As Irmãs Darling – Across Dimensions escrita por Lady Twice, Giulia Valdez, Sofia Di Angelo


Capítulo 5
Capítulo Quatro - Vortex & Cia: Levando Você para Lugares Estranhos Contra sua Vontade de Graça Desde 2015!


Notas iniciais do capítulo

Oieeee! Tudo joinha, gente? Espero que sim :3
Então, aqui é a Luiza, e eu queria pedir desculpas pela demora - mas não vou porque, como minhas leitoras de outras fics sabem, eu estou tentando parar com isso um pouquinho porque tá que tá. O capítulo levou um tempo pra ser escrito (DUAS MIL QUINHENTAS E SETE PALAVRAS DAMMIT), mas acho que o resultado final valeu a pena. Espero que gostem!



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[Eu: Nossa, achei que nunca veria o microfone de novo. Giulia: Dá pra só contar a história? Chegamos na parte interessante. Eu: Tá, tá... Onde foi que paramos?]

Não sei se a Sofia mencionou que, depois de sermos sugadas para cima, começamos a cair. E cair e cair, até que, finalmente, acertamos o chão. E, com a sorte que tenho, as duas caíram bem em cima de mim.

Limpando meu rosto da torta do papai, olhei à minha volta. Havíamos caído em frente às portas de um grande castelo no estilo gótico, na grama fofa própria do início de verão. Olhando o lugar, após mandar as minhas irmãs para longe, pude constatar que estávamos em-

—Hogwarts!- Giulia gritou ao meu lado, completando meus pensamentos –Estamos em Hogwarts!

—Ai, meu Deus- eu disse, mirando minha irmã –Estamos em Hogwarts. Como podemos estar em Hogwarts? Era para Hogwarts existir?

—Onde estão nossos pais? Por que estamos com essas roupas?- Sofia disse, e só então reparei que vestíamos os uniformes da escola. O dela era composto pelas cores da Ravenclaw, o azul e prata na gravata e nas meias, enquanto eu e Giulia tínhamos o dourado e preto da Hufflepuff. O quê raios estava acontecendo?

—Certo, vamos não pirar aqui- Giulia disse, provavelmente reparando nas expressões de desespero no meu rosto e no de Sofi –Estamos em Hogwarts. Isso é legal, não é?

—Seria demais, se soubéssemos porque estamos aqui ou como viemos parar aqui- eu concordei discordando. [Sofia: Lu, isso não existe. Ou tu concorda, ou tu discorda. Eu: Tá bom, Rainha de Todo O Sentido. Que tal discutirmos O Couve? Sofia: O Couve é meu e eu chamo como quiser. Conta a história logo.]

—Eu não entendo- Sofia falou –O quê que tá havendo?

—Eu não sei, ok?- Giulia respondeu –Mas vamos descobrir. Talvez se conseguíssemos achar alguém de confiança...

—O problema não é alguém em que possamos confiar, Giu- Sofia replicou –Quem é que vai acreditar na gente?

—Dumbledore- solto, imediatamente –Dumbledore vai acreditar em nós.

—Ouvi alguém dizendo Dumbledore?- alguém atrás de nós falou, e nos viramos de imediato. Uma garota grande e robusta, em vestes com detalhes prateados e dourados nos encarava. Eu fiquei com vontade de devolver seu olhar desafiador, mas Giu me cutucou. Segui seu olhar e achei um distintivo em seu peito. Brigada Inquisitorial.

Ah, não. Havíamos caído em outra dimensão, sem saber porquê ou como, sem ter maneira de voltar ou de nos comunicar com nossos pais; o que já era ruim e bastante. Mas, bom, tudo sempre tem uma maneira de ficar pior.

Hogwarts não era Hogwarts. Não tinha Dumbledore, estava prestes a perder Hagrid e McGonagall. Hogwarts estava sobre o controle de Umbridge.

—Sim, ué. Ele não é o diretor aqui?- Sofia perguntou, confusa, para nosso azar. Eu fiquei com vontade de estrangulá-la, particularmente. Por que ela não lera Harry Potter quando insistimos?

A menina riu.

—Ah, coitada. Vamos, para a sala da diretora. Ela vai adorar dar um castigo para três meninas idiotas sussurrando sobre Dumbledore- e começou a nos empurrar para a diretoria.

Ah, droga. Como aquilo podia piorar?

—Ei! Solte essas lufanas agora, senhorita!- ouvimos uma voz no corredor, e consegui me virar para ver a Professora Sprout, diretora da Hufflepuff, correndo em nossa direção. A garota se virou para ela, e eu me lembrei que estávamos com vestes lufanas –Eu já falei para vocês, da Brigada, que nenhum aluno meu vai com vocês sem passar por mim.

—Professora, eu peguei elas no gramado cochichando sobre Dumbledore- a menina se justificou.

—O que não é crime nenhum! Solte-as imediatamente!- Sprout gritou –E são as Darling! Senhorita, toque nessas três novamente e eu vou garantir um T bem grande em Herbologia.

Calma, ela nos conhecia? Nós éramos alguma espécie de queridinhas da professora [Sofia: É claro que éramos as queridinhas, somos as Darling. Eu: Sofia, cara, não.]? Mas, Deus, nós nunca havíamos estado ali.

—Mas, profes-

—Sem mas! Agora ande, saia daqui!

E ela foi. A professora Sprout nos deu um sorriso de cumplicidade, e, após certificar que estávamos ok, saiu andando alegremente pelo corredor. Me virei para minhas irmãs.

—Sofia, amor, tente falar o mínimo possível enquanto estivermos em público- alertei-a, brincando, e ela fechou a cara.

—Não é culpa minha se não li Harry Potter- Sofia se justificou.

—É, é sim. Mas a gente releva- Giulia devolveu –Você sabe o que está havendo, né? Umbridge.

Estremeci só de ouvir o nome.

—O quê faremos?- perguntei –Não temos com quem falar, temos?

—Depende de quando estamos- Giulia constatou.

—Quando estamos soa estranho- Sofia colocou, mas a ignoramos.

—Olha, a escola está quase deserta, e o Salão Principal parecia cheio, mas sem cheiro de comida, quando passamos- eu considerei –Analisando isso, eu diria que estamos em época de N.O.M.’s.

—Vamos precisar de sorte. Se o exame de Astronomia tiver sido ontem...- ela não continuou a frase, mas eu sabia o quê queria dizer. Se o exame já tivesse ocorrido, Minerva McGonagall já estaria estuporada no hospital, e nós não teríamos a quem recorrer.

Sofia parecia impaciente. Um sinal alto soou, parecendo com um sino, e alunos irromperam pelos corredores. Ela pegou as vestes de uma garota ruiva, que virou a cabeça para nós e sorriu.

—Sofia! Eu podia jurar que havia te visto lá dentro agorinha!- ela disse, animada, e eu analisei seu rosto. Sardas, cabelos ruivos, vestes de segunda mão. Aquela era Gina Weasley.

—Ah, sabe como é, eu sou bem rapidinha- Sofia sorriu de volta, e eu me surpreendi com sua capacidade de improviso –As minhas irmãs perderam o horário dos N.O.M.’s delas e estávamos pensando se você saberia se os exames de Astronomia já passaram...

—Bom, acho que vi o Harry estudando uma carta estelar hoje pela manhã- a ruiva respondeu -Parece que vão sair do exame teórico a qualquer min-

—Ótimo. Muito, muito, obrigada- Sof sorriu, interrompendo a garota -Te vejo mais tarde?

—Claro- ela respondeu, e saiu andando. 

—Bom improviso- eu elogiei. 

—Eu sei, né- ela respondeu, convencida. [Giulia: Você sabia que ela ia ficar chata. Eu: Eu sei, mancada minha. Sofia: Chatas.]

—Vamos andando. Temos de encontrar a Professora McGonagall- Giulia diz, revirando os olhos para Sofia, e nós três saímos andando. 

Depois de algumas voltas pelo castelo [Giulia: Na moral, eu imaginei Hogwarts menor.], conseguimos finalmente encontrar a sala da diretora da Grifinória. Eu dei um passo à frente e bati três vezes rápido na porta, de onde um "está aberta" abafado saiu. Olhei para minhas irmãs, que deram de ombros, antes de abrí-la. 

A professora Minerva estava lá dentro, sentada em sua mesa, lendo um papel. Ela abaixou seus óculos quando viu nós três, fazendo uma careta. 

—Darling?- ela perguntou, como se estivesse confusa. -Em que posso lhes ajudar?

Limpei a garganta. 

—Professora McGonagall, nós temos um problema- eu disse, tentando soar o mais séria possível. O que, considerando nossa situação, não foi nem um pouco difícil. 

—Terá de ser mais específica, senhorita- a mulher me devolveu, apoiando os cotovelos na mesa. -Tem certeza que não é nada que a Professora Pomona Sprout possa resolver? Ela é a responsável por sua Casa, afinal. Menos a de sua irmã mais nova, é claro, mas não importa. 

Sofia murmurou um irônico 'muito obrigada' que eu estava mais do que disposta a ignorar. 

—Temos certeza- foi Giulia quem respondeu. 

—Digam, então. Eu não tenho o dia todo. 

—É que- eu disse, meio nervosa -nós não somos daqui. 

Ela rolou os olhos. 

—É claro que não. São russa, italiana e grega, como amam recordar a todos. Moram aqui desde crianças, mas não são britânicas. 

—Não é isso- Sofia devolveu rapidamente, a língua afiada. -Queremos dizer que não somos dessa dimensão. 

Ela soltou algo que deveria ser uma risada. 

—Vocês são muito engraçadinhas. Eu tenho mais a fazer, sabe? Isso vai lhes render uma semana de detenção. 

—É sério, Professora- Giulia insistiu. -Nós simplesmente caímos aqui. Em nossa dimensão, Hogwarts nem existe. 

Ela fez cara de descrença. 

—Deem licença da minha sala. Terão notícias de sua punição mais tarde- disse, firme, e olhando para seus documentos com uma expressão superior que me talhou a sangue. Podia sentir o olhar de Giulia, dizendo pra eu não ferrar tudo. Mas, bom, já estávamos ferradas mesmo. 

—Você é uma personagem de livro de onde viemos, sabe?- eu atirei. -Só a invenção de alguém mais. Já acabamos de ler a série, inclusive, e nem uma principal você é. 

Aquilo pareceu enervá-pa, mas ela só levantou os olhos para mim, como que me desafiando a provar aquilo. 

—Quer que eu prove?- perguntei, então, com ar de sabe-tudo. 

—Ou prova isso, senhorita, ou fica detenta até o final das aulas por sua petulância- ela ameaçou, mas eu sorria presunçosamente. 

—Você deu um Vira-Tempo para Hermione Granger no Segundo Ano. Ela usou ele para salvar Sirius Black. Vocês estão escondendo ele no Largo Grimmauld- eu disse, tudo de uma vez, o que fez ela arregalar os olhos. -Quer mais? Estão tentando ensinar Oclumência à Harry Potter. E, aliás, saiba que Snape parou com as aulas. 

Ela se colocou de pé, murmurando, e pegou uma pequena mochila na estante. Entregou-me ela e disse:

—Ah, Dumbledore, veja só o que você me arrumou- murmurando, e então olhou para cada uma de nós -Eu não sei exatamente como ajudar vocês, nem tenho tempo, com a urubu da Umbrigde por aqui, mas Dumbledore sabia que viriam. O quê está aqui dentro deveria ajudar...

—Mas, Professora, nós não sabemos o que fazer- Giulia disse, olhando fixamente para Minerva. 

—Procurem Harry Potter e seus amigos, contem para ele, Hermione Granger e o Weasley sua história. Convençam eles a te ajudar, e devem conseguir- ela disse, simplesmente, abrindo a porta com um gesto. -Agora vão. Espero que consigam o que precisam, Darling. 

E, após empurrar nós três para fora, bateu a porta às nossas costas. Eu pendurei a mochila em um dos meus ombros e, com urgência, nos três começamos a andar. 

—Não acha que devíamos abrir a mochila?- Sofia perguntou. 

—Não- eu respondi imediatamente. -Vamos para algum lugar mais privado. 

—Ela tá certa- Giulia concordou -Vai saber o que tem aí dentro. 

—Que seja- Sofia devolveu, e nós continuamos andando. 

Saímos do Palácio junto à vários outros quintanistas. Era o horário de descanso de quem estava prestando N.O.M.'s ou N.I.E.M.'s, então o gramado se encheu com adolescentes com livros nas mãos e mochilas nas costas, conversando freneticamente sobre os mais diversos assuntos. Achamos uma árvore frondosa [Sofia: Só você pra falar frondosa. Eu: Shut up, asshole.] e cheia de raízes, e sentamo-nos em sua sombra. Ela me era familiar, mas eu não me lembrava de onde, e estava ocupada demais pensando no quê raios estaria ali dentro, então afastei o pensamento. Acomodamo-nos em um triângulo, a mochila no meio, e eu a abri. 

Enfiando minha mão, tirei um cilindro de lá de dentro. Era um cilindro de metal, com uma tampa também de metal [Giulia: Duh.], que eu abri. Dentro dele, havia um papel meio amarelado e que parecia velho, retangular. Haviam vários círculos, algo como trinta, desenhados, mas a maior parte deles estava em branco. O primeiro, no topo da página, continha os dizeres: 

     "Hogwarts (tempo de Umbrigde):

       Profecia - Ministério da Magia"

Eu levantei minhas sobrancelhas e passei para as duas, que leram aquilo e ficaram com uma cara tão ponto-de-interrogação quanto eu mesma. Quando Giulia segurou aquilo em frente ao seu rosto, de costas para mim, analisei o cilindro. Era prateado, sem nada demais, só um nome gravado no metal. Passei a mão por cima dele, reparando que aquele era meu nome, e estranhei. Por que raios um cilindro de metal tinha meu nome gravado? [Sofia: Porque algum psicopata interdimensional esteve te vigiando todos esses anos, é claro. Giulia: Por que você não é criativa assim pra inventar desculpas para nossos pais?]

Enfiando a mão mais uma vez na bolsa de pano, peguei um pequeno pote com um pó dourado dentro. Sacudi-o para cima e para baixo duas vezes, sem entender, e pude ler o nome de Giulia. Ela olhou para mim com as sobrancelhas de pé também, e arrancou o recipiente da minha mão enquanto Sofia me devolvia o pergaminho. Assim que ela pegou o pote me senti mais cansada, como se o contato com o pó mesmo com o vidro de barreira me revigorasse. Dei do ombros comigo mesma, e ouvi Giulia murmurar, como se lesse algo no fundo do potinho:

—Somente para ferimentos abaixo da epiderme. 

Enfiei a mão na mochila uma última vez, achando um chifre de tamanho médio. Olhei para a parte oca dele, concluindo que estava completamente vazio, e passei a examinar sua casca. Tinha o nome de Sofia gravado, de modo que o estendi para ela. Minha irmã, porém, não estava exatamente prestando atenção, ainda presa no pozinho mágico de Giulia [Giulia: Pareço a Tinker Bell, por acaso? EXIJO RESPEITO COM MEU PÓ! Eu: Isso não soou legal. Sofia: Sempre soube que uma de vocês cheirava. Giulia e Eu: SOFIA], então eu me deixei distrair por um momento, pensando que estava começando a ficar com fome e que uma banana desceria bem. No mesmo segundo em que pensei isso, uma fruta pulou do chifre, chamando a atenção das duas outras. Sofia pegou o chifre, então, e nós três falamos juntas:

—Cornucópia. 

Ah, ótimo. Então estávamos presas em Hogwarts sem Dumbledore ou jeito de voltar pra casa, beleza. Nossa única ajuda eram uma cornucópia [Sofia: HAHA LOSERS EU TENHO COMIDA!], um pozinho mágico [Giulia: Para com isso, que merda.] e um pergaminho quase em branco. Podia piorar?

Como que lendo meus pensamentos, uma figura tapou o sol quentinho que batia em minhas costas. Eu pude ver que era uma garota, pelo seu cabelo longo e cheio, e a voz confirmou isso;

—Olha só quem sentou na nossa árvore- ela disse, divertida -As Darling. Poderia jurar que a Giulia ainda estava fazendo o exame, mas parece que não. 

Não havia nada de afetado ou provocador na voz, então eu não respondi assim:

—Me desculpa, mas você tá contra o Sol. Quem é?

Um dos garotos atrás dela riu. 

—Olha só, Harry, elas não nos reconhecem. 

Eu devo ter parecido um ponto de interrogação, assim como minhas irmãs, e eles finalmente saíram da frente da luz. Agora que conseguia ver suas feições, pude ter certeza de que minhas sobrancelhas estavam lá no alto e os olhos arregalados. Eu não sabia o que dizer.

—Que foi?- o outro garoto perguntou. -O gato comeu a língua de vocês?

Eu não o respondi, mas sim prendi meus olhos na menina. 

—Cara- murmurei. -A Emma Watson realmente é igualzinha à você. 

Ela fez uma cara de dúvida divertida, e eu vi que meu queixo deveria ter caído. Mas, também, não era para menos. Depois de tantos anos sonhando com aquilo, Hermione Granger, Harry Potter e Ronald Weasley estavam ali, de pé, logo à minha frente. 

[Eu: Calma, Sofia, para de arrancar o troço da minha mão! Pega aqui, anda logo!]


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