O garoto do capacete vermelho escrita por Puella
Notas iniciais do capítulo
Agora James dá as caras, espero que gostem!
Boa leitura!
Londres
Um dia nublado na capital britânica. Passos descontraídos cortavam a calçada de concreto, e lá vinha ele. Certamente, para James Simon Wallis Hunt, ser Piloto da Divisão não consistia em ser um herói para a humanidade, combater anômalos ou algo do tipo. Para James era adrenalina pura, era estar perto da morte. Ou talvez algo a nível de um astro de rock.
Quando se damos conta que somos mortais, mas vivos nos sentimos. Porque para morrer basta estar vivo, isso segundo um velho ditado. E James apreciava viver como se fosse morrer em breve, aproveitava ao máximo de um jeito muito louco, diferente do convencional. Bebida, mulheres e sexo, um perfeito playboy.
Seus pais queriam que fosse médico, porém... as coisas não trilharam por esse lado, e agora o garoto inglês estava de malas prontas para tentar ser um Piloto.
Tirando seus “vícios”, James tinha quase todos os requisitos perfeitos para se tornar um. Era alto e atraente com seus cabelos loiros longos e olhos azuis, acrescente aí também punhos fortes, é uma áurea de cavaleiro templário. Mas como eu mencionei a você, quase. James tinha um, ou vários problemas, mas citaremos um que engloba os demais: dar trabalho.
Seguindo as informações de seu panfleto, o inglês chegou ao local de partida. Havia outros jovens de idade próxima a dele. Dando um sorriso de otimismo James segurou sua mala com mais firmeza e se aproximou do grande grupo.
— Vai demorar muito para partir? – ele se aproximou de um fiscal da Divisão que estava próximo à entrada de um dos ônibus que pertencia a mesma entidade.
— Temos que espera a leva de jovens que vai vir do continente – o guarda olhou para o relógio – acredito que logo estarão aqui.
James agradeceu e andou um pouco longe e bufou impaciente, além dele, já haviam outros rapazes aguardando, até que no meio deles ele reconheceu alguém.
— Hey James! Falou com o cara? – disse Jody Scheckter, um sul-africano de origem judia que James conhecera alguns dias antes. Era grande e corpulento e seu rosto lembrava um urso ao estilo “Teddy bear”.
— Temos que esperar o resto chegar – disse o loiro.
— Mas faz horas que estamos aqui!
— Faz parte, não temos muita escolha, temos?
— Por falar em esperar – disse Jody – olhem só quem chegou.
Um ônibus fretado chegou por ali chamando a atenção dos rapazes, ele estacionou e dentro saíram outros jovens. James cutucou o ombro de Jody.
— Bem, acho que agora não esperaremos tanto.
— Eu esperava ver mais gente – comentou o sul-africano.
— Sabe como é, não é todo mundo que está disposto a morrer.
— James!
O loiro virou para trás, era John Watson, um irlandês.
— Estava te procurando!
— Já achou! – o inglês respondeu com um sorriso divertido.
— Esses eram os que estavam faltando? – Watson perguntou.
— Pelo visto, sim.
Enquanto os jovens desciam do ônibus, os três observavam, alternados pelas piadas de Hunt que arrancavam alguns risos.
— Aquele ali tem cara de vai se borrar todo quando fizer os primeiros testes – James se referia a um rapaz de cabelos lambidos e uma carinha de bebê – e aquele ali, que cara de fuinha – os três riram.
— Devem ser alemães...
— James... aquilo ali é uma garota? – Jody o cutucou, e então o inglês encarou a uma jovem que saíra do ônibus ao lado de um rapaz que conversava com ela.
— É – o inglês também a fitou surpreso – é uma garota mesmo. Hum... meus amigos, isso vai ficar muito, muito interessante.
— Por que uma garota estaria aqui? – Jody se questionou – Achei que não era permitido.
— Vai ver não é – James tinha um riso sem vergonha na face – se quiser eu pergunto à ela. O que acha?
— Acho que você vai ter que pegar uma senha James, já viu o cara que está do lado dela.
Da garota James fitou o tal rapaz que lhe acompanhava, todo engomado e alinhado de maneira bem comportada. E tinha ainda o rosto dele que lembrava um...
— Tá falando do sujeito com cara de rato – o inglês apontou para o rapaz ao longe.
— James! – John não pode conter um risinho.
— Certamente ela deve ter ficado com pena dele, pobrezinho – o inglês alfinetou se divertindo.
— Você é muito cruel, Hunt – Jody mal continha o riso.
Um pouco distante deles, o dois austríacos que eram então observados conversavam.
— Acho que agora a gente vai entrar naqueles ônibus, e finalmente Cidade dos Construtores! – Lilly exclamou ansiosa.
— Fala como se estivéssemos numa viajem de turismo – Niki comentou com desaprovação – isso não é lazer. É um trabalho sério.
— Ai, já te disseram que você às vezes parece um velho?
— Até agora? Só você.
— Você não devia ser tão sério, porque não relaxa um pouco?
— Relaxar? Você realmente tem noção do lugar onde vai se meter? Não há como relaxar? A não ser que você seja uma cabeça de vento como todos esses bandos de assholes.
A garota suspirou. Estava começando se irritar com o jeito antipático de Niki.
— Assholes? – ela riu – Você parece aquele tipinho de pessoa que se acha o perfeito. Sério, Niki, achei que você era legal, mas pelo visto, me enganei... – ela parecia chateada.
Niki, por mais que tivesse nervos de aço não sabia lhe dar muito com garotas magoadas – não foi à toa que só tinha deixado uma carta para Mariella, porque se fosse para falar pessoalmente, com certeza não conseguiria
— Desculpe, não estava falando de você – ele disse meio cabisbaixo.
— Tudo bem – ela desanuviou a expressão chateada – Agora, onde será que a gente fica? – ela olhava para os lados a fim de procurar alguma placa ou pessoa indicando.
— Pode ficar comigo, lindinha!
Niki e Lilly viram um rapaz alto e loiro se aproximar deles.
— E quem seria você? – Niki questionou.
— Estava falando com a lindinha aqui...- James ignorou o austríaco que o fuzilou com os olhos.
Ele deu uma piscadela para Lilly.
— Hunt. James Hunt, às suas ordens princesa.
Liesel ficou levemente desconcertada com o inglês, mas não de uma maneira positiva, pelo contrário, não gostou muito dele. Lilly arregalou os olhos quando James puxou sua mão para dar um beijo
— E o seu nome docinho?
Lilly afastou a mão de forma seca.
— Liesel Dungl.
— É alemã, eu presumo.
— Austríaca – “seu inglês idiota” ela pensou – Somos de Viena.
— Ah, austríaca, não sabia que os alpes escondiam tanta beleza – e então fitou Niki – pelo menos entre as garotas.
Lauda virou para Lilly.
— Viu só, era desse tipo de asshole que eu estava me referindo naquela hora – o austríaco falou de forma seca.
— Asshole? – James riu - Posso saber o nome do novo mascote da Divisão?
Niki ignorou a brincadeira de mal gosto.
— Lauda, Niki Lauda.
— É um prazer conhece-lo ratinho.
James estendeu a mão para cumprimentar o outro, que apesar da cara zangada retribuiu.
— Não posso dizer o mesmo de você – Niki disse enquanto apertava com firmeza os dedos de James.
James se surpreendeu um pouco com a força que aquele franzino tinha na mão, mas soube disfarça.
— Pelo menos tem ótimos modos para um rato.
Jody e John apareceram logo em seguida e James apresentou os dois austríacos.
— Rapazes, eu vos apresento a princesa e o novo mascote da Divisão!
Niki apenas revirou os olhos.
A piada não foi tão engraçada assim, Jody e Watson ficaram meio desconcertados com a cara de limão azedo de Niki. Lilly parecia desconfortável mais parecia disfarça mais. Ela deu pigarro.
— Liesel Dungl – e depois ela apontou para o colega de acento – este é...
— Niki – o austríaco respondeu seco.
— Prazer – Jonh era o mais simpático – sou Jonh Watson e este o Jody.
— Jody Scheckter. Prazer. Pelo visto já conheceram o James.
— Ah, sim – Lilly respondeu educamente – a sim, ele foi muito...
— Idiota – Niki a interrompeu.
A jovem encarou os rapazes meio sem graça. Jody riu do comentário.
— Gostei dele – disse o sul-africano para John.
Mais tarde ainda naquele dia, todos embarcaram rumo à Cidade dos Construtores.
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ostaram, curtiram. O que estão achando desse comecinho ^^
Comentem!
Vejo vocês no próximo!!!
Bjs!