O garoto do capacete vermelho escrita por Puella


Capítulo 11
Niki, o que foi isso? - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos!
Voltei.... e digamos que eu tive um bloqueio horrível... nessa e em outras fics minhas... em parte pelas minhas obrigações da vida adulta e em parte por falta de motivação.... tive que quebrar o capítulo em duas partes (ele seria maior). Se eu não fizesse isso, provavelmente teria largado tudo... mas. enfim, aqui estou...

Espero que gostem, pois eu não estou lá muito confiante porque na verdade, queria ter feito algo melhor do que o que eu escrevi aqui...



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Ala oeste da muralha, Cidade dos Construtores

Dois guardas se encontravam de maneira espreguiçada ouvindo pelo rádio a última analise da luta de Mohamed Ali. Era mais uma noite calma silenciosa e entediante... isso até um clarão esquisito surgir no meio da muralha acompanhado de barulhos de algo explodindo e se rachando.

— Que porra é aquela?

— Seja lá o que for, aperta o código 5.

O guarda virou para outro.

— Cinco?
             - É cara, 5. Por que algo me diz que essa merda é de lascar!

A sirene disparou por todo o perímetro da cidade. Em pouco tempo, as pessoas começaram a evacuar. Não era comum aparecem anômalos nas Cidade dos Construtores, visto que ela tinha radares para prevenir uma possível aparição, mas dessa vez, os radares não ajudaram muito. Tal como as pessoas da casa de dança, os recrutas que estavam ali tinham as mais variadas reações. Desde sentimentos de susto, confusão e medo. Para ser mais exato, daqueles 15  jovens, a maior parte nunca ficou frente a frente com uma criatura anômala – provavelmente porque em incidentes assim, eles estavam sempre a salvo nos esconderijos anti-anômalo. O que sabemos é que o jovem Lauda era um dos poucos que havia chegado o mais perto possível de um, quando criança.

— O que foi isso? - foi a pergunta de Lilly.
             - É um código 5! - Niki berrou – Acho que algum anômalo entrou na fortaleza!
             - Ah, que merda! E essas porras tinham que aparecer justo agora? - James tinha as duas mãos nos ouvidos – o que a gente faz?
           - Temos que retornar a base – Françóis fitou o inglês e o dois austríacos – algo me diz que a ocorrência é próxima daqui. O barulho das sirenes é bem alto.

“Não me diga” Niki pensou. Mas fazia sentido, já que a casa de dança ficava na parte oeste do complexo da cidade, próxima a muralha onde a estranha aparição estava. Quando eles saíram da casa de dança, Podiam ver carros e pessoas correndo. Dava para ver parte da muralha ali, em uma distância ainda grande além daquela grande fumaça cinzenta.

— Não podemos fazer muita coisa, além de fugir – disse Lilly – já que não temos equipamento algum. E como iremos voltar para a base?

— E não é só isso – um dos rapazes, Watson comentou – nem somos pilotos ainda, somos meros recrutas, o que poderíamos fazer numa situação dessa?

—  É verdade – disse Jody.
             - O gente, não é melhor a gente se mandar logo – Arturo chamou a atenção dos demais.
             - Tem razão, é melhor irmos indo.

O grupo saiu a passos rapidos dali, correram um quarterão até que Lilly começou a sentir a falta de alguém por ali.

— Alguém viu o Niki?
             - Ué? Ele não estava atrás de você? - Jody virou para ela, e os outros pararam de correr.
             - O que houve? - James que estava mais adiantado recuou.
             - O Lauda sumiu.
             - Sumiu? Como assim?
             - Ele estava atrás de mim... e agora, ele sumiu!

No meio daquela confusão, Niki havia se afastado dos jovens. O rapaz se afastou indo em direção oposta. Seguindo a fumaça cinzenta ao longe, ele corria pelos becos entre os prédios de concreto. Ao mesmo tempo em que corria, algumas recordações começaram a passar pela cabeça.

Alpes região próxima a Graz, 1959.

O pequeno Nikolaus trazia consigo seu mais novo trenó de esqui. Estava mais que ansioso para testá-lo, mas para isso, procurava o lugar perfeito para poder deslizar, ao seu lado, seu irmão mais novo, Florian.

— Que tal aqui?
            - Nain, nain! Tem que ser o melhor lugar para que o deslize seja perfeito, e aqui tem muitas árvores!
           - Desse jeito não vamos brincar nunca – o mais novo revirou os olhos.

— As duas crianças continuaram subindo a neve até se afastarem daquelas árvores. O mais velho esboçou um pequeno sorriso ao constatar que havia achado um bom lugar para escorregar.

— Aqui – Nikolaus firmou o trenó – podemos tentar escorregar nessa direção.
            - É – o mais novo concordou, observando a rota sugerida pelo irmão – parece um bom pedaço para descer...

Algo estranho aconteceu, a neve que havia sob os pés de Niki começou a ceder formando um buraco que em questão de segundos engoliu o menino. Ele se viu caindo e a ultima coisa que viu foi o rosto do irmão mais novo, cada vez mais distante, gritando o seu nome.

“Niki!”

O resto era apenas silêncio, quando Niki abriu os olhos, sentiu o rosto debruçado em uma neve fofa. O menino se levantou com certa dificuldade. Não enxergava nada, o local era escuro. A maioria das crianças entraria em pânico. Mas, ali o pequeno se deu conta de que estava sozinho e sem seu irmão por perto. Chorar ou entrar em pânico não adiantaria muito.

Mas, pior do que a sensação de medo que ele sentia, era sensação não saber para onde ir por não enxerga um palmo a sua frente. Niki sentiu os olhos querendo se encher de água, mas o garotinho as conteve a tempo. Nunca gostou de se sentir um fracote, era muito orgulhoso para tal.

Encontrou certa coragem para dar um passo a frente, mas ao fazer isso se desequilibrou, caindo na neve fofa. Tentou novamente, mas caiu outra vez. Caído no chão o menino sentiu as bochechas ficando úmidas, chorou silenciosamente, sem emitir um barulho. Além de sentir medo, estava furioso por não conseguir pensar em nada que pudesse ajudá-lo a sair daquela escuridão.

Após breves segundos que pareceram horas, uma pequena luminosidade chamou a atenção da criança. A escuridão deu lugar a uma penumbra, onde era possível enxergar ainda que pouca coisa. Sem pensar muito, o menino se levantou e enxugando as lágrimas foi atrás daquela luminosidade.

— Caramba! Onde ele se meteu? – Lilly olhava para os lados, após ter recuado pelo caminho.

Watson, James e Françóis estavam com ela, os demais voltaram – ou tentavam – para a base. Não encontraram nenhum vestígio de Niki próximo a casa de dança, e a maioria das pessoas que corria para áreas de evacuação não saberiam dizer se viram um rapaz dentuço de terno xadrez por ali. Até que um carro apareceu próximo a eles, andando em sentido oposto ao das pessoas. E o que Lilly viu a fez arregalar os olhos e soltar um grito.

— O que foi Lilly? – Françóis a fitou com certa preocupação.

James e John também fitaram a garota. Lilly apontava para o carro que seguia em direção a região proxima a muralha. Os três fitaram o carro sem entender.

— O que tem o carro? – perguntou James.
             - Vocês não viram? Não tinha ninguém dirigindo ele, o banco estava vazio!
             - Hein?
             - Do que você está falando princesa?
             - O carro! Está se movendo sozinho! Eu vi! – ela disse de modo enfático.
             - Olha Lilly…
             - Eu vi! – ela gritou nervosa – Tenho certeza do que vi!

Françóis estava prestes a dizer que ela estava vendo coisas, quando John os chamou.

— Eu acho que ela está falando a verdade – ele apontou para um caminhão que vinha próximo ali.

Os quatro observaram o caminhão que passava diante do grupo. A cabine do motorista estava vazia.

— Puta que pariu! O que é isso? – James ficou boquiaberto – E olha que eu nem fumei hoje.
             - Vamos atrás daquela coisa -  a garota deu passo a frente.
             - Ficou louca! – Cervet a segurou – Não sabemos o que é!

— E o Niki? - Watson perguntou, mas foi ignorado.

A garota se afastou do rapaz com ar meio contrariado.

— Não precisar vir se não quiser, mas eu vou. Preciso saber o que é aquilo?
             - Ah, eu vou com você – Hunt se adiantou.
            - Já que é assim, eu acompanho vocês – Cervet falou resignado.

Os três então encararam John Watson.

— E eu tenho escolha? E o Niki?

— Iremos achá-lo também! - Liesel respondeu correndo e sendo seguida pelos três.

A procura por Niki parecia ter sido esquecida momentaneamente, movidos pela curiosidade, os quarto jovens correram no mesmo sentido que o caminhão e o carro haviam traçado. A medida que corriam notaram mais alguns carros sendo guiados sem motorista ao volante. Era como se os automóveis estivessem sendo controlados por algo ou alguém. E Lilly se perguntava o quê ou quem estaria fazendo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Não quero demorar, mas vou pedir que tenham paciência... se ainda tiver alguém que me acompanha me sentirei motivada...

Bjs e até o próximo!



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