Reviso Meus Planos escrita por Casi un Angel


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meninaaas.

Como estão?

Desculpa a demora pra postar. Bloqueio criativo. Sabe como é?!

Espero que gostem do cap.

Boa leitura!



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P.O.V Rodrigo ON 

Domingo de manhã. A pior hora do pior dia da semana. Porque? Bom, vamos analisar esse dia. Domingo é aquele dia da semana em que você não quer fazer absolutamente nada, mas ao mesmo tempo tem a vontade de dominar o mundo inteiro com ideias criativas. Pelo menos eu me sinto assim.  

Pior que o domingo em si e ter que acordar cedo no domingo. Não, não pior que isso é ter que acordar cedo e com a sua mãe sentada na mesa te olhando com cara de " se você respirar muito fundo eu te mato". Ou pior ainda, acordar cedo no domingo, com sua mãe de cara feia e ainda brigando com você por causa de um par de tênis que você esqueceu na porta. Meu domingo não podia ser mais divertido. Só que não. 

Depois de comer um sanduiche de esporro e tomar um copo de leite eu sai pra buscar o João na rodoviária. Lá estava eu, sozinho no carro, escutando uma radio qualquer só pra distrair. 

Cheguei na rodoviária. Esperei, esperei e esperei. Meia hora eu esperei e nada do meu irmão chegar. Já estava me sentindo sufocado de ficar naquele carro, então decidi sair pra procurar meu irmão. Quando eu desci do carro um caminhão grande e vermelho parou ali perto dos ônibus. Isso não é exatamente normal. Não é todo dia que um caminhão para em uma rodoviária. Então eu esperei. Esperei pra ver o que acontecia. Pra ver quem saia lá de dentro. De repente a porta se abriu e lá de dentro saiu uma menina de uns dez ou doze anos. Ela estava com um bebezinho no colo. Parecia ser irmã dela. Observei um pouco mais. Um casal mais velho saiu. Tinham idade para serem pais das duas meninas, mas não pareciam ser. Depois saiu uma menina ruiva. Parecia ter a idade da Lívia. Logo atrás dela saiu um menininho. Não sei dizer quantos nos ele tinha. Os dois pareciam ser filhos do casal mais velho. Esperei sair mais alguém. Não sei exatamente o porque de eu ter esperado, mas eu esperei, esperei e esperei e ninguém saiu. Desviei o olhar por um segundo e vi meu irmão vindo sozinho e com cara de poucos amigos. Nos cumprimentamos, ajudei ele a colocar as malas no carro. Ele entrou no banco do motorista. Disse que queria dirigir pra tentar distrair a cabeça. Eu concordei. Dei a volta no carro, abri a porta do carona e antes de entrar eu dei mais uma olhada no caminhão vermelho na esperança de ver o alguém que eu tanto procurava e... eu a vi. Os longos e ondulados cabelos castanhos, os olhos cor de avelã, o sorriso tímido e triste. Ah, ela era perfeita. Parecia uma deusa intocável de tão linda. Parecia de mentira. Por um minuto eu pensei que a estava imaginando, mas não. Ela realmente estava ali! Linda, simples, sorridente... triste. Queria eu poder ser a pessoa capaz de libertar a felicidade em seu rosto. Poder tocar seus longos cabelos. Poder beijar seus rosados lábios. Queria eu, mas não podia. Triste sina. Eu voltaria a encontra-la? Sim! Mas quando? Talvez em outra vida ou dali a alguns dias. Só o destino diria...O destino. O cara que une nossos caminhos. 

 Aqueles foram os 10 mais longos segundos da minha vida. A ultima coisa que vi foi ela se despedindo de todas aquelas pessoas, pegando a bebê no colo e entrando em um ônibus. Não vi em qual foi. Se tivesse visto provavelmente teria ido atrás dela. Da princesa do sorriso triste, dos cabelos castanhos e dos olhos avelã. 

P.O.V OFF 

 

P.O.V Luciana 

Acordei de manhã com o incomodo do sol no meu rosto. Quando olhei pela janela a primeira coisa que vi foi o mar. Ai, o mar. As ondas indo e vindo pela janela do caminhão.  

Desta vez quem estava dirigindo era o seu Zé. Pelo pouco que conhecia dele posso afirmar que ele é o melhor pai e marido do mundo. Dona Marta teve sorte demais. Ele sorri toda vez que vê a esposa dormindo serena ao seu lado. Uma família que eu nunca tive. Dá até um pouco de inveja as vezes. 

Paramos em um posto de gasolina e ele desceu. Quando viu que eu era a única que estava acordada pediu para que eu descesse com ele e o ajudasse a pegar as coisas do café. Enquanto esperávamos ele me contou de sua vida, de como virou caminhoneiro. Disse que já estava a quase 20 anos no ramo e que havia conhecido a esposa lá. Ela é filha de um de seus ex-chefes. Fugiram juntos. Dois anos na estrada e ela engravidou da primeira filha, Larissa, que mora no exterior com o avô desde que tinha seus 10 anos. Três anos depois, Lua nasceu e nove mais tarde Tomas. Três filhos criados na caçamba de uma caminhão de feno que viajava o Brasil inteiro. 

 Na noite anterior, Lua havia comentado comigo que nunca havia morado em uma casa por mais de uma semana. Nunca havia ido para escola. Era ensinada em ''casa'' pela mãe, que havia se formado como professora de primário. Os dois irmãos ganhavam livros de pessoas que conheciam nas cidades que visitavam. Quase tudo que sabia tinha lido nos livros. Ela é incrivelmente inteligente. Sabia coisas que eram avançadas demais para a idade. Ela tinha a esperança de que o avô a buscasse para morar com ele, mas isso nunca aconteceu. 

Algumas horas a mais na estrada e chegamos a rodoviária. A nossa jornada junto aquela família incrível terminava ali. Nos despedimos emocionadas. Foi a família mais linda e amorosa que eu conheci. Que nos três conhecemos. 

 Por um momento parei ao lado do caminhão e olhei para o horizonte. Por outro momento parei de respirar. Era a criatura mais linda do mundo. O semblante calmo parecia procurar alguém na multidão. Pelo reflexo do sol em seu rosto podia ver os olhos verdes azulados brilhando como se fossem dois pedras preciosas. A pele clara combinava perfeitamente com os cabelos castanhos café. Não era tão alto. Pelo menos não parecia ser. Foi algo instantâneo. Uma paixão inexplicável. Era como um girassol em um campo de rosas. Algo único. Exclusivo. Um ser não humano em toda sua humanidade. Um ser divino em toda sua simplicidade. Um homem com olhar de menino ou um menino que aparentava ser um homem? Não sei bem ao certo. Mas só sei que eu o amo mesmo sem conhece-lo. Queria suas mãos envolvendo e apertando meu corpo em um abraço sem fim. Queria seus rosados lábios junto aos meus. Queria ama-lo e queria que ele me amasse também. Antes de embarcar olhei pare ele por uma ultima primeira vez. Ele parecia sorrir pra mim. Por um segundo nossos olhos se encontraram e eu soube que aquilo não era um adeus e sim um até logo. Aqueles foram os 10 segundos mais longos e prazerosos da minha vida! 

P.O.V OFF 


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