Paulícia - Uma História escrita por Annasinger19


Capítulo 6
6° - Paulo / Alícia


Notas iniciais do capítulo

Oiee povo, desculpa não ter postado ontem, eu sai e cheguei tarde e não deu pra postar. O capítulo de hoje eu vou dedicar a " ApenasUmaMagaCelestial ", o seu comentário me deixou muito feliz viu?!.



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Pov's Paulo

– Vamos parar por aqui - a Alícia falou depois de mais duas horas de caminhada.

– Pra que?

– Você precisa descansar.

– Ta preocupada comigo Gusman? - eu perguntei provocando ela.

– Claro, você ta machucado...

– Só por isso? - eu perguntei sorrindo cinicamente.

– Não, você tem razão - ela respondeu chegando mais perto e parando bem na minha frente sorrindo - não é só por isso, tem mais coisa.

– E o que seria?

– Eu estou no comando agora, logo mais vais escurecer e não sei você mais eu to morrendo de fome - ela respondeu se afastando. Filha da mãe.

– Desde quando você ta no comando? - perguntei cruzando os braços.

– Desde quando você se machucou e não consegue andar rápido.

– Isso não muda nada.

– Muda sim, você não tem como andar rápido, não temos nada pra comer e você tem se saído um péssimo líder e se eu vou procurar não vai ser com você reclamando de dor. Então você vai ficar aqui e eu vou atrás de água e comida.

– Eu vou junto então - eu disse indo para perto dela.

– Não vai, você vai ficar aqui Paulo - ela falou me encarando.

– Não vou - encarei de volta.

– Para de ser teimoso, você ta machucado. É melhor pra você ficar aqui.

– Mais eu não vou ficar, vou junto com você - eu disse e ela soltou um suspiro.

– Por favor Paulo, faz isso por mim, fica aqui. Para de ser teimoso - ela falou e eu fiquei surpreso.

– Você pedindo por favor?

– Pra você vê como eu quero que você fique aqui. Mais não se acostuma não tá, isso é uma ocasião especial.

– Ta bom, eu fico. Mais só porque você pediu com jeitinho - eu disse rindo e ela revirou os olhos - E eu não sou teimoso.

– Imagina se fosse - falou sarcástica.

– E eu vou ficar aqui fazendo o que? - perguntei ignorando o comentário dela.

– Senta aqui - ela falou apontando para uma árvore perto de onde estávamos e eu fui até lá mais não sentei - Senta logo.

– Sim senhora - eu disse debochado me sentando - E agora?

– Tira a camisa - ela falou se ajoelhando na minha frente.

– De novo? Ta gostando de me ver sem camisa hein Gusman?!

– Não começa Paulo, eu só quero ver como está seu ferimento - ela disse ficando vermelha. Ela estava com vergonha, isso é novidade.

Então eu tirei a camisa e ela desamarrou o pano que estava ao redor, enrolou e colocou do meu lado. Quando ela tirou a folha que estava por cima eu me assustei.

– Que porra é essa? Por que ta assim?

O machucado estava com uma tonalidade verde por causa da pasta que ela havia colocado lá mais ao redor também estava verde, como se fossem veias que saiam do ferimento e ficavam ao redor dele.

– É assim mesmo, significa que ele está fazendo efeito.

– Fazendo efeito me transformando no Hulk? - perguntei levantando o olhar e encarando ela que apenas revirou os olhos com a pergunta.

– Não idiota, significa que ela ta puxando a infecção. Como eu disse ele tava querendo inflamar e já tinha até começado e a planta ta puxando a infecção de volta.

– Isso é nojento - eu disse olhando para o ferimento novamente e fazendo cara de nojo.

– Mais tá te ajudando então não reclama. Você quer que eu te ajude a passar de novo ou eu já posso ir?

– É melhor você ir. Logo mais escurece e fica ruim você voltar sozinha - disse levantando o olhar para ela novamente.

– Preocupado comigo Guerra? - ela perguntou debochada imitando a pergunta que eu havia feito a ela.

– Claro, você ta responsável pela comida, se você sumir eu vou comer o que? - respondi também debochado.

– Você da um jeito - ela disse se levantando - reaplica a pasta em cima do ferimento e depois coloca outra folha por cima. Depois você amarra o pano em volta mais não em cima e sim do lado, entendeu?

– Sim.

– Ótimo.

– Só uma pergunta: eu tenho mesmo que mastigar isso de novo? - eu perguntei só para irritá-la e deu certo.

– Não enche Paulo. Vou procurar alguma coisa pra comer e já volto. Você não sai daqui ouviu?

– Sim senhora.

– Senhora é o caralho. Não sei nem porque ainda perco meu tempo com você Guerra - ela disse se virando e começando a andar.

– É porque você me ama Gusman - eu disse sorrindo e ela começou a rir.

– É bom sonhar néh Guerra?! - ela respondeu se afastando.

– Ô se é bom - eu disse pra mim mesmo.

Pov's Alícia

Garoto chato, idiota, imbecil. Com tanta gente no mundo para se ficar perdida. Tem gente que se perde com um Deus Grego da vida e eu fico perdida logo com o Guerra. É muito azar mesmo.

Mais uma coisa eu não posso negar que os anos fizeram muito bem ao Guerra, mais isso não vem ao caso agora. Eu preciso me concentrar agora em achar comida por que eu to morrendo de fome e ficar pensando no corpo do Paulo não vai me ajudar em nada.

Olhei ao redor e não fazia a minima ideia de onde estava. Eu precisava de um jeito de voltar para onde eu havia deixado o Paulo mais não sei como marcar o caminho de volta, aqui só tem árvores e folhas secas, como eu vou marcar com isso com isso?

Dei mais alguns passos e parei. É isso. Voltei um pouco para uma árvore que eu havia passado que as folhas eram bem grandes. Ai você me pergunta no que isso vai me ajudar? Em muita coisa.

Peguei uma folha para testar e amarrei em um galho baixo de uma árvore do lado, me afastei e sorri pois havia dado certo. A folha chamava atenção por ser de um verde bem escuro e a árvore de uma madeira clara. Fui novamente na árvore e peguei o máximo de folhas que consegui e recomecei a andar, parando apenas aqui e ali para amarrar as folhas.

Depois de mais ou menos uma hora comecei a ouvir um chiado mais por ser muito baixo não sabia do que era, poderia ser de água ou de algum bicho, nunca se sabe. Depois de mais dez minutos tive certeza de que era água. Mais dez minutos depois eu estava amarrando mais uma folha e quando olhei bem para frente eu vi, lá no fundo uma abertura da floresta.

Sai correndo feito a louca que sou mais parei para amarrar mais uma folha porque nunca se sabe, vai que eu não lembre qual o caminho? Melhor prevenir. Voltei a correr de novo e dessa vez parei apenas na frente do córrego. Me abaixei e coloquei a mão na água em forma de concha e levei até a boca para experimentar, vai que não é doce? Pra minha sorte era água doce e eu bebi até dizer chega. Me sentei e esperei até a água digerir um pouco. Fiquei olhando para o céu que já escurecia e fiquei pensando que todos no acampamento devem estar preocupados com a gente, principalmente meu vô, ele vai querer me matar quando chegarmos.

Mais para isso primeiro eu preciso me alimentar porque estou morrendo de fome. Fiquei imaginando como aquele cara conseguiu ficar 40 dias sem comer, apenas bebendo água? Eu não conseguiria isso nunca já que em menos de um dia eu já to disposta a matar alguém para comer alguma coisa.

Me levantei e olhei ao redor, por aqui deve haver alguma árvore frutífera pois se o córrego passa por aqui é mais propenso por causa do solo úmido. Com isso comecei a andar pela margem do córrego e bingo. Encontrei uma bananeira e uma macieira mais para frente. Comi três maçãs e umas sete bananas. Poderia comer mais só que pensei que na hora da volta poderia me dar indigestão então parei com esses mesmo e tomei mais água.

Agora que eu já estava bem alimentada e hidratada veio a pergunta: como levar as frutas e a água para o Paulo?

Pensa Alícia, pensa. Como você vai levar essas coisas para o Paulo? As frutas até dá pra levar mais e a água? Não tem como levar de conchinha até lá, até porque até eu chegar lá já vai ter derramado tudo. Eu preciso de alguma coisa grande, uma folha para colocar a água.

Isso, as folhas. Bem pensado Alícia. Como as folhas são grandes eu posso prender as frutas com elas e ainda levar a água para aquele ser com outra. Alícia você é uma genia, se eu fosse homem pegava. O que? Que merda de pensamento é esse? Eu devo ter batido a cabeça na pedra quando cai e não percebi, só pode.

Peguei várias bananas e maçãs ainda rindo desse pensamento demente e voltei para onde eu havia saído da floresta. Coloquei tudo no chão e entrei na floresta, fui até onde havia deixado as outras folhas e pegue todas que haviam ali, o que já não era muito depois de ir amarrando por ai e voltei para o córrego. Peguei duas folhas e juntei as duas e amarrei na cintura como se fosse um cinto. Puxei para ver se estava firme mais ainda estava meio fraco então coloquei mais uma e então ficou mais resistente. Primeira parte concluída.

Então peguei mais duas folhas e estendi no chão uma em cima da outra e coloquei todas as frutas dentro, fechei a primeira das folhas deixando um espaço para que as frutas não ficassem abafadas e a outra eu amarrei as duas pontas no meu cinto improvisado de modo que ficou parecendo uma mini rede pendurada. Fiz minha dancinha da vitória, fiquei parecendo uma louca fugida do hospício mais não liguei. Segunda parte concluída.

Então eu peguei outra folha e lavei bem no córrego e então mergulhei e puxei com as duas pontas e deu certo, pingava um pouco mais daria para levar água para ele. Peguei mais duas e lavei e tomei mais um pouco de água só pra garantir. Então chequei mais uma vez se estava bem firme o " cinto ", peguei as três folhas e mergulhei as três no córrego e levantei. Havia ficado um pouco pesado mais eu aguentava até lá. Terceira e última parte concluída.

Me virei e entrei na floresta, já estava escuro. Fui seguindo as folhas nas árvores e no caminho fui cantarolando uma música qualquer até que depois de uns 40 minutos eu cheguei onde ele estava


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Notas finais do capítulo

Agora só vou postar na segunda, beijos e até lá.



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