importante. Ele deve estar tão preocupado quanto eu estou -o resto vai comigo e o Alan e nós nos dividiremos em dois grupos, um vai comigo e o outro com o Alan.

Marga: Eu quero ir com o Alan.

Marce: Nem vem, quem vai com ele sou eu.

Marga: Por que? Só você pode ir com ele? - a Marcelina ficou vermelha.

Val: Eu vou com o meu Davi.

Mário: Jura que até em um momento como esse vocês vão ficar com frescura?

– Desculpa - as três disseram juntas.

Campos: Vamos logo com isso para tentarmos achar eles antes do anoitecer. Vocês três que vão ficar aqui, caso eles apareçam vocês tentem nos avisar. Mandem uma mensagem como vocês estão acostumado, toquem o sino do acampamento ( sim, o acampamento tem um sino ) ou até um sinal de fumaça mais nos avisem ok?

Adri: Pode deixar Sr. Campos.

Majo: Vão logo que eu já to preocupada com eles.

Campos: Então vamos logo turma.

No caminho até a floresta eu fui para o lado dele.

Jor: O senhor está bem preocupado com eles néh? - eu perguntei e ele me olhou.

Campos: Digamos que não tanto com eles e sim comigo.

Jor: Com você? Por que? - perguntei confuso.

Campos: Você é melhor amigo da Lilica não é? - perguntoh mudando o foco da conversa.

Jor: Um dos, ainda tem mais dois. Como sabe disso?

Campos: Ela sempre me fala muito sobre vocês quando vem aqui e mostra umas fotos também - ele disse e eu sorri por um momento, é bom saber que o avô dela que eu nunca vi na vida sabe da nossa existência. Mais logo o sorriso sumiu quando me lembrei da conversa.

Jor: Mais o que isso tem haver? Por que está mais preocupado com você?

Campos: Você sendo um dos melhores amigos dela sabe bem como a mãe dela é protetora com a Lilica.

Jor: Então é por isso? - perguntei rindo - Isso é verdade, a mãe dela é bem protetora.

Campos: Por isso mesmo, com ela eu não me preocupo muito, estamos falando da Alícia afinal. Agora comigo, a mãe dela vai querer me matar, e olha que eu sou o pai dela.

Jor: Isso é verdade, ela com certeza vai querer te matar - eu concordei.

Campos: É muito bom saber que eu tenho o seu apoio - disse dando tapinhas na minhas costas e sorrindo fraco.

Então quando percebi já estavamos no final da trilha.

Campos: Agora vamos nos dividir, de você em diante vai comigo - ele disse apontando para o Mário, então iriamos também eu, Margarida, Jaime e o Davi - o resto vai com o Alan.

A Carmem e a Marcelina abriram um sorriso enquanto a Marga ficou emburrada.

Val: Eu não vou ficar aqui, eu vou junto com o Davi - disse ficando do lado do mesmo.

Dan: Agora não é hora pra namoro Valéria.

Val: Pra você, pra mim toda hora hora é hora de namoro - ela disse e o Davi ficou vermelho e o Dan apenas revirou os olhos - E não vamos namorar, eu só quero ficar perto do Davi.

Alan: Tanto faz onde você vai ficar, tem um a mais de qualquer jeito, temos que ir rápido para tentar encontrar eles antes de anoitecer.

Jor: Ele tem razão - disse, mesmo não indo com a cara dele ele continua sendo primo dela - Vamos logo com isso que eu estou muito preocupado com eles.

Marce: O Jorge tem razão, vamos logo com isso.

Campos: Pois bem, eu e o meu grupo vamos para o norte e o do Alan vai para o sul. Vamos gritando e se estiverem por perto vão ouvir. Fiquem todos juntos e de jeito nenhum saia de perto do grupo. Todo mundo entendeu?

– Sim - dissemos juntos.

Campos: Muito bem, venham comigo.

Então nós fomos seguindo o sr. Campos pela trilha. Ele sabia bem por onde ir e ficava bem mais fácil procurar já que ele conhecia bem o lugar. Não sabia quanto tempo havia se passado, só sabia que iamos avançando pela floresta gritando o nome dos dois, sem nenhuma resposta ou sinal deles.

Marce: Onde será que eles estão? - perguntou depois de algum tempo que estavamos andando - minha garganta já esta doendo de tanto gritar.

Mário: E o que será que aconteceu? A Alícia não se perderia tão fácil assim.

Jai: Isso nós só vamos saber quando encontrarmos eles.

Val: O jaime tem razão, só vamos saber quando encontrarmos eles.

Davi: então é melhor continuar procurando.

Mário: Vamos lá.

Marga: ALÍCIAAA!

Jai: PAULO, CADE VOCÊ?!

Jor: ALÍCIA!

Val: PAULOOOOOOOOOO! - Valéria e seus exageros.

□□□

Depois de duas horas de busca nós resolvemos voltar para o acampamento. Já estava ficando tarde e já estava começando a escurecer.

Quando chegamos de volta no acampamento fomos para o refeitório onde o outro grupo já estava.

Mário: Pelo jeito também não acharam eles.

Marce: Não, e nem vocês pelo jeito.

Jor: Também não - respondi enquanto nos sentavamos junto com eles.

Majo: O que faremos agora? - perguntou enquanto olhava para todos esperando uma resposta.

Campos: O jeito é esperar até amanhã. Não tem mais como procurar hoje, já está escurecendo e fica perigoso sairmos agora.

Dan: E quanto a eles?

Campos: Como a amiga de vocês mesmo disse, eles dois devem estar juntos já que nenhum dos dois voltou até agora. A Alícia sabe se virar na floresta, eu mesmo ensinei pra ela e pro Alan tudo que eu sei de sobrevivencia.

Alan: E é muita coisa. A Alícia vai conseguir se virar - ele disse e eu tive que me segurar para não perguntar " o que você tem com isso? ". Eu sei que é ciumes idiota mais ela já me disse uma vez que era bem próxima dele, vai que ele tenta tirar a minha Alícia ( e dos meninos, mais isso não vem ao caso agora ) de mim ? Eu não ia deixar, ai dele se tentar. Ela já tem três melhores amigos ( agora tem o Mário também, fazer o que ), não precisa mais dele.

Marce: Mais e o Paulo? Ele não sabe nada de florestas e muito menos de sobrevivencia!

Val: Para de ser besta Marcelina. A gente acabou de falar que eles devem estar juntos e a Alícia sabe de tudo sobre isso.

Mário: É Marce, não fica assim não. Eles devem estar bem.

Carm: Não sei não. Esses dois brigam mais que tudo...

Val: Por isso são feitos um para o outro.

Jor: Como é? - eu perguntei bravo. Minha paciência já não tava boa e ainda vem o ser humano falar isso.

Val: Sem ciumes agora Jorginho, eu estou apenas constatando fatos.

Jor: Primeiro que Jorginho é o cap... - eu terminaria se falar mais fui interrompido.

Campos: Chega de brigas crianças...

Marga: Crianças não.

Jai: Pré-adolescentes.

Val: Quase jovens.

Campos: Ta bom pré-adolescentes-quase-jovens. Chega de brigas. É melhor todo mundo ir para os dormitórios. Tomem um banho, tentem relaxar um pouco e mais tarde nos encontramos aqui para o jantar.

Lau: Como vamos relaxar se eles estão perdidos?

Dan: O que será que eles vão comer? Na floresta tem árvores frutiferas Sr. Campos?

Campos: Tem sim e se eles forem espertos vão encontar. Agora todo mundo já para os dormitórios que eu tenho que falar com a fera - disse se levantando e piscando para mim que apenas sorri.

Majo: Com quem?

Campos: Com a minha filha, mãe da Alícia.

Dan: Não é por nada não mais o senhor tá ferrado - disse rindo.

Jorg: Ela é uma fera quando se trata da Alícia. Boa sorte ai - eu disse rindo também e alguns abriram um sorriso fraco.

Campos: E vocês acham que eu não conheço a filha que eu tenho? Ela vai querer me esfolar vivo mesmo eu sendo o pai dela.

Val: Boa sorte pro senhor então.

Cirilo: Tenha fé em Deus que tudo é póssivel.

Koki: Cirilo, o pastor - disse abrindo os braços como se estivesse lendo uma fachada fazendo todos rirem.

Cirilo: Não enche koki.

Campos: Vamos logo, todos para os dormitórios. Estejam aqui até as 7:30.

– Sim - dissemos juntos e saimos rumo aos dormitórios. Chegamos no quarto e todos ficamos em um silêncio incomodo. Ninguém sabia o que falar então cada um procurou alguma coisa para fazer até chegar a nossa vez de tomar banho já que as meninas foram primeiro.

Depois do banho fomos para o refeitório e jantamos. Quer dizer, apenas ficamos beslicando a comida, ninguém ali tinha fome preocupados com os dois. Será que eles comeram alguma coisa? Onde eles estão? Como será que eles estão?

Eram perguntas que todos faziamos mais ninguém tinha a resposta. Eu estava ainda mais preocupado com a Alícia assim como o Dan. Confesso que quando a Valéria falou que os dois deveriam estar juntos eu fiquei com ciumes. Idiota? Eu sei. Mais agora fico até contente pois assim ela tem alguém como companhia e não fica sozinha nessa floresta enorme.

Depois da janta o Sr. Campos nos falou que a mãe da Ali quis matar ele pelo telefone. Ele disse que depois de um sermão de meia hora ( sim, a filha deu sermão no próprio pai ) ela finalmente parou e falou que se até amanhã eles não chegassem ela iria vir com os bombeiros e tudo mais para procura-la.

Devo admitir que foi melhor do que eu pensei. Eu achava que ela iria querer vir hoje mesmo até com a CIA para procura-la. Pelo jeito ele consegui acalmar ela.

Depois de nos dar essa nóticia ele nos mandou dormir que amanhã iriamos acordar cedo para procurar por eles novamente.

Depois disso fomos para os dormitórios e todos já foram direto para as camas. Eu não estava conseguindo dormi preocupado com ela mais sabia que amanhã teria que acordar cedo para procurar e estar cansado não adiantaria muita coisa então tentei não pensar nisso e com dificuldade consegui dormir.

Pov's Paulo

Quando a Alícia saiu me deixando sozinho eu olhei novamente para o meu ferimento na barriga com aquela cor verde horrível. Isso tá mesmo me ajudando? Porque parece mais que ta querendo me matar me deixando verde desse jeito. Mais vamos dar um voto de confiança para a Gusman. Até porque dos dois quem tem mais experiencia em florestas e essas coisas todas era ela não eu. Eu já tenho mais experiencia com jogos, computador e informática.

Com um certo nojo peguei uma folha daquela planta que ela havia me dado e fiquei olhando para ela. Sério que eu vou ter que mastigar isso de novo?

Vou. O pior é que vou então é melhor ir logo com isso. De uma vez coloquei a folha na boca e comecei a mastigar e não pude evitar fazer uma careta. Cara, como isso é ruim. Mastiguei o mais rápido que consegui e tirei da boca e coloquei em cima do ferimento. Com outra folha espalhei a pasta ( nojenta ) por cima e coloquei outra folha por cima. Peguei o pedaço da blusa da Alícia e passei por cima e amarrei do lado como ela havia falado.

Agora que já havia feito tudo que tinha para fazer eu fiquei lá feito uma estátua tentando pensar em alguma coisa para fazer, sem sucesso. Além de estar no puro tédio eu estava morrendo de sede por causa da planta maldita que deixou um gosto amargo na minha boca. Espero que a Alícia consiga encontrar água e comida também porque eu to com muita fome.

Mais agora que eu to pensando, como ela vai trazer água pra mim? Não tem nada aqui para ela trazer a água. Ela vai ter me levar onde ela encontrou a água, ou seja, andar mais ainda. Que saco.

Eu preciso de alguma coisa pra me distrair porque aqui tá um tédio total e pensar que ainda vou precisar andar muito não ta me animando muito mais. Encostei a cabeça na árvore e comecei a pensar em besteiras: no meu jogo favorito de PC que só vou jogar quando voltar pra casa, no meu vídeo-game, na minha cama macia e quentinha, no meu quarto e até da pracinha lá perto de casa eu pensei pra você o que o tédio não faz com as pessoas.

Conforme as horas ( ou minutos, não sei dizer ) foram passando e começou a escurecer eu comecei a ficar preocupado com a Alícia.

Quer dizer, não com a Alícia de fato e sim por causa que ela que ficou responsável pela comida. Mais talvez, TALVEZ eu também tenha ficado um pouco preocupado com ela. Apenas talvez.

Será que aconteceu alguma coisa com ela? Acho que não, ela sabe se virar muito bem. Só acho que estava demorando demais. Já estava escuro e nada dela.

Mais então eu ouvi um barulho baixo de galhos e me assustei. Olhei ao redor e não vi nada nem ninguém, por isso me acalmei. Novamente o barulho, dessa vez mais alto e vindo do lugar a minha frente, olhei e novamente não vi nada.

Então, parecendo ter surgido do nada, a Alícia apareceu por entre as árvores. Ela estava pequena por causa da distancia mais conforme foi se aproximando eu consegui vê-la melhor.

Ela estava engraçada.

Por mais idiota que fosse, foi a primeira coisa que eu pensei. Ela estava com umas folhas amarradas na cintura como se fossem um cinto e pendurado nelas tinha uma outra folha amarrada como se fosse uma rede. Na mão ela tinha uma outra folha e a segurava com as duas mãos. Ela parecia uma índia maluca e conforme ela se aproximava mais eu comecei a rir.

– Ta rindo de que? - ela perguntou quando estava mais perto de mim.

– D..de..v...vo..c..ce.e - eu respondi entre risadas.

– Por que? Tenho cada de palhaça por acaso? - perguntou parando na minha frente.

– De palhaça não, de índia.

– Índia? Por que?

– Por causa da barriga de fora, as coisas penduradas na cintura e segurando essa folha. Afinal, o que tem nessa folha ai? - eu perguntei quando parei de rir.

– Vai a merda Guerra - disse revirando os olhos e se abaixando na minha frente - E pra sua informação isso é água - disse com toda calma do mundo.

– Água?

– É sim. Sabe o que é isso? Água é um líquido incolor que cobre cerca de 70% da superfície terr... - começou a me explicar e eu apenas a encarava até que cortei o que ela falava.

– Eu sei o que é água Gusman.

– Então por que pergunta?

– Não foi nesse senti...

– Eu sei em que sentido foi idiota.

– Lá vem o idiota de novo - eu disse sorrindo.

– Lá vem a demência de novo. A não! Esqueci que ela nunca foi embora - disse sorrindo sarcástica me fazendo parar de rir - Essa água é pra você Paulo.

– Essa água é de onde? - perguntei olhando a folha que ela segurava.

– Do córrego.

– Aqui tem um córrego? - perguntei levantando o meu olhar para ela que me encarava.

– Tem sim Paulo.

– E essa água pode beber? Porque não quero passar mal perdido na floresta.

– Pode beber sim paulo e você não vai passar mal, é água doce. E também se você passar mal eu também passo já que tomei também.

– Tem certeza disso Gusman? Como eu vou saber que você não está querendo me matar me envenenando com alguma coisa nessa água? - perguntei brincando e ela revirou os olhos.

– Pode ter certeza que eu não precisaria te envenenar não, eu to com vontade de te matar agora mesmo. Vai tomar ou não? - perguntou impaciente.

– Vou.

Ela então veio mais para perto de mim e colocou a folha na minha frente segurando as duas pontas. Tomei um pouco só para garantir, era doce. Então tomei bastante água, estava morrendo de sede. Quando me dei por satisfeito já havia tomado quase a água toda, restando apenas um pouco no fundo.

– Você já tinha tomado? - perguntei quando ela se levantou.

– Já sim, não precisa se preocupar, essa era pra você - disse enquanto jogava a folha derrubando o pouco de água que tinha no chão.

Então ela começou a desamarrar as folhas na sua cintura e eu evitei olhar já que na última vez ela me pegou olhando. Ela então tirou um embrulho de dentro da mini rede amarrada e me entregou.

– Pega. Foi as únicas que eu encontrei.

Peguei o embrulho e lá dentro tinha quatro maçãs e algumas bananas.

– Onde encontrou? - perguntei antes de morder uma maçã.

– Perto do córrego.

Ela então ficou parada na minha frente enquanto eu comia.

– Enquanto você vai comendo eu vou no banheiro - disse enquanto começava a andar.

– Onde? - perguntei franzindo a testa.

– Apenas coma. Já volto.

Então ela saiu e eu fiquei comendo, estava morrendo de fome. Depois de uns cinco minutos ela voltou e se sentou do meu lado e ficou olhando para frente.

– Como será que está lá no acampamento? - ela me perguntou e eu fiquei quieto.

A verdade é que até agora não havia pensado nisso. Quer dizer, no acampamento e como todos devem estar preocupado comigo e com ela.

– Não sei - respondi por fim jogando um miolo da maçã longe.

Ficamos em silêncio por mais algum tempo até que foi a minha vez de ir no banheiro.

– Preciso ir no banheiro - disse me levantando com dificuldade e ficando na frente dela - onde eu posso ir?

– Em qualquer árvore longe daqui. Só cuidado pra não se perder.

– Eu já estou perdido, esqueceu? - perguntei enquanto me afastava.

– Você entendeu o que eu quis dizer Guerra - a voz dela já estava mais baixa enquanto eu me afastava.

Andei por uns três minutos tomando o cuidado de me lembrar por onde ia até parar.
Depois de terminar de fazer minhas necessidades voltei para onde a Alícia estava.

Quando cheguei perto dela pude ver que ela havia pego as folhas que havia trazido e juntado todas para fazer um amontoado de folhas. Ela virou para trás e me viu, virou para frente novamente e continuou a arrumar as coisas ( seja lá o que for ).

– Pra que isso? - perguntei apontando para o monte de folhas.

– Pra você dormir.

– Pra mim? Por que fez um travesseiro improvisado pra mim? - perguntei arqueando a sobrancelha.

– Por que vai ser melhor pra você ficar mais inclinado por causa do ferimento.

– Preocupada comigo Gusman? - perguntei sorrindo.

– Não.Se não quiser eu fico, não tem problema - disse se deitando perto do amontoado de folhas.

– Não, eu aceito.

Então sem falar nem um obrigada eu me deitei do lado dela e coloquei minha cabeça no monte de folhas. Fiquei tentando me acomodar mais as folhas eram muito incomodas e eu ficava me mexendo toda hora.

– Será que dá pra você parar de se mexer? Eu to querendo dormir aqui - perguntou irritada se virando pra mim.

– Não, não dá não. Esse treco é muito incomodo, não tem uma posição boa.

– Então procura uma mais em silêncio que eu quero dormir - então ela se virou de novo.

Eu então só para irritá-la comecei a me mexer bastante e fazer barulhos até que ela se sentou furiosa e me encarou.

– Porra! Será que você não sabe ficar quieto não caralho?! - perguntou nervosa.

– Não.

– Então dá um jeito porque eu não aguento mais esse barulho, eu to querendo dormir sabia?!

– Sério?! Nem sabia disso - falei revirando os olhos.

– Você é um imbecil.

– E você é uma estressada.

– Estressada? Eu?

– É, você mesma.

– E você é um retardado filha da mãe.

– Vem cá Alícia, qual o seu problema? - perguntei já impaciente com essa discussão sem sentido.

– Qual o meu problema? Qual o MEU problema? Eu vou dizer qual o meu problema, você é o meu problema.- disse eu franzi a sobrancelha.

– Eu? Por que eu ser... - antes que eu terminasse de falar ela me cortou.

– Você é um imbecil, retardado, estupido e um ingrato. Um puta ingrato. A gente tá perdido por sua causa, e nem vem me dizer a culpa não é sua porque é sua sim. E ainda por cima quis ser " líder " e nos deixou ainda mais perdidos. Ainda por cima tá machucado e quando eu tento ajudar só sabe ficar reclamando e fazendo um monte de perguntas idiotas. Você é um imbecil dos piores, aqueles que só pensam neles mesmos e os outros que se fodam. Ou até em outras palavras é um cretino filha da puta - ela terminou de dizer e eu apenas a encarava sem dizer nada.Como ela pode dizer essas coisas pra mim? Quem ela pensa que é para falar assim comigo e ainda me chamar de filho da puta?

– Quem você pensa que é pra falar assim comigo Gusman? Você não é ninguém pra falar assim comigo. Você não passa de uma moleca que anda com meninos e age como um menino. Você não age como uma menina e sabe disso e só sabe ficar reclamando das meninas e tudo que elas fazem. Você pode até falar de mim mais se eu sou tudo isso você é igualzinha a mim - eu disse tudo que me veio na mente naquele momento, mesmo algumas sendo mentira.

– Você é um grande filho da puta Guerra, um desgraçado, cretino e imbecil da pior especie. Sabe o que desejo pra você nesse momento Guerra? Quero que você vá para o inferno. Não , o inferno é pouco pra você. Quero que você vá para o fundo do Tártaro e fique lá junto com todos os outros monstros para te fazerem companhia já que vocês são tão parecidos - disse furiosa para mim.

– Escuta aqui Gusman...

– Escuta aqui você Guerra, você é um imbecil só de pensar assim e sabe por que? Porque você não me conhece e não te dou o direito de falar de mim nessa sua boca imunda. Agora vê se fica quieto que eu to querendo dormir. Se você ficar reclamando ai eu juro que não respondo por mim e te mato, entendeu? Ótimo.

Ela então se virou e deitou novamente e não me deixou responder. Se bem que eu acho que não responderia, eu estava surpreso demais para isso. Como ela falou tudo isso pra mim? Ela tem tanta raiva de mim assim? E como ela sabe o que é Tártaro?

Como ela se deitou eu fiz o mesmo mais para o outro lado. Eu estava furioso com ela e queria falar muito mais pra ela, mais ao mesmo tempo estava curioso com todas as besteiras que ela me disse. Mais eu também não fiquei atrás nisso já que também falei um monte de besteiras para ela. Fiquei deitado lá pensando sem fazer nenhum barulho para não acorda-la. Eu poderia até não conhece-la como ela mesma disse mais se tem uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos é que a Alícia furiosa é uma coisa que se deve ter medo.


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Notas finais do capítulo

Uhuuu! Gente nova no pedaço ( loucuras a parte ). Eu queria fazer duas perguntas para vocês:
1° - Escolham um casal ( menos Paulicia ) e me falem que logo mais tem surpresa ;)
2° - Se alguém souber alguma música tema para os casais ou personagens me falem pois músicas me inspiram bastante adoro saber o que vocês acham.
Agora só vou postar na quinta pois minha net tá muito ruim, se eu consegui na quarta eu posto. Beijos.



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