Paulícia - Uma História escrita por Annasinger19


Capítulo 27
27° - Paulo


Notas iniciais do capítulo

Oiee povo, como estão? Me desculpe por não ter postado ontem. A minha internet é muito ruim e desde ontem de manhã eu estava sem, só voltou agora que meu celular começou a tocar sem parar. Amanhã eu respondo aos comentários do capítulo anterior. Aproveitem que esse é o maior capítulo da fic até agora. Boa leitura.



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Pov's Paulo

Depois que eu me separei dos meninos não aconteceu lá muita coisa para mim. Saí de lá e resolvi dar uma volta pelo lugar para conhecer. Eu sei que as meninas estão aprontando alguma, e pelo jeito eles vão descobrir isso agora, mas como eu não tenho nada haver com isso, deixa que eles se resolvam.Andando pela rua encontrei uma garota chamada Isabella e conversamos um pouco, depois ficamos e cada um foi para um lado. Simples assim, o que é muito bom, porque as vezes acontece de eu ficar com uma menina e depois ela começa a pensar besteiras e a ficar querendo algo a mais e isso é um saco total. 

Mas continuando, depois disso eu resolvi voltar para dentro do Karaokê, mas antes que eu pudesse entrar uma garota me parou.

– Oi, eu me chamo Sara, e você? - ela falou sorrindo chegando perto de mim.

– Me chamo Paulo, é um prazer - falei pegando na mão dela e dando um beijo na mesma.

– Prazer é o que vamos ter agora - ela falou soltando a sua mão e me puxando para um beijo.

Ela me beijava com vontade e eu correspondia, não é todo dia que se encontra uma menina com atitude assim. Ela me encostou na parede em um canto mais escuro e ficamos ali por um tempo. Então, do mesmo jeito que começou, ela terminou o beijo e me olhou sorrindo.

– Isso foi legal Paulo, nos vemos qualquer dia desses.

E com essas palavras ela saiu e me deixou lá parado. Estou começando a pensar que o povo dessa cidade são meio malucos, considerando que a Alícia e a família são daqui também e parecem ter um parafuso a menos as vezes ( e eu achando que era de família ).

Ainda meio confuso eu voltei para o Karaokê, estava mais cheio do que antes, com um cara cantando e alguns na frente do palco assistindo como se estivessem em um show. As mesas estavam a maioria ocupadas e alguns estavam nos bancos do bar sentados, alguns conversando e outros simplesmente observando, mas não vi ninguém da turma a vista, a não ser o idiota do Pedro que estava conversando com uma senhora. Que ele fique assim, conversando com as idosas a noite toda e não me irrite. 

– Ah, te achei criatura - alguém falou atrás de mim.

Assim que eu me virei dei de cara com a Alícia me encarando.

– E por que exatamente você estava me procurando? Já estava com saudades? E eu nem sumi muito tempo.

–  Não seja um estupido Paulo, por mim eu nem querer saber onde você estava. Eu estava te procurando porque sua imã está com o Mário e ele tinha falado que você tinha se separado deles. Ela tava preocupada e como eu estava mais perto ela me pediu para te procurar.

– Então agora já achou.

– Jura?! Nem tinha percebido, se você não tivesse me contado... - falou revirando os olhos - onde você estava?

– Dando umas voltas por ai - falei dando de ombros.

– Bom, não me interessa de qualquer forma, vou lá falar para ela que você tá aqui, vê se não some hein! Não tô afim de ficar te procurando por ai de novo - falou e saiu antes que eu pudesse responder.

 Como eu estava sozinho novamente fui para o bar e pedi uma Coca para o garçom. Enquanto eu esperava ele voltar com a minha bebida o Jorge se sentou ao meu lado.

— Eu estava te procurando.

– Sério?! O que deu em todo mundo para sair me procurando hoje? Peraí, já sei! Tava preocupado comigo também ou queria apenas saber se eu beijei a Alícia de novo? - perguntei sarcastico.

– Não, não é isso. Eu queria conversar com você. Na verdade, queria te pedir um favor.

– Você?! Me pedindo um favor? Ontem mesmo você queria me bater porque eu beijei a sua amiguinha do coração e hoje você quer me pedir um favor? Acho que você já sabe a resposta - falei irritado.

– Olha só, isso não é por mim, é por ela. Acredite se quiser, mas eu não estou gostando disso tanto quanto você. Você é uma das poucas pessoas que eu gostaria de pedir isso - falou fazendo uma cara de desgosto que só um ex-metido como ele sabe fazer.

– Se eu sou uma das poucas  pessoas que você gostaria de pedir, tá fazendo o que aqui então?

– É o seguinte, voc...

– Aqui está a sua Coca - o garçom falou colocando o copo na minha frente e se virou para o Jorge - Vai querer alguma coisa?

– Obrigado - falei e paguei.

– Vou querer duas Cocas por favor.

– Tudo bem, já trago - falou e saiu andando para atender outra pessoa.

– Então, como eu estava falando, você estava certo...

– Eu geralmente estou, mas sobre o que eu estava certo?

– Você saberia se não me interrompesse. E eu agradeceria se não fizesse mais isso porque eu não posso demorar muito, a Margarida está me esperando.

– E o que isso tem haver com a nossa conversa?

– Tudo. Não se pode deixar uma menina aqui sozinha muito tempo que alguém já caí matando em cima.

– Então para de enrolar e fala logo.

– Bom, as meninas estavam tramando para ajudar a Majo a fazer ciumes no Daniel e aproveitaram para falar comigo, o Mário e o Dan para não ficarmos com tanto ciumes da Alícia...

– Aprovo - falei apontando para ele que apenas revirou os olhos.

– Isso não quer dizer que vamos parar, apenas diminuir a intensidade. Como eu ia dizendo, quando emcontramos elas aquela hora elas estavam dançando e chamando a atenção de 89% da população masculina desse lugar. - falou e eu ri - Você da risada porque não viu sua irmã dançando, o Mário quase teve um ataque.

– Como é que é? A Marcelina fez o que? - perguntei irritado.

– Viu só!? Agora me deixa terminar. Depois disso a Marga falou comigo, a sua irmã com o Mário. O Daniel e a Majo estão namorando e a Majo exigiu que ele parasse de ciumes com a Alícia ou ela não aceitaria.

– Peraí, você está me dizendo que eu passei no máximo duas horas lá fora e já aconteceu tudo isso?

– Sim, que bom...

– Aqui está, duas Cocas - o garçom falou colocando as duas  na frente dele.

– Obrigado - falou pagando e o garçom foi embora.

– Tá resume ai, o que tudo isso tem haver com o que você quer me pedir? - perguntei tentando ir direto ao assunto principal.

– É porque agora nós não podemos mais ficar de olho na Alícia como antes.

– E desde quando ela precisa que fiquem de olho nela? Ela já é bem grandinha, não acha?

– Eu sei disso, mas é que as vezes ela é muito teimosa, faz as coisas por impulso e sempre tem algum Zé mané atrás dela. E é por isso que eu estou aqui.

– Para me pedir que eu seja baba dela? É isso? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

– Não, você não vai ser baba de ninguém. Eu só quero que você fique de olho nela para quando ela precisar de ajuda ou qualquer outra coisa.

– E por que eu exatamente? Ela tem muitos outros amigos dispostos a isso, tenho certeza- falei tomando um pouco de Coca.

– Se está falando do Pedro pode parar, quanto mais longe ele ficar dela melhor.- falou e eu concordei com ele, ele só não precisava saber disso - E eu escolhi você porque deu para perceber que você ficaram bem próximos nesses últimos dias com tudo o que aconteceu. Não precisa ficar em cima dela, apenas de olho para quando ela precisar. Não vai te atrapalhar em nada por enquanto.

– Não, imagina - Falei sarcastico.

– É sério, eu sei que é pedir muito, mas você só precisa ficar de olho quando não estivermos por perto.

– E quando eu também não estiver por perto? - quis saber.

– Então será ela por ela mesmo, o que não é um problema. Mas é ai, você aceita ou não?

– Se ela sozinha não é o problema, por que você precisa de mim?

– Apenas por precaução. Fala logo, aceita ou não?

– E eu tenho escolha?

– Não, só quis ser educado mesmo - falou pegando as Cocas na mão e se levantando - Boa sorte, você vai precisar, porque hoje ela está particularmente impossovel.

Ele então saiu e me deixou sozinho novamente. Era só o que me faltava, já não me bastava a baixinha da Marcelina agora eu tenho que ser baba da Gusman também. Se eu soubesse que ser amigo dela exigiria tanta coisa assim, teria pensado seriamente antes de aceitar. Mas agora ja foi, pelo menos agora o Mário também fica de olho na baixinha.

Terminei de tomar a minha Coca e me virei de costas para o balcão enquanto tentava encontrar a Alícia no meio do povo. Demorou um pouco, mas a emcontrei perto do palco conversando com um garoto loiro  que parecia ter a mesma idade que a nossa enquanto dançavam ao som de um cara ( que cantava terrivelmente mal por sinal ) e ficavam rindo ( provavelmente do cara ).

Não sei bem o porque, mas na hora me bateu a raiva. Não porque ela estava dançando com o cara e parecia estar se divertindo com ele ( não tem motivo nenhum para que isso me encomode ) e sim porque eu mal havia recebido a tarefa e já teria que atrapalhar a minha noite por causa disso ( e só por isso, e não porque ela estava linda com aquela blusa cinza e o gorro ). Soltei um suspiro irritado e ia me levantar quando o cara com a voz horrivel acabou de cantar e chamou a Gusman no palco.

Ela parou de conversar com o garoto e fez um sinal negativo com a cabeça enquanto sorria e fala algo para ele que eu não ouvi.

– Eu sei que você já cantou, mas depois que eu judiei tanto deles eles merecem algo melhor não acha?

Ela apenas balançou a cabeça novamente, mas alguns começaram a chamar o nome dela. O garoto que ela estava dançando então falou alguma coisa no ouvido dela que revirou os olhos e se afastou dele indo em direção ao palco fazendo alguns comemorarem.

Quando ela subiu no palco o cara passou o microfone para ela que foi em direção a maquina e escolheu a música que queria. Eu estava bem curioso para saber se ela canta bem, agora eu iria descobrir.

( Música: Laura Marano - Boombox )

Assim que a música começou ela cantava e fazia umas dancinhas engraçadas, mas ela cantava muito bem. Algumas pessoas levantaram e foram para frente do palco e começaram a fazer outras dancinhas malucas. Quando estava no que eu imagino ser o refrão alguns da nossa turma também chegaram e foram para o palco.

No segundo refrão ela pulou do palco e foi para o meio do pessoal. Depois ela começou a andar pelas mesas levantando as pessoas fazendo um trênzinho as puxando em direção ao palco. Quando ela passou na minha frente ela soltou a mão da mulher atrás dela e pegou na minha me puxando com força, provavelmente para que eu não ficasse. Ela ia dançando enquanto me puxava e eu não pude deixar de pensar que isso seria bem legal se não estivessemos em público e..  Melhor eu parar por aqui.

Quando chegamos em frente ao palco ela soltou a minha mão e começou a circular em meio ao pessoal fazendo todos dançarem, até mesmo eu diz uma dança meio loca, mas como todos estavam também não liguei..
Quando a música acabou ela estava ofegante e todos bateram palmas. Ela fez uma reverencia agradecendo e alguns começaram a pedir mais uma música.

– Obrigada gente -Ela falou mas ainda continuaram a pedir - Vocês querem mais uma? Tem certeza? - a maioria falou sim - Tudo bem então, mas eu quero ver todo mundo dançando.

Ela então subiu no palco, escolheu a próxima música e pulou na pista novamente. Quando a música começou eu dei risada, é claro que ela escolheria essa música, é a cara dela.

( Música: Shake It Off - Taylor Swift )

Então ela começou a cantar e no refrão todos dançavam, e ela vinha novamente com aquelas danças malucas dela. Quando a música enfim acabou a maioria já estava cansada, inclusive eu. Ela então agradeceu e foi deixar o microfone. As pessoas já começavam a voltar para os seus lugares, o grupo da sala ficou por perto e eu também estava voltando para o bar quando vi o garoto que ela estava dançando antes eaperando por ela. Se ele pensa que vai falar com ela está muito enganado. Só nos sonhos dele ele vai falar com ela enquanto eu estiver aqui.. Como ele estava mais afastado do palco eu fiquei mais próximo. Quando dasceu ela estava indo direção a ele quando eu peguei na cintura dela a girei para que começasse a andar em direção ao bar.

– Guerra, o que você tá fazendo? - ela perguntou olhando para trás.

– Te levando para tomar uma bebida. Tenho certeza de que depois de cantar e dançar você está com sede - passamos pelo grupo da sala e o Jorge apenas me olhou e deu um sorriso de lado. Idiota.

– Sim, mas eu tinha que fala... - falou ainda olhando para trás mas eu a virei para frente.

– Tinha nada, seja lá o que for pode esperar. Agora você vai tomar uma bebida comigo - falei soltando a cintura dela e segurando seu pulso a puxando junto comigo.

– Você é muito concencido sabia disso?! - ela falou e embora eu não pudesse ver, tenho certeza que revirou os olhos.

– Apenas quando me convem.

Então chegamos nos bancos e nos sentamos.

– Gusman, arrasou lá garota - o garçom que havia me atendido antes chegou falando com ela.

– Valeu Diego - falou e deram um toque de mão.

– E aí, vai querer o mesmo de sempre?

– Por favor, estou morrendo de sede.

– E você vai querer outra Coca? - perguntou se virando para mim.

– Sim, por favor.

– Tudo bem, já venho trazer - falou se afastando.

– Quer dizer então que todo mundo aqui te chama de Gusman? - quis saber.

– A maioria sim por causa do meu vô.

– E eu achando que só eu te chamava assim.

– Pensou porque quis - falou dando de ombros - Então, por que estamos aqui?

– Para tomar alguma coisa.

– Isso é o que você diz, deve ter alguma outra coisa por trás disso, então fala, o que é?

Ok, ela me pegou e agora eu tenho que pensar em alguma coisa para falar. Perai, já sei! Eu posso aproveitar e zoar um pouco, mas como sempre acontece, assim que eu abri a boca para falar o Diego voltou com as bebidas.

– Ta aqui Alícia. Por conta da casa para vocês.

– O que? Não, eu vou pagar -ela falou colocando a mão no bolsa mas o Diego discordou.

– Nada disso, é cortesia da casa. Considere um presente por bos livrar da voz horrivel do Antenor. Nem sei porque ele insiste em cantar.

– Concordo - ela falou rindo - Bom, agradeça ao Zé por nós então.

– Pode deixar. Se precisar é só chamar.

– Sim, sim capitão - falou batendo continência para ele que riu e saiu - Agora é a sua vez.

– Tudo bem, agora você me pegou. Eu só queria tomar uma bebida com você. Acha que posso ser preso por isso? Isso é um crime? - perguntei fingindo preocupação.

– Não seja...

– " Idiota Guerra ". Você sempre me chama de idiota.

– É porque você é, não me culpe por te contar a verdade - falou dando de ombros e tomando um pouco da Coca.

– Haha, você é muito engraçada Gusman. Tem mais algum talento oculto que eu não saiba? - perguntei sarcastico.

– Alguns.

– Ok, então vamos ver: é uma excelente escoteira, sabe dançar, cantar e é meeeega engraçada. Tem mais algum ai no meio que eu não saiba? - eu fui contando na mão.

– Sim, eu sei cozinhar.

– Tá, e sabe cozinhar. Mais algum?

– Não que você precise saber.

– Como assim eu não preciso saber? É lógico que eu preciso saber. Se é para sermos amigos eu tenho que saber tudo sobre você.

– Você já sabe mais que muita gente. Mas, em compensação eu não sei muita coisa sobre você e nem por isso fico perguntando seus dotes secretos.

– Você quer saber quais são os meua dotes secretos Gusman? - perguntei chegando mais perto dela.

– Não! - ela falou rindo empurrando meu rosto para longe me fazendo rir também.

– Então não reclame.

– Eu não estou reclamando, você que está reclamando por uma coisa que não é verdade. Você é o único que já foi no meu lugar favorito no acampamento, que eu me predi junto na floresta e também é a única pessoa que ei fiz uma amizade e conseguiu estragá-la em menos de 24 horas.

– Nem vem, no outro dia eu te pedi desculpas, o que é um fato quase inédito para mim.

– Mesmo assim, você é o único que consegue uma proeza dessas.

– É porque eu sou especial - falei convencido.

– Não, é porque é um idiota que corre em direção a um penhasco, que me segue de noite que sabe falar as coisas mais estúpidas possiveis nos momentos errados.

– Ou talvez seja isso, mas aunda prefiro pensar que é porque eu sou especial.

– Claro que você é Guerra, nunca pense o contrário - falou irônica dando tapinhas no meu ombro.

– Não vou nem comentar isso - falei tirando a mão dela do meu ombro.

– Melhor. Agora que já batemos um papo eu já posso ir? Eu tenho mais o que fazer do que só ficar aqui conversando com você.

– Por exemplo?

– Isso não é da sua conta.

– Não, você não pode ir porque eu exigo a sua atenção.

– E desde quando você pode exigir alguma coisa?

– Desde que já que eu vou ser utilizado como escravo substituto, o que para mim é uma afronta. Além de ser escravo ainda tenho que ser o substituto dos três patetas? Então, por isso, pelo menos eu exigo a sua atenção quando eu quiser bater um papo.

– Claro, vai na fé - faliu revirando os olhos.

– Sabia que você revira muito os olhos? Isso pode de deixar vesga algum dia.

– Sabia que você é muito irritante? Isso um dia pode te deixar de olho roxo - falou me fazendo rir.

Quando eu ia respondê-la alguém me cutucou no ombro. Assim que eu virei vi a baixinha da Marcelina e o Mário atrás dela.

– Fala ai baixinha, o que você quer?

– Baixinha é a mãe. Eu quero saber onde você estava?

– Em primeiro, o irmão mais velho sou eu, não te devo satisfação da minha vida e sim ao contrário; Segundo, o que isso te interessa? Que eu saiba você muito feliz lá dançando pra fazer ciumes nesse Zé mane - falei apontando para o Mário.

Na hora os dois reviraram os olhos ao mesmo tempo, e teria sido cômico se eu não estivesse irritado por eles terem interrompido minha conversa com a Alícia.

– Eu estoy falando sério Paulo, onde você estava? Eu fiquei preocupada.

– Eu estava apenas dando umas voltas por ai, conhecendo o lugar. Nem sei porque você se preocupa comigo, eu sei me cuidar muito bem.

– Nem eu sei o porque de ainda me preocupar com você.

– Pois é. Já acabou? Então já podem ir.

– Credo. Vamos embora daqui Mário antes que ele nos expulse oficialmente.

Então ela se levantou e os dois se afastaram. Quando eu virei para continuar a conversa com a Alícia me deparei apenas com o banco vazio e as Cocas no balcão. Olhei ao redor a procurando, mas nem sinal dela.

– Hey Diego - chamei o garçom que estava passando - viu a Alícia?

– Ela foi por ali - falou apontando em direção ao palco.

Agradeci a ele que foi embora e eu me virei para o palco para procurar ela. A encontrei na frente do palco junto com mais algumas meninas. Elas cantavam junto com o garoto que ela estava falando antes que estava no palco. Embora tivesse outras meninas, ele parecia cantar para ela. Inferno. Com tanta menina por aqui e ele foca logo na Alícia? E por que eu estou focado na Alícia? Eu deveria deixar ela lá com ele e aproveitar. Eu não prometi para ninguém que ficaria de olho nela, os três patetas que se virem.

( Música: Girls On Tv - The Vamps )

Comecei a procurar alguma garota legal ao redor que eu pudesse me divertir e deixar a Gusman para lá, mas nesse processo eu acabava olhando mais para ela do que prurava por alguém. Então, para ser a gota d'água, o imbecil do garoto pegou na mão dela e começou a cantar diretamente para ela. Na hora a raiva apareceu e com ela a vontade de socar a cara daquele garoto. Se ele pensa que vai ficar com ela está muito enganado, isso não aconteceria enquanto eu estivesse por perto.

Fui em direção a ela que continuava cantando junto com ele que agora ja estava de pé, mas continuava cantando para ela. Assim que cheguei perto dela passei os meus braços pela cintura dela e a puxei para perto de mim a abraçando por trás. Na hora ela parou de cantar e me encarou, enquanto o garoto quase perdeu a parte da música que estava cantando ( que por sinal não cantava tão bem não ).

– O que é isso Paulo? - perguntou tentando se soltar devagar.

– Um abraço, nunca recebeu um não? - perguntei mantendo ela no lugar.

– Já sim, mas estou tentando entender o que te deu para me abraçar assim. - ela então se virou e ficou de frente para mim entre os meus braços - O que você quer Guerra?

– Isso - falei e aproximei meu rosto do dela a beijando.

Ela, assim como eu imaginei apenas ficou parada no começo e ficamos apenas em um selinho. Então, quando pareceu voltar a si ela segurou na minha blusa e me puxou para mais perto para um beijo de verdade. Na hora que ela fez isso o garoto perdeu uma frase inteira da música, o que quase me fez rir dele ( o que eu teria feito se não estivesse beijando ela ).

Quando terminamos o beijo ela se afastou o quanto os meus braços permitiam e me encarava com uma sobrancelha erguida enquanto eu apenas sorria contente pelo momento.

– Então, o que foi isso exatamente Paulo?

– Um beijo Gusman. Hoje você tá muito eaquecida hein!? - falei apenas para provocá-la.

– Haha! E você hoje está um piadista Guerra. Nunca ri tanto na minha vida - falou revirando os olhos.

– Eu sei, sou muito bom.

– É também muito modesto

– Só para de falar e vem comigo.

Então eu tirei os braços da cintura dela e peguei na sua mão a levando para um canto mais calmo perto da entrada. Eu encostei na parede, a puxei para que ficasse de frente para mim e passei meus braços ao redor da cintura dela novamente. Nós apenas ficamos nos encarando por um tempo antes dela resolver falar.

– Por que fez tudo isso Paulo?

– Isso o que? Eu fiz muitas coisas hoje - perguntei me fazendo de desentendido.

– Então eu vou te ajudar a lembrar. Primeiro você não quis deixar que eu fosse conversar com o Jonas e me levou para " tomar alguma coisa ", - então era esse o nome dele? - depois você veio e me abraçou quando ele tava cantando e me beijou na frente dele. Por que fez isso? Tava com ciumes de mim Guerra? - perguntou cruzando os braços.

– O que? Eu? Com ciumes de você? Só nos seus sonhos Gusman.

– Ah é?! Então tá. Como eu sei que você não vai se importar eu vou voltar para lá.

Ela então segurou nos meus braços e os tirou da sua cintura, se virou e deu um passo antes que eu segurasse no pulso dela.

– Você não vai voltar lá - falei sério.

– E mesmo? Então só olha.

Então ela conseguiu soltar seu braço e deu mais dois passos antes que eu segurasse na cintura dela a trazendo de volta.

– Me solta Guerra.

– Não.

– Me solta sei idiota, estrupício, chato, estúpido - ela me xingava enquanto me dava tapas no braço.

– Não - falei segurando seus braços e a virando de frente para mim - Por que você não para de implicar e só aproveita o momento?

– Porque se eu parasse de implicar não seria eu. E além do mais eu estava curtido o momento lá antes de você chegar.

– É mesmo? Porque para mim pareceu que você gostou muito mais quando eu cheguei - falei chegando meu rosto para mais perto do dela que apenas revirou os olhos e não me impurrou porque eu estava segurando seus braços, mas também não se afastou.

– Você é muito concencido garoto.

– Apenas porque eu posso.

– Além de tudo é irritante! Por que você não procura outra coisa pra fazer e deixa em paz?

– Porque eu adoro te irritar Gusman.

– Ah é?! Por que? Você fosta de apanhar por acaso? - perguntou ficando mais irritada ainda.

– Porque você fica linda irritada - eu sei que ela odeia uma cantada barata, então isso vai irritá-la bastante.

– Aaah, me poupe de cantada de quinta Guerra!

– Mas eu estou falando sério, ainda mais com esse gorro.

E ela estava mesmo, o que me fez imaginar como ela ficaria com o meu gorro. Mas, por enquanto era melhor ela achar que eu só quero irritá-la mesmo. Ela apenas me olhava quando deu um sorriso cinico para mim.

– Fala de uma vez, o que você quer?

– Ja falei, eu quero apenas que você aproveite o momento.

– Que momento garoto, tá maluco?

– O momento que estamos tendo aqui, só eu e você.

– Claro, com os meus braços presos eu vou aproveitar muita coisa mesmo - e fez o clássico revirar de olhos.

– Então eu vou te soltar, você não vai me bater de novo, vai?

– Depende do quanto você vai demorar para me soltar.

Mesmo desconfiado eu comecei a soltá-la devagar. Quando ela já estava quase toda solta alguém esbarrou nela de próposito. Quando eu olhei para ver quem era me deparei com a menina que eu havia ficado antes, a Sara, acompanhada de um garoto da nossa idade. A Alícia se virou para ver quem era e eu a segurei novamente porque ela já estava irritada antes, mas quando ela viu quem era a expressão dela passou para ódio. A Sara então olhou para ela com falso arrependimento.

– Desculpa querida, eu estava andando e nem te vi...

– Pega o seu querida e enfia no rabo que você vai gostar mais vaca - ela falou com a voz ameaçadoramente controlada.

– Nossa Alícia, só quis ser educada, mas pelo jeito com você é só na ignorancia...

– Vou te mostrar o que é ignorancia quando eu tirar essas suas unhas mais falsas que nota de 70 reais e esses seus cílios ridiculos e te fazer engolir um por um! - falou quase pulando em cima dela.

Eu segurei ela enquanto o garoto que só assistia levou a Sara embora.

– Vadia - ela falou enquanto puxava o braço tentando se soltar - Me solta.

– Você tá mais calma? - perguntei a virando de frente para mim, mas sem soltar os seus braços com medo que ela fosse atrás da Sara.

– Que mais calma que nada idiota. Se eu pudesse socava a cara daquela biscate de quinta aqui mesmo. Dá pra me soltar logo?

– Não. Primeiro se acalma um pouco.

– Tá com medo que eu vá atrás dela? Fica tranquilo que não vai ser hoje não. Agora me solta por favor?

– Ok, mas se você for atrás dela eu vou atrás de você ok? Sem confusão hoje Gusman.

– Tá, só me solta logo.

Então eu a soltei e ela ( ainda bem ) não saiu correndo atrás da Sara. Ela parecia estar tentando se acalmar, mas a minha curiosidade acabou vencendo meu bom senso.

– Então, o que aconteceu entre vocês duas? Você pareciam já ae conhecer - falei lembrando da cara de ódio da Alícia quando viu que era ela.

– Longa história e isso não está me ajudando na missão de ficar mais calma Paulo. Que tal mudar de assunto?

– Tá, deixa eu pensar... Já sei. Quando eu era criança eu já quebrei o braço uma vez - falei a primeira coisa engraçada que me veio na cabeça.

– E o que isso tem demais? Eu também já quebrei o braço uma vez e não achei nada de especial.

– Tá, mais o esquesito mesmo foi como eu quebrei. Eu tinha uns 4 anos e a Marcelina tinha 3. Nós estavamos no interior visitando uns parentes nossos, mas estava muito chato então nós fomos brincar no quintal. Enquanto estavamos brincando a Marcelina viu um pé de goiaba e pirou falando que queria porque queria goiaba. - fui falando e ela apenas prestava atenção - Eu, como o irmão legal que sou falei que iria pegar para ela. Então lá fui eu, peguei um banquinho que tinha na varanda, coloquei embaixo da árvore e comecei a subir. Estava indo tudo bem até que eu olhei no quintal da casa vizinha, onde a vizinha estava na piscina na maior pegação com um cara. Tudo bem que agora eu sei o que eles estava fazendo, mas na época eu era uma criança, ela ficava soltando uns gemidos e eu achei que ele estava machucando ela...

– Peraí, você viu eles transando e achou que ele estava machucando ela? - ela perguntou tentando segurar a risada.

– É, mas na época eu não sabia nada sobre sexo, para mim as crianças vinham pela cegonha. Mas continuando, eu achei que ele estivesse machucando ela e a primeira coisa que me veio na cabeça foi chamar os meus pais. Só que na pressa de chamar os meus pais eu esqueci que estava em cima da árvore, então eu acabei virando muito rápido e cai de lá de cima.

–Ah meu Deus, não acredito nisso - falou rindo e eu a puxei para mais perto.

– É sério. Depois disso foi a maior correria. A Marcelina começou a chorar porque eu comecei a gritar, meus pais apareceram desesperados e quando me viram no chão já me levaram para o hospital. Depois que eu tinha colocado o gesso eles me deram a maior bronca. Claro que quando eu contei o que eu tinha visto eles não acreditaram. Falaram que a vizinha nem estava em casa, que ela era casada e o marido não estava em casa e que não tinha ninguém no quintal porque minha tia havia olhado para saber se alguém poderia ajudar.

– Então além de tudo ela estava traindo o marido?

– Eu imagino que sim, e quando eles me ouviram gritar devem ter entrado na casa para que ninguém os visse juntos.

– Quer dizer que tudo isso foi por causa de uma goiaba?

– Pois é, a vida tem dessas as vezes. E ai, ta mais calma?

– Estou, mas não me pergunte mais porque eu odeio quando me pedem para ficar mais calma.

– Pode deixar.

– Obrigada por isso.

– Olha só, vocé me falando obrigada de novo. Acho que estamos batendo um recorde aqui.

– Não enche Guerra, e nem se acostume não. Só falei porque você me ajudou a não ir lá e bater nela, eu tinha que te agradeder.

– Ora, não fosse por isso, você podia agradecer de outro jeito - falei malicioso.

– É mesmo, obrigada Paulo por ter me ajudado - ela falou e chegou mais perto de mim.

Eu achei que ela iria me beijar, mas ela apenas me deu um beijo na bochecha e se afastou. Eu devo ter feito uma cara de decepção porque ela começou a rir de mim.

– Haha! Essa foi muito boa, mas agora para de besteira e vamos aproveitar.

Então eu a beijei e pela primeira vez ela não hesitou antes de corresponder. Ela passou os braços pelo meu pescoço me puxando para mais perto e eu pela sua cintura. Ficamos assim por algum tempo antes de nos separar.

– Sabe, nós deviamos tirar uma foto - falei pensando.

– Agora? Por que?

– Para registrar esse momento que eu te contei essa história.

– Mas não precisava ter me contado.

– Eu estava te devendo. Você me contou a história da sua avó e eu te contei a minha que só quem estava lá sabia. Agora estamos quits.

– Você quem sabe.

– Sim, agora faz uma pose - falei pegando meu celular.

Ela então se virou ficando de costas e se encostou em mim. Eu coloquei a minha mão livre na cintura dela e a outra segurei o celular. Tiramos várias fotos: sorindo, com careta, fazendo bico, com cara de espanto, mostrando a língua e outra ela me deu um beijo na bochecha e eu fiz uma cara de surpreso. Quando terminamos ela se desencostou de mim o olhou as fotos junto comigo.

– Ficou bem legal, depois você me passa.

– Pode deixar - falei e guardei meu celular.

– Que horas são agora?

– Sério? - eu tinha acabado de guardar.

– Só lembrei agora - falou dando de ombros

– Perai - falei e peguei meu celular do bolso - Já são 22:24.

– Então acho melhor esperarmos os outros lá fora.

– Então vamos.

Eu peguei na mão dela e como já estavamos perto da entrada só demos alguns passos e paramos na frente da porta. Ao lado havia um quadro de avisos e ela me puxou para lá. No quadro haviam convites para várias festas com temas direfentes. Até quadrilha fora de época tinha.

– Qual você gostaria de vir? - ela perguntou sem olhar para mim.

– Não sei. Acho que na Havaiana ou a Maluca, embora eu não saiba como é.

– a Maluca é quando todo mundo vem veatido de qualquer jeito, o mais sem noção possivel, e ai eles tocam umas músicas que ninguém imaginaria tocar. É bem legal, eu ja vim em duas. Um dia te mostro aa fotos.

– Tá, e você tem vontade de vir em qual? Ou você já veio em todas?

– Tenho vontade de vir na dos anos 50/60 e a de fantasias porque são as únicas que eu nã vim ainda.

– Você pode vir sempre que quiser, afinal sua família é daqui.

– Eu sei, mas as que eu vim não era por causa da minha família.

– E era por causa de que?

– Bom - ela chegou mais perto até que ficasse com a boca a centímetros do meu ouvido - Geralmente existe alguém que me interessa.

– Você vinha por causa dos garotos? - perguntei me afastando para poder olhá-la.

– Nem sempre, as vezes era alguma amiga que eu não via fazia tempo e queria conversar. Mas, geralmente tinha algum garoto legal.

– Então que bom que eu vim hoje certo?

Só de pensar que ela podia ter ficado com aquele garoto já me aparece a raiva de um jeito que eu não sei explicar.

– É, que bom que você me salvou - falou sarcastica.

– Hey vocês dois - alguém falou se apróximando - Atrapalho?

Quando me virei o Pedro estava parado atrás da gente.

– Sinceramente? Atrap...

– Não atrapalha nada - a Alícia falou me cortando.

– Que bom. O Alan ligou e pediu para ficarmos todos aqui na porta que ele já vai chegar.

– Então é melhor irmos procurar eles.

– É melhor sim. Eu procuro aqui e você na outra parte.

– Pode deixar. Vem Paulo.

Ele ficou me encarando enquanto eu seguia ela e eu não pude evitar virar para trás e dar um sorrisinho de vitória para ele antes de passar pela porta. O resto da noite passou rápido. Ela procurou o resto da turma e eu não sai do lado dela. Na van ela se sentou do meu lado e encostou a cabeça no meu ombro. Quando chegamos no acampamento ela me deu um selinho rápido e correu antes que eu a beijasse de verdade.

Como estavamos todos cansados apenas tomamos uma ducha rápida e fomos dormir.


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Notas finais do capítulo

Tá ai pessoa, espero que você tenham gostado porque eu amei escrevê-lo. Vou postar o próximo na quinta.

Beijos, Anna.



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