Dean PDV:

Acordei sonolento, pela porta meio aberta da cozinha vi Sam falando com Bobby pelo celular. Comecei a me lembrar da noite passada. Eu sabia que havia um lado ruim no que fiz, um lado muito ruim, mas não me arrependia. Não tinha certeza se tudo aquilo tinha sido real ou apenas um sonho, se fosse só um sonho eu estaria disposto a torna-lo real.

–O que você fez? – Perguntou Cass aparecendo repentinamente como de costume e sendo a resposta que eu precisava. Me levantei, fechei a porta da cozinha para garantir que Sam não escutasse a nossa conversa e respondi:

–O certo

–O certo? Você tem ideia do que fez? Jogou tudo o que fiz por vocês no lixo. Deus! Dean jogou sua vida no lixo!

–Cass quer falar baixo? Olha, entendo que esteja com raiva, mas...

–Com raiva? Raiva não chega nem perto do que estou sentindo. Jogou tudo fora Dean, tudo.

–Aé Cass? Tudo o que? O que tínhamos? Eu, você, Sam, Bobby e nossas armas?

–Tínhamos Deus!

–Deus? A por favor Cass se ele ligasse para isso já havia aparecido, se é que ele está vivo. O que temos somos nós, caçadores, e caçadores inocentes estão morrendo por não estarmos fazendo nada.

–Ah claro, é tudo por causa disso. Por causa ela.

-Ela morreu por mim, por nós. Ela morreu no MEU lugar. 

–E o destino que terá para salva-lá será muito pior do que a morte.

A esse ponto estávamos gritando um com o outro e percebemos que Sam havia aberto a porta e nos observava:

-Que destino pior que a morte? Do que estão falando?

Eu não sabia o que responder, se mentisse Cass poderia desmentir, e dizer a verdade eu também não podia. Mas por sorte o próprio Cass pensou em algo:

-O meu destino se Lúcifer ganhar a batalha, estávamos conversando sobre a busca a Deus.

Sam ficou pensativo e um silêncio se estendeu. Ele parecia um tanto desconfiado

–Vamos comer? Estou morrendo de fome. Abriu uma lanchonete aqui perto, o hambúrguer de lá é bonzão e a Garçonete é uma coisa.

–Novidade, você com fome? Vão vocês prometi a Bobby que iria lá na casa dele pegar um negocio, depois encontro vocês lá, não demoro.

Ele saiu, e eu e Cass fomos em seguida.

Sam PDV:

Dirigindo o Impala eu pensava em algum jeito, eu não sabia bem como chamar o diabo mais da vez que ele apareceu pra mim, ele apareceu sem que eu chamasse assim que me distanciei de Dean, então foi o que fiz. Estacionei o Impala em um hotel que parecia vazio tão cedo, não teria problema pra achar um quarto, fui até a recepcionista peguei uma das minhas identidades falsas e entreguei a ela dizendo:

–Oi, eu gostaria de um quarto em nome de Jason With

–Aqui diz Jason Witnen

–Ah sim, se pronuncia With.

–Ok.

Ela preencheu uma ficha no computador com os dados do documento que entreguei, então pegou um chaveiro com o numero cinco, havia nele duas chaves. Ela tirou uma, segurou e me deu o chaveiro com a outra.

–Eu fico com essa, caso você precise de companhia à noite, meu expediente termina as onze.

Eu sorri sem graça e ia dizendo:

–Bom na verdade...

–Na verdade ele tem sim uma companhia.

Senti a mão no meu ombro e pela voz identifiquei, não quis virar, pois isso me incomodava muito, apenas sorri para a balconista como que confirmando o que tinha sido dito, peguei a chave e entramos no elevador.

–Porque faz isso?

–Ah fala sobre a balconista? Ia atrapalhar nossos planos e ela nem era tão bonita e muito oferecida até...

–Não falo sobre á garota, falo sobre como você aparece para mim.

–Ué, pensei que gostasse da minha versão Jess!- Ele riu e voltou a sua forma normal, a forma do homem que era seu receptáculo, pelo menos provisoriamente.

–Mas então Sam, queria me ver, acredito que não foi por saudades!

–Obviamente não- O elevador parou no andar do quarto, e eu sai do elevador e fui entrando no quarto, seguido por ele.

–Pois é, mas então, só temos um assunto acredito eu, então...

–Então vamos direto ao ponto... Sim!

Ele se mostrou claramente alegre e satisfeito:

–Hora, isso é fantástico Sam, vou-te dizer que achei que seria mais difícil, mas eu sempre soube q...

–Porem á condições.

–Então as diga!

–Eu quero um tempo, até porque tenho que descobrir como contar ao Dean; Quero Dean, Cass e Bobby á salvo e quero que traga Ellen e Jo de volta, eu sei que você pode fazer isso.

–Até posso- Ele coçou a cabeça, riu e disse- Mas é meio impossível trazer á vida quem já está vivo e quanto ao Dean é outro caso impossível nessa situação, eu sinto muito!

–Como assim? Do que está falando?

Dean PDV.

Eu e Cass conversávamos enquanto almoçavamos na mesa de uma lanchonete, não posso dizer que era uma conversa agradável (eu fugia tanto dela que até me dei tempo de usar uma palavra difícil).

–Você não entende Dean, tem que voltar atrás!

–Não Cass! Não posso, não vou voltar atrás não á mais tempo, e estou certo de que fiz a coisa certa- Eu disse e dei uma mordida em meu hambúrguer mais sabia que ele não ia se convencer fácil.

–Nos íamos dar um jeito, Dean se os anjos ou demônios, se o céu ou inferno ganhar essa luta não importa, morreremos do mesmo jeito. Alem do mais você espera o que? Que Jo e Ellen sobrevivam ao apocalipse?

Nisso graças a Deus meu celular tocou atrapalhando a conversa; Era o Bobby:

–Bobby, fala! O que? Mas e o Sam não está com você? Ta bom Bobby, já estou indo.

Desliguei o celular e fui me levantando.

–Bobby quer que voltemos para o apartamento, Sam mentiu não está com ele.

Saímos da lanchonete e voltamos para o hotel, até esquecemos de pagar a conta.

... Chegando lá, entramos no apartamento, vi Bobby em sua cadeira na sala, então perguntei:

–O que foi? Qual é a urgência?

–Vou te dizer qual é a urgência seu Moleque.

–Mãe não!

Não pude ver meus olhos, mas posso apostar que nunca brilharam tanto junto a um sorriso enquanto alguém apertava meu pescoço contra a parede!

–Ellen... Jo!

–Não se finja de surpreso!

–Eu não estou, só feliz em vê-las!

Sorri ao ver o sorriso de Jo, mais logo a cara brava de sua mãe voltou a fazer perguntas:

–Eu só quero saber... Quanto custou? A sua alma?

–Eu não vou responder, pode fazer o que quiser comigo, mais não vou responder!

–Eu só não sei se eu te bato ou...

Ela me abraçou e senti uma lagrima rolar de seus olhos e molhar meu ombro.

–Você é um idiota!

–Eu sei.

Ela me soltou e secou a lagrima, olhei para Jo não sabíamos ao certo como se comprimentar, mais nem houve tempo porque Sam entrou bruscamente e chamou a nossa atenção, disse pra mim:

–Achou que ia me enganar?

–Sam eu não...

–Você não podia ter feito isso Dean!

–Perai, o que de tão errado assim ele fez?- Perguntou Ellen, que assim como Bobby e Jo já estava perdida na história.

–A pior besteira que ele poderia fazer.

–E como você soube disso? Sam, você não... Sam o que você fez?

Agora quem estava com raiva era eu, Sam meio que recuou, e Jo perguntou:

–O que está acontecendo?

–Acontece que o idiota do Sammy cometeu o pior erro de sua vida.

–Tá falando do que? Você fez exatamente a mesma coisa Dean!

–É diferente.

–Diferente por que? Por quê você tem um propósito? Eu também tive Dean!

–Diferente porque eu disse Sim á um anjo e não ao Diabo!

A essa altura eu berrava, e Ellen perguntou olhando para Sam:

–Do que estão falando? Isso não é verdade, é Sam?

–SAM! - Gritou Bobby.

–Sim Bobby, é sim!

Todos não acreditaram, principalmente Cass:

–Não Sam, você não fez isso.

–É o fim ele tem o seu receptáculo. - Disse Bobby.

–Ele me deu um tempo.

–Quanto?

–Um mês.

–O mesmo que Miguel deu á mim.

Cass parecia que ia explodir, eu coloquei á mão no ombro dele e disse:

–Calma Cass, nós vamos dar um jeito.

Ele tirou minha mão de seu ombro bruscamente, estava irritado, eu nunca vi Cass daquele jeito antes:

–Não... Não tem jeito Dean! Eu fiz tudo por vocês e os dois idiotas selaram o fim do mundo, não veem? Foi tudo em vão, vamos morrer de qualquer jeito.

Tudo ficou em silencio, até que Jo disse:

–Não necessariamente!

–Jo fique quieta ai vai!

–Não mãe, tudo isso é culpa minha, vocês tem que me ouvir.

–Jo!

–Dean você sabe que falo a verdade. E já que a culpa é minha eu tenho direito de dizer algo. Temos esse mês e depois fugimos, nos escondemos!

–Fugir para sempre? Viver fugindo?

–Pelo menos até pensarmos em algo Sam!

–Ela tem razão,- Eu disse- temos que tentar, nunca entregamos o jogo, não vai ser agora que vamos entregar!

–É, e alem do mais agora juntos...

–Joanna Beth Harvelle NÃO! Juntos não, eu já te perdi uma vez, não vou te perder de novo!

–Mãe fomos um dos motivos pelos quais eles fizeram isso. Fazemos parte disso agora!

–Ela tem razão Ellen.- Disse Bobby- Se vamos fazer isso tem que ser juntos!

–É vocês tem razão, vamos fazer isso juntos!- Ela abraçou Jo que sorriu para nós.